Terça, 25 Outubro 2016 15:02

Morte em escola ocupada foi 'tragédia presumida', afirma secretário

Em entrevista coletiva na qual anunciou que a Polícia Militar do Paraná apreendeu um adolescente de 17 anos que confessou ter assassinado um colega de 16 anos após uma discussão.

 

Que aconteceu dentro da escola estadual Safel, colégio do bairro Santa Felicidade, em Curitiba, ocupado por manifestantes contra a reforma curricular no ensino médio.

 

O secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, afirmou que o incidente foi um caso pontual, não tendo relação com algum conflito entre manifestantes e pessoas contra o movimento, mas disse que trata-se de uma “tragédia presumida”, por conta das diversas denúncias de tráfico e consumo de drogas, abuso no consumo de álcool e crime de ameaça dentro das instituições ocupadas.

 

“Foi uma ocorrência pontual sim, mas foi uma tragédia presumida. Foi uma tragédia que tentamos evitar acionando os órgãos de controle, de fiscalização de menores. Caso a polícia tentasse entrar nesses colégios era seria repudiada, então tentamos que o Conselho Tutelar e o Ministério Público fizessem, porque estávamos prevendo a possibilidade de confronto, não especificamente entre manifestantes, mas entre apoiadores e não apoiadores das invasões. Já havia muitos relatos de ameaças”, declarou.

 

O Secretário relatou que a morte ocorreu após dois jovens, que estavam consumindo drogas dentro da escola, se desentenderem e trocarem agressões.

 

“Um dos menores tinha uma faca de cozinha, e golpeou o outro. Um dos golpes atingiu uma veia importante do pescoço, o menor atingido saiu da sala onde fica o alojamento dos estudantes e caiu desfalecido no corredor da escola. O autor pulou a janela da sala e o muro da escola”, relatou o secretário, informando que o adolescente responsável pela morte do colega foi preso horas depois em sua própria casa.

 

Questionado sobre a reclamação dos advogados que auxiliam o movimento Ocupa Paraná de que estudantes menores de idade teriam sido interrogados pela Polícia sem a presença de um advogado ou, ao menos, de um adulto responsável, o secretário alegou que “as diligências que ocorreram dentro da escola resumiram-se a entrevistas no local do crime. Agora, na delegacia do adolescente, é que eles estão prestando depoimento formal”.

 

Segundo o secretário, os dois estudantes eram integrantes do movimento de ocupação e a escola em que ocorreu o crime era uma das que a Procuradoria Geral do Estado já havia pedido a reintegração de posse.

 

O secretário afirmou, ainda, que os maiores que estavam na ocupação e os que articularam o movimento poderão ser responsabilizados pelo crime. Segundo o secretário, desde que o governo do Paraná abriu um canal de denúncias para que fossem informados crimes cometidos dentro das escolas ocupadas, há seis dias, já foram recebidas 64 denúncias de crimes como, violência, ameaças, tráfico e uso de drogas.

 

 

Desocupação

 

O secretário disse que a desocupação forçada das escolas não é cogitada pelas forças de segurança do Estado. “Não está em nossos planos, seria a última das circunstâncias e sob um forma muito especial de ser feita”, mas fez apelo por um recuo do movimento, que chegou a coupar mais de 800 estabelecimentos em todo o estado. “Acredito que depois de um fato tão grave quanto esse os pais e os estudantes vão colocar a mão na consciência que esse não é o caminho correto”.

 

Ele também afirmou que as forças policiais estão atentas a eventuais conflitos que possam ser originados por conta da criação de movimentos pelas desocupações, que estão combatendo a postura dos estudantes que ocupam a escola.

 

“A lei não dá possibilidade de se fazer o exercício arbritário das próprias razões. Não podemos fazer valer nossas convicções com o uso da força. Já avisei esses movimentos que a polícia não tem o condão de dar proteção para essas atitudes. Estamos desestimulando essas articulações de confronto. Não é assim que se soluciona os conflitos sociais”, afirmou, negando que o governo do estado esteja estimulando esse tipo de comportamento contrário, mas deixando clara sua posição sobre as ocupações.

 

“O governo sempre esteve pronto para o diálogo e na Segurança Pública, desde o primeiro momento pautamos que não seria o caso de fazer execução forçada. Mas, no entanto, solicitamos que denúncias fossem feitas, justamente porque precisamos identificar os responsáveis por essa atitude criminosa de invasão das escolas e manipulação de nossos menores”. (Com Paraná Portal)

 

 

 

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