A preocupação do tribunal é com o impacto desse tipo de fraude na definição do voto do eleitor.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse à reportagem nesta terça-feira (31) que o Exército poderia participar do monitoramento das "fake news" por meio do CCOMGEX (Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército), mas que o assunto é avaliado pela área técnica.
O comando de comunicações é vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia da Força.
Em nota divulgada à imprensa no último dia 25, o TSE informou que houve a decisão de se criar "grupos de trabalho para analisar medidas de segurança a serem adotadas para garantir a liberdade de voto dos eleitores".
A decisão foi anunciada após uma reunião entre o presidente do TSE, Gilmar Mendes, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o ministro-chefe do GSI da Presidência, (Gabinete de Segurança Institucional), Sérgio Etchegoyen.
O tribunal informou na ocasião que deve "fazer convênio com a área de tecnologia do Ministério da Defesa e utilizar outros subsídios para acompanhar o processo".
Até o momento, contudo, ainda não está definido como seria esse trabalho e que tipo de tecnologia poderia ser utilizado no processo de acompanhamento da disseminação dos textos falsos.
O TSE desenvolveu essa linha de preocupação a partir de campanhas eleitorais recentes de outros países, como EUA e França.
SEM FORÇA
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta terça que "fake news" não têm força para mudar o resultado de eleição majoritária no Brasil.
"Sinceramente, acho que não tem esse efeito todo para mudar uma eleição. Pode prejudicar, principalmente as eleições proporcionais, mas as eleições majoritárias [não], até porque todo mundo hoje contrata todo mundo para entrar com isso, aquilo", disse Moraes a jornalistas ao chegar para a sessão no tribunal.
Questionado sobre a notícia falsa que circulou na campanha de 2014 sobre o fim do programa Bolsa Família, Moraes enfatizou a importância de os veículos de comunicação tradicionais divulgarem informações verdadeiras. (Com FolhaPress)