O setor de serviços do Paraná cresceu 4,1% entre janeiro e outubro de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta paranaense é superior à média nacional do período, que foi de 3,1%.
Com o aumento na atividade, as empresas de serviços também registraram crescimento de receita nominal. Ao longo dos dez primeiros meses de 2024, o setor de serviços do Paraná teve um aumento de 9,1% na receita, enquanto a média nacional foi de 7,8%.
Na comparação entre outubro e setembro, o volume de serviços do Paraná teve crescimento de 2,1%, praticamente o dobro do registrado pelo Brasil na mesma comparação, de 1,1%. O mesmo vale para o aumento no faturamento. Enquanto as empresas do Paraná tiveram alta de 1,4%, o crescimento médio nacional foi de 0,8%.
ATIVIDADES – A pesquisa aponta que o Paraná registra alta em todos os cinco diferentes segmentos de serviços, o que demonstra o dinamismo da economia paranaense. O maior crescimento foi registrado pelo segmento de serviços de informação e comunicação, com alta de 6,6% ao longo do ano.
Com alta de 5,9%, está o segmento classificado pelo IBGE como outros serviços, que engloba atividades imobiliárias, manutenções, atividades de apoio à agricultura, serviços financeiros, gestão de resíduos, entre outros.
Na sequência estão os serviços profissionais, administrativos e complementares, com alta de 5,6%, os serviços prestados às famílias, com crescimento de 4,7%, e as atividades de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com aumento de 2,2%.
Todas as diferentes atividades também registraram forte alta de faturamento entre janeiro e outubro. Serviços profissionais, administrativos e complementares faturaram 10,9% a mais neste ano em relação aos dez primeiros meses de 2023. Na sequência estão serviços prestados às famílias (10,7%), outros serviços (10,7%), serviços de informação e comunicação (10%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (7,3%).
PESQUISA – A Pesquisa Mensal de Serviços produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor, investigando a receita bruta de serviços das empresas, com 20 pessoas ou mais ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação.
Os resultados completos sobre o Paraná, Brasil e outros estados podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE.
Por - AEN
O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta terça-feira (10) o
, que atualiza os Índices de Participação dos Municípios (IPM) paranaenses, calculados pela Assessoria de Assuntos Econômico-Tributários (AAET) da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), para 2025. Com isso, ficam estabelecidos os índices nos cálculos para os repasses estaduais feitos a cada uma das 399 cidades do Estado.Como o próprio nome sugere, o IPM é usado para definir a participação de cada município na composição da economia paranaense. Ele serve para criar uma distribuição mais justa dos recursos, levando em consideração as características sociais e econômicas dos municípios.
De acordo com a legislação, 25% do total arrecadado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelo Estado é repassado às cidades. Assim, o índice funciona como o tamanho da fatia reservada a cada localidade. Esses valores são direcionados para serviços públicos essenciais, tais como saúde, educação, segurança pública, transporte e infraestrutura, beneficiando diretamente a população.
Além disso, é a partir do IPM que a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) calcula o quanto será encaminhado também nas transferências do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), dos royalties do petróleo e do fundo de exportação. Em 2024, até o dia 10 de dezembro, o Paraná repassou R$ 12.852.106.472,23 aos municípios — valor 3,55% maior do que o transferido ao longo de todo o ano de 2023.
Para isso, a definição dos índices leva em consideração uma série de critérios definidos tanto na Lei Federal Complementar 63/90 como na Lei Estadual 249/22. Entre os pontos analisados estão a área territorial do município, o número de habitantes da zona rural, o valor bruto da produção agropecuária, os indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem, entre outros.
Por - AEN
O governador Carlos Massa Ratinho Junior liberou nesta terça-feira (10) um pacote de R$ 502 milhões em investimentos para fortalecer a estratégia de regionalização dos serviços de saúde no Paraná. O aporte, que será realizado em diferentes frentes, vai beneficiar os 399 municípios paranaenses, dando mais capilaridade aos atendimentos por todo o Estado.
Os investimentos englobam a compra de equipamentos e veículos, repasses de custeio aos municípios, recursos para qualificação da atenção primária à saúde, assistência farmacêutica, novos prontos atendimentos e a antecipação de pagamentos de produção hospitalar referentes a novembro.
