Além disso, houve um aumento de 213,82% na incidência da dengue. Com o índice por 100 mil habitantes passando de 12,8 no período entre julho de 2014 e agosto de 2015 para 40,17 entre agosto e esta terça dia 08.
Ivana Belmonte, coordenadora do Centro Estadual de Vigilância Ambiental da Sesa, afirma que a situação no litoral é preocupante principalmente por conta das condições climáticas, que se apresentam favoráveis para a proliferação do vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti.
“Todo período pré-verão é preocupante. E no litoral nos preocupa ainda mais porque é para onde descem as pessoas para veraneio. Então vamos ter um aporte de turistas que descem da região de Curitiba, que não é muito infestada, então são pessoas suscetíveis (à doença).”
A especialista aponta ainda que é preciso se fazer um esforço maior agora na tentativa de exterminar os focos da doença não apenas para se conter a situação no litoral, mas também para evitar que Curitiba, hoje com o índice de infestação zerada, tenha problemas mais graves em um futuro próximo.
“Curitiba hoje tem um índice de infestação zero, mas também foi noticiado que o número de focos da doença teve um aumento de 60%”, comenta a especialista, apontando ainda que o risco é de que aconteça na Capital o que já aconteceu no próprio litoral. Entre julho de 2010 e agosto de 2013, a regional de Paranaguá registrou 22 casos de dengue, todos eles importados. Entre agosto deste ano e ontem já foram 113, todos autóctones.
“Quando o município está infestado, passa a ter a circulação viral. No litoral, há ainda a facilidade de introdução do Aedes aegypti, já que é a grande a movimentação que existe no porto e de caminhões que vem e vão e podem estar levando os ovos do mosquito ou o próprio mosquito. E quem viaja para regiões com circulação viral irá sempre correr algum risco de ser infectado. Então a partir do momento que se instala o mosquito, ele começa a se alimentar do sangue e esparrama para outras pessoas, se instalando. Foi a partir daí que o litoral tornou-se transmissor, por exemplo”, finaliza.
Por Rodolfo Luis Kowalski (Bem Paraná)