Educação capacita técnicos pedagógicos para aplicação de IA no ensino da matemática

Nesta semana, 45 técnicos pedagógicos dos 32 Núcleos Regionais de Educação (NREs) se reúnem em Curitiba para participar da capacitação "KhanMigo para Melhoria do Aprendizado da Matemática".

O evento, promovido pela Secretaria da Educação, visa preparar os profissionais, que também atuam como embaixadores do componente de Matemática, a usarem a plataforma pedagógica KhanMigo, que será incorporada ao ensino de Matemática nas escolas a partir deste mês de agosto. Os técnicos deverão, depois, orientar as equipes pedagógicas de suas regiões. 

A plataforma, pioneira no Brasil, é uma extensão da já utilizada da ferramenta Khan Academy, implementada há dois anos na rede. A KhanMigo foi desenvolvida para enriquecer o processo educacional através do uso de Inteligência Artificial (IA) como "professor auxiliar", proporcionando suporte individualizado aos alunos, respondendo dúvidas em tempo real e adaptando estratégias de ensino às necessidades específicas de cada estudante.

A plataforma já vem sendo utilizada desde julho em 100 escolas estaduais no formato de projeto-piloto. Agora, será disponibilizada para as turmas do nono ano de todas as escolas da rede estadual. A previsão é que até o mês de setembro a plataforma tenha sido incorporada à rotina de aprendizagem de cerca de 125 mil alunos.

De acordo com o secretário estadual da Educação, Roni Miranda, o grande diferencial do KhanMigo é a utilização da IA como "tutor digital", que guia o processo de resolução de problemas e criação de textos, incentivando a reflexão e a compreensão dos conceitos, sem fornecer respostas diretamente. Para ele, o mecanismo pode alavancar enriquecimentos significativos no processo educacional.

"O uso dessa nova tecnologia pode oferecer um ensino mais personalizado e eficaz, possibilitando que os alunos avancem em seus próprios ritmos e recebam suporte imediato, conforme suas necessidades", destaca o secretário. Ele enfatiza que, além de beneficiar os alunos, a plataforma também oferece suporte aos professores, atuando como assistente no planejamento de aulas, atividades, avaliações e acompanhamento do desempenho dos estudantes, tanto em nível de turma quanto individualmente. 

"Com o KhanMigo, os docentes terão à disposição ferramentas mais avançadas para monitorar o progresso dos alunos, identificar áreas de dificuldade e ajustar suas estratégias pedagógicas, tornando o processo educacional mais abrangente, inclusivo e personalizado", reforça Lorena Pantaleão, coordenadora do Departamento de Educação Digital da Seed-PR.

Segundo ela, a plataforma permite múltiplas aplicações em sala de aula, como revisão de conceitos, apoio na elaboração de planos de aprendizagem e avaliação da compreensão dos alunos. Ela reforça que, por este motivo, é essencial familiarizar e capacitar as equipes pedagógicas para a utilização da ferramenta, de modo a explorar ao máximo suas potencialidades.

“Ao finalizarem a capacitação em Curitiba, os técnicos dos Núcleos deverão orientar as equipes pedagógicas de suas regiões para que possam integrar a plataforma de maneira eficaz ao cotidiano escolar, garantindo que os professores estejam preparados para utilizar todos os recursos disponíveis e, assim, promover um aprendizado mais dinâmico e, consequentemente, fortalecendo o ensino da matemática no nosso Estado”, destaca.

PLATAFORMAS – A educação gamificada e o uso das plataformas pedagógicas como métodos essenciais ao apoio da aprendizagem dos estudantes e na mensuração do desempenho escolar foram destaque da rede estadual de ensino do Paraná no primeiro semestre de 2024. O investimento feito até agora, neste ano, foi de R$ 9,64 milhões.

Viabilizadas para facilitar a prática pedagógica, as plataformas digitais de aprendizagem incorporam variedade de recursos interativos, como vídeos e quizzes, ampliando as oportunidades educacionais e tornando a jornada de aprendizado mais envolvente, flexível e personalizada. Atualmente a rede estadual de ensino conta com recursos digitais, que vão de suporte à leitura, redação e inglês, até capacitação em tecnologia e ensino de matemática, além de sistemas de avaliação da aprendizagem.

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Produção de biogás a partir da suinocultura gera renda extra para produtores do Paraná

Limpa, renovável e rentável. Mais do que uma solução energética sustentável, que evita o despejo de resíduos no meio ambiente, a produção de biogás a partir dos dejetos e carcaças de porcos se transformou em uma fonte de renda extra para os suinocultores do Paraná.

