Segurança, inovação e educação. Essas são as prioridades que os paranaenses escolheram para nortear o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026. Os dados foram obtidos a partir da consulta popular inédita realizada pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e apresentados durante audiência pública nesta quinta-feira (10).
Como o próprio nome indica, o PLDO delimita as metas e prioridades do Poder Executivo para o próximo ano fiscal e serve como guia para a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). E foi exatamente isso que as 2.242 pessoas que responderam o formulário online apontaram, escolhendo as áreas e programas que vão fazer parte do orçamento do Estado no ano que vem.
Divididas em cinco eixos estratégicos — Eficiência Administrativa; Infraestrutura e Mobilidade; Desenvolvimento Econômico Sustentável; Inclusão Social, Direitos Humanos e Cidadania; e Direitos Básicos e Bem-Estar —, as opções representam as diferentes frentes de atuação do Governo do Paraná e foi a partir disso que a população elencou os temas que considera mais prioritários.
A linha Paraná Protegido, que engloba todas as ações de segurança do Estado, foi apontada como um dos temas mais importantes para o paranaense, com mais de 1,6 mil votos. Em seguida, Paraná Mais Inovação e Educação: Transforma Paraná aparecem praticamente empatados, com 1.151 e 1.133 votos, respectivamente.
O secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, celebrou o resultado e, principalmente, a adesão do cidadão à pesquisa. “Pela primeira vez na história do Paraná, fizemos essa consulta popular e ficamos bastante satisfeitos com o engajamento e a participação das pessoas”, disse. “Foi uma ação importante, pois nos permitiu entender o que o povo paranaense quer para o futuro do Estado e ajustar essas demandas já no PLDO que será entregue ao Legislativo”.
O diretor-geral da Sefa, Luiz Paulo Budal, também reforçou a importância dessa participação popular. “Um dos nossos principais objetivos aqui na Secretaria sempre foi nos aproximar do cidadão e tanto a pesquisa quanto a audiência pública vão nessa direção. Mais do que isso, mostram que o paranaense é interessado em participar e colaborar com o Estado”, afirmou.
NO CAMINHO CERTO – O resultado da consulta popular chancela a estratégia que o Governo do Estado já vem adotando ao longo dos últimos anos, investindo pesado nessas áreas que a população aponta como essencial. Exemplo disso é a própria segurança pública, cujo orçamento saltou de R$ 2,5 bilhões em 2019 para R$ 6,4 bilhões em 2025.
Outro item citado na pesquisa e que já está na pauta do Paraná há algum tempo é o do Desenvolvimento da Infraestrutura e Logística. Em 2024, o Estado investiu R$ 1,7 bilhão em transporte e infraestrutura de rodovias e, para 2025, a previsão é ultrapassar a marca dos R$ 2,1 bilhões. E, se depender do ânimo da população, até mesmo essa marca será quebrada em 2026.
PREVISÃO DE RECEITA – Para além dos resultados da consulta popular, a audiência pública para discutir o PLDO 2026 também trouxe os números prévios do orçamento para o ano que vem.
Conforme apresentado pela equipe da Diretoria de Orçamento Estadual (DOE), a previsão é que o Paraná tenha uma receita total líquida de R$ 89,9 bilhões, valor 5,3% maior do que os R$ 78,7 bilhões previstos na Lei Orçamentária Anual de 2025. Desse total, R$ 77,2 bilhões correspondem às receitas primárias, ou seja, a arrecadação de tributos, transferências e outras receitas.
“Essa é uma primeira previsão de cálculo para o orçamento de 2026 e, como uma ferramenta importante de planejamento, o PLDO vai ajudar a apontar os caminhos para o Estado não apenas onde investir, mas também o quanto vai poder aplicar nessas áreas prioritárias”, explica o diretor do Orçamento, Marcos Tadeu Cavalcante. “E o documento que apresentamos hoje é resultado do esforço incansável de muitas mãos”.
