Pesquisadores do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) participam de um estudo internacional para avaliar a eficácia e segurança de um medicamento que combate a Covid-19 em pessoas com sintomas leves e moderados e também aqueles que integram o grupo de risco. O estudo é feito por meio do Núcleo de Pesquisas Clínicas.
Vinculado à Universidade Estadual de Maringá (UEM) o Hospital é a única unidade hospitalar do Paraná a participar desse estudo.
A coordenadora de estudos do Núcleo de Pesquisas Clínicas, Sandra Bin Silva, explica que, mesmo com a vacina, a Covid-19 ainda vai continuar existindo e por isso é necessário estudar medicamentos para tratar a doença ou evitar possíveis complicações.
O medicamento contém um anticorpo especificamente direcionado para o SARS-CoV-2, vírus que causa a Covid, melhorando a capacidade do sistema imunológico de combater a doença. A princípio, o remédio é chamado de VIR-7831, e como está em fase experimental não é comercializado para o tratamento da doença.
A pesquisadora também destaca o protagonismo nacional do Hospital Universitário no desenvolvimento de pesquisas clínicas. “Faz 10 anos que o Núcleo de Pesquisas Clínicas desenvolve estudos que fortalecem o Sistema Único de Saúde (SUS) no atendimento da população brasileira. A UEM e o HU estão na vanguarda da pesquisa há bastante tempo e isso é fundamental para buscar soluções no momento que vivemos”, afirma.
O núcleo é referência em estudos clínicos e acadêmicos em áreas como endocrinologia, nefrologia e urgência e emergência. Desde o início da pandemia, os pesquisadores do hospital estudam alternativas de tratamento para a Covid-19. No total são sete estudos em andamento.
VOLUNTÁRIOS – A participação dos voluntários é estimada em aproximadamente 24 semanas. Para ser elegível é preciso ter 18 anos ou mais e apresentar algum dos fatores de risco, como diabetes, obesidade, insuficiência cardíaca, doença pulmonar crônica, entre outros. Serão selecionados de oito a dez pacientes para testar a eficácia do medicamento.
Outro grupo será formado por pessoas com 55 anos ou mais, independente de outros fatores de risco, com resultado positivo para o novo coronavírus e um ou mais sintomas de Covid-19. Interessados em participar do estudo podem entrar em contato com o Núcleo de Pesquisa Clínica do HUM pelo telefone (44) 3011-9210, das 8h às 12h. (Com AEN)
Os contribuintes que optaram por parcelar o pagamento do IPVA 2021 devem ficar atentos aos prazos de vencimento da segunda parcela, que começam nesta quinta-feira (confira tabela abaixo).
Para emitir a guia de pagamento, acesse o site www.fazenda.pr.gov.br e selecionar a opção “IPVA”. É preciso ter em mãos o número do Renavam, que consta no Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV).
Apenas com o número do Renavam também é possível pagar o imposto diretamente nos caixas ou canais de atendimento de sete bancos credenciados: Banco do Brasil, Itaú, Santander, Bradesco, Sicredi, Banco Rendimento e Bancoop (no Banco do Brasil, para não correntistas, é necessário levar a guia impressa para pagamento).
A quitação do IPVA é requisito obrigatório para emissão do certificado de licenciamento de veículo pelo Detran/PR.
Em todo o Paraná, em torno de 4,5 milhões de veículos devem pagar imposto este ano. Destes, aproximadamente 1,2 milhão de proprietários optaram pelo pagamento à vista.
PARCELA EM ATRASO - Quem não pagou a primeira parcela, deve pagá-la com os acréscimos financeiros devidos antes de pagar a segunda de acordo com o calendário – já que, se essa não for paga no prazo, também sofrerá
acréscimos.
Para pagar a parcela em atraso, o procedimento é o mesmo: basta acessar o portal da Sefa (www.fazenda.pr.gov.br) e solicitar a emissão de guia de pagamento, ou ainda pagar diretamente nos bancos credenciados.
Também está disponível no portal a opção para quitação total em parcela única, sem desconto.
