Obras da Copel acumulam segredos históricos da ocupação do território brasileiro

Das pesquisas de patrimônio arqueológico autorizadas no Brasil, mais de 95% referem-se à Arqueologia Preventiva feita pelas empresas durante a instalação de grandes empreendimentos, segundo estimativa do arqueólogo Valdir Luiz Schwengber, um dos coordenadores de um trabalho de pesquisa contratado pela Copel.

E os investimentos da empresa entram nessa estatística.

Os primeiros registros da atuação da Companhia com esse propósito são de 1964, época de construção da já extinta Usina Salto Grande – desativada para construção da gigante Foz do Areia no Rio Iguaçu, no Centro-Sul do Estado. Desde então, a Copel já financiou projetos de pesquisa para prospecção e resgate de centenas de sítios arqueológicos identificados não só no Paraná, mas nos dez estados com empreendimentos de geração e transmissão de energia.

Antes de implantar usinas, linhas de transmissão, subestações, a Copel contrata estudos para avaliar possíveis impactos das obras em bens de natureza arqueológica, que podem estar no solo, em camadas superficiais ou mais profundas, em cavernas, encostas, paredões rochosos, etc. Quando a ocorrência de bens em sítios é confirmada, parte-se ao plano de salvamento e destinação do material para instituições habilitadas a preservar esse patrimônio. Além disso, são realizadas ações educativas junto às comunidades locais, por meio de programas de Educação Patrimonial.

E o cuidado continua durante toda a operação dos ativos. Este ano, por exemplo, foi iniciado o estudo de um sítio arqueológico encontrado na área da Central Geradora Hidrelétrica (CGH) São Jorge, localizada em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. A usina está em operação desde 1945, mas o sítio Represa de Alagados 1 foi exposto mais recentemente, pois fica em um local que por vezes fica submerso, a depender do nível do reservatório da usina. Lá, foram localizadas ferramentas em pedra lascada e vestígios da fabricação delas e os estudos necessários para aprofundar o conhecimento e proteger o patrimônio identificado já estão contratados.

A Copel conta com uma área especializada e profissionais habilitados nas áreas de Arqueologia, História, Museologia e Sociologia para a gestão de todos os programas de proteção de patrimônio cultural e arqueológico. Quando foram encontrados os vestígios na represa de Alagados, uma equipe da Companhia promoveu uma campanha para comunicar a população a respeito da importância da preservação do sítio arqueológico e evitar a retirada de artefatos do local.

GRANDES DESCOBERTAS, NOVAS HISTÓRIAS – Durante as obras de recapacitação da linha de transmissão Figueira – Ponta Grossa foram sinalizados 30 sítios com pinturas rupestres na área de influência do empreendimento – três inéditos e 27 que já eram conhecidos, mas foram recadastrados por solicitação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“Nesse projeto, foi registrado um sítio que mostrou muito bem as fronteiras culturais de diferentes grupos que habitaram o Paraná. Fizemos um levantamento amplo de arte rupestre na região dos Campos Gerais e o trabalho virou referência para o Iphan para tratamento dessas pinturas feitas pelos povos antigos”, conta Schwengber.

O método de registro inclui preenchimento de ficha de cadastro de cada sítio, medição dos abrigos e painéis para elaboração de croqui, registro fotográfico em alta resolução, tratamento das imagens digitais em software específico e produção de croquis no software AutoCAD.

Já no Mato Grosso, durante os trabalhos de instalação da Usina Hidrelétrica Colíder, foram diagnosticados 171 sítios arqueológicos de 11 períodos cronológicos diferentes. Eles passaram por um estudo inicial para hierarquização e caracterização cultural e funcional (divididos em aldeias grandes, médias e pequenas e acampamentos) e, de cada categoria, foram selecionados alguns para coleta de material com escavações amplas e amostrais.

O arqueólogo e geólogo Marco De Masi, também contratado pela Copel, conta que durante esse trabalho foi reconhecida a ocorrência de grupos caçadores coletores antigos da Tradição Itaparica – com datas de 9130 A.P. (antes do presente) e 6890 A.P. – e da Tradição Uru – com uma cronologia inicial em 4290 A.P. e ocupação continuada até 1815 d.C.

“Esta tradição era conhecida apenas com datações de 800 d.C. e conseguimos recuar muito na cronologia, algo nunca registrado antes no Brasil”, destaca De Masi.

