Além disso, a investigação estabeleceu que Celia Castedo, a funcionária da agência nacional boliviana de aviação civil (AASANA, na sigla em espanhol) que autorizou o voo apesar das irregularidades, "lamentavelmente descumpriu seus deveres e isso também prescreve uma punição". No acidente, que aconteceu em 29 de novembro na Colômbia, morreram 71 das 77 pessoas que estavam a bordo, entre elas o piloto, jogadores e dirigentes da Chapecoense, assim como jornalistas.
"O assunto tratado aqui é, sem dúvida, o plano de voo no qual a capacidade da aeronave era de 4 horas e 20 minutos, e o tempo de voo era de 4 horas e 20 minutos", ressaltou Claros. A partir dessas irregularidades, "iniciamos os processos administrativos e penais direcionados a essa senhora pelo trágico incidente", que inclui também os diretores da AASANA e da DGAC (Direção Geral de Aeronáutica Civil)", apontou.
Claros fez questão de assegurar que essa investigação é o início de uma que incluirá os fiscais de uma comissão tripla, com participação da Bolívia, Colômbia e Brasil. Segundo os acordos e normas internacionais, "os responsáveis pela questão do combustível e a informação emitida são o piloto e a LaMia", insistiu.
Quanto a Celia Castedo, que se refugiou no Brasil alegando insegurança judicial, Claros a dirigiu "responsabilidade direta", uma vez que um voo "não pode ser autorizado a voar sem ter uma revisão", além do que a funcionária apenas informou a seus superiores sobre a situação um dia depois do acidente, por e-mail.
Há alguns dias, Omar Durán, advogado dos familiares do co-piloto da LaMia, Fernando Goytia - também falecido no acidente - declarou que "pudemos evidenciar que o piloto Miguel Quiroga não cumpria com a quantidade de horas de voo estabelecida" nos regulamentos. (Agência Brasil)