O italiano está há dois meses à frente do Tinder no Brasil. Ele falou sobre como o Tinder está tentando ser mais diversificado. As pessoas que se identifiquem como transgêneros terão, dentro de dois meses, mais opções além do “masculino” e “feminino”. Também foi anunciado que o serviço vetará menores de 18 anos. O Tinder apareceu ainda no noticiário após uma polêmica investida para derrubar o 3nder, que promove sexo a três.
Brasil no segundo lugar
O Brasil é o segundo maior em número de usuários, atrás dos Estados Unidos, lar da empresa. Os brasileiros estão acima da média mundial de tempo gasto por dia no app e na quantidade de “matches” (as conversas entre usuários só ocorrem quando os dois se “curtem” mutualmente).
Por dia, são registrados 26 milhões de “matches” em todo o planeta, dos quais 7 milhões são de usuários do Brasil. Os brasileiros conseguem 7% mais combinações que o restante do mundo, em média. A geografia, diz o Tinder, pesa a favor de uns e menos de outros.
“Os paulistas não vão gostar, mas os cariocas têm ainda mais ‘match’: são 15% mais acima da média global”, diz Iorio. Os paulistas dão o troco por viverem na segunda maior cidade em número de participantes do mundo – perdem só para Los Angeles (EUA).
Com tanto pretendente para dar atenção, o brasileiro navega no app por 77 minutos ao dia. A média de usuários de outros lugares gira em torno de 60 minutos. “É um fator cultural, porque brasileiro adora redes sociais. Estão sempre atrás do que é inovador e querem conhecer novas pessoas, é um povo muito aberto.”
Enquanto a atividade do Tinder em todo o mundo começa a esquentar no dia de São Valentim, em 14 de fevereiro, a coisa ferve por aqui no Dia dos Namorados. O outro período em que os solteiros (ou não) correm para o app é o começo do ano. “Ele pensam: ‘esse ano vou desencalhar’”, brinca Iorio. O efeito “resolução de Ano Novo”, diz, dura até o Carnaval.
Trans no Tinder
No segundo semestre, o Tinder dará a transgêneros a opção de se identificar não só como “masculino” ou “feminino”. “A gente sentiu necessidade de fazer para transgênero, porque entendemos que o Tinder é para todo mundo. Queremos garantir a mesma experiência, independente do gênero”, diz Iorio.
Criado em 2012, o Tinder só começa a se voltar agora para a comunidade trans. Isso mesmo com o app tendo o Facebook como porta de entrada e importe da rede social dados como fotos, amigos, interesses, escolaridade, educação e, claro, gênero – nesse último campo, o site de Mark Zuckerberg deixa o usuário livre para escolher mais de 50 opções.
“A gente priorizou outras coisas, melhora de produto, melhora do chato, melhoras no serviço e não focou tanto na inclusão, que é algo que a gente está fazendo agora”, explica o executivo. “Agora é o momento em que a gente quer ampliar nosso raio de ação, incluindo também essas comunidades.”
Sexo à três
Além de incrementar do serviço, o Tinder também trabalhou para preservar sua marca. Esse é o argumento principal da tentativa de derrubar ou modificar o 3nder, aplicativo que promove sexo a três. “Na verdade, é um caso pequeno, normal de negócio, de quando uma marca tem um nome que pegou e é protegido como o Tinder e surge um app que faz uma coisa muito semelhante e cria um nome muito semelhante. A gente entrou com essa ação para, pelo menos, diferenciar os aplicativos.” (Com G1)