As características de produção de artefatos da tradição Itaparica têm continuidade e permanece entre os grupos horticultores da Tradição Uru. Os dados originados do trabalho na área da Usina Colíder permitem inferir que o vale do Rio Teles Pires, além de ter uma ocupação continuada por milênios, foi um corredor migratório para os grupos Proto-Jês do Brasil vindos da Amazônia Central.

As amostras para datação foram analisadas na empresa Beta Analytic, nos EUA, e as descobertas divulgadas em publicações nacionais e internacionais.

PRESERVAÇÃO – Os vestígios arqueológicos que são objeto de estudo incluem lugares, construções, restos de material orgânico que serviram de alimento, ferramentas e outros objetos líticos (de pedra lascada) ou cerâmicos, de uso cotidiano ou ritualístico, arte rupestre, entre outras evidências de antigas ocupações humanas.

Todo esse trabalho é regrado e acompanhado pelo Iphan. O órgão é o responsável também pelo licenciamento ambiental dos empreendimentos, no que se refere ao patrimônio cultural, para reduzir eventuais impactos de empreendimentos sobre o País.

Além das ações de identificação e salvamento arqueológico, são investidos recursos na pesquisa e na educação, para fins de valorização do patrimônio cultural por meio da salvaguarda das coleções e o Cadastro Nacional dos Sítios Arqueológicos (CNSA), uma exigência do Iphan para alimentar o banco de dados do país e subsidiar pesquisas acadêmicas.

As instituições de guarda que recebem os materiais seguem regras rígidas de conservação do acervo e extroversão (ações educativas).

“Os custos desse trabalho são altos e o Brasil tem uma das legislações mais desenvolvidas nessa área. Não é um fator que limite a implantação de empreendimentos, mas há um rol normativo de como fazer, quando se mitiga e quando se compensa o impacto”, explica Valdir Schwengber.

“As empresas arcam com essa etapa mais cara nos projetos de arqueologia preventiva para que pesquisadores tenham acesso ao acervo e possam se debruçar sobre ele para dar continuidade à produção de conhecimento”, acrescenta o arqueólogo.

E nem só de povos antigos vivem esses estudos. A nova legislação no setor ampliou as exigências para os bens que formam o patrimônio cultural brasileiro, como bens tombados, valorados (Patrimônio Ferroviário) e registrados (Patrimônio Imaterial), além do Patrimônio Arqueológico.

Em outro projeto da Copel, de implantação da linha Curitiba Leste – Blumenau, a empresa investiu no Projeto Lumiar, destinado a resgatar e valorizar elementos da cultura local do Vale do Rio da Luz, região de Santa Catarina habitada por imigrantes alemães, onde se destacam as construções do estilo enxaimel.

MAIS INFORMAÇÕES – Mais informações sobre programas de sustentabilidade, responsabilidade social, educação e inovação podem ser encontrados no site da Copel.

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Paraná assina acordos internacionais de sustentabilidade durante a COP15, no Canadá

Uma comitiva do Governo do Paraná embarca nesta sexta-feira (9) para Montreal, no Canadá, para participar da COP15, a Conferência da Biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU).

No evento, o Estado vai formalizar sua participação como membro oficial da Regions4, uma coalizão internacional formada por governos regionais (estados, regiões e províncias) para buscar soluções voltadas às mudanças climáticas, biodiversidade e desenvolvimento sustentável.

O governo também vai renovar o acordo firmado com a Secretaria da Convenção da Biodiversidade da ONU. O memorando de entendimento permite que o Paraná continue contribuindo com a neutralização das pegadas de carbono da entidade, o que é feito desde 2008 através do plantio de árvores em áreas protegidas do Estado.

Outro enfoque será na bioeconomia, com reuniões do Paraná com fundos de investimento, empresas e entidades que tratam do tema, na busca de atrair iniciativas e investimentos relacionados à economia verde e à redução dos impactos no meio ambiente. Além disso, também estão previstos encontros bilaterais com outros estados e entidades e a apresentação das políticas ambientais estaduais na 7ª Cúpula dos Governos Subnacionais e Municipais.

Fazem parte da comitiva o diretor de Políticas Ambientais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Rafael Andreguetto; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; e o diretor de Relações Internacionais e Institucionais, Giancarlo Rocco. A participação do Paraná na conferência segue até o dia 16 de dezembro.

