Quarta, 22 Junho 2016 16:17

Após demitir 233 funcionários, empresário se suicida

O dono da empresa de sofás de Rio Claro (SP) que na semana passada demitiu 223 funcionários por conta da crise e queda nas vendas foi encontrado morto na fábrica nesta terça dia 21.

 

Um funcionário que chegou para trabalhar por volta das 7h encontrou o empresário Luís Antônio Scussolino, de 66 anos, sem vida. A Polícia Civil registrou o caso como suicídio.

 

A Polícia Militar foi acionada e, quando chegou ao local, encontrou o corpo da vítima com uma corda no pescoço. A perícia técnica constatou que a causa da morte foi quebra do pescoço.

 

 

 

Demissão em massa

 

Depois de mais de 20 anos, a cidade voltou a registrar uma demissão em massa. Na última segunda-feira (13),  a Luizzi Estofados demitiu 223 trabalhadores. A empresa informou que, apesar de enfrentar dificuldades por causa da queda nas vendas, manteve o emprego de 870 funcionários.

 

A empresa afirmou ainda que apresentou uma proposta ao sindicato para evitar as demissões: redução da jornada de trabalho e de 20% nos salários, mas ela foi rejeitada pela maioria dos empregados. Disse também que está calculando o valor das rescisões e se esforçando para pagar.

 

 

Medo e transtornos

 

Foram 8 anos trabalhando como tapeceiro. O dinheiro que ganhava ajudava a manter a família e agora sem emprego Osmar Barbosa não sabe o que fazer. “Fiquei meio apavorado, não esperava”, disse.

 

Nesta segunda dia 20, os demitidos fizeram o exame médico. “Minha mulher depende do meu salário, tenho muitas contas para pagar, empréstimo que fiz no banco. Agora só Deus sabe o que vou fazer”, disse o operador de produção Abdias Eustáquio da Silva.

 

O medo é que a empresa não pague tudo o que eles têm direito, por isso o Ministério do Trabalho está acompanhando o caso. O prazo pra acertar as contas com os funcionários é de dez dias. “Se a empresa não fizer o pagamento, existe a multa prevista no artigo 477 da CLT que é o valor de um salário nominal para cada empregado”, explicou Fabio Cigagna, chefe da regional do Ministério do Trabalho de Rio Claro.

 

 

Queda na economia

 

Uma demissão em massa não acontecia na cidade há mais de 20 anos. A última foi em 1995. Na época, uma fábrica de carros Gurgel fechou e 1 mil trabalhadores foram mandados embora. Agora a situação é ainda mais complicada diante da crise econômica do país.

 

O secretario de Economia e Finanças, Japir Pimentel Porto, disse que esse tipo de situação afeta toda a economia da cidade. “A pessoa que não tem o rendimento deixa de consumir na cidade aquilo que ela consumia normalmente. Com isso, a prefeitura deixa de arrecadar porque todo consumo gera uma arrecadação em termos de taxas e impostos”, disse.

 

 

Futuro indefinido

 

O embalador Genivaldo Sailva de Oliveira disse que, assim acertar as contas com a empresa, vai embora de Rio Claro. “Vou para a minha terra, embora para Minas. Para ficar aqui não dá certo”.

 

Para quem fica, a dúvida é como voltar ao mercado de trabalho. Arrumar um emprego não está fácil. O posto de atendimento ao trabalhador está cheio de desempregados. Aproximadamente 200 são atendidos por dia e não tem vagas pra todo mundo. Nesta segunda-feira, por exemplo, só havia 15 abertas.

 

“Nós temos que prepara-los para qualificá-los também para outro gênero de emprego para que eles possam atender ao mercado”, disse Valdir Duarte, diretor do Programa de Atendimento ao Trabalhador (PAT). (Com G1)

 

 

 

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    O sinal mais emblemático de que iria se matar foi uma foto, que encaminhou para alguns amigos, já com a corda no pescoço.

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