SEGUNDA PARCELA DO IPVA
FINAL DE PLACA/VENCIMENTO
1 e 2 18/02
3 e 4 19/02
5 e 6 22/02
7 e 8 23/02
9 e 0 24/02. (Com AEN)
Um estudo inédito investiga as características genéticas do novo coronavírus (SARS-CoV-2), relacionadas às diferentes manifestações clínicas em pacientes infectados, assim como os fatores de resistência e suscetibilidade à Covid-19. A pesquisa está vinculada ao Projeto Genoma Covid-19, conduzido pela Rede de Estudos Genômicos do Paraná, no âmbito do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Genômica (Napi Genômica). O projeto reúne mais de 200 pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa públicas e privadas.
Sob a supervisão do coordenador do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), médico e professor David Livingstone Alves Figueiredo, a pesquisa tem como objetivo contribuir para a compreensão dos mecanismos genéticos que regulam essa infecção viral, auxiliando nas decisões médicas e nas condutas terapêuticas mais apropriadas para os pacientes.
“Essa abordagem pode possibilitar, futuramente, uma análise mais acurada do impacto epidemiológico das cepas circulantes no território paranaense, assim como o impacto clínico, de acordo com aspectos genéticos de cada paciente”, afirma o professor, destacando a importância do sequenciamento genético em massa dos vírus circulantes para a vigilância epidemiológica e subsídios científicos.
Até meados de outubro do ano passado o Paraná havia sequenciado o genoma do novo coronavírus em 10 amostras de pacientes acometidos com a Covid-19. Com o desenvolvimento da pesquisa foi possível ampliar a investigação, aumentando esse número para 78 amostras, inicialmente sequenciadas.
O estudo revelou que 11% dessa amostragem pertencem à linhagem identificada como P.2 (B.1.1.28.2), detectada oficialmente no mês passado, no Rio de Janeiro. Com ampla circulação no Brasil, as alterações genéticas dessa cepa podem potencializar a velocidade de transmissão do vírus. As amostras analisadas nessa primeira fase são oriundas de Curitiba e Londrina. Nas próximas etapas a pesquisa deve contemplar amostras de pacientes de Cascavel, Foz do Iguaçu, Maringá e Ponta Grossa, com possibilidade de alcançar até 300 pessoas.
“Uma das mutações identificadas, a E484K, característica na linhagem P.2, pertence a uma amostra coletada em outubro de 2020, enquanto as demais são de pessoas acometidas pela doença em janeiro de 2021. Esse dado aponta que a circulação dessa linhagem do novo coronavírus já estava ocorrendo no Paraná, antes mesmo da primeira notificação no País”, pontua o pesquisador Wilson Araújo Silva Júnior, geneticista e diretor científico do Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec), em Guarapuava, onde o estudo está sendo desenvolvido.
“Essa pesquisa é fundamental para demonstrar se realmente as linhagens identificadas no Paraná podem estar associadas ao pior prognóstico e evolução da doença, bem como ao agravamento da pandemia registrado nos últimos meses”, afirma a professora Andréa Name Colado Simão, pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Imunologia Aplicada da UEL, que também atua como bioquímica do Laboratório de Diagnóstico Molecular do Hospital Universitário de Londrina.
As mutações podem trazer importante repercussão na evolução da doença, seja na gravidade ou na sua perpetuação. “Alterações genéticas podem ser responsáveis pelo prolongamento de pandemias e pela adaptação do vírus ao hospedeiro humano, dificultando ainda mais as ações de prevenção, até mesmo de vacinas”, alerta Felipe Tuon, professor e pesquisador do Laboratório de Infecções Emergentes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Segundo o virologista e professor da Unicentro, Emerson Carraro, na medida em que a população começa a ser vacinada, novas variantes podem surgir com perfil de replicação que escape desta imunidade induzida. “Um exemplo prático é o que ocorre com o vírus influenza, que necessita de atualização anual da vacina para acompanhar o surgimento de novas variantes virais”, conclui.
A pesquisa paranaense também revelou a presença da cepa inglesa, a VOC Variante SARS-CoV-2 emergente 202012/01, também chamada de B.1.1.7, em uma amostra de paciente com manifestação clínica grave. Essa variante, detectada tanto no Reino Unido quanto na África do Sul e no Brasil, tem sido caracterizada por uma disseminação mais rápida que as outras, cerca de 70% mais transmissível.
