A chegada de helicóptero fazia parte da surpresa preparada por Rosimere. Com a tragédia, porém, coube ao pastor Domingos ser o porta-voz do luto.
"A reação das pessoas, no início, foi de incredulidade. Depois, veio a dor", disse o pastor. "Esse luto nos faz pensar na vida."
A notícia da queda do helicóptero --que além de Rosimere, levava seu irmão, Silvano Silva, a fotógrafa Nayla Lousada, grávida de seis meses, e o piloto Peterson Pinheiro-- foi transmitida a ele pelo dono do espaço, o Recanto Beija-Flor, Cláudio Baptista.
"Foi um momento de muita dor. Estavam todos a postos para a cerimônia, aguardando a entrada da noiva. Inclusive as daminhas de honra", lembrou.
O dono do espaço, Cláudio Baptista, conta que chegou a pensar que o helicóptero poderia ter voltado para o lugar de partida, Osasco, por conta do mau tempo.
"O céu estava nublado e por isso pensei que o helicóptero pudesse ter voltado. Isso aconteceu outras vezes aqui: helicópteros que vinham para cá, mas não conseguiram pousar e tiveram que voltar".
O atraso do helicóptero trazia insegurança, mas a notícia da queda ainda não havia sido confirmada.
"Peguei o microfone e comuniquei aos presentes que haveria uma surpresa, que a noiva chegaria de helicóptero, mas que isso não ia mais acontecer por causa do mau tempo", disse Baptista. "Confirmado o acidente, avisei o noivo e o pastor."
Uma oração, então, foi realizada. Os noivos, que fariam uma cerimônia evangélica, frequentam a Congregação Cristã e o pastor Domingos é da Missão Evangélica Casa de Oração. A reza, porém, foi conduzida por outro pastor, da Assembleia de Deus.
"Temos que ser mais humanos, mais amorosos. Porque a vida pode ir embora em um instante", desabafou o pastor Domingos. (com UOL)