Para Andreguetto, a participação na COP15 é fundamental para posicionar o Paraná como protagonista nos acordos e discussões internacionais que tratam da conservação da biodiversidade e das metas estabelecidas para mitigação das mudanças climáticas. “Durante a conferência, serão renovadas as metas e os compromissos dos governos para voltados à conservação da biodiversidade pelos próximos 10 anos. É a oportunidade de o Estado se tornar uma voz para a discussão e o endosso aos compromissos do Acordo de Paris”, afirma.

“Não precisamos ter uma Amazônia em nosso quintal para ir em busca de soluções que protejam nossa biodiversidade. Mesmo sem receber tanta pressão internacional com relação ao tema, o Estado se consolida como exemplo mundial de sustentabilidade”, salienta Eduardo Bekin. “Através da Invest, queremos trabalhar a marca da sustentabilidade paranaense no mercado nacional e internacional”, acrescenta.

COP15 – A COP15, que iniciou na última terça-feira (7) e vai até o dia 19 de dezembro, acontece um mês após a COP27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que também teve participação do Paraná. O evento atual trata, porém, da proteção da biodiversidade, e deve dar continuidade às negociações para a adoção de um Quadro de Biodiversidade Global pós-2020.

Rafael Andreguetto destaca que o Paraná tem expertise para tratar do tema, por ser considerado o Estado mais sustentável do Brasil e referência mundial em sustentabilidade, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“Mais do que participar das discussões que tratam da biodiversidade, o Estado irá apresentar todas as iniciativas e ações que fazem com que essa conservação seja possível”, salienta. “O Paraná é pioneiro no Brasil na implantação do ICMS Ecológico, uma compensação aos municípios que têm áreas de proteção, além de várias iniciativas para frear os efeitos das mudanças climáticas”.

O Estado conta com programas como o Paraná Mais Verde, para o reflorestamento com árvores nativas e incentivo ao plantio de espécies ameaçadas de extinção, e o Poliniza Paraná, com a instalação de colmeias de abelhas nativas sem ferrão em parques e praças paranaenses. Outras ferramentas, como o Selo Clima e o programa Sinais da Natureza, buscam prevenir e mitigar os efeitos das mudanças climáticas no Estado.

BIOECONOMIA – A bioeconomia é outra questão de interesse do Estado, principalmente por meio do trabalho exercido pela Invest Paraná na atração de investimentos privados. O controle das emissões dos gases do efeito estufa e o destino correto dos resíduos sólidos estão, por exemplo, entre as exigências feitas às empresas para receberem incentivo fiscal no Estado.

Já inciativas como a Programa de Apoio às Vocações Regionais Sustentáveis buscar incentivar as cadeias de valor e abrir mercados nacionais e internacionais aos produtos típicos paranaenses, produzidos de forma sustentável e de maneira tradicional, apoiando principalmente pequenos produtores e agricultores familiares.

 Governo sanciona lei que autoriza repasse financeiro inédito de R$ 220 milhões para hospitais

O governador Carlos Massa Ratinho Junior sancionou nesta quinta-feira (8) a lei 21.292/2022 , que institui um repasse extraordinário de R$ 220 milhões para hospitais contratualizados com o Estado.

A iniciativa visa prestar auxílio financeiro ainda durante o exercício de 2022 para as unidades que atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A proposta considerou a variação dos custos para manutenção das unidades hospitalares, desde o atendimento ambulatorial, eletivo, especializado e de média e alta complexidade, principalmente após a fase mais crítica da pandemia da Covid-19 – responsável pelo aumento expressivo no custo de insumos e mão de obra.

Essa é a primeira vez que o Estado realiza um aporte complementar dos valores pagos às unidades hospitalares contratualizadas com recursos próprios, amparadas por lei. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), estes valores representam aproximadamente o déficit financeiro dos hospitais durante este ano.

Atualmente, além dos valores pagos pelas tabelas do SUS, o Estado também realiza repasses financeiros para as unidades próprias e envio de recursos para hospitais filantrópicos por meio de programas de incentivo.

“Este repasse certamente dará um fôlego a mais para as unidades hospitalares que possuem contrato com a Sesa, permitindo que nenhum hospital ou serviço de saúde precise ser paralisado por falta de recursos financeiros, também considerando o cenário da pandemia”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. 

