O Paraná possui comunidades Xetá, Guarani e Kaingang, que têm no milho, mandioca e seus derivados a base de seus pratos. Os produtos enviados às escolas pela Secretaria de Estado da Educação possibilitam preparação de merenda saborosa, nutritiva e ao gosto e hábitos alimentares de cada etnia.
A capacitação em Laranjeiras do Sul atendeu a um pedido das lideranças de comunidades para a orientação das merendeiras, que também são indígenas e que iniciaram nas novas funções neste ano. “Essas atividades contribuem para alcançamos a qualidade na oferta da educação indígena que procuramos”, disse Ilda Bernardo, representante da comunidade Rio das Cobras, localizada no município de Nova Laranjeiras.
A turma formada por 14 profissionais de oito escolas participou do curso, que teve duração de oito horas. Elas receberam orientação sobre organização na cozinha, higienização e produção de receitas diversificadas, mas sem fugir dos hábitos alimentares das comunidades Guarani e Kaingang.
As atividades foram acompanhadas por nutricionistas e técnicos da Coordenação da Educação Escolar Indígena do Núcleo de Educação. “Nós elaboramos receitas com os itens que são entregues na merenda, atendendo as características alimentares das etnias que atendemos”, explicou Edina Pilasrki, técnica da coordenação indígena do NRE.
Em novembro as merendeiras vão participar de um curso de panificação oferecido pelo Núcleo de Educação em parceria com o Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Respeito à tradoção – Nutricionistas da Secretaria da Educação fazem acompanhamento periódico dos cardápios que são elaborados nas 38 escolas indígenas da rede estadual de ensino. Com base nesse acompanhamento, é feita a seleção dos produtos que são enviados às escolas. “Procuramos saber quais os alimentos mais apreciados pelos alunos para que eles tenham uma alimentação mais saborosa e nutritiva, mas que também respeite as características da sua cultura alimentar”, afirma a diretora de Infraestrutura e Logística da Secretaria da Educação, Márcia Stolarski.
A alimentação escolar é preparada de acordo com os hábitos alimentares das comunidades indígenas. A sugestão dos alimentos é elaborada junto com a comunidade e repassada à Secretaria da Educação, que providencia a compra dos alimentos.
Mais de 80 itens compõem a lista de alimentos que são entregues às escolas da rede estadual e às conveniadas. Além disso, as escolas indígenas recebem uma vez por semana tubérculos, verduras, frutas e geleias da agricultura familiar. A variedade de produtos permite que as merendeiras, que também são indígenas, variem os cardápios sem perderem as características alimentares de suas comunidades.(Com Agência de Notícias)