Com sistemas de biodigestores e geradores instalados dentro das propriedades, os granjeiros têm segurança energética para consumo próprio e ainda conseguem distribuir o excedente gerado para a rede, vendendo energia.

É o caso da família Baratto, de Medianeira, na região Oeste do Estado. Desde que passaram a produzir biogás dentro da propriedade com os resíduos da suinocultura, eles conseguiram zerar a conta de luz e ainda lucram com a sobra de energia. “A energia, que antes nós pagávamos, agora é abastecida pela nossa própria produção e o restante a gente ainda consegue vender”, explica o produtor Rodrigo Baratto.

Após três meses do sistema instalado, ele gera cerca de 25 mil kilowatts por mês, dos quais 2 mil kilowatts são usados para cobrir o consumo da propriedade, enquanto o restante é vendido. Dessa forma, a família economiza entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil que da antiga fatura mensal de energia e ainda vende o excedente por aproximadamente R$ 12 mil mensais.

A soma entre o valor economizado e o lucro com a comercialização da energia encurtam o tempo para que o investimento feito para viabilizar a produção de biogás na propriedade se pague. Ao todo, a família investiu R$ 680 mil para a instalação do sistema.

A história da família é tema da série de reportagens “Paraná, energia verde que renova o campo”, que mostra exemplos de produtores rurais de todo o Estado que aderiram ao programa RenovaPR para implantar sistemas de energias sustentáveis em suas propriedades.

JURO ZERO – A família teve como incentivo o Programa Paraná Energia Renovável (RenovaPR), do Governo do Estado, que estimula a transformação energética no campo com juros subsidiados por meio do Banco do Agricultor Paranaense. No caso dos Baratto, o investimento foi feito a juro zero. “Toda ajuda é bem-vinda, ainda mais quando você faz um investimento destes. A atividade agropecuária é muito suscetível a riscos e imprevistos, então quando você tem um parceiro que te ajuda, fica muito mais fácil”, explicou Rodrigo.

O programa é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). Desde 2021, mais de 8 mil produtores rurais contaram com apoio do programa para levar energia renovável às suas propriedades, com repasse de R$ 231 milhões do Governo do Estado para subvenção dos juros. Juntos, esses projetos representam R$ 1,4 bilhão em investimentos.

“Nestas condições, é um investimento que se paga em menos de dez anos. Então essa perspectiva de economizar com a conta de energia e conseguir uma renda extra, além de todos os outros benefícios, é o que fez com que a gente instalasse o biodigestor e o gerador aqui”, disse o produtor.

SISTEMA – Para conseguir gerar a energia dentro da propriedade, é preciso instalar um biodigestor e um gerador. O biodigestor é o sistema onde são depositados os dejetos orgânicos para que eles passem por uma série de reações químicas que produzem o biogás.

Em geral, o biodigestor é um tanque cavado no chão e coberto por uma lona especial que compõe um sistema próprio para a produção do gás. Dentro dele, os restos de ração, fezes, urina, resíduos da lavagem das baias dos porcos e carcaças se transformam em biogás. São as próprias bactérias desta massa orgânica que fazem a degradação deste composto e produzem o gás.

Os gases vão para um gerador que os transforma em energia. No caso da propriedade da família Baratto, que tem 2,5 mil suínos, o gerador com capacidade para 60 kilowatts por hora tem material para produzir energia ao longo de 15 horas por dia. “Com mil porcos a mais, poderíamos gerar energia por até 22 horas por dia, aumentando a quantidade excedente que poderíamos comercializar jogando para a rede”, revelou Rodrigo.

O processo químico de biodigestão ainda produz um composto líquido rico em nutrientes como nitrogênio e fósforo, que pode ser usado para a fertirrigação das áreas de pastagem e lavoura da propriedade. É o caso da propriedade dos Baratto que, além da produção de suínos, também conta com gado de corte e plantação de soja e milho, ao longo de 108 hectares.

“Esse ciclo todo forma um casamento perfeito. Os dejetos se transformam em energia e em fertilizante, o que faz com que a gente economize em várias etapas da produção. Nós usamos este resíduo para melhorar a pastagem destes animais”, contou o produtor.

ENERGIA LIMPA
Família Baratto está ajudando a transformação verde do campo no Paraná. Foto: Roberto Dziura Jr/AEN


MANEJO – No geral, a adoção do sistema também facilita o manejo dos resíduos da suinocultura. Sem o tratamento ideal, os dejetos da produção de porcos podem ser difíceis de lidar. De acordo com Ângelo Baratto, pai de Rodrigo e quem levou a família a trabalhar com suinocultura nos anos 1960, o tratamento das sobras orgânicas com os biodigestores melhora inclusive as condições de trabalho nas granjas, diminuindo o mau cheiro e as moscas.