PRÓXIMOS PASSOS – A formulação do orçamento de 2026 ainda tem um caminho a percorrer. Depois da audiência pública desta quinta-feira, o PLDO será encaminhado para a Assembleia Legislativa no próximo dia 15 de abril. O Legislativo deve votar o documento e devolvê-lo ao Executivo até o início do segundo semestre para que a LOA 2026 possa ser, então, elaborada.
Por - AEN
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) lançou de maneira oficial, nesta quinta-feira (10), o recurso educacional digital Enem Paraná.
Criada para auxiliar a preparação de estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares em geral, a ferramenta já está disponível para alunos do 3º ano do Ensino Médio de toda a rede estadual de educação. O lançamento foi no Colégio Estadual Paula Gomes, em Curitiba.
Cerca de 105 mil estudantes paranaenses têm acesso à plataforma. Desenvolvido pela Seed-PR, o Enem Paraná visa otimizar o ensino e a aprendizagem dos alunos, com foco na ampliação do ingresso de estudantes da rede pública no Ensino Superior.
Por meio do recurso, os alunos têm acesso a questionários, videoaulas, podcasts e simulados que atendem a diferentes estilos de aprendizagem e abrangem conteúdos cobrados no Enem e nos principais vestibulares. Além disso, gráficos permitem que o estudante acompanhe o próprio progresso e identifique pontos fortes e fracos no processo de aprendizagem. O aplicativo ainda oferece ferramentas de estudo personalizáveis conforme o ritmo e a disponibilidade de tempo do usuário.
De acordo com o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, o principal objetivo da inovação é democratizar o acesso dos alunos às tecnologias educacionais. “Sabemos que um cursinho particular é muito caro e, muitas vezes, compromete o orçamento familiar. Agora, com o Enem Paraná, os estudantes da rede pública terão acesso a todo esse recurso, de forma gratuita”, explicou.
“É uma ferramenta que vai ajudar nossos meninos e meninas a ingressarem nas universidades públicas por meio do Enem, dos vestibulares e do nosso Aprova Paraná Universidades. É uma forma de colocarmos os estudantes da rede estadual de educação no Ensino Superior, uma política do Estado que vem avançando cada vez mais e transformando realidades em todo o Paraná”, acrescentou.
Os conteúdos disponíveis no Enem Paraná estão alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e abordam os componentes curriculares da Formação Geral Básica. A plataforma permite acesso on-line e off-line, por computador ou aplicativo no celular, para que os alunos possam estudar a qualquer momento.
O acesso ao Enem Paraná pelo computador pode ser feito a página https://enempr.com.br/enemparana. Já por celular ou tablet, é necessário fazer o download do aplicativo nas lojas oficiais Android ou iOS. Para utilizar a plataforma, basta clicar no botão "Acesse com Paraná" e fazer o login normalmente com a conta @escola.pr.gov.br.
IMPACTO POSITIVO – Assim como nas demais escolas da rede estadual de educação, estudantes do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Paula Gomes já notaram o impacto positivo do Enem Paraná, disponibilizado aos alunos no início de março para testes.
“Eu acho que o aplicativo dá uma boa ajuda, abre um leque de conhecimento. Acredito que vai trazer bastante facilidade para fazermos a prova do Enem. Eu mesma já estou assistindo às aulas de Artes”, contou a estudante Maria Luísa Nunes, de 16 anos, que deve prestar vestibulares para os cursos de Artes Visuais, Design Gráfico ou Educação Física.
Otávio Henrique Oliveira, também estudante do Ensino Médio, pretende fazer faculdade nas áreas de Programação ou Desenvolvimento de Jogos. “O Enem Paraná tem várias matérias diferentes e está sendo bem legal. Tem várias opções de como estudar e fazer testes para a prova do Enem. O aplicativo está me ajudando a entender algumas matérias e até rever conteúdos de aulas em que faltei por motivos médicos”, relatou.
