O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,23%, para R$ 3,159, o maior valor desde 14 de junho de 2004. No mês, a moeda já sobe 10,7%, enquanto no ano o avanço é de 19,3%.
O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, avançou 1,02%, a R$ 3,161, o maior patamar desde 14 de junho de 2004. No mês, a divisa se valoriza 10,7%, e no ano a alta é de 18,7%. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou praticamente estável, com leve queda de 0,05%, a 48.880 pontos. Das 68 ações negociadas, 43 subiram, 22 caíram e três fecharam estáveis.
A moeda foi pressionada por uma preocupação com a economia brasileira, após dados ruins de desemprego e com o relatório do Banco Central que jogou pessimismo ao cenário de inflação. A taxa média de desemprego do país no trimestre fechado em janeiro fechou em 6,8% -superior ao patamar de 6,5% do trimestre encerrado em dezembro.
Por outro lado, o Banco Central demonstrou pessimismo com a inflação no ano, elevando suas projeções para o aumento da energia elétrica e outros preços administrados.
Mas um dos fatores apontados por analistas foi relatório da agência de classificação de risco Fitch. No documento, a agência estimou que o dólar teria que se fortalecer até R$ 3,75 para levar a competitividade das exportadoras brasileiras aos níveis de 2004.
Segundo a Fitch, muitas empresas continuarão precisando de medidas de proteção para enfrentar a ameaça de importações. Produtoras de celulose como Fibria e Suzano, afirma a Fitch, foram capazes de resistir à pressão sobre os custos na última década devido à rápida taxa de crescimento do pé de eucalipto. Já o setor de minério de ferro, por outro lado, tem desempenho misto.
Segundo a Fitch, a Vale é uma líder global, devido a suas dimensões e à qualidade de seu minério, mas CSN, Usiminas e Gerdau têm dificuldades diante dos baixos preços do minério.
Durante a manhã desta quinta o dólar chegou a ser cotado a R$ 3,07 após dados sobre as vendas no varejo nos Estados Unidos decepcionarem por causa do clima frio no país. O Departamento do Comércio informou nesta quinta que as vendas no varejo caíram 0,6% após contração de 0,8% em janeiro.
O declínio nas vendas no mês passado foi quase generalizado, sugerindo que o clima frio e com neve que cobriu os EUA na segunda metade de fevereiro pode ter sido um fator (Com Folhapress)