As altas temperaturas do verão servem de alerta para as gestantes. Com o calor, algumas medidas simples podem garantir o bem-estar e evitar danos ao organismo das grávidas.
O ginecologista e obstetra Dr. Alberto Guimarães, defensor dos conceitos de Parto Humanizado e presidente do Instituto Michel Odent, aponta os principais desafios que a futura mamãe pode enfrentar no verão.
“O inchaço pode ser sentido durante toda a gravidez. Como o calor tende a dilatar ainda mais os vasos sanguíneos, a futura mamãe deve procurar alternativas para aliviar a sensação. Entre as alternativas, a drenagem linfática e o consumo de alimentos diuréticos”, esclarece.
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Para as gestantes que não abrem mão de aproveitar a praia, é necessário cuidado com a exposição solar: o filtro solar deve ser passado de duas em duas horas para garantir um rosto sem manchas. Outra dica importante é trocar a calcinha do biquíni no mesmo período, para evitar infecções vaginais.
Guimarães explica ainda que a desidratação é um dos pontos que merecem atenção durante o verão, “a mãe pode manter uma garrafinha com água sempre em mãos. É muito importante se manter hidratada durante todo o dia e evitar dores de cabeça e tonturas causadas pela desidratação”, finaliza.
A saúde nutricional e hormonal da mulher está diretamente associada a fertilidade. Todavia, é discutido na área médica se os suplementos como ácido fólico e outras vitaminas importantes devem ou não ser ingeridos e quais os benefícios traria para saúde, além do aumento das chances de gravidez.
Segundo a pesquisa realizada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) indica, 13,8% das 500 mulheres que participaram do estudo já consumiram alguma vez o ácido fólico antes da gestação.
No Brasil, cerca de mil crianças nascidas apresentam complicações relacionadas à malformação do tubo neural. Indica-se o consumo da suplementação 30 dias antes do inicio da gravidez e no primeiro trimestre com a possibilidade de reduzir em até 75% as chances de problemas na estrutura do cérebro do bebê.
Como os suplementos podem ajudar na fertilidade?
Os suplementos para engravidar possuem as vitaminas essenciais em todo o processo da gravidez, o que inclui desde a fecundação do óvulo. O ácido fólico é a vitamina mais importante para a mulher que deseja engravidar, no entanto são recomendados os exames laboratoriais para conferir quais as necessidades de cada organismo.
Nos Estados Unidos é muito comum a ingestão desses suplementos entre as mulheres saudáveis que querem engravidar, podem ser encontrados facilmente à venda nas farmácias.
Autoridades públicas no Reino Unido e EUA indicam a ingestão de 0,4 a 0,5 mg de ácido fólico ao dia entre as mulheres que não apresentam deficiências para a gestação. Já as pacientes que possuem baixos níveis de ácido fólico no organismo devem ingerir cerca de 5,0 mg ao dia. Todas essas recomendações devem ser avaliadas pelo médico especialista, seguindo as necessidades de cada organismo.
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Benefícios dos suplementos para aumentar a fertilidade
Estudo realizado pela University College e Royal Free Hospital, em Londres, publicado na conceituada revista científica International Reproductive BioMedicine Online esclarece sobre a importância dos polivitaminicos para tratar a fertilidade da mulher, não só o consumo do ácido fólico, mas de outras vitaminas essenciais no processo da gravidez.
Substâncias com efeito antioxidante, como a vitamina C, E, selênio, magnésio, entre outras trouxeram uma série de benefícios para as participantes do estudo. O grupo que consumiu o polivitaminico apresentou aumento na taxa de gravidez ao ser comparado com as participantes que consumiram a suplementação apenas com o ácido fólico. Após os três ciclos de tratamento 60% das mulheres de (18 a 30 anos) engravidou, contra 25% das mulheres que ingeriram o ácido fólico.
No Brasil o consumo das vitaminas para a saúde fértil da mulher ainda é uma novidade. O site Trocando Fraldas recomenda que se faça exames regulares para identificar quais são as necessidades nutricionais do seu organismo e sempre peça indicação do médico especialista para o consumo dos suplementos.
Com a chegada do verão, alguns episódios desagradáveis costumam aparecer e prejudicar a saúde feminina. O ginecologista Dr. Domingos Mantelli aponta alguns cuidados que as mulheres devem ter com a estação mais quente do ano.
