Terça, 23 Dezembro 2014 09:42

Chuva recupera lavouras do Paraná

O andamento da safra 2014/2015 recebeu uma ajuda dos céus, literalmente. A chuva que caiu sobre o Estado trouxe alívio aos produtores da safra verão, principalmente os de soja. Isso porque a falta de chuva já ameaçava a qualidade dos grãos.

 

O economista do Deral (Departamento de Economia Rural) Marcelo Garrrido enfatiza que a chuva era necessária, uma vez que o clima muito seco já estava afetando o desenvolvimento da soja e do milho.

 

“Desde outubro o tempo está muito seco, embora novembro já tenha sido um pouco melhor, e dezembro ainda não tinha tido uma chuva significativa. A partir de agora, os campos puderam se recuperar. Embora milho e feijão sejam culturas mais sensíveis, o nível de água que caiu ainda pode ser considerado benéfico para as plantações”, ressalta.

 

A colheita está prevista para janeiro, portanto, daqui a duas semanas o produtor vai torcer para que não deságue mais para poder entrar com as máquinas em campo e dar início à colheita.

 

Com a economia baseada principalmente na agricultura e a crise econômica batendo à porta de todos no País, os olhos dos paranaenses se voltam para o campo. E é a soja que detém as esperanças para dar novo fôlego à economia paranaense. Nos campos, até agora o desempenho tem sido positivo. O Estado espera colher uma safra recorde de soja nesta temporada de 17 milhões de toneladas. “Os preços também têm contribuído, uma vez que a saca de 60 quilos está sendo cotada na casa dos R$ 58 a R$ 60, embora a comercialização esteja ocorrendo de forma mais lenta”, comenta Garrido.

 

Já o milho, outra importante commodity, passa por uma situação mais delicada. Embora dentro das porteiras 88% da lavoura do Paraná seja considerada em fase boa, os preços estão instáveis já há algum tempo. “O milho não está tão rentável, sendo cotado na faixa de R$ 22 a R$ 23 a saca”, disse ele.

 

Feijão em baixa

 

O feijão tem sido um caso à parte em 2014 e, ao que tudo indica, a crise se estenderá por mais uma safra. Com produtores desestimulados por conta dos preços baixos, a área do feijão diminuiu em torno de 18% no Paraná. Já a produção, por sua vez, caiu em 15%.

 

A cidade de Três Barras do Paraná, intitulada a Capital do Feijão, é um exemplo de como o grão está desvalorizado. Em agosto, produtores doaram à população mais de 19 toneladas de feijão em protesto aos preços baixos. Houve produtor que aceitou até R$ 30 a saca de 60 quilos, enquanto o ideal, como já ocorreu em safras anteriores, é de R$ 120 a R$ 130. O preço é tão baixo que não cobriu os custos da produção, na casa dos R$ 70 por saca. Para esta safra, a previsão é na casa dos R$ 95, o preço mínimo.

 

A insatisfação dos agricultores é ainda mais sentida em Cascavel. Por aqui, a área caiu 75%, o índice de redução é o maior de todo o Estado. A falta do grão já pode ser sentida nos campos, que estão dominados pela soja. A produção, que ano passado alcançou 17 mil toneladas, não chegará a cinco mil toneladas nesta safra. As informações são do Deral.

 

O reflexo desse cenário deve ser repassado ao consumidor, visto que, sem oferta, os preços subirão nas gôndolas dos supermercados.

 

 

 

 

Com informações do O Paraná

 

 

 

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