Quinta, 28 Julho 2016 11:18

No Paraná, oito pessoas são diagnosticadas com hepatite diariamente

Todos os dias, oito pessoas são diagnosticadas com algum tipo de hepatite no Paraná.

 

A doença, transmitida através de alimentos, relações sexuais e contato sanguíneo, dentre outras formas, é também hoje a maior epidemia da humanidade.

 

Por isso tudo, hoje é o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, com campanhas por todo o país.

 

Segundo informações do Departamento de Informática do SUS, o Datasus, entre janeiro de 2007 e setembro de 2015 um total de 25.412 paranaenses foram identificados com algum tipo de hepatite, principalmente do tipo B (55,21%) e do tipo C (32%). O número de pessoas com a doença, porém, deve ser muito maior. Estima-se que em 90% dos pacientes a hepatite mantenha-se “silenciosa”.

 

Até por isso o índice de óbitos também é alto no estado, com a média de dois óbitos a cada cindo dias — entre 2007 e 2014, último ano com dados disponíveis, foram 1.223 mortes, ainda segundo o Datasus. É que o problema, se não diagnosticado e tratado, evolui para as formas mais graves, podendo levar à insuficiência hepática aguda, cirrose, câncer do fígado e até mesmo à morte.

 

No Brasil, são cinco os tipos da doença mais comuns de se encontrar: tipo A, B, C, D e E, agrupadas segundo o modo de transmissão em dois grupos: as de transmissão fecal – oral (hepatite A e E) e as de transmissão sexual/parenteral (hepatites B, C, e D). As hepatites A e E são doenças crônicas com limitações. As hepatites B, C e D provocam infecções agudas que podem se intensificar evoluindo para cirrose e hepatocarcinoma.

 

Os sintomas característicos da doença são os olhos e a pele amarela, fezes pálidas e a coloração escura da urina. Inicialmente, no entanto, costumam aparecer sintomas mais leves, comumente confundidos com uma gripe, como cansaço, debilidade muscular, perda de apetite, diarreia e vômito, dor de cabeça, calafrios e febre.

 

 

Transmissão vertical e por uso de drogas injetáveis

 

No Paraná, as três principais formas de transmissão da hepatite são por relação sexual (31,05%), o uso de drogas injetáveis (11,37%) e o consumo de alimentos ou água infectados (10,34%). Os dois últimos, porém, vem apresentando queda vertiginosa. E

 

Por outro lado, o número de infecções por transmissão vertical (por via transplacentária, no momento do parto, ou durante o aleitamento materno e os cuidados com o neonato) aumentou significativamente no período, saltando de 58 infecções em 2007 para 118 em 2014.

 

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece desde o começo deste mês o teste rápido para detectar a infecção pelo vírus da hepatite. O mais recomendado é que pessoas que fizeram transfusões antes de 1993 (quando não havia conhecimento do vírus), usuários de drogas, tatuados ou com piercing ou que fizeram sexo desprotegido façam o exame por serem o público considerado mais vulnerável.

 

Outros fatores que podem levar ao desenvolvimento de uma hepatite é o consumo excessivo de bebidas alcóolicas e de medicamentos.

 

 

Ministro da Saúde lança nova campanha

 

O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, participa hoje da Reunião Ordinária da Comissão IntergestoresTripartite, e também lança a nova campanha de prevenção às hepatites de 2016. O lançamento da campanha faz parte das comemorações do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, hoje. A data foi criada a partir de uma iniciativa brasileira que foi proposta à Organização Mundial de Saúde (OMS), em maio de 2010, durante a Assembleia Mundial de Saúde. A campanha será lançada às 9h30, em Brasília.

 

No Paraná e em Curitiba ações para marcar a data acontecem desde a semana passada. Na Capital, por exemplo, uma ação na Boca Maldita realizou cerca de 400 testes gratuitos. Ao longo de todo o mês, ações semelhantes ocorreram nas 22 regionais de saúde espalhadas no Estado. Além disso, prefeituras de todo o Paraná promoveram atividades especiais em suas cidades.

 

 

 

O que é Hepatite?

 

Hepatite é toda e qualquer inflamação do figado e que pode resultar desde uma simples alteração laboratorial (portador crônico que descobre por acaso a sorologia positiva), até doença fulminante e fatal (mais frequente nas formas agudas).

 

 

 

 

 

Por Rodolfo Luis Kowalski

 

 

 

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