“A maneira de trabalhar com o porco mudou muito ao longo dos anos. Desde que começamos até agora, deixou de ser um trabalho braçal, em que a gente tinha que preparar o alimento do animal com quirera, para ter uma alimentação pronta que é distribuído automaticamente pela granja. Agora, com o biodigestor, também diminuiu muito o problema do mau cheiro dos resíduos”, disse Ângelo.

O processo também resolve um passivo ambiental dos produtores. Muitos granjeiros deixam de aumentar suas produções pela dificuldade de fazer a destinação correta dos resíduos orgânicos.

Com o tratamento pelo biodigestor, e a consequente transformação dos dejetos em energia e fertilizante, o problema da destinação dos resíduos é resolvido de maneira sustentável. “A tendência é que todos os produtores adotem um biodigestor na propriedade para eliminar o esterco e poder usá-lo na lavoura e no pasto”, afirmou Ângelo.

MERCADO – O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do Brasil, e o tamanho do mercado mostra o potencial da produção de biogás a partir dos resíduos da suinocultura no Estado. Segundo o a Pesquisa Trimestral de Abate de Animais, 3,1 milhões de suínos foram abatidos no Paraná no primeiro trimestre de 2024. Apenas Santa Catarina teve uma produção maior, com 4,1 milhões de abates. Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor, com 2,3 milhões de animais abatidos, e Minas Gerais o quarto, com 1,4 milhão de porcos abatidos.

“O Paraná é responsável por 21% da produção nacional, com muitos produtores espalhados pelo Estado, principalmente nas regiões Oeste, Sudoeste, Sudeste e Central. Essa é uma tradição histórica, principalmente pela força das cooperativas, que são muito fortes nestas regiões”, avaliou a médica veterinária do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral-PR), Priscila Cavalheiro Marcenovicz.

Do ponto de vista econômico, o Valor Bruto da Produção (VBP) da suinocultura, que mede o desempenho econômico de atividades rurais, foi de R$ 12,5 bilhões em 2023. O montante representando cerca de 6% de toda a produção agropecuária do Paraná no ano passado.

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Com aumento de emergências, Paraná investe R$ 55 milhões em equipamentos de Defesa Civil

A Defesa Civil do Paraná investiu cerca de R$ 55 milhões desde 2021, quando começou a executar orçamento próprio, em novos equipamentos para estruturar o atendimento às prefeituras em situações extremas.

Foram adquiridos 33 caminhões, uma viatura de intervenção imediata para apoio de ações de combate a incêndios, 114 carros, 391 motosserras, 71 almofadas pneumáticas, 57 desencarceradores e 50 kits de atendimento emergencial. Eles foram entregues às Defesas Civis municipais, de acordo com as necessidades de cada local.

Os materiais destinados aos municípios auxiliam tanto nas ações de resposta quanto nas ações preventivas, permitindo a atuação das defesas civis para verificação de áreas de risco e monitoramento nos locais, por exemplo.

Para este ano está prevista a contratação de um Sistema de Monitoramento de Apoio ao Alerta de Desastre. O investimento será de R$ 4,9 milhões, resultado da parceria com o Instituto Água e Terra (IAT) e o Banco Mundial, parte do projeto Paraná Eficiente. O novo sistema vai qualificar as ferramentas de alertas já existente com base na interpretação e integração de dados. A Defesa Civil também vai adquirir estações telemétricas hidrológicas, ampliando a rede observacional e as informações meteorológicas do Estado, o que permitirá a tomada de decisões antecipadas.

Todo esse investimento é importante diante do aumento de casos extremos. Nos últimos 30 meses 260 municípios do Paraná decretaram 433 situações de emergência ou calamidade pública, com mais de um milhão de paranaenses atingidos. A estiagem severa motivou a publicação de 100 decretos, seguido pelas enxurradas, com 90 situações.

Também foram 72 decretos por doenças infecciosas, reflexo da dengue. O El Niño trouxe temperaturas mais elevadas neste ano, que influenciaram no agravamento da circulação do mosquito transmissor. O investimento da Secretaria de Saúde em ações contra a dengue chegaram a R$ 100 milhões apenas no último semestre.

Sempre que um evento climático ou de saúde pública compromete substancialmente a rotina de um local, pode ser decretada a situação de emergência ou o estado de calamidade pública. Esse decreto é emitido pelo município quando se concentra em uma única cidade ou pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, no caso de uma região maior.

