Segunda, 03 Outubro 2016 10:49

Paraná terá delegacia só para crimes de preconceito

O Paraná poderá ganhar nos próximos meses um importante instrumento de combate aos crimes de preconceito, em especial àqueles que invocam a questão racial.

 

É que o Governo do Estado, adotando uma demanda apresentada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), estuda a implementação de uma delegacia especializada em crimes de preconceito e crimes de ódio.

 

O assunto, inclusive, deve ser tratado em uma reunião entre a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Ministério da Justiça e Cidadania e representantes do Governo do Estado, marcada para acontecer ainda hoje. A desembargadora aposentada Luislinda Dias de Valois Santos, que comanda o Seppir desde junho deste ano, deve participar do encontro.

 

Entre os representantes do Ministério Público, porém, o clima é de otimismo sobre a possível criação da delegacia especializada. Segundo relatos, o Governo Estadual até aqui não teria apresentado nenhuma recusa ou justificava para a não implementação da nova unidade policial, e já haveria um protocolo em tramitação e que, espera-se, terá um bom desenvolvimento.

 

De acordo com a promotora de Justiça Mariana Seifert Bazzo, coordenadora do Núcleo de Promoção de Igualdade Étnico-Racial (Nupier) do MP-PR, a novidade seria importante para o combate do chamado “racismo institucional”, ou seja, um sistema de desigualdade que se baseia em raça, atuando de forma difusa no funcionamento de instituições como órgãos públicos governamentais e provocando uma desigualdade na distribuição de serviços, benefícios e oportunidades aos diferentes segmentos da população do ponto de vista racial.

 

“Estamos constantemente realizando campanhas para conscientizar a população negra, orientando como deveria ser fiscalizado o registro (do boletim de ocorrência) como também incentivando a vítima a procurar os seus direitos. Mas ainda temos muita informação de pessoas que não conseguem ter o registro de sua situação realizada da maneira correta ou casos em que os agentes do Estado até deixam de realizar esse registro”, aponta a promotora. (Com Bem Paraná)

 

 

 

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