O Colégio Estadual Paula Gomes atende a cerca de 500 estudantes, matriculados do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. A instituição faz parte do programa Paraná Integral, e todos os alunos estudam das 7h30 às 16h30, de segunda a sexta-feira.
Conforme a diretora do colégio, Rosemary de Souza, a adoção do aplicativo complementa o modelo de ensino em tempo integral. “O recurso ajuda muito nas aulas de estudo orientado, na recomposição de aprendizagem e está sendo trabalhado também nas aulas de preparação para o vestibular, com orientação da professora, nas salas de informática. É um aplicativo que veio para revolucionar, porque os estudantes têm acesso gratuito, on-line e na palma da mão”, destacou.
RECURSOS EDUCACIONAIS DIGITAIS – Estudantes da rede estadual de educação têm acesso a diferentes recursos educacionais digitais, que complementam o aprendizado obtido em sala de aula.
Um exemplo é o Khanmigo, ferramenta de Inteligência Artificial (IA) para apoio no ensino da matemática. O sistema proporciona suporte individualizado aos alunos, respondendo dúvidas em tempo real e adaptando estratégias de ensino às necessidades específicas de cada estudante.
Alunos da rede também têm aulas de inglês por meio da plataforma Inglês Paraná High, que oferta um curso on-line completo de Língua Inglesa. Já o Inglês Paraná Teens, focado em estudantes de 6º, 7º e 8º anos do Ensino Fundamental, usa IA como suporte para melhorar os níveis de escrita e conversação em inglês.
Outras ferramentas, como o Leia Paraná e o Redação Paraná, ajudam a aprimorar habilidades de leitura e escrita dos estudantes paranaenses. Além disso, a Seed-PR testa, em parceria com a Google, o uso da Plataforma LIA, focada em melhorar a capacidade de leitura de crianças, e de outra ferramenta para aperfeiçoamento da redação, proporcionando feedbacks automatizados para estudantes do 3º ano do Ensino Médio. O objetivo é disponibilizar o acesso aos novos recursos para toda a rede estadual a partir deste ano.
Por - AEN
Para monitorar ruídos na rede de distribuição de água e detectar vazamentos com mais precisão e rapidez, a Sanepar está escalando uma solução inovadora baseada no conceito de Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial. A startup Radioforce Tecnologia e Telecom Ltda. desenvolveu um sistema baseado em hidrofones inteligentes, com o objetivo de reduzir as perdas de água nas redes de distribuição. A startup foi selecionada no 1º edital do Programa Sanepar Startups, em 2023.
Os hidrofones serão acoplados à tubulação de água, sendo capazes de captar as ondas acústicas emitidas pela água e, assim, identificar padrões de vazamento. Isso permite a detecção e a solução dos vazamentos de forma mais rápida. Serão investidos cerca de R$ 5,7 milhões no projeto ao longo de dois anos.
“Este investimento é parte dos esforços da Sanepar para melhorar a eficiência do seu sistema de distribuição de água e mais uma ação da Companhia de apostar em tecnologias inovadoras, como a IA, que surgem e se propõem a ajudar na resolução de problemas de forma concreta, veloz e eficaz”, ressalta o diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley.
O coordenador da Gerência Regional Curitiba Leste, Welington Gustavo Freire destaca que a nova tecnologia oferece uma solução integrada e inovadora para o monitoramento das redes. “A solução contempla a transmissão e o processamento avançado de dados, além da integração em uma plataforma de gestão intuitiva”, explica. "A tecnologia será avaliada em escala na área de influência do Centro de Reservação Jacob Macanhan, em Pinhais, ao longo de 470 quilômetros de rede de distribuição".
A gerente da Gerência do Processo Água da Sanepar, Juliana Seixas Pilotto, destaca que a iniciativa contribui para modernizar a gestão da infraestrutura hídrica. “Com a implementação da solução, esperamos aprimorar a gestão dos recursos hídricos, otimizar a operação e reduzir as perdas de água, o que traz impactos positivos para a Sanepar, para a sociedade e para o cliente”, ressalta.
