Domingo, 16 Novembro 2014 17:30

Em Porto Alegre, ato em apoio a "peladas" não faz muito sucesso

Um ato agendado para este domingo dia 16, em apoio às mulheres que foram flagradas sem roupas nas ruas de Porto Alegre - RS, nas últimas semanas foi marcado por baixa adesão e timidez.

 

Das dez pessoas que compareceram, apenas dois homens ficaram nus, por aproximadamente dois minutos.

 

A maioria dos presentes se sentiu intimidada a tirar a roupa. Organizado pelo Facebook com o nome "Correr pelada/o em Porto Alegre", o evento teve cerca de 20 mil confirmações na rede social, mas reuniu mais curiosos do que participantes, no parque Farroupilha. Por volta de 40 pessoas que passavam pelo local assistiram ao protesto, ao lado de veículos de imprensa.

 

Duas horas após o início do ato, o técnico de informática Luciano Prado e o vendedor Marcos Santos decidiram se despir em frente ao chafariz, monumento famoso do parque. "No início, foi difícil. Deu vergonha, mas depois eu até gostei. Faço pela hipocrisia. Todos os dias vemos pessoas nuas nas novelas, no carnaval, no BBB [Big Brother Brasil]", disse Santos. A psicóloga e socióloga Eliane Carmanim Lima, uma das idealizadoras do protesto, disse que criou o evento no Facebook inicialmente como uma brincadeira, em apoio às pessoas que circularam sem roupas na cidade. "Eu vi na rede uma polêmica com valores bastante arcaicos, onde estavam atribuindo ao corpo uma noção de pudor e decência que não cabe ao século 21. Foi aí que a brincadeira se tornou papo sério", disse ela.

 

"Achar que esconder o corpo é natural ou moral é uma invenção do tabu da pornografia", afirmou a psicóloga, que também criticou o uso do termo "pelado". Ela aproveitou o ato para também protestar contra o auxílio-moradia pago a juízes, e exibia um cartaz que dizia: "o auxílio-moradia dos juízes é mais indecente que 1 milhão de pelados em gesto obsceno". Betina Veppo e Julian Kober, estudantes de jornalismo, foram ao parque para ver o que foi prometido na página do Facebook. "Acredito na liberdade de expressão. Não vejo problema na nudez, acho que é algo que sofre muito preconceito e carece de discussão", disse Kober. Betina contou que foi motivada por amigos que também prometeram se despir em público, mas acabaram não aparecendo. 

 

Questionados sobre o motivo de não participarem do ato, ambos disseram que não tinham interesse em se envolver, somente em apoiar. A Brigada Militar acompanhou o protesto, de prontidão para proteger o grupo se necessário, porém deixou o local quando o grupo começou a se dispersar.

 

O evento deste domingo foi motivado pelos recentes casos de pessoas que foram vistas correndo nuas pelas ruas de Porto Alegre. Quatro indivíduos já foram flagrados circulando sem roupas na capital gaúcha nas últimas semanas. Ao menos duas das três mulheres foram internadas, com transtornos mentais, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Na madrugada de sábado (15), uma mulher de 35 anos foi detida pela segunda vez após correr sem roupas na cidade, e encaminhada ao Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, onde passou por avaliação psiquiátrica. Ela já havia sido encontrada nua e internada no dia 6 de novembro. Na noite de sábado, ela foi procurada pela mãe e encaminhada para a clínica psiquiátrica particular Pinel. A unidade informou que não pode divulgar informações sobre os pacientes. (Com Folhapress)

 

 

 

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