PESQUISA – O Projeto Genoma Covid-19 envolve mais de 200 pesquisadores, de 17 instituições de ensino superior, que estudam o comportamento do novo coronavírus em pacientes com quadros clínicos graves, mantidos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com ventilação pulmonar; em pacientes com quadros clínicos moderados, internados na enfermaria; em pacientes curados sem a necessidade de transferência para a UTI; e em pacientes com quadros clínicos leves ou assintomáticos.
Para realizar a pesquisa, iniciada em julho de 2020, foram coletadas amostras de sangue e de tecidos de pacientes com a Covid-19, obtidas de várias instituições de saúde, inclusive do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e do Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), ambos localizados em Curitiba. Em Londrina, no Norte do Estado, a coleta ocorreu no Hospital Universitário da UEL, a partir da seleção de 14 pacientes com quadro clínico leve da doença, 32 casos moderados e mais 84 amostras de pessoas com quadro grave.
O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, afirma que os resultados desses estudos colocam o Estado na vanguarda do conhecimento científico sobre o novo coronavírus e, em curto prazo, devem orientar protocolos de tratamento e prevenção da doença.
“Por isso, conforme orientação do governador Ratinho Júnior, estamos liberando mais recursos financeiros para financiar a ampliação das pesquisas e a maior cobertura das análises, fundamentalmente com o intuito de melhor compreender as variações do vírus e as diferentes respostas do sistema imunológico dos pacientes”, salienta o superintendente, que atua como articulador da Rede de Estudos Genômicos, em nível estadual.
“Estamos financiando uma robusta e capacitada estrutura de recursos materiais e humanos, grandes ativos tecnológicos do Paraná, para que possamos melhorar o conhecimento da realidade da pandemia e, em consequência, propiciar a atuação mais adequada das estruturas de saúde do Estado em benefício de todos os paranaenses”, destaca o presidente da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, Ramiro Warhaftig.
FINANCIAMENTO – O Projeto Genoma Covid-19 dispõe de recursos financeiros da ordem de R$ 800 mil, sendo metade desse montante viabilizada pelo Fundo Paraná, operacionalizado pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O restante do aporte financeiro, R$ 400 mil, tem como fonte o município de Guarapuava, por meio da Secretaria Municipal de Saúde.
A pesquisa conta ainda com bolsas de doutorado e pós-doutorado custeadas pela Fundação Araucária (FA) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). (Com AEN)
O ano 2020 foi bastante produtivo para a Universidade Estadual de Maringá (UEM), no quesito inovação tecnológica, que fechou o ano com 15 patentes concedidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), um recorde para a instituição de ensino superior. Ao todo, entre janeiro e dezembro do ano passado, a UEM registrou 17 solicitações ao órgão federal, que é vinculado ao Ministério da Economia.
A Superintendência estadual Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) tem direcionado recursos e articulado iniciativas para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de empresas inovadoras, assim como a transferência de conhecimento da comunidade acadêmica para o setor produtivo empresarial. Lançado em dezembro do ano passado, o Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) é um dos exemplos dessas ações.
“O objetivo é estimular os pesquisadores das universidades estaduais, entre estudantes, professores e agentes universitários, e promover a difusão científica e tecnológica”, afirma o coordenador de Ciência e Tecnologia da Seti, Paulo Renato Parreira. “Esperamos fomentar a cultura empreendedora, a partir de pesquisas de impacto, assegurando patentes e proteção a esses estudos, que futuramente podem ser licenciados para empresas, gerando trabalho, renda e desenvolvimento sustentável”, acrescenta.
MEDICAMENTOS – A patente “Composições Farmacêuticas com Derivados de Quinoxalina para Tratamento da Doença de Chagas e Leishmaniose” é de titularidade conjunta entre a UEM, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a empresa Glaxosmithkline Brasil Ltda (GSK). Tem como um dos inventores Celso Vataru Nakamura, professor aposentado do Departamento de Ciências Básicas da Saúde (DBS) da UEM, que atua como voluntário nos Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PCF) e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PBC).