O desenvolvimento da solução foi colaborativo e teve envolvimento de uma equipe multidisciplinar, incluindo mentores da Sanepar. “A adoção de hidrofones inteligentes no projeto com a Radioforce foi escolhida por conta da maior velocidade de propagação do som na água, o que permite reduzir a quantidade de sensores necessários, comparado ao uso de sensores externos”, informa Marcelo Depexe, especialista da Sanepar em combate a perdas de água e mentor da startup.
SANEPAR STARTUPS – A novidade nasceu dentro do Programa Sanepar Startups. É uma plataforma importante para o ecossistema de inovação, estimulando as startups a desenvolverem soluções que sejam aplicáveis e escaláveis.
O Programa Sanepar Startups é uma iniciativa da Sanepar, em parceria com o Itaipu Parquetec, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná (Sebrae-PR) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O objetivo do programa é promover a inovação aberta no setor de saneamento, buscando soluções tecnológicas sustentáveis para os desafios enfrentados pela Companhia e pelo setor.
“A inovação é um pilar central para nossa estratégia de melhoria contínua dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. A avaliação dessas tecnologias em escala, como estamos fazendo com as soluções da Radioforce e da Stattus4, é fundamental para garantir que essas inovações atendam de forma robusta e eficaz os desafios do saneamento. Esse processo não só gera valor para a Sanepar, mas também para a sociedade, ao melhorar a qualidade dos serviços prestados”, afirma.
Por meio de editais, o programa seleciona startups que propõem soluções inovadoras para problemas como a redução de perdas de água e a otimização dos processos operacionais. Até o momento, a Sanepar tem trabalhado com 10 startups, sendo que algumas já concluíram suas provas de conceito (PoCs) e outras ainda estão em desenvolvimento. Dentre essas, Radioforce e Stattus4 já avançaram para a fase de avaliação em escala, testando suas soluções em ambientes maiores e mais complexos nas redes de distribuição de água.
SNEPAR LABS – Com o sucesso da abordagem com as startups, a Companhia se prepara para lançar em breve um novo programa de inovação aberta, denominado Sanepar Labs, majorando suas conexões com o ecossistema, antecipando tendências e buscando alternativas para aprimoramento de seus processos.
Por - AEN
O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a autonomia orçamentária do Estado do Paraná e decidiu que a suspensão do reajuste anual dos servidores públicos do Paraná, decidida em 2016 e com efeitos para 2017, é valida. A decisão, que ajuda a preservar o atual Plano de Pagamento de Precatórios do Estado e a previsibilidade dos investimentos públicos, é de terça-feira (8).
O caso teve origem quando a lei estadual 18.493/2015 previu um reajuste geral anual para o funcionalismo a partir de 1º de janeiro de 2017. Contudo, em 2016, o Estado adiou adiou a implementação porque não havia disponibilidade orçamentária, já que o IPCA de 2016 foi apurado em 8,39%, dentro da crise econômica daquele período, o que implicaria um redimensionamento da folha superior a R$ 2 bilhões por ano. Com isso, o STF confirmou que o Estado agiu dentro das regras quando a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Após o adiamento, diversas ações judiciais foram abertas pedindo o pagamento retroativo do reajuste. O Tribunal de Justiça do Paraná chegou a considerar, em 2016, que o reajuste era um direito adquirido dos servidores, mas a decisão do STF revisou este entendimento, considerando que o caso trata de expectativa de direito e que não houve revogação do reajuste, mas um adiamento dele.
O Estado, inclusive, efetuou o pagamento do reajuste de forma escalonada nos últimos anos: 2% em janeiro de 2020, 3% em janeiro de 2022 e 5,79% em agosto de 2023. Além disso, a atual gestão promoveu diversas reestruturações de carreira, com aumentos reais e novas regras de promoção.