“Este é um investimento gigantesco, um dos maiores da história do Paraná, que tem como principal objetivo auxiliar os municípios do Estado. É uma estratégia que adotamos desde o início desta gestão, de regionalizar cada vez mais o atendimento, aproximando a estrutura de saúde dos cidadãos”, disse o governador.
De acordo com Ratinho Junior, os investimentos na regionalização da saúde dão mais qualidade de vida às pessoas e ajudam na eficiência dos tratamentos. “A capilarização do atendimento, com mais unidades de saúde, hospitais regionais e ambulatórios, evita que os pacientes tenham que se deslocar centenas de quilômetros para fazer uma consulta ou um exame. Estamos encurtando estas distâncias”, afirmou.
PACOTE – Os aportes contemplam diferentes tipos de investimentos. Do total, R$ 150 milhões são destinados aos atendimentos de média complexidade ambulatorial, divididos por todos os 399 municípios do Estado. Os recursos ajudam a ampliar o acesso da população aos serviços especializados de saúde.
“Este é um pacote que contempla todos os municípios do Paraná. Quando falamos em capilaridade do atendimento, estamos falando de 399 cidades diferentes, cada uma com uma realidade. Estes recursos chegam aos municípios em um momento importante, que reforça nossa atenção e nossa parceria com todas as cidades”, afirmou o secretário de Saúde, Beto Preto.
Outros R$ 139 milhões são destinados a obras e compra de equipamentos, veículos, vans e ambulâncias, sendo que R$ 75 milhões são fruto de emendas parlamentares da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e outros R$ 64 milhões são de recursos da Secretaria de Estado de Saúde.
O pacote também inclui R$ 112 milhões antecipados para o pagamento da produção hospitalar referente ao mês de novembro, que geralmente é pago somente no ano seguinte. A transferência dá folego às unidades hospitalares e amplia os serviços à população.
Os investimentos também contemplam R$ 52 milhões em repasses para o Programa de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (APS), R$ 15 milhões para o fortalecimento da Rede de Atenção Primária em Saúde Mental aos 399 municípios do Estado e R$ 21 milhões para assistência farmacêutica, ampliando o acesso a medicamentos essenciais.
Ainda outros R$ 13 milhões serão usados para a construção de três novos Pronto Atendimentos Médicos (PAM) nos municípios de Bocaiúva do Sul, Diamante do Norte e Uraí.
O presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP) e prefeito de Santa Cecília do Pavão, Edmar Santos, destacou a importância dos investimentos e a parceria entre o Governo e os municípios. “São recursos importantes em obras e serviços de saúde fundamentais para o Estado. Uma parte dos recursos também é para custeio da saúde nos municípios, que têm resultados imediatos nos atendimentos à população”, afirmou.
REGIONALIZAÇÃO – O pacote de R$ 502 milhões se soma a uma série de investimentos que estão sendo realizados pelo Governo do Estado na capilarização da estrutura de saúde do Paraná.
Atualmente, 14 Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) recebem mais de R$ 244 milhões em investimentos em todas as regiões do Estado. As unidades ampliarão a oferta de exames e consultas de especialidades por todo o Paraná.
O Estado também investiu na ampliação ou construção de diversos hospitais regionais que encurtam a distância entre pacientes que precisavam viajar para receber atendimentos de saúde ou realizar consultas. Entre as cidades contempladas estão Ivaiporã, Telêmaco Borba, Guarapuava, São José dos Pinhais, Ubiratã, Santo Antônio do Sudoeste, Cornélio Procópio, Cafelândia, Toledo, São Mateus do Sul e Cianorte.
