Os Sem Terra cobram a desapropriação de terras para assentar 3,4 mil famílias acampadas. Os manifestantes exigem agilidade no processo de reforma agrária e que a fazenda da empresa Araupel seja destinada ao assentamento dos Sem Terra, entre Quedas do Iguaçu e Rio Bonito do Iguaçu.
O MST acusa a Araupel de grilagem de terras, quando alguém se apropria de terras públicas, através da falsificação de documentos. Na região, a empresa produz madeira para exportação. A Araupel informou por meio da assessoria de imprensa que recorre de uma decisão em primeira instância que desapropria as terras.
Ação judicial
A juíza da 1ª Vara Federal de Cascavel, Lilia Côrtes de Carvalho de Martino, declarou nulo o título de propriedade da Fazenda Rio das Cobras, que era a empresa de celulose Araupel alegava ser dona. A posse da área, localizada entre os municípios de Quedas do Iguaçu e Rio Bonito do Iguaçu era contestado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra.
Na decisão, a juíza considerou ilegal toda a cadeia dominial das terras e disse que a área pertence à União. A Araupel não concordo com a decisão e afirma que vai recorrer até a última instância.
A empresa defende que comprou a área em 1972, dentro da lei da época, e pagou por 10 anos de financiamento. Existe um documento com 10 mil páginas analisados em segunda instância no Tribunal de Justiça do Paraná.
Os Sem Terra pedem que seja estipulado um prazo para que a Araupel retire as madeiras em ponto de corte da região dos acampamentos, além da retirada imediata dos seguranças armados que rondam as áreas ocupadas.
A empresa confirma que contratou seguranças privados para monitorar o acampamento, inclusive com voos de helicóptero para fotografar a ação dos acampados. Atualmente, a área está dividida em três setores.
Ocupação / Invasão
Os Sem Terra ocupam 52 mil hectares, a empresa ocupa 33 mil, com plantio de árvores para produção de madeira de exportação, e outra área de 16 mil hectares de área de preservação ambiental.
O protesto do MST não tem prazo para terminar e não há previsão para que a rodovia seja liberada. Atualmente no estado do Paraná, aproximadamente 8 mil pessoas estão acampadas em 75 áreas. (Com Band News)