No Dia Mundial da Hipertensão, equipe médica do Porto de Paranaguá reforça alerta sobre cuidados

A Portos do Paraná promove nesta segunda-feira, 17 de maio, Dia Mundial da Hipertensão Arterial, uma ação de conscientização sobre a doença. A equipe médica que atua no Porto de Paranaguá chama a atenção, em especial dos caminhoneiros, sobre a importância de não descuidar da saúde na boleia.

 

Neste ano, de janeiro a abril, mais de 143 mil caminhoneiros foram recebidos no Pátio de Triagem, antes de descarregar os granéis sólidos de exportação no Porto de Paranaguá. Todos, obrigatoriamente, passaram pela triagem de saúde. A operação é para prevenir a Covid-19. Porém, neste momento, outras queixas aparecem e a equipe orienta e encaminha para a procedimentos. A hipertensão é muito comum.

 

“Aparece bastante casos. Inclusive teve um caso recente que nos pegou de surpresa”, conta Sueli Miguel Rodrigues, enfermeira que atua na triagem dos caminhoneiros desde novembro do ano passado, no Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá. “O senhor sempre viajava, não tinha hábitos de cuidar da saúde, mas tinha casos na família. Chegou aqui para a gente, com a pressão a 18 por 10, já com dor no peito. Passamos para ele as orientações, acionamos o Samu e ele teve que ser removido. Sorte que deu tempo de a gente fazer os primeiros atendimentos.”

 

De 15 para cima, a pressão já coloca a equipe em alerta. “Em caso de os valores também estarem próximos, um do outro, também nos preocupa”, completa Sueli.

 

Daniele Caroline Lopes Lima é uma das médicas que faz plantão na operação contra a Covid-19, no local. “É bem frequente encontrarmos, aqui, caminhoneiro com a pressão arterial elevada. Muitos até nem sabiam que sofriam de hipertensão. A gente constata quando eles nos procuram queixando de dor de cabeça, dor na nuca”, completa.

 

Segundo a médica, pode ser um episódio isolado, um pico de pressão. Porém, o ideal é que eles façam o acompanhamento, procurem médico especialista. “Nesse caso, como eles estão sempre viajando, acabam não tendo o costume de fazer esse acompanhamento”, diz.

 

FATORES – Alimentação desbalanceada, falta de atividade física, estresse ou hereditariedade. Esses são os principais fatores que desencadeiam a hipertensão. As complicações das crises hipertensivas podem ser infarto e AVC. Além disso, a longo prazo pode acarretar problemas renais, insuficiente cardíaca, entre outros. 

“A hipertensão arterial é uma doença silenciosa. Nem sempre dá sinais como dor de cabeça, dor na nuca. Tem que fazer o check-up, consultar o médico regularmente, dar atenção. Não dá para ser só trabalho. É preciso também priorizar a saúde”, alerta a médica.

 

CAMINHONEIROS – João Nunes Fogaça chegou de Londrina para descarregar 32 toneladas de soja no Porto de Paranaguá. O trajeto é de oito horas de estrada. Porém, dias antes, ele chegou do Rio Grande do Norte, para onde levou fertilizante. 

“Eu faço check-up anual, de qualquer jeito. Da alimentação eu tenho que cuidar porque tenho diabetes. Mas a pressão, não sei como está. Faz uns 30 dias que não meço”, diz. Ele é caminhoneiro há 25 anos. 

 

Rafael Vomer chegou de Planalto, também no Paraná, mas um pouco mais distante. São 11 horas de viagem. Questionado sobre o cuidado com a saúde, ele diz que não dá muito tempo para fazer exercício. “Mas check-up eu fiz agora no final do ano”, conta. “Tem que tentar se cuidar um pouco, porque caminhoneiro sofre, principalmente por causa do horário. Tentar cuidar da saúde para conseguir curtir os filhos”. 

 

Cristiano Jeremias, de 41 anos, é de Criciúma, Santa Catarina. Na estrada há 21 anos, ele diz que vem ao Porto de Paranaguá pelo menos cinco vezes ao ano. Cristiano admite que a saúde não anda muito em alta, não. “A preocupação com a boleia é grande e acaba não dando tempo", afirma. 

 

Porém, ele garante que depois dessa viagem vai parar para fazer um check-up. “Estou preocupado com algumas coisas que ando observando”, diz Cristiano. (Com AEN). 

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Universidades estaduais impulsionam a produção de mel no Paraná

Projetos desenvolvidos pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL) vêm fortalecendo a atividade produtiva da apicultura, a partir da capacitação técnica de produtores rurais. Com foco em boas práticas apícolas, as iniciativas contemplam a produção e o beneficiamento de mel e derivados, em conformidade com os padrões sanitários.

 

Lançado há dez anos pela Unicentro, o Projeto Imbituvão contribui para o fomento da produção de mel no munícipio de Fernandes Pinheiro, no Centro-Sul paranaense. Desde o início, a ação soma recursos financeiros da ordem de R$ 3,5 milhões, viabilizados pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, por meio do Fundo Paraná. Desse montante, R$ 1 milhão foi direcionado para custeio de 53 bolsas de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado.

 

Segundo o coordenador da ação, professor Afonso Figueiredo Filho, do Departamento de Engenharia Florestal do campus da Unicentro em Irati, o projeto consiste em desenvolver estratégias para o manejo florestal sustentável em pequenas propriedades rurais.

 

“O objetivo é propor alternativas de recuperação e enriquecimento de reserva legal com produtos madeireiros e não madeireiros, buscando sustentabilidade em sistema de cooperativismo”, explica.

 

Os pesquisadores desenvolvem estudos em vários segmentos produtivos, sendo a apicultura uma das atividades abrangidas. Especificamente nessa área, o projeto resultou na organização e no fortalecimento da Associação de Apicultores e Meliponicultores de Fernandes Pinheiro (Amfepi).

 

“Auxiliamos na captação de recursos para a construção de uma unidade de beneficiamento de mel e aquisição de equipamentos apícolas necessários para a atividade”, destaca o professor.

 

A unidade de beneficiamento de mel foi projetada conforme os padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para obtenção do Selo de Inspeção Federal (SIF).

 

No ano passado, a Amfepi foi credenciada no Programa Compra Direta Paraná, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, que destina produtos da agricultura familiar para restaurantes populares, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos e hospitais filantrópicos.

 

“Esse credenciamento possibilitou a comercialização de 210 quilos de mel produzidos pelos apicultores assistidos pelo projeto, confirmando a contribuição dessa atividade produtiva para a geração de trabalho e renda e permanência do homem no campo”, salienta o professor Afonso.

 

Na próxima etapa, além de capacitação sobre a instalação e o manejo de colmeias, também serão distribuídos (em comodato) mais melgueiras (caixas de abelhas) e conjuntos de vestimenta (macacão, luva e fumigador) para os produtores rurais.

 

Vinculado ao Laboratório de Manejo Florestal da Unicentro, o Projeto Imbituvão reúne engenheiros florestais, biólogos e geógrafos, na modalidade de bolsistas recém-formados, além de estudantes da graduação e da pós-graduação, com bolsas de apoio técnico, ligadas ao manejo das pequenas propriedades rurais. (Com AEN). 

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