Nesse ano, o Paraná deve colher 1,1 milhão de sacas (de 60 quilos). O volume é praticamente o dobro do ano passado, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento.
"Depois de um período caracterizado pela perda de mercado do café, decorrente de vários fatores, inclusive a questão climática, o Estado volta a conquistar espaço nas vendas externas", disse o governador Beto Richa. "Atribuimos esta retomada aos investimentos na maior qualidade do café produzido aqui no Estado. O produtor tem o apoio do Estado no uso mais intensivo de tecnologia, o que gera mais produtividade e uma variedade maior de cafés de qualidade", ele acrescentou. "Nosso propósito é estreitar ainda mais esta cooperação com o produtor e ampliar as exportações. Agora não mais com o foco na quantidade, mas na qualidade".
A cafeicultura gera diretamente cerca de 15 mil empregos permanentes ou temporários nas lavouras paranaenses, segundo estima o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O produto é cultivado em cerca de 10 mil propriedades, a maioria de pequeno porte, de até 10 hectares. “O café é uma das poucas culturas que pode propiciar uma boa rentabilidade em áreas pequenas, ao contrário da soja, por exemplo. O que favorece o pequeno produtor familiar”, diz Gustavo Hiroshi Sera, pesquisador em melhoramento genético do Iapar.
Recuperação - O ano de 2015 tem sido um ano de recuperação para o produtor de café, após a geada de 2013, que destruiu metade das lavouras do Estado e prejudicou a produção do ano passado. “Em 2015, o clima ajudou. Será uma safra de qualidade boa, apesar de as chuvas terem estragado um pouco a colheita. Teremos a primeira safra cheia desde 2013”, explica Francisco Carlos Simioni, diretor geral do Deral. Atualmente, 61% da safra foi colhida.
Nesse ano, o café ocupa 44,5 mil hectares. A produtividade cresceu 60%, chegando a 1.616 quilos por hectare. Os municípios de Cornélio Procópio, Jacarezinho, Londrina, Ivaiporã e Apucarana são os principais produtores de café no Paraná.
Em geral, o café divide a atividade com a fruticultura e a produção de grãos, além da pecuária ( de corte e leiteira). “É uma cultura intensiva de mão de obra, porque ainda apenas uma parte da colheita é mecanizada”, afirma Simioni.
Qualidade - O Paraná é, atualmente, o sexto maior produtor nacional, mas reconhecido, de acordo com Simioni, por produzir um café de qualidade e com grande aceitação no mercado externo. “Os nossos produtores vêm conseguindo excelentes classificações em concursos de qualidade, tanto no Paraná como em outros Estados. E conquistando preferência nas exportações nos principais mercados, como Estados Unidos”, diz.
Mercado interno - Além da exportação, a produção de café tem como destino as indústrias de processamento no Estado, de acordo com Paulo Sergio Franzini, economista do Deral e secretário-executivo da Câmara Setorial do Café. “Hoje o Paraná tem que importar café de outros Estados para suprir a demanda das indústrias. O consumo é de 3 milhões de sacas, três vezes mais do que o Estado produz”, afirma.(Com Agência de Notícia)