“Ficar com o biquíni molhado ou até mesmo usar roupas sintéticas podem fazer com que os corrimentos se tornem mais recorrentes nessa época do ano”, alerta o médico. Para Mantelli, é fundamental manter uma higienização adequada e evitar a umidade prolongada na região da vagina. “Trocar os biquínis úmidos por secos, apostar em roupas mais leves e ventiladas como saias e vestidos e, principalmente, buscar orientação médica sempre que notar algo errado”, adverte.
Dentre as doenças ginecológicas que surgem mais no verão, o médico destaca a candidíase, a tricomoníase e a vaginose.
Entenda cada uma:
Candidíase
“É causada pelo fungo do gênero “cândida”, microrganismo que pode ser transmitido durante o ato sexual, embora não seja considerada uma DST (doença sexualmente transmissível) ”, explica Mantelli. A doença causa coceira e dores vaginal, para urinar e no ato sexual, além de corrimento branco com odor cítrico. O problema tem cura, e o tratamento deve ser feito com medicação antifúngica via oral e creme vaginal, por uma semana”, ressalta.
Tricomoníase
Doença causada pelo parasita Trichomonas vaginalis e a transmissão é por via sexual. O mal causa inflamação da vagina acompanhada de corrimento amarelo-esverdeado com odor desagradável. A doença causa dores ao urinar e durante o ato sexual. Se não for tratada, a doença pode suscitar em infertilidade e câncer do colo do útero. O tratamento é feito com medicamento via oral.
Vaginose bacteriana
Causada principalmente pela bactéria chamada Gardnerella Vaginalis, seu principal sinal é um corrimento amarelo ou branco-acinzentado, com um odor forte, e que piora durante as relações sexuais e na menstruação. Também pode provocar ardor e um pouco de coceira. O tratamento também é realizado com medicamento via oral e creme vaginal.
Infecção Urinária
A infecção urinária pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário como rins, bexiga, uretra e ureteres. Esse tipo de infecção é comum em mulheres devido ao tamanho da uretra feminina. Os principais sintomas são: ardência ao urinar, excesso de vontade de urinar, e urina escura e com forte odor, além de dores pélvica e retal. Em casos mais graves há sangramento na urina.
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Para evitar problemas, o ginecologista sugere algumas dicas simples que podem minimizar os riscos de desenvolver tais doenças:
- Evite usar calças apertadas, prefira utilizar vestidos e saias, além de calcinhas de algodão;
- Sempre apare os pelos pubianos. Isso facilita a higienização;
- Faça sempre uma higiene íntima após o ato sexual, urinar e evacuar. Troque o absorvente durante a menstruação. O sabonete utilizado deve ser o neutro ou o íntimo e com indicação do ginecologista;
- Não utilize sabonete comum na higiene íntima e, após a lavagem externa, utilize toalha higiênica. O uso regular e descuidado do papel higiênico pode causar irritação local;
- Lave as roupas íntimas com água e sabão e seque-as ao sol. Não seque peças íntimas em ambientes fechados e úmidos como banheiros;
- Não compartilhe sabonetes, peças íntimas e toalhas.
A menstruação é um processo inerente a todas as mulheres - a não ser em casos raros e específicos, por problemas de saúde.
O período menstrual acontece quando a mulher não engravida após a ovulação.
O tecido mucoso do revestimento interior do útero, que estava preparado para receber o óvulo fertilizado, despreende-se da parede e desce pela vagina, ocasionando a chamada menstruação.
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Uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), em parceria com a Bayer, aponta que 85% das mulheres menstrua todos os meses e que cerca de 45% delas afirmam gostar desse processo, pois desta forma "sentem-se saudáveis".
Há ainda mulheres que optam por não menstruar, fazendo uso contínuo da pílula anticoncepcional, chamado de "ciclo estendido". Segundo César Fernandes, presidente da Febrasgo ouvido pelo EXTRA, mulheres que tomam a pílula tem o dobro de chances de desenvolver trombose, mas este número não muda com o ciclo estendido.
Como o corpo feminino está programado para suportar muitas gestações, menstruar todos os meses durante anos pode surtir efeitos na saúde da mulher, explica José Bento, ginecologista e obstetra dos hospitais Albert Einstein e São Luiz. Dentre os riscos de menstruar todo mês estão o câncer de mama, por expor a mulher a altos níveis de estrogênio, anemia, pelo excesso de perda de sangue, endometriose, pólipo uterino e câncer no endométrio.
