Nesse ritmo, em 2023, ou daqui a seis anos, o governo paranaense estará gastando mais com o pagamento de inativos do que com os salários dos servidores da ativa.
Os números foram apresentados ontem pelo secretário de Estado da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, em audiência pública de prestação de contas do governo na Assembleia Legislativa.
Segundo os dados oficiais, a despesa total com a previdência no ano passado foi de R$ 8,4 bilhões contra uma receita de apenas R$ 4,4 bilhões.
Para cobrir o “rombo” de mais de R$ 4 bilhões da diferença entre as receitas e despesas do sistema, o Estado aportou R$ 3,5 bilhões em recursos do Tesouro, e outros R$ 523 milhões saíram do fundo de previdência.
De acordo com Costa, essa situação é insustentável. “O futuro do Paraná, como o futuro do País depende de ajustes na previdência. Se não todos nós ‘morreremos’.
Se nada for feito, o Paraná também está em uma situação semelhante a estados que hoje não conseguem pagar salários e aposentadorias”, alertou o secretário.
Atualmente, segundo Costa, dos R$ 22 bilhões de gastos com pessoal, R$ 8,4 bilhões são com inativos e pensionistas.
No ano passado, a despesa com a folha de pagamento dos servidores ativos cresceu cerca de R$ 3 bilhões, afirmou ele, sendo que deste total, cerca de R$ 1 bilhão foram gastos a mais com aposentados e pensionistas.
Investimentos
Apesar da queda na arrecadação atribuída pelo secretário à crise econômica vivida pelo País, o Paraná encerrou o exercício de 2016 com superávit orçamentário de R$ 500 milhões, afirmou ele.
As receitas totais do Estado somaram R$ 51,8 bilhões no exercício, enquanto as despesas chegaram a R$ 51,3 bilhões. “As despesas cresceram porque o Estado aplicou muito mais em educação, saúde e outras áreas”, argumentou Costa.
De acordo com o balanço, o Estado aplicou R$ 1,6 bilhão a mais em educação e em saúde, na comparação com 2015. Os valores totais aplicados com ações e serviços públicos na área somaram R$ 10,01 bilhões em 2016, contra R$ 8,69 bilhões em 2015.
Enquanto a receita tributária teve queda real de 1,57% em 2016, para R$ 28,22 bilhões, as despesas com pessoal e encargos tiveram aumento real de 6,84% na comparação com 2015 e somaram R$ 21,9 bilhões. O acréscimo nas despesas de pessoal foi de R$ 3 bilhões.
Os investimentos somaram R$ 5,8 bilhões, ante R$ 2,83 bilhões no ano anterior. As estatais responderam por R$ 4,05 bilhões desse total.
Os investimentos do orçamento somaram R$ 1,73 bilhão, sendo R$ 1,65 bilhão classificados diretamente como investimentos e R$ 82 milhões em inversões financeiras para estatais dependentes – em 2015, o valor investido foi R$ 1 bilhão.
Só para a área de rodovias foram destinados mais de R$ 800 milhões em 2016, disse o secretário. (Com Bem Paraná)