Segunda, 27 Junho 2016 10:29

População adulta do Paraná está cada vez mais gorda

A população paranaense está ficando cada vez mais gorda. É o que revela levantamento no Sistema de Vigilãncia Alimentar Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde.

 

Entre a população adulta, por exemplo, o índice de paranaenses com sobrepeso ou obesidade saltou de 48,95% em 2008 para 64,07% neste ano.

 

De acordo com o Ministério da Saúde, o Sisvan foi preconizado na década de 70, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O sistema tem por objetivo fazer o diagnóstico descritivo e analítico da situação alimentar e nutricional da população brasileira, contribuindo para o conhecimento da natureza e magnitude dos problemas de nutrição.

 

E a realidade que o sistema apresenta sobre o Paraná é preocupante. Em praticamente todas as faixas etárias houve aumento no índice de obesidade e sobrepeso no Estado. A única exceção foi entre as crianças com idade entre 0 e 5 anos, cujo índice passou dos 13,74% registrados oito anos atrás para 12,71%. Entre os jovens com até 10 anos de idade o índice subiu, passando de 26,02% para 29,87%, assim como entre os adolescentes (de 21,83% para 34,65%).

 

Para o endocrinologista João Salles, vice-presidente da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia do Brasil e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a alta nos índices de obesidade tem relação direta com os maus hábitos alimentares da população — uma situação, ressalte-se, restrita não apenas ao Paraná, tanto que desde 2007 a OMS considera a obesidade como uma doença crônica com status de epidemia mundial.

 

“(O que explica essa alta é) basicamente alimentação errada, com refeições ricas em produtos industrializados, de alta concentração calórica, ricos em gordura e açúcar. O brasileiro está diminuindo o consumo de arroz e feijão, que é uma combinação muito boa, e aumentando muito rápido o consumo de alimento industrializado. Tudo isso favorece a presença da obesidade, ainda mais estando aliado ao sedentarismo, com as cidades cada vez maiores e as pessoas cada vez com menos tempo”, afirma o especialista.

 

Obeso precisa entender que tem uma doença

 

Uma das grandes questões a serem superadas no que diz respeito à obesidade é o preconceito que ainda cerca a doença, impossibilitando, inclusive, que muitas pessoas tenham o tratamento adequado. Não à toa, quando questionado sobre qual o tratamento mais adequado para a obesidade, o endocrinologista João Salles afirme que é “entender que a obesidade é uma doença”.

 

“Ele (obeso) não tem desvio de caráter, tem uma doença chamada obesidade. E o melhor tratamento é a reeducação alimentar, a atividade física. E não é nem tanto o quanto (de exercício) você faz, mas a regularidade que é o mais importante”, afirma o endocrinologista.

 

“E se não está conseguindo fazer atividade física e a reeducação alimentar, pode ir ao médico fazer um tratamento. Existem medicações seguras e não é vergonha nenhuma tomar remédio pela obesidade, pelo contrário. Ele (obeso) tem uma doença, e se ele tem uma doença deve tratá-la”, finaliza.

 

Mas todo tratamento precisa ter acompanhamento médico. Lembrando que não existe remédio milagroso.

 

 

Como está a população do Paraná atualmente

 

 

Obs. Os índices de massa corporal são diferentes para cada faixa etária. Por exemplo, índice de obesidade em grau I, II e II não existe para as crianças

 

 

Glossário

 

Eutrofia: equilíbrio entre o consumo e as necessidades nutricionais

 

Magreza extrema e magreza: situação deficiências gerais ou específicas de energia e nutrientes e que resultam em processos orgânicos adversos à saúde

 

Sobrepeso e obesidade: excesso e/ou desequilíbrio de nutrientes.

 

Calculando seu IMC (ìndice de massa corporal): Para calcular qual seu IMC, basta dividir o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado . Ou seja: Cálculo do IMC = peso (quilos) ÷ altura² (metros). O ideal é atingir um índice entre 18,5 a 24,9. Índice menor de 18,5, abaixo do peso e mais de 25 acima do peso.

 

 

 

 

 

Por Rodolfo Luis Kowalski (Bem Paraná)

 

 

 

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