Sábado, 20 Setembro 2014 12:30

No Espirito Santo, namorado marca garota com ferro por ela ter colocado piercing

Briga teria ocorrido porque a adolescente colocou um piercing no nariz.

 

Caso aconteceu em Linhares no Espirito Santo e o suspeito foi preso. 

 

Uma estudante de 16 anos foi agredida pelo namorado e teve as nádegas marcadas com um instrumento de ferro, na forma da letra inicial do nome dele, no bairro Interlagos, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, de acordo com a mãe da adolescente.

 

A agressão teria ocorrido na manhã do último dia 11 de setembro na casa da vítima, mas a polícia só foi acionada à noite, pela mãe da menor. A vítima também sofreu lesões em várias partes do corpo e teve o cabelo cortado.

 

De acordo com o boletim de ocorrência, o agressor furou as costas da vítima com uma tesoura e usou um objeto de ferro, esquentado a fogo, para marcar a vítima nas nádegas. A letra G foi "escrita" cinco vezes na pele da menor. Segundo a Polícia Civil, o suspeito é um auxiliar de serviços gerais, de 23 anos, e confessou o crime durante o depoimento. Ele foi preso, encaminhado para a Penitenciária Regional de Linhares, e indiciado por lesão corporal e cárcere privado.

 

 

Em entrevista à TV Gazeta do Espirito Santo, a estudante disse que as agressões do namorado começaram após uma briga motivada por um piercing que ela colocou no nariz. "Ele não queria que eu colocasse. Então ele já chegou me batendo, me agredindo. Falou que ia me marcar igual se marca um animal", contou a menor, que não terá o nome divulgado. A garota ainda relatou que o namorado a trancou dentro de casa e foi para o trabalho, e que foi a mãe quem conseguiu tirar a filha da residência. As duas procuraram ajuda em um hospital da cidade, onde a adolescente foi atendida e liberada.

 

Em depoimento à polícia, a mãe disse que a filha havia sofrido tortura, teve agressões físicas e foi vítima de cárcere privado. Ela ainda contou aos policiais que não é a primeira vez que a filha é agredida pelo companheiro. A adolescente também teria sido proibida por ele de visitar a família e frequentar a escola.

 

De acordo com o boletim de ocorrência, o agressor furou as costas da vítima com uma tesoura e usou um objeto de ferro, esquentado a fogo, para marcar a vítima nas nádegas. A letra G foi "escrita" cinco vezes na pele da menor. O suspeito foi indiciado por lesão corporal e cárcere privado e está detido no Penitenciária Regional de Linhares.

 

O auxiliar de serviços gerais, de 23 anos, foi preso no mesmo dia das agressões e confessou em depoimento. O titular da Delegacia de Linhares, Fabrício Lucindo, informou que foi lavrado o flagrante e o caso foi encaminhado para a Delegacia da Mulher (Deam). “Ele relatou que foi movido por ciúmes e sentimento de posse. Para o denunciado, a jovem marcada com suas iniciais, não se relacionaria com outros homens”, disse Lucindo.

 

Para o denunciado, a jovem marcada com suas iniciais, não se relacionaria com outros homens”

 

A menina contou que foi agredida durante mais de 12 horas seguidas. “Eu estava dormindo, ao chegar ele me olhou e começou a me espancar. Até eu entender o motivo, demorou uma eternidade. Me chutou várias vezes, me deu tapas e socos. Quando já era de madrugada, esquentou um ferro no fogão e começou a me queimar. Eu chora muito e pedia para ele parar. Ele dizia que ia fazer como fazem com animais em fazendas. Num determinado momento, ele mandou eu ir para o banheiro. Fiquei mais de uma hora e meia debaixo de água gelada sem poder sair. Ele dizia que seu eu tivesse sorte, morreria ali mesmo”, detalhou a jovem.

 

 

 

 

Vida nova

 

A vítima disse que não sabe quantas vezes foi agredida, mas esta foi a pior. Ela contou ainda que em dezembro de 2013, o mesmo companheiro esquentou a lâmina de uma faca e a agrediu, deixando uma marca em seu braço, isso porque o namorado não encontrava um papel do trabalho. “Ele ficava nervoso e descontava tudo em mim. Já me chutou com uma bota com bico de aço, já jogou um computador em mim, além de  chutar todas as partes do meu corpo. Depois das agressões, me pedia desculpas e prometia que isso não se repetiria, mas ele nunca cumpria a palavra”, disse.

 

 

 

Por Juirana Nobres (G1)

 

 

 

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