A invenção é um antiparasitário avaliado in vitro em Trypanosoma cruzi (protozoário causador de Chagas) e Leishmania amazonensis (parasita responsável pela leishmaniose); além de ter sido verificado se a substância seria ou não nociva a células de mamíferos. “Os medicamentos disponíveis para Chagas e Leishmaniose são extremamente tóxicos, então há necessidade de busca de novos compostos que possam ser utilizados nos tratamentos”, afirma o professor Celso.
MEIO AMBIENTE – A patente “Processo de Separação e Reciclagem Química de Embalagens Multicamadas” desenvolve uma tecnologia inovadora de reciclagem química do politereftalato de etileno (o popular PET), proveniente de embalagens multicamadas de alimentos, tais como salgadinhos industrializados, bolachas recheadas e café embalado a vácuo. Essas embalagens são compostas por dois tipos de plástico e alumínio, e há certa dificuldade em fazer a reciclagem na forma convencional, o que gera prejuízos ao meio ambiente.
A professora Silvia Luciana Fávaro, chefe-adjunta do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da UEM e docente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PEM), explica que o processo utiliza hidrólise básica, ou seja, quebra de moléculas a partir da presença de água e hidróxido de sódio. “Com esta reciclagem, as embalagens multicamadas, que levam muitos anos para se decompor, não seriam mais jogadas em lixões e aterros sanitários. Desenvolvemos a tecnologia em escala de laboratório e agora precisamos de investimento para criar esse processo em escala industrial”, destaca.
Outras patentes concedidas no final de 2020 são: “Fármaco Tirosol à Base do Fungo Diaporthe helianthi” e “Resina Dental Livre de Bisfenol-a e de Baixo Conteúdo Lixiviável”. Para consultar e conhecer todos os projetos do Portfólio de Tecnologias da UEM, clique aqui.
INOVAÇÃO – Criado em 2008, o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da UEM tem como finalidade gerir a política institucional de inovação e propriedade intelectual. Vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG), o NIT fomenta a inserção da universidade no processo de inovação nacional, colaborando para o desenvolvimento sustentável, a geração de riqueza e a melhoria da qualidade de vida da população.
A unidade também promove a proteção do conhecimento gerado na UEM e viabiliza a interação da instituição de ensino superior com o setor produtivo, para propiciar a transferência de tecnologias, contribuindo com o desenvolvimento tecnológico e social do País. (Com AEN)
O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta quarta-feira (17) da largada oficial do 27º Rally Transparaná, uma das maiores competições off-road da América Latina. A largada foi no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu. A edição deste ano envolve 110 veículos (número delimitado em razão da pandemia) e participantes de 13 estados e 45 municípios diferentes.
Serão 1.360 quilômetros de Foz do Iguaçu até Curitiba, passando por trechos rurais de 32 cidades. O trajeto terá como cidades-dormitórios Cascavel, Guarapuava e Irati, com chegada no Palácio Iguaçu, em Curitiba, no próximo sábado, dia 20. A prova é organizada pelo Jeep Clube de Curitiba e conta com o apoio do Governo do Estado.
“O Transparaná é o rally mais antigo do País. É uma força muito grande no esporte e no turismo, além de ser um evento que prestigia os nossos municípios e valoriza as nossas belezas naturais. A ideia é fazer ele crescer aos poucos e ganhar corpo a partir de 2022 com a inclusão de motos e bicicletas. É um sucesso e, mesmo com as dificuldades da pandemia, está reanimando o turismo”, disse Ratinho Junior.
O governador destacou que o Transparaná também marca um ponto de retomada do calendário regular de eventos esportivos. “O rally cruza o Estado e vai levando consumo ao setor de serviços. Ele passa pela zona rural, por trilhas, reconecta as pessoas com a natureza. Ano passado praticamente não tivemos nada no esporte e a expectativa é que o Transparaná seja um pontapé nos eventos. Ainda temos todas as limitações da pandemia, mas começamos a ter uma grade voltada ao turismo e o esporte”, acrescentou Ratinho Junior.
