Sexta, 16 Dezembro 2016 16:03

BNDES libera recursos para Instituto Butantan desenvolver vacina da dengue

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou apoio não reembolsável, no valor de R$ 97,2 milhões, à Fundação Butantan, para o desenvolvimento de vacina tetravalente contra a dengue.

 

Os recursos, do Fundo Tecnológico do BNDES (BNDES Funtec), correspondem a 31% do investimento total, de R$ 305,5 milhões, e serão destinados ao custeio de ensaios clínicos e construção da planta de escalonamento para fornecimento da vacina.

 

O BNDES Funtec é uma forma de apoio financeiro não reembolsável a projetos de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação.

 

Trata-se da continuidade do apoio do BNDES, em conjunto com o Ministério da Saúde, para o desenvolvimento da vacina de dengue pelo Instituto Butantan, uma iniciativa extremamente importante para a saúde pública, não só para o Brasil, mas para vários outros países em que a doença é endêmica.

 

O projeto contribuirá ainda para a evolução das competências técnicas necessárias para o desenvolvimento de vacinas no país e formação de equipes qualificadas para condução de estudos clínicos.

 

Considerando a faixa etária de indicação da vacina de dengue, o público beneficiado pela vacina será de cerca de 180 milhões de pessoas no Brasil, quase a totalidade da população. Apesar de ser esperado que sua liberação se dê em âmbito nacional, o impacto será mais fortemente sentido nas regiões endêmicas — em geral, as mais carentes do país, com saneamento básico precário e alta densidade populacional.

 

 

Vacinas biológicas

 

As vacinas são produtos biológicos baseados em organismos vivos, com estruturas moleculares complexas, e seus processos de desenvolvimento e produção podem variar consideravelmente.

 

Os processos de pesquisa e desenvolvimento, registro e produção de vacinas têm elevado custo e complexidade, com tempo médio de desenvolvimento de 12 anos e custo total que pode atingir US$ 1 bilhão.

 

 

Projeto

 

O ensaio clínico em desenvolvimento pelo Instituto Butantan – o maior já realizado integralmente no Brasil - tem o objetivo de avaliar a eficácia e segurança da vacina em um grupo abrangente de voluntários.

 

O estudo será integralmente realizado no Brasil, em parceria com o Instituto Adolfo Lutz e 14 centros de pesquisa, sob coordenação da USP, envolvendo aproximadamente 17 mil voluntários. O desenvolvimento clínico tem transcorrido de forma satisfatória, com resultados preliminares que demonstram segurança e eficácia da vacina.

 

A planta de escalonamento será utilizada na etapa final dos testes clínicos e, uma vez registrada a vacina, estará apta a produzir 24 milhões de doses ao ano.

 

 

Dengue

 

Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue é uma doença infecciosa viral que se espalha rapidamente pelo mundo, sendo endêmica em mais de 100 países na África, nas Américas, no Mediterrâneo Oriental, no Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental.

 

A incidência global da doença aumentou 30 vezes nos últimos 30 anos, com ampliação e expansão geográfica para novos países. Os motivos para a disseminação não são claros, mas parecem relacionados à propagação do vetor (mosquito) em regiões de clima quente e chuvoso, com infraestrutura precária de saneamento básico. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se cerca de 390 milhões de casos de dengue no mundo.

 

No Brasil, o maior surto ocorreu em 2013, com cerca de 2 milhões de notificações. Esse ano, até setembro, foi registrado mais de 1,4 milhão de casos prováveis, com 563 mortes confirmadas.

 

A Fundação Butantan é uma entidade sem fins lucrativos, com autonomia financeira, administrativa e patrimonial, sediada em São Paulo, que atua como o braço financeiro e administrativo do Instituto Butantan. Estatutariamente, a Fundação Butantan tem como principal atribuição apoiar o desenvolvimento de atividades científicas, tecnológicas, culturais e de assistência social do Instituto. (Com Agência Brasil)

 

 

 

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    Nesta sexta dia 15, a equipe composta de seis agentes e uma supervisora esteve orientando a forma correta de armazenar o lixo e o destino adequado para os recipientes nas ruas Amigos do Meio Ambiente, Sigmundo Uzeika e na Pista de Caminhada, locais onde encontraram muito lixo.

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