Baseada nas informações do Instituto Simepar do Governo do Estado, a Defesa Civil faz um alerta aos municípios paranaenses para que deixem estruturas locais prontas para agir em caso de emergência. “É tempo de conferir se a estrutura, os serviços e equipes municipais estão devidamente preparados para atender eventuais desastres naturais”, explica o coordenador executivo da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, tenente-coronel Edmilson de Barros.
Os dados climáticos reforçam a necessidade da advertência. Entre janeiro e setembro deste ano foram registradas 338 ocorrências em 178 municípios, com mais de 245,2 mil paranaenses atingidos. Os prejuízos somam R$ 185,8 milhões nas zonas urbana e rural.
Barros entende que quanto mais preparado o município menores serão os danos e o sofrimento da população. “Essas providências são essenciais para garantir que sejam cada vez menores os impactos de fortes chuvas ou fortes ventos, especialmente nas médias e pequenas cidades”, enfatiza o coronel.
Neste ano, em algumas localidades houve vendaval, granizo, enxurrada ou alagamento mais de uma vez. Ainda assim, comunidades foram pegas “desprevenidas” e não puderam enfrentar a situação de modo organizado, conforme previsto no Plano de Contigência.
Barros reforça que a checagem dos dados e a realização de situações simuladas sobre as ações e aplicação de técnicas por funcionários e voluntários deve ser uma preocupação constante das coordenadorias municipais de Defesa Civil.
“As prefeituras têm na Defesa Civil do Paraná um seguro e eficiente parceiro, a custo zero, para um trabalho integrado de proteção às comunidades”, afirma, recomendando que os municípios devem cumprir os procedimentos pré e pós eventos.
Estado conta com centro de estudos e pesquisa sobre desastres naturais
O Governo do Paraná deu um passo além na gestão de desastre com a criação do Centro Universitário de Estudos e Pesquisa sobre Desastre, o Ceped. Sua função é assessorar o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil, e estimular comunidades acadêmicas a produzir conhecimento útil para reduzir riscos de desastres, comenta o seu diretor, capitão Eduardo Gomes Pinheiro.
Desde dezembro, já são 15 as instituições que aderiram ao termo de cooperação com o Centro para a realização de cursos, pesquisa e extensão sob o tema. Entre elas, Universidades Estaduais de Londrina, Ponta Grossa e Maringá, Universidade Federal do Paraná, Pontifícia Universidade Católica, Lactec e Simepar.
“Gestão de risco de desastre não deve ter tratamento acessório em administração pública. Deve orientar decisões em muitas áreas porque quando há uma inundação, por exemplo, a infraestrutura do município – comunicações, transporte, energia – pode ser bastante afetada”, afirma Pinheiro. Isso, sem falar, em consequências para a saúde dos moradores, o cancelamento de aulas nas escolas etc.
Os cursos do Centro Universitário são voltados para os gestores públicos, comunidade acadêmica, público interno do Sistema, população. O Centro cuida do treinamento permanente dos brigadistas das Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil.
A CONTA DOS DESASTRES, NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS:
3.515.154 paranaenses de 383 Municípios atingidos
Danos e prejuízos de R$ 1.816.980.135,13
Recursos suficientes para a construção de 51 mil moradias, de 35 m2, do programa Minha Casa, Minha Vida. Com elas seria possível atender mais de 2/3 dos 70.360 paranaenses que vivem em áreas de risco.