"A decisão evita um impacto de quase de R$ 13 bilhões aos cofres públicos, valor que seria necessário para pagar o reajuste retroativamente. Esse montante é quase o dobro do total atual da dívida de precatórios do Paraná, que é de cerca de R$ 7 bilhões", diz o procurador-geral do Estado, Luciano Borges. Com isso, fica mantido o plano do Estado de quitar todos os precatórios antigos até 2029, garantindo que, a partir de 2030, o Paraná esteja em dia com esses pagamentos.
A decisão do STF também reforça a segurança jurídica e o controle fiscal do Estado, que tem Capag A+ do Tesouro Nacional, garantindo que os investimentos públicos em saúde, educação, segurança e infraestrutura possam seguir com previsibilidade e responsabilidade.
Por - AEN
Pelo segundo ano consecutivo, o Estado lidera o País em doações de órgãos, com 42,3 doadores por milhão de população (pmp) em 2024 – mais que o dobro da média nacional, de 19,2 pmp.
Esse é o principal indicador, que reflete a disponibilidade de doação. O Estado também lidera o indicador de doadores cujos órgãos foram efetivamente transplantados, com 36 pmp, contra 17,5 pmp da média nacional.
Esse marco reflete não apenas números, mas histórias de solidariedade, amor ao próximo e esperança para centenas de pacientes que aguardam por um transplante. Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), elaborado e divulgado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) nesta quinta-feira (10).
No Brasil, a decisão de doar órgãos após a confirmação da morte encefálica depende de um momento delicado: a autorização da família. Mesmo quando o desejo de ser doador foi registrado em vida, a palavra final cabe aos familiares, que passam por uma conversa cuidadosa com equipes especializadas e treinadas pelo Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR). No Paraná, essa abordagem se mostrou mais eficaz, com o Estado registrando a menor taxa de recusa familiar do País—apenas 28%, frente à média nacional de 46%.
“Para nós é motivo de muito orgulho manter esse destaque em doações e transplantes de órgãos. Os números demonstram mais uma vez que o Paraná é um Estado de gente muito solidária, que mesmo na dor, num momento de perda, ainda coloca a vida de outras pessoas em primeiro lugar”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Em números absolutos foram 500 doadores efetivos, que resultaram em 903 transplantes de órgãos e 1.248 transplantes de córneas. Com isso, o Paraná também atingiu o segundo lugar como Estado com maior número de transplantes de órgãos pmp com doadores vivos e falecidos, numa taxa de 76,4 pmp para doadores vivos (ficando atrás do Distrito Federal com 93,5 pmp) e 70,9 pmp para doadores falecidos (atrás também do Distrito Federal com 86,5 pmp).
Residente de Pato Branco, no Sudoeste, Márcia Soeli Pereira perdeu um filho de 37 anos, há oito meses, vítima de um aneurisma cerebral. Na época, mesmo com o luto, ela aceitou a doação de órgãos. “Eu aceitei doar todos os órgãos do meu filho e ele salvou três vidas com o fígado e os dois rins. Peço às pessoas que doem porque isso é um incentivo a mais para continuarmos vivendo, sabendo que uma mãe está feliz e que alguém vai viver graças a isso”, diz.
TRANSPLANTES – Foram realizados 1.248 transplantes de córneas, 550 transplantes de rim (sendo 52 de doadores vivos e 498 de doadores falecidos), 304 de fígado, seis de pâncreas e 43 de coração no Paraná em 2024. O Estado ficou em segundo lugar com maior número de transplantes de medula óssea no País, num total de 410 procedimentos, atrás somente de São Paulo, com 1.664.
