Quarta, 13 Setembro 2017 16:06

Mulher dá à luz sozinha em recepção de hospital: 'bebê caiu no chão', diz pai

Uma mãe de 28 anos deu à luz em pé, na recepção do Hospital Regional do Gama, no Distrito Federal.

 

Na manhã desta quarta dia 13, Francisca da Silva foi "tratada como um bicho", como conta ao UOL o pai do bebê.

 

O vendedor Adão Francisco Pereira, de 27 anos, revela que a menina caiu no chão da recepção da unidade de saúde após o nascimento. A criança passa bem, mas o pai cobra que o hospital realize um exame para identificar possíveis sequelas após a queda da garotinha, que se chama Evelyn.

 

A agonia da família começou já em casa, em Luziânia, Goiás, quando a bolsa de Francisca estourou. Eles correram para a unidade hospitalar da cidade. Depois de esperar por atendimento no local, o casal foi informado que não havia médico especializado em partos e que precisaria encontrar outro hospital para que o bebê pudesse nascer.

 

O enfermeiros do hospital acomodaram Francisca em uma ambulância e, em 30 minutos, chegaram ao Gama. "Jogaram ela no carro feito um bicho. O enfermeiro nem quis acompanhar. Preferiu sentar com o motorista", diz Pereira.

 

Na recepção do Gama, no momento em que o bebê nasceu, o analista de sistema Adriano Carvalho já esperava há 40 minutos por atendimento para a sua mulher, também grávida. A testemunha acompanhou a chegada de Francisca, que entrou caminhando. "Não a puseram em uma cadeira de rodas ou maca", contou ao UOL.

 

"Ela chegou reclamando de muita dor. O motorista pediu para ela sentar, mas ela disse que não conseguia", conta. "Dez minutos após o preenchimento do cadastro, ela disse ao marido que o neném estava saindo e tentou entrar em um corredor que dá acesso ao atendimento."

 

Mas quando começou a caminhar, "suas pernas foram se abrindo e ninguém apareceu pra ajudar. O vigilante ficou em pé, olhando". Aos poucos, os pacientes foram se alvoroçando, pedindo socorro. "Foi quando o bebê caiu no chão. O barulho foi assustador, muito alto. Aí os médicos e enfermeiros chegaram", relata Carvalho. "Cortaram o cordão umbilical ali mesmo e a levaram para dentro."

 

Pereira, no entanto, seguiu "desesperado, pedindo para alguém socorrer a mãe", que foi deixada sentada, encostada em uma parede. "Quando a ambulância encostou, a criança já estava nascendo", ressalta o pai, que pretende processar os dois hospitais. "Eu vou entrar com uma ação contra o Regional de Goiás por não terem médico e tratarem mal minha esposa. E vou processar o Gama pela negligência", diz.

 

O vendedor diz que Evelyn passa bem. Os exames não constataram lesão, mas ele quer garantir que seja providenciado um exame no crânio. "Quero saber se vai ter alguma sequela. Vai ter algum exame da cabeça? Quero saber."

 

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que o hospital nega a queda da criança. "A paciente, ao sair da ambulância para se dirigir ao atendimento, percebeu que não havia mais tempo e deitou-se no chão, onde teve o bebê, enquanto a equipe do centro obstétrico era chamada."

 

A secretaria diz ainda que "imediatamente mãe e bebê foram acolhidos por profissionais e levados para atendimento no Centro Obstétrico". Ambas passaram por exames "e o quadro clínico é considerado bom", ainda sem previsão de alta.

 

A Secretaria Municipal de Saúde de Luziânia não respondeu às chamadas. (Com UOL)

 

 

 

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