PRESENÇAS – Estiveram presentes na liberação dos recursos o vice-governador Darci Piana, os secretários estaduais da Casa Civil, João Carlos Ortega; da Casa Militar, Marcos Antonio Tordoro; do Planejamento, Guto Silva; do Turismo, Márcio Nunes; da Segurança Pública, Hudson Teixeira; da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; da Justiça e Cidadania, Santin Roveda; do Trabalho, Qualificação e Renda, Mauro Moraes; o diretor-presidente do Tecpar, Celso Kloss; o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado; o diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley; os deputados estaduais Ademar Traiano, Alexandre Curi, Alexandre Amaro, Adão Litro, Alisson Wandscheer, Artagão Júnior, Batatinha, Cantora Mara Lima, Cloara Pinheiro, Cobra Repórter, Delegado Jacovós, Denian Couto, Do Carmo, Douglas Fabrício, Evandro Araújo, Fábio Oliveira, Gugu Bueno, o líder do Governo, Hussein Bakri, Luis Corti, Luiz Claudio Romanelli, Mabel Canto, Marcelo Rangel, Márcia Huçulak, Maria Victoria, Marcio Pacheco, Marli Paulino, Matheus Vermelho, Moacyr Fadel, Nelson Justus, Ney Leprevost, Pedro Paulo Bazana, Ricardo Arruda, Soldado Adriano José, Tercílio Turini e Tito Barrichello; e demais autoridades.
Por - AEN
A Academia Policial Militar do Guatupê (APMG), em São José dos Pinhais, foi palco da cerimônia de formatura da Turma Aspirantes 2024, batizada como Turma Coronel PM Carlos Octávio Valente Aymoré, na noite da última sexta-feira (06). Ao todo, 102 policiais militares concluíram o Curso de Formação de Oficiais (CFO), encerrando três anos de preparação.
O evento teve início com a entrada dos formandos que, pela última vez como cadetes, entoaram a canção da APMG. Um dos momentos mais simbólicos foi a devolução do Espadim Tiradentes, que representa o compromisso assumido no início da jornada, em fevereiro de 2022.
Com carga horária de 3.780 horas-aula, o CFO preparou os aspirantes nas áreas técnica e operacional, e também os moldou como líderes. A espada, entregue durante a solenidade, simboliza essa responsabilidade, reforçando que a liderança no contexto militar é sinônimo de decisão, comando e proteção da sociedade.
Além disso, a cerimônia destacou o cadete que alcançou a primeira colocação geral, conduzindo o grupo durante os atos protocolares, em reconhecimento à sua dedicação e desempenho.
Durante a formatura dos Aspirantes 2024, ocorreu o momento de entrega da espada. A espada, além de um elemento tradicional das forças militares, carrega um simbolismo, é a representação da autoridade, do poder e da responsabilidade que cada novo oficial assume ao ingressar na carreira. A entrega desse símbolo marca o reconhecimento da prontidão dos formandos para assumir seus papéis como oficiais da Polícia Militar do Paraná (PMPR).
Segundo a PMPR, receber a espada é um compromisso com a missão de comandar, guiar e, sobretudo, garantir a proteção da sociedade em situações desafiadoras e decisivas.
O comandante-geral da PMPR, coronel Jefferson Silva, parabenizou os novos aspirantes e ressaltou a sua importância dentro da PMPR. "Celebramos não apenas a conclusão de um curso, mas o início de uma jornada de compromisso com a segurança pública e a sociedade paranaense. A formatura da Turma Aspirantes 2024 é um marco importante, fruto de três anos de esforço, aprendizado e superação, a espada que cada um de vocês recebeu não é apenas um símbolo, é a representação do peso das decisões que precisarão tomar ao longo da carreira", disse.
"Liderar é uma responsabilidade imensa, e cada um de vocês está sendo preparado para isso. Que a dedicação e o espírito de serviço que os trouxeram até aqui sejam o alicerce de suas futuras conquistas. A Polícia Militar do Paraná confia em vocês para honrar essa farda e proteger a nossa sociedade com coragem e justiça", complementou.
A solenidade se encerrou com a tradicional saudação aos aspirantes, que agora seguem para suas funções nas unidades da PMPR em todo o Estado, prontos para contribuir com a segurança pública do Paraná.
Por - AEN
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) divulgou nesta terça-feira (10) as condições atuais de interdição e de bloqueio parcial de tráfego de rodovias estaduais, devido às fortes chuvas dos últimos dias. Todos os trechos atingidos contam com sinalização provisória do DER/PR para orientar os usuários, que devem seguir com cautela redobrada durante este período.
Alguns bloqueios têm relação direta com o aumento do nível dos rios e devem voltar a receber tráfego normal quando as águas baixarem. As cheias dos rios na região Noroeste levaram a interdições em pontes. Na Região Metropolitana de Curitiba uma rodovia está em meia pista devido a uma erosão.