Vinícius Gunha (Gallo), diretor-geral da competição e representante do Jeep Clube de Curitiba, disse que a 27º edição começou a ser organizada em setembro do ano passado. Ele também destacou que todos os protocolos de segurança sanitária estabelecidos para combate à pandemia da Covid-19 serão rigidamente cumpridos e fiscalizados. O uso de máscara é obrigatório, além da higienização com álcool em gel e a precaução com o distanciamento social.
“Tivemos que pensar em restaurantes, hotéis, postos de combustíveis e toda a logística necessária para esse deslocamento. São centenas de pessoas em movimento entre as cidades. Atravessaremos o Paraná pelo meio do mato”, disse. “É uma das provas mais tradicionais do Brasil e a ideia é fomentar o esporte e o turismo. Limitamos o número de inscritos neste ano para fazer um evento seguro, mas é uma tentativa de retomada já pensando no ano que vem”.
Os veículos inscritos estão divididos nas categorias Máster, Graduado, Turismo, Light e Adventure. A competição oficial é na modalidade de regularidade, com premiação, mas há cerca de 40 veículos apenas no rol do entretenimento.
RETOMADA - O superintendente de Esporte do Paraná, Helio Wirbiski, destacou que o Transparaná é um marco de retomada das atividades esportivas. “Tivemos que limitar as inscrições porque teríamos mais de 200 veículos participantes. Há pouco transformamos o Verão Maior em Verão Consciente, temos o Rally e daqui a 30 dias teremos o Pedala Paraná junto com as Rotas Caiçaras, no Litoral. Todo mês teremos um grande evento esportivo, com todos os protocolos de saúde mantidos. Torcemos muito pela vacinação e o segundo semestre será bem mais próximo da normalidade”, disse.
CALENDÁRIO - De acordo com o calendário esportivo estadual, de abril a dezembro serão 36 competições (todas pré-agendadas), entre ações próprias, realizadas com parceiros e algumas de nível nacional e mundial. Os Jogos de Aventura e Natureza terão seis etapas, tendo como novidade as programadas para Curitiba e Região Metropolitana, a que acontecerá nos Corredores das Águas (Guarapuava e entorno) e no Norte do Estado. Litoral, Angra Doce e Lindeiros também voltaram ao calendário.
O secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Márcio Nunes, ressaltou que o calendário esportivo é um indutor do turismo. “O que mais vai crescer nos próximos anos é o turismo responsável, de natureza. E isso tem tudo a ver com esporte. Essa união é fantástica. Todos que vêm ao Paraná contam para os amigos e essas correntes atraem cada vez mais turistas. Queremos que os turistas circulem no Estado todo, com roteiros oficiais e alternativos. Temos ótimos produtos e queremos induzir as visitações”, afirmou. “Teremos um grande Rally nesta semana, e com todas as responsabilidades que o momento exige”.
Segundo Eduardo Saçaki (Japonês Voador), diretor de esportes a motor do Estado e multicampeão do motocross, o Rally Transparaná 2021 marca o início de um projeto maior para o ano, que envolve, ainda, competições com motos e jet skis. “Temos muito potencial no Estado e queremos trazer eventos para o Paraná. Devemos ter uma etapa do Latino-Americano de Jet Ski e temos margem para crescer cada vez mais nos esportes com motor. É um filão que atrai pessoas de todos os lugares do mundo”, afirmou.
EXPECTATIVA - Um dos participantes da competição deste ano é o aposentado Eloi de Almeida, de Curitiba. Ele fará o trajeto na categoria Adventure com a esposa Luciana e o filho Gustavo. “Participo há muitos anos e agora, com criança pequena, é uma emoção diferente. Estou desde o 4º Transparaná e ele já é parte da minha família”, disse.
Sérgio Correia também trouxe a esposa, Luciane, e o filho João Arthur. Ele passará ao lado de casa, em Irati. “É nossa primeira vez. Ficamos sabendo e resolvemos participar. Será uma expedição de aventura”, afirmou. “A ideia é conhecer caminhos alternativos do nosso Estado”.
Os paulistas Fernando Moreira e Rosângela Moreira também marcam presença pela primeira vez no Rally. “Ficamos sabendo pelos amigos de trilha. Nos preparamos e viemos, estamos na expectativa para conhecer os lugares. Já participamos de competições off-road há seis anos”, afirmou ela.
