Como consequência, na prática, não haverá feriado pra ninguém. O máximo que alguns trabalhadores irão conseguir é encerrar o expediente de sábado um pouquinho mais cedo, devido aos preparativos da véspera. Como consequência, para quem quer passar o Natal com a família reunida – o que geralmente inclui viagens – a sensação de “corre-corre” se intensifica.
Diante da rotina diária de trabalho, fica complicado incluir na agenda os preparativos necessários para pegar a estrada. Mais que arrumar as malas e organizar os presentes e a casa, o carro precisa passar por uma revisão, os pneus precisam ser calibrados e o tanque abastecido. Quando essa correria toda se alia à imprudência no trânsito e demais situações desfavoráveis, o resultado é triste e acaba com a festa de qualquer família.
Para se ter ideia, ainda no último dia 16, a Polícia Rodoviária Federal iniciou em todo o país a operação “Rodovida”, que consiste da intensificação do policiamento nas rodovias, de modo a reduzir o número de acidentes e, sobretudo, mortes no trânsito. A operação segue até o dia 5 de março, abrangendo além do período de festas de final do ano, a volta das férias escolares. O problema é que, com a proximidade com o Natal, o número de acidentes cresceu consideravelmente. Entre a noite do dia 22 até então, 11 mortes já foram registradas nas rodovias do Paraná: foram duas mortes na PR-092, nos Campos Gerais; duas mortes na BR-158 em Pato Branco; três mortes em Maringá; uma morte na BR-277 em Laranjeiras do Sul e; três mortes em Campina da Lagoa, na BR-369.
Este último, mais perto de Cascavel envolveu um veículo Montana – com placas de Campina da Lagoa - e um ônibus. O acidente foi por volta das 3h do dia 23, próximo à ponte do Rio Piquiri. O motorista da picape Juarez Alves do Nascimento, 34 anos, e o passageiro Douglas Fernando Falcon, 24 anos, morreram na hora. O veículo em que eles estavam ficou ‘grudado’ na parte frontal do ônibus e completamente destruído. Também morreu o motorista auxiliar do ônibus identificado por Devanir Sartori, 36 anos. Os corpos foram levados ao IML de Cascavel. Três passageiros do ônibus saíram ilesos e dois ‘caronas’ (funcionários da empresa) também não se feriram. O motorista do coletivo ficou ferido e foi levado ao hospital.
Trechos mortais
O triste cenário chama a atenção para um levantamento, divulgado nos últimos dias pela Polícia Rodoviária Federal. Para definir quais os trechos mereceriam mais atenção durante a operação Rodovida a PRF mapeou os 100 pontos de maior risco para acidentes em todo o país. Destes 100 pontos, 14 estão no Paraná. Dos 14 pontos localizados no estado, três estão na região de Cascavel, mais precisamente na BR-277, nos trechos: entre o km 720 e 730 (36º lugar no ranking); entre o km 580 e 590 (67º lugar) e; entre o km 590 e 600 (93º lugar).
Em comparação ao ranking divulgado pela PRF em 2013, conclui-se que a situação da BR-277, na região de Cascavel tem se agravado nos últimos anos. Isso porque, em 2013, apenas o trecho entre o km 720 e 730 estava no ranking, e ocupando a 37ª posição. Isso quer dizer que nos últimos três anos, além deste trecho passar a ser considerado ainda mais perigoso, outros dois entraram na lista. (Com Gazeta do Paraná)