Além disso, o DER/PR orienta condutores de veículos pesados a não utilizarem a PR-364 como rota alternativa durante a interdição total no km 309 da BR-277, em Guarapuava, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A rodovia federal está com tráfego totalmente bloqueado após queda de barreira desde a manhã de domingo (08).
O fim de semana foi de muita chuva em todo o Paraná. Em alguns pontos do Estado, como nas regiões Centro-Oeste e o Noroeste, a precipitação acumulada foi 84% superior à média histórica para dezembro. Nesta segunda-feira (9) o Estado teve mais um dia chuvoso na maioria das regiões, com acumulados que ultrapassaram 300 milímetros em algumas regiões, principalmente no Noroeste.
BLOQUEIOS TOTAIS:
PR-317 entre Engenheiro Beltrão e Floresta – Interdição da ponte sobre o Rio Ivaí após uma balsa solta no rio colidir contra a estrutura, que tem sentido de tráfego de Campo Mourão para Maringá. O tráfego está sendo desviado pela ponte próxima, que normalmente tem sentido Maringá para Campo Mourão.
PR-554 entre São Jorge do Ivaí e Ourizona – Interdição da ponte sobre o Rio Andirá, após elevação do nível das águas.
PR-559 em Mirador – Interdição da ponte sobre o Rio Paranavaí, após elevação do nível das águas.
BLOQUEIOS PARCIAIS:
PR-092 em Rio Branco do Sul – Uma pista bloqueada no km 37+350 após surgimento de erosão no aterro próximo à pista.
Confira a localização dos bloqueios mencionados neste mapa.
Por - AEN
Organizações que atuam em defesa dos direitos de pessoas com Atrofia Muscular Espinhal (AME) cobram do Ministério da Saúde a publicação da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de AME, para que crianças com a doença possam ter acesso a medicamento que custa mais de R$ 5 milhões e ajuda a estabilizar a progressão da AME logo nos primeiros meses de vida.
O medicamento é o Zolgensma® (onasemnogeno abeparvoveque), incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2022. Para que os pacientes de fato tenham acesso a ele, no entanto, é preciso que o PCDT seja atualizado, o que, dois anos após a incorporação, ainda não ocorreu. “Sem isso, a incorporação não se efetiva realmente, pois não acontece a dispensação do medicamento aos pacientes”, destacam as organizações, que juntas formam o Universo Coletivo AME.
As organizações apresentaram um manifesto nesta segunda-feira (9) ao Departamento de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde no qual cobram “uma resposta assertiva quanto a demora na publicação do PCDT atualizado e à previsão de, efetivamente, o Zolgensma® estar disponível no SUS para os pacientes”.
“A AME é uma doença que, a partir do momento que você nasce, você está perdendo neurônios motores. Ou seja, você está perdendo as tuas capacidades. Então, cada dia a mais [sem tratamento] é prejudicial”, ressalta.
Adriane viveu isso de perto. O filho, Fernando Loper foi diagnosticado ainda bebê com a doença. Aos sete meses, ele foi internado e viveu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) todos os 9 anos de vida. Ele foi diagnosticado em 1996, muito antes da aprovação do primeiro medicamento para a doença, em 2016.
“Meu filho morou os 9 anos na UTI. Foi assim que começou essa luta por uma tentativa de melhorar as condições de tratamento, porque ninguém sabia o que fazer. O diagnóstico já era a sentença de morte. Mas, isso para mim não era resposta. Eu não aceitei isso, desde o primeiro minuto. Comecei a ir atrás e buscar outras formas. A gente foi tateando, conhecendo profissionais com mais experiência e dando qualidade de vida para o Fernando”, diz.
Após a morte do filho, a luta por melhores condições de tratamento para pacientes com AME seguiu com a criação do Instituto. Hoje, com a possibilidade de mais um medicamento chegar a mais pessoas, Adriane diz ter pressa: “Várias crianças estão aí sem receber medicação, simples assim, porque o governo não faz o papel dele. Nós enquanto sociedade civil já fizemos o nosso papel de fazer todos os trâmites para incorporação”.
A pressa é a mesma da presidente do Grupo Viva Iris, Aline Giuliani. “É uma doença que mata neurônios e neurônio a gente não recupera. Então, quando existe uma consequência da doença, a gente não consegue recuperar isso. A gente consegue parar a progressão, a gente consegue diminuir o que vem depois, mas a gente não volta no tempo”, diz.