AÇÃO SOCIAL - Nesta terça-feira (16), os 110 carros inscritos para a 27ª edição do Rally Transparaná passaram por uma vistoria e receberam seus kits de adesivagem e identificação. No ato de confirmação da inscrição cada equipe fez a doação de uma cesta básica. Foram arrecadadas três toneladas de alimentos - parte foi doada a uma instituição de Foz do Iguaçu e parte será levada para as cidades do trajeto da competição.
Ontem também houve uma visita exclusiva e em comboio às Cataratas do Iguaçu, uma das maravilhas naturais do mundo, com foto oficial do evento na passarela em frente às quedas d’agua.
PROGRAMAÇÃO - A largada aconteceu nesta quarta-feira (17), no Parque Nacional do Iguaçu, e o primeiro dia do rally termina na cidade de Cascavel. O roteiro margeará o Parque Nacional do Iguaçu e fazendas de eucaliptos.
No segundo dia de prova, entre Cascavel a Guarapuava, serão 310 quilômetros passando por Laranjeiras do Sul, Goioxim e Palmeirinha. O terceiro dia, de Guarapuava a Irati, envolve a passagem em uma pista de motocross localizada ao lado do Rio Jordão. Fazem parte do roteiro as localidades de Guará e Imbituva.
O trecho final seguirá rumo a Porto Amazonas e São Luiz do Purunã. O destaque ficará por conta da Fazenda Santa Joana, que oferece uma vasta opção de trilhas extremamente técnicas. O pórtico de chegada do Transparaná será montado no Palácio Iguaçu. Os veículos começarão a chegar na metade da tarde de sábado (20). (Com AEN)
Um estudo inédito investiga as características genéticas do novo coronavírus (SARS-CoV-2), relacionadas às diferentes manifestações clínicas em pacientes infectados, assim como os fatores de resistência e suscetibilidade à Covid-19. A pesquisa está vinculada ao Projeto Genoma Covid-19, conduzido pela Rede de Estudos Genômicos do Paraná, no âmbito do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Genômica (Napi Genômica). O projeto reúne mais de 200 pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa públicas e privadas.
Sob a supervisão do coordenador do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), médico e professor David Livingstone Alves Figueiredo, a pesquisa tem como objetivo contribuir para a compreensão dos mecanismos genéticos que regulam essa infecção viral, auxiliando nas decisões médicas e nas condutas terapêuticas mais apropriadas para os pacientes.
“Essa abordagem pode possibilitar, futuramente, uma análise mais acurada do impacto epidemiológico das cepas circulantes no território paranaense, assim como o impacto clínico, de acordo com aspectos genéticos de cada paciente”, afirma o professor, destacando a importância do sequenciamento genético em massa dos vírus circulantes para a vigilância epidemiológica e subsídios científicos.
Até meados de outubro do ano passado o Paraná havia sequenciado o genoma do novo coronavírus em 10 amostras de pacientes acometidos com a Covid-19. Com o desenvolvimento da pesquisa foi possível ampliar a investigação, aumentando esse número para 78 amostras, inicialmente sequenciadas.
O estudo revelou que 11% dessa amostragem pertencem à linhagem identificada como P.2 (B.1.1.28.2), detectada oficialmente no mês passado, no Rio de Janeiro. Com ampla circulação no Brasil, as alterações genéticas dessa cepa podem potencializar a velocidade de transmissão do vírus. As amostras analisadas nessa primeira fase são oriundas de Curitiba e Londrina. Nas próximas etapas a pesquisa deve contemplar amostras de pacientes de Cascavel, Foz do Iguaçu, Maringá e Ponta Grossa, com possibilidade de alcançar até 300 pessoas.
“Uma das mutações identificadas, a E484K, característica na linhagem P.2, pertence a uma amostra coletada em outubro de 2020, enquanto as demais são de pessoas acometidas pela doença em janeiro de 2021. Esse dado aponta que a circulação dessa linhagem do novo coronavírus já estava ocorrendo no Paraná, antes mesmo da primeira notificação no País”, pontua o pesquisador Wilson Araújo Silva Júnior, geneticista e diretor científico do Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec), em Guarapuava, onde o estudo está sendo desenvolvido.