O Paraná é o segundo Estado que mais fez transplantes de rim pmp, com taxa de 46,5 pmp, atrás do Rio Grande do Sul com 49,7 pmp; o terceiro com maior taxa pmp de transplantes de fígado, com 25,7 pmp, atrás do Ceará com 27,2 pmp e Distrito Federal com 42,9 pmp; e o quarto que mais realizou transplantes de coração, com 3,6 pmp, atrás de Minas Gerais com 3,8 pmp, Ceará com 3,8 pmp e Distrito Federal com 11,7 pmp.
O Paraná também se destaca nos transplantes pediátricos. O Estado atingiu a segunda maior taxa pmp de transplantes de coração na população de zero a 17 anos, com 2,4 pmp (atrás do Distrito Federal com 3,4 pmp), terceiro lugar em transplantes de fígado, com 6,1 pmp (atrás do Rio Grande do Sul com 8,5 pmp e São Paulo com 9,2 pmp), e quinto lugar em transplantes de rim, com 5,2 pmp (atrás do Rio de Janeiro com 5,7 pmp, São Paulo com 8,5 pmp, Distrito Federal com 10,1 pmp e Rio Grande do Sul com 13,2 pmp).
Alessandra Rosa da Silva é moradora de Curitiba e tem 49 anos. Em 2022 recebeu a notícia de que precisaria de um transplante cardíaco. Dois anos e cinco meses depois, em outubro de 2024, Alessandra recebeu um coração. “O meu coração estava grande, inchado, como dizem, e ele estava pressionando o pulmão. Os meus batimentos cardíacos eram entre 19, 14, 33 por minuto. Então ele não estava mais trabalhando o suficiente. Precisei desse transplante, fiquei entre tratamento e fila do transplante e não é fácil”, conta.
“Pra quem precisa de transplante sabe que é um momento triste, que a família do doador está passando, mas se puderem doar tem muita gente precisando mesmo, e para quem vai receber é uma bênção”, complementa.
No caso de Jair Cabral de Souza, de 56 anos, morador de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o processo foi mais rápido. Em abril de 2024, durante uma internação, Jair ficou sabendo que o seu coração só funcionava 19%. “Nunca pensei que precisaria de um transplante, ainda mais de coração, foi um baque muito grande na minha vida e fiquei no fundo do poço”, diz.
Três meses depois, dia 25 de julho, ele recebeu o novo órgão. “A minha cirurgia foi um sucesso, hoje estou me sentindo bem e pra mim é uma nova vida”, afirma Jair. “Se não tivesse surgido essa doação, hoje eu não estaria aqui dando esse testemunho, por isso é muito importante que as famílias se conscientizem a doar. Eu não tinha esse propósito antes, mas hoje eu também sou um doador e muito grato a essa família que doou esse coração pra mim, que me deu e me trouxe uma nova vida”.
CAPACITAÇÕES – Para garantir a excelência no serviço, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) por meio do SET/PR investe em capacitação e sensibilização. Durante todo o ano passado foram promovidos 28 cursos sobre determinação de morte encefálica para médicos, 19 cursos sobre o processo de doação de órgãos e tecidos, oito cursos de acolhimento e entrevista familiar para doação, três cursos de formação de coordenadores hospitalares e dois cursos específicos sobre atuação no centro cirúrgico.
Também houve 75 palestras e ações de sensibilização que reforçaram a conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, capacitando mais de 1.100 profissionais de saúde.
Este ano já foram três cursos sobre determinação de morte encefálica para médicos, oito cursos sobre o processo de doação de órgãos e tecidos, cinco cursos de acolhimento e entrevista familiar para doação, seis cursos específicos sobre atuação no centro cirúrgico, um curso de planejamento e resultados e uma oficina entre os servidores da Central Estadual de Transplantes e das Organizações de Procura de Órgãos, totalizando cerca de 565 profissionais capacitados.
“As capacitações contínuas e a dedicação dos profissionais que atuam em todo esse processo de doação junto a toda essa organização, essa estrutura que o Paraná dispõe e, o mais importante, a solidariedade, a consciência das famílias em realizar a doação de órgãos, fazem do Paraná essa referência nacional em doação”, diz a coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes, Juliana Ribeiro Giugni.
