Na tarde desta quinta dia 20, houve reunião do comando geral para analisar a proposta do Governo do Paraná de retirar essa emenda caso a greve acabe.
O item, no entanto, pode voltar à pauta da Assembleia Legislativa (Alep), informou o Executivo, que diz não ter condições de pagar a reposição inflacionária em razão da baixa arrecadação.
Luis Fernando Rodrigues, secretário de comunicação do sindicado que representa os professores (APP-Sindicato), declara que, caso a proposta retirada agora e reapresentada futuramente, o movimento grevista voltará, ainda mais forte.
Nesta quinta, segundo ele, 65% da categoria estava paralisada.
“Nós chegamos à situação em que estamos porque o governo não honrou aquilo que assinou perante o Judiciário. Então não há nenhum tipo de confiança no governo”, explica.
“Nós vamos ao debate. Se vamos suspender ou não à greve junto com a categoria. Mas entendemos que, se acaso suspendermos a greve nesse momento e o governo voltar com a emenda na frente, como no ano passado, nós voltaremos com uma mobilização mais forte”, garante.
O pagamento da data-base foi acordado no ano passado, para acabar com uma paralisação de mais de 40 dias que foi marcada pela ocupação da Alep e pelo confronto no Centro Cívico, que deixou mais de 200 pessoas feridas, no dia 29 de abril.
Para a representante do Fórum das Entidades, Marlei Fernandes, a proposta não alcança a reivindicação inicial, mas, ainda assim, favorece o diálogo. “O que é importante? Primeiro passo: o governo admitir que errou ao enviar [a emenda] sem debater. Ao retirar, [o governo] abre o processo de negociação, que não é só data-base. Vale dizer que data-base é manter os salários com as perdas. Só isso. Não podemos ter perda. É manter o salário com o poder aquisitivo”, explica.
Sem recursos
O secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, lembra que a crise financeira no estado dificulta a resolução do problema. “Nós, do governo, que conhecemos a situação financeira do estado, não vemos muito espaço para negociação”, afirma, explicando que, apesar disso, a retirada da emenda é uma tentativa de negociar e manter o diálogo.
“Se até o fim de novembro não chegarmos a um acordo e não tivermos uma proposta possível de ser executada, o governo vai tomar todas as medidas que forem necessárias para encaminhar para a Assembleia [uma proposta], para termos um estado equilibrado financeiramente”, afirma.
A expectativa do Governo do Paraná é a de que os servidores voltem ao trabalho na segunda-feira (24), o que permitiria a imediata retirada do projeto da Alep e a abertura das negociações. (Com Paraná Portal)