“O Paraná viveu situações extremas nos últimos anos, envolvendo tanto a falta de chuva, quanto o excesso de água em algumas regiões. Temos aprimorado nosso sistema de monitoramento e controle, além de acompanhar a atualização dos planos de contingência dos municípios, determinantes para melhorar a resposta em momentos críticos”, destaca o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schunig.

“Atuamos sempre de maneira integrada, em parceria com secretarias, municípios e o governo federal em busca de soluções conjuntas com objetivo comum de reduzir o impacto dos desastres no meio ambiente e na vida das pessoas”, complementa Schunig.

Além disso, a Defesa Civil também auxilia municípios com a construção de planos de contingência e formação de profissionais para atendimento em situações adversas. O monitoramento constante, o mapeamento das áreas de risco e a comunicação rápida com a população são prioridade nas atividades desenvolvidas 

Para o capitão Anderson Gomes das Neves, chefe do Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CEGERD), os eventos intensos dos últimos anos demandaram esforço conjunto de municípios e do Estado no atendimento à população. “Tudo isso começa com as documentações do desastre e o decreto de situação de emergência ou calamidade pública. A partir daí, segue-se o reconhecimento pelo Estado e os auxílios decorrentes, garantindo a retomada da normalidade”, explica.

Em 2022, o Tribunal Regional do Trabalho cedeu à Defesa Civil um barracão, localizado no bairro Cajuru, em Curitiba. A estrutura maior permite a concentração de grandes volumes de doações e reservas de material, potencializando a capacidade logística. A economia anual é superior a R$ 500 mil. 

OUTROS INVESTIMENTOS – No ano passado o Governo criou o Fundo Estadual para Calamidades Públicas (Fecap), desenvolvido para dar mais celeridade aos repasses financeiros do tesouro estadual aos municípios. Foram destinados R$ 34 milhões para 83 cidades que decretaram situação de emergência em decorrência das fortes chuvas.

Deste total, R$ 416 mil foram enviados para o município de União da Vitória, além de R$ 1,2 milhão do Fundo de Assistência do Estado. Em julho, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou o protocolo de intenções para a contratação de um anteprojeto para a contenção de cheias naquela região. Serão investidos R$ 5,2 milhões nesta primeira etapa. O estudo vai indicar a melhor proposta técnica, que pode ser única ou por meio de diferentes intervenções, incluindo túneis, canais extravasores, diques, denotações de rochas, desassoreamento e alargamento do rio.

Também estão em andamento as obras de micro e macrodrenagem realizadas IAT para a revitalização da Orla de Matinhos. A mudança refletiu diretamente na redução de alagamentos, comuns na região. Outra obra emblemática realizada para minimizar o problema com as cheias está em andamento em Francisco Beltrão, na região Sudoeste. O investimento é de cerca de R$ 50 milhões. A estrutura é composta por um túnel de 1,2 quilômetro para melhorar o escoamento da água do Córrego Urutago até o Rio Marrecas e um canal de contenção de cheias.

Um convênio entre o IAT e o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) também garantiu a inspeção de 1.300 das 1.600 barragens com lâminas de água superior a 10 mil metros quadrados. Este trabalho também refletirá na capacidade de monitoramento da Defesa Civil, que utiliza as informações para segurança da população. Estas três instituições participam do Comitê de Barragens do Estado, que integra instituições que atuam na temática e permite a discussão de iniciativas para o fortalecimento das ações de segurança no Estado.

DECRETOS – As situações de emergência aumentaram nos últimos anos. Em 2022 houve 181 decretos de emergência no Paraná. Em fevereiro, a estiagem levou cerca de 40 mil moradores de Cascavel a contabilizar os prejuízos da falta de chuva e em abril do mesmo ano uma forte chuva de granizo atingiu a vizinha Assis Chateaubriand. Em outubro e novembro, Pitanga, na região central, e Morretes, no Litoral, sofreram com enxurrada e intensas tempestades, estas situações provocaram grandes estragos.

Em 2023 foram publicados 160 decretos envolvendo diferentes realidades. Em março, a alta contaminação pela dengue em Foz do Iguaçu acendeu um alerta. Outubro do ano passado foi um mês atípico com grandes volumes de chuva. Prudentópolis e União da Vitória viveram semanas duras com as enchentes que afetaram 69 mil pessoas nos dois municípios. Em União da Vitória, o Rio Iguaçu alcançou a marca de 8,3 metros e permaneceu 47 dias acima do nível normal.

 

 

 

 

Por - AEN

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