ESTRUTURA – O SET/PR é composto pela Central Estadual de Transplantes em Curitiba e quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs), estrategicamente localizadas em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. Ao todo, 700 profissionais participam do sistema, em cerca de 70 Hospitais Notificantes, 34 equipes transplantadoras de órgãos, 72 equipes transplantadoras de tecidos (córneas, valvas cardíacas, musculoesqueléticos, pele e medula óssea), cinco laboratórios de histocompatibilidade, três laboratórios de sorologia e três bancos de tecidos, sendo dois de tecidos oculares e um de multitecidos (córneas, valvas cardíacas, musculoesquelético e pele).
Para agilizar a logística do transporte de órgãos no Estado, o Governo do Estado realizou a maior renovação de frota de veículos do SET/PR da história, com 18 automóveis novos, num investimento de R$ 1,9 milhão.
Além do transporte terrestre, o Paraná conta com uma estrutura aérea, com os aviões e helicópteros da Casa Militar disponíveis 24 horas por dia para o transporte de órgãos e das equipes do sistema estadual. Essa agilidade é necessária porque os procedimentos devem ser feitos de forma muito rápida, por causa do tempo de isquemia dos órgãos, que é o intervalo entre a retirada do doador e a cirurgia no transplantado.
Desde 2019 já foram realizadas 654 missões, com mais de 1,8 mil horas de voo para o transporte de milhares de órgãos. Ao longo de 2024, 832 órgãos foram transplantados no Paraná, segundo dados do SET/PR. Deste total, 250 precisaram de transporte aéreo em 133 voos, sendo 30 corações transplantados, 103 fígados e 117 rins. Este ano já foram realizados 34 voos para transporte de 42 órgãos.
Cada um destes órgãos tem um prazo máximo de isquemia, que é o tempo que o órgão resiste entre a retirada do doador e o implante no receptor. O mais complicado deles é o coração, cujo prazo máximo é de 4 horas. Um fígado pode resistir cerca de 12 horas e um rim até 36 horas.
FILA DE ESPERA – Segundo o RBT, 67.879 pacientes ativos aguardam por um órgão no Brasil, sendo 3.401 no Paraná. De acordo com o SET/PR, o número é ainda maior. Dados do relatório estadual, divulgado em março deste ano, apontam que 3.843 pacientes estão aguardando por um órgão no Estado, sendo 2.035 homens e 1.808 mulheres. A maior demanda é por rim, num total de 1.955 pessoas, seguido por córneas com 1.631, fígado com 201, coração com 28, rim/pâncreas com 19, pulmão com seis e pâncreas com três.
Por - AEN
A Polícia Civil do Paraná (PCPR), em conjunto com a Polícia Militar (PMPR) e a Guarda Civil Municipal (GCM) de Londrina, apreendeu mais de mil porções de cocaína e prendeu prendeu três pessoas em flagrante. A ação aconteceu nesta quinta-feira (10) durante uma operação em combate ao delivery de drogas em cidades no Norte do Estado.
Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, sendo sete em Cambé e três em Londrina. Dos três flagrantes, dois foram por tráfico de drogas e um por posse de munição de uso restrito. Durante a ação, também foi lavrado um Termo Circunstanciado de Infração Penal de posse de maconha para uso pessoal.
A operação contou com a participação de 50 agentes das forças de segurança, além de cães de faro para aumentar a eficiência das buscas.
Conforme o delegado Paulo Henrique Costa, durante a ação foram apreendidas 1.120 porções de cocaína preparadas para a venda, R$ 1,7 mil em espécie, munições de calibre 9mm e materiais destinados à análise de dados. “A operação visou desarticular associações criminosas voltadas ao tráfico de drogas que atuam entre os municípios de Cambé e Londrina”, explica.
Os presos foram encaminhados ao sistema penitenciário
Por - AEN