Há quem diga que a melhor parte de comer o bolo é poder raspar a vasilha da massa no final.
Poucas são as pessoas que não amam lamber a colher com os últimos restinhos de bolo que sobram. Se você tem este hábito, temos uma má notícia: segundo um recente estudo publicado na revista científica The New England Journal of Medicine, comer a massa de bolos e tortas quando está ainda crua pode causar intoxicação alimentar.
O problema está no consumo de ovo e farinha sem cozimento, segundo a pesquisa. O ovo apresenta sempre o risco de Salmonella, já a farinha pode ter uma série de bactérias nocivas para o organismo humano na sua composição.
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Entre as bactérias que podem habitar a farinha está a E.coli. Para os cientistas responsáveis pelo estudo, não basta apenas resistir à massa crua dos bolos, tortas e bolachas. É preciso ter ainda o cuidado de lavar devidamente as mãos com água quente e sabão antes e depois de preparar os doces (e qualquer outro tipo de comida).
Confeccionar os alimentos a temperaturas elevadas também ajuda a 'matar' as presenças indesejadas.
As consequências de noites mal dormidas são ruins para qualquer pessoa.
Mas, para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) os prejuízos do sono inadequado podem ser devastadores.
Enquanto só entre 10 e 20 crianças a cada 100 lutam contra distúrbios do sono, em pequenos com TEA a incidência pode variar entre 40% e 80%, como mostrou estudo publicado em 2010 no periódico Sleep Medicine.
“Entre as situações mais comuns encontramos dificuldade para pegar no sono e a fragmentação do sono, isto é, as crianças acordam várias vezes durante a noite. Essa é uma queixa constante no nosso dia a dia”, conta a Dra. Karina Weinmann, neuropediatra e cofundadora da NeuroKinder.
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Os distúrbios do sono em crianças com TEA podem piorar muitos os sintomas do transtorno. “Há um agravamento dos movimentos repetitivos, baixa interação social, alterações do humor. Até problemas gastrointestinais já foram relatados”, diz a neuropediatra. Não por acaso, os pais também acabam sendo afetados, com quadros de estresse e ansiedade.
Sono e melatonina: tudo a ver!
Uma revisão de estudos publicada na revista médica Developmental Medicine & Children Neurology aponta que há uma relação entre as noites mal dormidas desses pacientes e níveis anormais de melatonina, hormônio produzido no cérebro e que ajuda a nos prepararmos para dormir.
“Com o cair da noite, os níveis de melatonina começam a subir e, à medida que a luz do dia surge, ela retorna a um nível menor, chamado de basal. Em crianças com TEA, parece haver menor produção do hormônio, o que atrapalharia justamente essa tendência natural de dormirmos à noite e nos mantermos acordados durante o dia. Por isso, a melatonina tem um papel-chave na regulação do nosso relógio interno; é nosso sistema interno que diz ao corpo quando dormir e quando acordar”, explica Dra. Karina.
Melatonina antes de ir para a cama?
A melatonina é uma das substâncias mais usadas para tratar distúrbios do sono em crianças e adolescentes. Entretanto, pais cujos filhos penam na hora de ir dormir sempre foram obrigados a importar as cápsulas, pois, no Brasil, ela não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O fato é que mais e mais estudos reforçam as evidências de que a melatonina pode ser uma grande ferramenta terapêutica para crianças com TEA”, comenta a neuropediatra.
Outra revisão, publicada no ano passado no Journal of Pediatric Care por duas pesquisadoras espanholas, apontou que cerca de 7% das crianças autismo e que sofrem com problemas de sono fazem uso da substância e que ela não só ajuda a minimizar o problema, como também a reduzir os distúrbios de comportamento, quando administrada em pequenas doses, entre 30 e 60 minutos antes de dormir. A dosagem, claro, depende da idade e do peso da criança. Os estudos não apontaram nenhum efeito colateral.
É importante ressaltar que para comprar a melatonina no Brasil é preciso ter a receita médica, pois para crianças a dosagem é diferenciada. Os pais não devem ministrar o medicamento por conta própria, ou seja, o ideal é conversar com o médico que acompanha a criança.