Sábado, 08 Novembro 2014 16:31

Segundo pesquisa, Paraná tem meio milhão de moradores solitários

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Segundo a Pnad, é crescente a fatia da população que prefere morar sozinha. Opção cria nicho de mercado no setor imobiliário.

 

Sair de casa sem ter com quem compartilhar um “até logo” é uma sensação comum para 9 milhões de brasileiros.

 

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, o número de domicílios ocupados por um único morador subiu 1,9 ponto percentual nos últimos cinco anos. 

 

Enquanto em 2008 12% dos imóveis tinham um só morador, no ano passado esse índice foi para 13,9% do total de domicílios do país pesquisados pelo IBGE no ano passado e cujos dados foram divulgados em setembro. A tendência se repete em todos os estados, inclusive no Paraná, onde 14,1% do total de imóveis ocupados têm apenas um morador.

 

Isso quer dizer que 525,2 mil pessoas do Paraná moram sozinhas. É como se uma cidade como Londrina, que tem 543 mil habitantes, fosse habitada somente por “solitários”. Esse número, assim como no Brasil, já foi menor. Em 2008, havia 395,7 mil paranaenses morando sozinhos, ou 11,7%.

 

A opção se reflete no mercado de consumo de grandes e médias cidades. A procura por imóveis com um dormitório em Ponta Grossa levou as construtoras a aumentarem a oferta neste nicho. “Existe a demanda e existe a produção de imóveis com um quarto para venda e locação”, explica o vice-presidente da regional do Sindicato da Construção e Condomínios (Secovi) nos Campos Gerais, Carlos Ribas Tavarnaro.

 

Ele cita que este público é formado por estudantes, que estão em busca de quitinetes mais baratas; de executivos, que querem imóveis maiores; e de idosos, que procuram domicílios com até dois quartos. “Esses idosos, mesmo morando sozinhos, trazem mobílias de suas antigas casas e enfermeiros ou cuidadores”, acrescenta. O mercado tem opções variadas. “Hoje há imóveis de um quarto com 50 metros quadrados, com condomínios que oferecem lavanderia e academia”, diz.

 

 

Comportamento

 

A psicóloga Fernanda Magalhães lembra que o comportamento dos solitários pode mudar conforme as características de cada indivíduo, ou seja, uns tornam-se mais isolados quando moram sozinhos e outros gostam da independência gerada, aumentando, inclusive, o círculo de amizades. “Geralmente, elas acabam ficando mais individualistas, principalmente, com o passar do tempo, mas depende muito de como cada pessoa consegue lidar com a situação”, diz.

 

 

 

 

 

Por Maria Gizele da Silva (Gazeta do Povo)

 

 

 

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