Quarta, 31 Agosto 2016 19:33

Morre aos 91 anos o ex-governador do Paraná, Jayme Canet Júnior

Morreu nesta quarta dia 31, aos 91 anos, Jayme Canet Júnior, ex-governador do Paraná.

 

Canet governou o estado entre 1975 e 1979. Nascido em Ourinhos (SP), em 1925, foi vice-governador durante a gestão de Emílio Hoffmann e acabou escolhido em 1974 pelo então presidente Ernesto Geisel.

 

O corpo será velado nesta quinta-feira (1º de setembro), a partir das 8 horas, no Palácio Iguaçu. O enterro será às 16 horas, no Cemitério Municipal de Curitiba. Richa decretou luto oficial de três dias.

 

 

Jayme Canet Júnior, nasceu em Ourinhos, Estado de São Paulo, dia 19 de Janeiro de 1925, filho de Jayme Canet e Anita Lopes Canet. Fez seus primeiros estudos no Grupo Escolar 19 de Dezembro, em Curitiba, e no Colégio Belmiro Cesar. O pré-universitário no antigo Colégio Paranaense. Ingressou no curso superior na Escola de Engenharia, mas não concluiu a carreira universitária, optando pela atividade no comércio e agricultura.

 

Prosperou nessa área, tendo representado o Paraná na Junta Administrativa do Instituto Brasileiro do Café.

 

Engajou-se efetivamente na política, na campanha eleitoral de 1960, ao apoiar e coordenar a campanha do Governador Ney Braga.

 

Fez o mesmo na sucessão de Ney, ao exercer papel preponderante ao movimento político que levou Paulo Pimentel ao Palácio Iguaçu.

 

Ocupou importantes cargos na administração pública: presidente da empresa Café do Paraná, do Banco do Estado do Paraná e vice-governador no período de 1973-1975. Eleito governador, pela Assembléia Legislativa a 03 de outubro de 1974, tomou posse a 15 de março do ano seguinte. Ao empossar-se, declarou: “Temos profunda consciência do pesado encargo que representa governar quase dez milhões de paranaenses, em um momento em que o Estado deixa condição secular de essencialmente agrícola e se transforma em predominantemente agro-industrial”.

 

Cafeicultor e pecuarista, e com grande experiência em administração gerencial, realizou um governo dinâmico e progressista. Contou com o clima de Brasília inteiramente favorável ao Paraná, numa fase de grande influência das lideranças paranaenses na administração federal. Tal apoio logístico, político e administrativo, muito lhe valeu na consecução dos altos objetivos a que se propôs. Durante seu período de governo o Paraná deu enorme salto, em todos os setores, experimentando notável crescimento econômico. A agricultura modernizou-se, com a mecanização agrícola e produção de 12 milhões de toneladas de grãos.

 

Entrou numa fase de acentuada pesquisa tecnológica com o IAPAR e outros organismos técnico-científicos. No campo da energia elétrica, a rede de transmissão e distribuição assinalou significativa expansão. De 11.500 quilômetros de linhas, passou para 20.000 quilômetros. A eletrificação rural alcançou 4.350 quilômetros de extensão.

 

Desenvolveram-se programas de saneamento, combate à erosão e vacinação em massa. As unidades sanitárias atingiram índices expressivos na assistência à população do interior. O Instituto de Assistência ao Menor remodelou os métodos de atenção aos problemas do menor, mediante duas linhas de ação: a terapêutica e a preventiva. Os serviços de fornecimento de água da Sanepar atingiram 242 sedes municipais e 27 distritos. O consumo industrial de energia elétrica aumentou em 86%. A Telepar espalhou suas redes e linhas de microondas de forma a atender 415 localidades, inclusive na zona rural, DDD em 139 cidades. A capacidade de armazenamento cresceu de 180 toneladas para 440 durante sua gestão governamental.

 

O impressionante crescimento demográfico obrigou o governo a estabelecer planejamentos adequados. O desenvolvimento econômico teve como complemento a promoção do homem e a distribuição dos frutos do enriquecimento da sociedade. Houve nesses quatro anos acréscimo superior a 50% na oferta de oportunidades educacionais.

 

Foi, todavia, no setor rodoviário que esse governo deixou as marcas da sua operosidade. Foram pavimentados 4.119 quilômetros de rodovias paranaenses, facilitando os meios de transporte e comunicação entre todas as regiões-econômicas do Estado. Grandes projetos sociais foram postos em execução. Na área penitenciária introduziram-se métodos modernos de reintegração do egresso. Criaram-se vários programas pioneiros, entre os quais o “Programa Themis”, “Instituto de Ação Social Laertes Munhoz”, Patronatos e outras inovações. Fez-se a reforma administrativa, enxugando a estrutura burocrática e agilizando os meios de administrar com racionalidade e eficiência. Foi realmente um extraordinário período de progresso social e prosperidade econômica.

 

Após concluir seu governo, com as modificações políticas que se operaram no país, Jayme Canet Junior formou liderança própria. Fundou o Partido Popular, depois absorvido pelo PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Como reconhecimento pelo apoio que assegurou à Educação, foi-lhe concedido o título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade Federal do Paraná.

 

 

 

 

Por José Marcos Lopes (Com Bem Paraná)

 

 

 

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