Sexta, 01 Abril 2016 10:25

Crise econômica faz frota de veículos em Curitiba encolher

A crise econômica que atinge o país também tem reflexos no trânsito de Curitiba.

 

Entre 2015 e 2016, pela primeira vez na série histórica (que teve início em 2007) a frota de veículos da Capital registrou retração.

 

Segundo dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), em dezembro de 2015 o município contava com uma frota de 1,416 milhão veículos. Em fevereiro deste ano, caiu para 1,414 milhão. 

 

A redução de 0,14% na frota, embora pequena, é simbólica, principalmente quando comparado com anos anteriores. Entre janeiro de 2007 e janeiro de 2015, o número de veículos em Curitiba saltou 45,7%, passando de 967 mil para 1,409 milhão. Até então, todos os meses de todos os anos registravam aumento no número de veículos.

 

A partir de fevereiro do ano passado, porém, vieram as primeiras quedas, alternadas de pequenos aumentos. Comparando-se mês a mês, nota-se que em cinco deles se verificou queda na frota de veículos (fevereiro, junho, julho, setembro e dezembro), situação que se repete agora nos primeiros meses de 2016.

 

Para Herivelto do Carmo, coordenador de veículos do Detran, a situação inédita é reflexo da crise econômica. “Nos últimos anos e numa primeira análise, (o aumento da frota é reflexo) do próprio desenvolvimento econômico do país, com evolução do poder aquisitivo, facilidade de crédito e inflação controlada. Agora, (a queda reflete) a própria retração no poder aquisito do brasileiro, que diminuiu muito”, opina.

 

Uma das evidências disso poderia ser a queda no número de automóveis nas ruas da cidade. Em janeiro de 2015 eram 980 mil. Em fevereiro deste ano, 978 mil. “As pessoas passaram a gastar mais em suas necessidades básicas. Aquele que costumava trocar o veículo todo ano vai deixando de lado”, aponta Herivelto. “O aumento no IPVA (cuja taxa subiu de 2,5% do valor venal do veículo para 3,5%) com certeza tem influência também, mas não posso dizer que seja significativo. O valor, mesmo em diferença de porcentual, não é tão significativo assim. Seria para as grandes frotas, mas quase todos os estados oferecem vantagem para grandes frotistas”, complementa.

 

Por outro lado, em outras capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis, a frota de veículos não parou de crescer, embora tal crescimento tenha desacelerado. Na capital paulista, por exemplo, o aumento na frota total foi de 3,05% entre janeiro e dezembro de 2015, enquanto a de veículos aumentou 2,53%.

 

Segundo Herivelto, uma possível explicação para esse fenômeno seriam as condições oferecidas por outros estados ou mesmo o crescimento populacional. “É possível até em função de alguma vantagem oferecida pelo próprio estado, fabricante, concessionário, para diminuir o custo do produto. Ou até o próprio crescimento da população local. Mas essas diferenças (entre as capitais) não são tão significativas”, finaliza.

 

Futuro depende da situação da economia

Para os próximos meses, o que acontecerá com a frota curitibana de veículos ainda é uma incógnita, até pelo fato de o futuro político e econômico do país ainda ser obscuro. O que se tem claro, portanto, é que se a economia melhorar, a tendência é que volte a crescer o número veículos na Capital rapidamente. Caso a situação piore ou mantenha-se estagnada, novas quedas devem ser registradas, segundo o coordenador de veículos do Detran-PR.

 

“Eu acho que isso vai ser profundamente afetado pela própria condição econômica e até política do país. Havendo uma melhora, com certeza melhora o consumo de uma maneira geral. Havendo uma posição contrária, terá redução”, aposta Herivelto do Carmo.

 

Paraná tem alta de 82,08%

Desde 2007, a frota de veículos no Paraná quase que dobrou. Há 10 anos eram 3,69 milhões de veículos. Em fevereiro deste ano já eram 6,73 milhões. Esse aumento foi puxado pela alta registrada no número de automóveis, que saltou de 2,27 milhões para 3,98 milhões (variação de 75,14%). Já a quantidade de motocicletas no estado saltou 88,8%, passando de 532 mil para pouco mais de um milhão. A maior variação em termos porcentuais, porém, foi no número de caminhonetes, que passou de 129 mil para 544 milcr alta de 323,2%.(Com Bem Paraná)

 

 

 

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