O critério de rateio para cada unidade deverá ser definido pela Sesa, baseado na produção de cada hospital para atendimentos do SUS, além de serem destinados integralmente para a aquisição de medicamentos, suprimentos, insumos, equipamentos, pequenas reformas e adaptações na estrutura física para aumento na oferta de atendimentos e produção de cirurgias eletivas, contratação e pagamento de profissionais e demais gastos vinculados com o enfrentamento da Covid-19. A lei será regulamentada nos próximos dias.

 

 

 

 

Por -AEN

 Centrais de Relacionamento da Sanepar funcionam até as 11h30 nesta sexta-feira

A Sanepar comunica que nesta sexta-feira (9) as Centrais de Relacionamento em todo o Estado irão funcionar até as 11h30 e ficarão fechadas no período da tarde, em função do jogo do Brasil na Copa do Mundo.

Os clientes podem solicitar serviços pelo site da Sanepar www.sanepar.com.br/servicos ou pelo telefone 0800 200 0115, durante 24 horas por dia. Também podem enviar e-mail (neste link estão os e-mails de cada cidade).

Em compensação, todas as Centrais de Relacionamento estarão abertas no sábado da próxima semana, dia 17 de dezembro, para reforçar o atendimento no fim do ano.

Até 31 de dezembro, clientes podem fazer a adesão ao Programa de Recuperação de Crédito do Cliente Particular (Reclip), com parcelamento de débitos em até 60 vezes. Mais informações AQUI.

 

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Sistema público de agricultura terá foco na sustentabilidade e conectividade nos próximos anos

A formulação de um planejamento de longo prazo que privilegie a sustentabilidade e ofereça mais segurança para as atividades agropecuárias no Paraná foi discutida durante dois dias por cerca de 140 servidores do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri).

A reunião foi entre terça (06) e quarta-feira (07) no Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), em Londrina.

O Seagri é formado pela Secretaria da Agricultura e suas empresas vinculadas: IDR-Paraná, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa).

"O planejamento precisa ter em vista o longo prazo e deve levar em conta a parceria com quem faz as coisas, que são os produtores, os trabalhadores rurais, a razão de nossa existência enquanto profissionais", disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

Ele destacou a necessidade de inovação permanente. "O desafio que se tem pela frente é grande, porque a agropecuária é o carro-chefe do Paraná e há muito para se fazer", disse. "É preciso fazer um bom papel, estar presente para ajudar o Estado se desenvolver, para valorizar as famílias rurais e as organizações do setor, estar atento às inovações e, se possível, estar à frente delas".

A discussão foi pautada por seis eixos, que passam a conduzir as políticas públicas no setor agropecuário: segurança alimentar, segurança da informação, segurança energética e conectividade, segurança hídrica e sustentabilidade, segurança produtiva e tecnológica e segurança sanitária.

Várias ações foram projetadas em cada um dos segmentos, com a decisão de um trabalho conjunto não apenas entre as entidades que formam o Seagri, mas com o esforço de buscar parceria com outros órgãos públicos, no meio acadêmico e na iniciativa privada, evitando esforço dobrado, caso as soluções já existam.

"Todos nós trabalhamos com o mesmo propósito que é, como profissionais, estar atentos a tudo que ocorre no meio rural e, para isso, há necessidade de melhorar o nível de informação, que às vezes está na casa da gente. Podemos poupar esforço, usar ferramentas mais modernas", afirmou Ortigara. "Tem muita coisa para aperfeiçoar e vamos desenhar corretamente as políticas para que possa ter uma sempre boa, agradável e correta interlocução com os agricultores, com os trabalhadores rurais e com as agroindústrias".

NOVO CICLO – O Paraná entra em 2023 com a quarta maior economia do Brasil e com a posição consolidada entre os maiores produtores de proteína animal do País, além do maior produtor de orgânicos e de algumas culturas, como feijão. O Paraná também é o estado brasileiro com a maior área do seu território classificada com potencialidade agrícola "muito boa" (classe A1). A classificação está no Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil , publicação inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta semana

O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do Paraná atingiu, em 2021, o maior patamar de sua história, totalizando R$ 180,6 bilhões. Com um avanço médio de 5% ao ano desde 2012, o crescimento da produção agropecuária paranaense deu um salto ainda maior entre 2018 e 2021, durante a gestão de Carlos Massa Ratinho Junior, chegando a um crescimento médio de 9% no período. Em valores nominais, que desconsideram os índices de inflação, a taxa média de avanço foi de 26% por ano..

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

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