“Essa pesquisa é fundamental para demonstrar se realmente as linhagens identificadas no Paraná podem estar associadas ao pior prognóstico e evolução da doença, bem como ao agravamento da pandemia registrado nos últimos meses”, afirma a professora Andréa Name Colado Simão, pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Imunologia Aplicada da UEL, que também atua como bioquímica do Laboratório de Diagnóstico Molecular do Hospital Universitário de Londrina.
As mutações podem trazer importante repercussão na evolução da doença, seja na gravidade ou na sua perpetuação. “Alterações genéticas podem ser responsáveis pelo prolongamento de pandemias e pela adaptação do vírus ao hospedeiro humano, dificultando ainda mais as ações de prevenção, até mesmo de vacinas”, alerta Felipe Tuon, professor e pesquisador do Laboratório de Infecções Emergentes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Segundo o virologista e professor da Unicentro, Emerson Carraro, na medida em que a população começa a ser vacinada, novas variantes podem surgir com perfil de replicação que escape desta imunidade induzida. “Um exemplo prático é o que ocorre com o vírus influenza, que necessita de atualização anual da vacina para acompanhar o surgimento de novas variantes virais”, conclui.
A pesquisa paranaense também revelou a presença da cepa inglesa, a VOC Variante SARS-CoV-2 emergente 202012/01, também chamada de B.1.1.7, em uma amostra de paciente com manifestação clínica grave. Essa variante, detectada tanto no Reino Unido quanto na África do Sul e no Brasil, tem sido caracterizada por uma disseminação mais rápida que as outras, cerca de 70% mais transmissível.
PESQUISA – O Projeto Genoma Covid-19 envolve mais de 200 pesquisadores, de 17 instituições de ensino superior, que estudam o comportamento do novo coronavírus em pacientes com quadros clínicos graves, mantidos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com ventilação pulmonar; em pacientes com quadros clínicos moderados, internados na enfermaria; em pacientes curados sem a necessidade de transferência para a UTI; e em pacientes com quadros clínicos leves ou assintomáticos.
Para realizar a pesquisa, iniciada em julho de 2020, foram coletadas amostras de sangue e de tecidos de pacientes com a Covid-19, obtidas de várias instituições de saúde, inclusive do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e do Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), ambos localizados em Curitiba. Em Londrina, no Norte do Estado, a coleta ocorreu no Hospital Universitário da UEL, a partir da seleção de 14 pacientes com quadro clínico leve da doença, 32 casos moderados e mais 84 amostras de pessoas com quadro grave.
O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, afirma que os resultados desses estudos colocam o Estado na vanguarda do conhecimento científico sobre o novo coronavírus e, em curto prazo, devem orientar protocolos de tratamento e prevenção da doença.
“Por isso, conforme orientação do governador Ratinho Júnior, estamos liberando mais recursos financeiros para financiar a ampliação das pesquisas e a maior cobertura das análises, fundamentalmente com o intuito de melhor compreender as variações do vírus e as diferentes respostas do sistema imunológico dos pacientes”, salienta o superintendente, que atua como articulador da Rede de Estudos Genômicos, em nível estadual.
“Estamos financiando uma robusta e capacitada estrutura de recursos materiais e humanos, grandes ativos tecnológicos do Paraná, para que possamos melhorar o conhecimento da realidade da pandemia e, em consequência, propiciar a atuação mais adequada das estruturas de saúde do Estado em benefício de todos os paranaenses”, destaca o presidente da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, Ramiro Warhaftig.
FINANCIAMENTO – O Projeto Genoma Covid-19 dispõe de recursos financeiros da ordem de R$ 800 mil, sendo metade desse montante viabilizada pelo Fundo Paraná, operacionalizado pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O restante do aporte financeiro, R$ 400 mil, tem como fonte o município de Guarapuava, por meio da Secretaria Municipal de Saúde.
A pesquisa conta ainda com bolsas de doutorado e pós-doutorado custeadas pela Fundação Araucária (FA) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). (Com AEN)






