Aline também teve a vida atravessada pelo diagnóstico da filha, Iris Giuliani, que hoje tem 20 anos. Ela começou o tratamento apenas com 15 anos, quando havia medicamentos disponíveis. “A gente acompanhou tudo desde que ela era muito pequena e a gente sempre teve muita esperança de que, quando esses medicamentos chegassem, as pessoas realmente fossem ser cuidadas, mas não é o que acontece, né? Desde que o primeiro medicamento foi aprovado, ainda lá nos Estados Unidos, de lá para cá, a gente vive uma luta constante, diária, para que as pessoas recebam um tratamento tão necessário. E, hoje, embora a gente tenha três opções terapêuticas, a gente tem muitos problemas, muitos pacientes que não conseguem ter acesso a tratamento”, diz.
A presidente do Grupo Viva Iris ressalta que além de prejudicar o tratamento das crianças, o atraso também onera os cofres públicos. Na falta de um protocolo, as pessoas acabam recorrendo à Justiça para conseguir o medicamento. E assim, as compras individuais saem muito mais caras que uma compra maior, que seria feita caso o medicamento já fosse distribuído.
Segundo o manifesto, estudo publicado em 2024 mostra que o gasto médio do Ministério da Saúde para a compra de Zolgensma® para 109 pacientes foi de R$ 8,67 milhões por dose. Por outro lado, o preço negociado na incorporação para disponibilização via PCDT foi de R$ 5,72 milhões por frasco. Esse preço, no entanto, só passa a ser praticado após a publicação do PCDT.
Ministério da Saúde
Em nota, o Ministério da Saúde diz que, no último dia 2, foi realizada uma reunião entre técnicos do ministério e representantes da farmacêutica Novartis, fornecedora exclusiva do medicamento, para tratar do Acordo de Compartilhamento de Risco (ACR).
Segundo o ministério, a pasta aguarda um posicionamento da Novartis. “O Ministério da Saúde está atuando de forma ativa para cumprir com o fornecimento administrativo da terapia incorporada ao SUS, mas depende, nesse momento, do posicionamento da Novartis. É importante destacar que o ministério enviou uma minuta de acordo a Novartis e aguarda a formalização do ACR para dar acesso ao medicamento. A pasta tem realizado uma série de tratativas com a empresa”.
De acordo com a pasta, o processo “é complexo porque o Ministério da Saúde precisa monitorar a melhora do paciente com a terapia gênica e os resultados ao longo dos anos. Vale ressaltar que esse será o primeiro acordo comercial envolvendo pagamento da terapia após monitoramento individual do paciente no SUS”.
O ministério diz ainda que nenhum paciente com indicação médica e decisão judicial favorável ficou desassistido, pois "adotou todas as medidas necessárias para garantir o acesso do paciente e evitar atraso no fornecimento do medicamento Zolgensma”.
AME
A AME é uma doença rara, degenerativa, transmitida de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover.
Varia do tipo 0 (antes do nascimento) ao 4 (segunda ou terceira década de vida), dependendo do grau de comprometimento dos músculos e da idade em que surgem os primeiros sintomas.
Os principais sinais da doença incluem perda do controle e de forças musculares e incapacidade e/ou dificuldade de movimentos e locomoção; de engolir; de manter a cabeça ereta e de respirar.
Atualmente, três medicamentos estão incorporados no SUS. O Zolgensma é um medicamento dose única via intravenosa. Ele é indicado para o tratamento de crianças com AME do tipo 1, com até seis meses de idade, que estejam fora de ventilação invasiva acima de 16 horas por dia.
O Zolgensma é diferente dos demais já incorporados ao SUS para os tipos 1 e 2 de AME, que são administrados com periodicidade. O nusinersena é uma injeção com aplicação feita em ambiente hospitalar. No início do tratamento, é aplicada a cada 14 dias e, na manutenção, uma vez a cada quatro meses. Já o risdiplam é administrado por solução oral diária.
A AME ainda não tem cura. As terapias existentes tendem a estabilizar a progressão da doença, por isso a importância da administração precoce do medicamento.
Por - Agência Brasil