Para que os produtores de orgânicos possam ampliar suas oportunidades de negócio, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) certifica empresas interessadas em produzir alimentos convencionais na mesma linha de produção.
O Decreto Federal 6.323/2007, que regulamenta a agricultura orgânica no Brasil, permite a produção orgânica e não orgânica no mesmo local, desde que uma certificadora inspecione e aprove o projeto de fabricação paralela.
Segundo o engenheiro agrônomo do Tecpar Certificação, Pedro Rossi, a produção paralela é permitida nas unidades de produção e estabelecimentos onde haja cultivo, criação ou processamento de produtos orgânicos. No entanto, ele salienta, é preciso que haja uma separação dos processos produtivos.
“Esta é uma oportunidade de ampliar os lucros, sem um aumento considerável nos custos de produção. Muitos empresários e produtores não sabem que é possível, por exemplo, produzir um suco de uva orgânico na mesma máquina em que se faz o suco convencional. Para isso, a empresa deve montar seu processo produtivo de acordo com normativa vigente e depois solicitar a auditoria do Tecpar”, afirma.
No Brasil, o selo “Produto Orgânico do Brasil” é concedido após a análise de conformidade feita por um organismo credenciado junto ao Mapa. O Tecpar foi o primeiro credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, em 2010.
NORMATIVAS – Na auditoria realizada in loco, os auditores do Tecpar verificam se a matéria-prima é orgânica e se o processo produtivo atende as normativas vigentes. Se todos os requisitos forem atendidos, a empresa recebe a certificação. “A legislação determina que todos os produtos devem ser identificados de forma apropriada durante os processos e que os produtos orgânicos deverão estar claramente separados dos produtos não orgânicos”, diz Rossi.
O processamento, manipulação e embalamento de cada um deles deve ser feito de forma totalmente isolada. Também não poderá haver contato com materiais e substâncias cujo uso não seja autorizado para a agricultura orgânica. “Além disso, a matéria-prima, insumos, medicamentos e substâncias utilizadas na produção não orgânica deverão ser mantidos sob rigoroso controle, em local isolado e apropriado”, acrescenta o engenheiro agrônomo.
Outra recomendação importante é que os produtos orgânicos e não orgânicos não devem ser armazenados e transportados juntos, exceto quando forem rotulados e separados fisicamente.
PRODUÇÃO PARALELA – O Sítio Santa Rita, localizado em Bocaíuva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, é um exemplo de como a produção paralela pode ser um ótimo negócio para produtores que buscam aumentar seus rendimentos.
A produtora Selma Maria de Andrade, que trabalha na agroindústria juntamente com seu filho Guilherme de Andrade Cardoso, conta que tudo começou com a produção orgânica de doces, geleias, pães e frutas congeladas orgânicas. “Como o município ainda não tem uma demanda de produção orgânica, surgiu a demanda de produção convencional. Então, começamos a fazer bolachas e pão integral não orgânicos, apenas para entregar aqui cidade”, diz Selma.
A produção na cozinha é feita sempre de forma alternada. Quando os produtos orgânicos e convencionais são preparados na mesma semana, existe um rigoroso cuidado antes de iniciar cada produção, ressalta Selma.
“Produzimos primeiro o orgânico e depois processamos o convencional, para nunca ter o perigo de ter contaminação cruzada. E ao final da produção, temos um cuidado especial com a higienização dos utensílios, lavagem dos equipamentos, além das anotações em caderno, com a data de cada produção”, diz a produtora.
Para as duas atividades, eles receberam o apoio do Tecpar Certificação, que concedeu a certificação para os produtos orgânicos processados na agroindústria.
“Buscamos a certificação pelo Tecpar devido ao comprometimento com o produtor e a rigidez pela qual o certificado nos é possibilitado, transmitido transparência e fidelidade. O serviço prestado é de ótima qualidade, pontual, organizado e muito rigoroso, com auditores prestativos”, destaca Selma. “Para nós é importante ter a certificação orgânica auditada devido à qualidade, compromisso e confiança que podemos transmitir para nossos clientes. Com isso, temos uma alta procura por nossos produtos”, afirma.
ORGÂNICOS INDUSTRIALIZADOS – A legislação brasileira apresenta uma série de orientações para a inclusão de aditivos e substâncias utilizadas como conservantes em alimentos orgânicos industrializados.
Para ser reconhecido, um produto processado deve conter no mínimo 95% de ingredientes de origem na agricultura orgânica, devidamente identificados no rótulo. Além disso, os outros 5% de ingredientes não orgânicos não podem estar entre aqueles proibidos pelas regras deste tipo de produção, como os transgênicos, por exemplo.
A lista de produtos orgânicos processados que já receberam o Selo Orgânico Brasil Tecpar Certificação é bastante diversificada e abrange clientes de todo o Brasil. Entre os itens estão chás, sucos, sopas prontas, arroz, aveia em flocos, cacau em pó, farinhas, cogumelos, temperos, pães, vinagres, carne bovina resfriada, entre outros.
Por - AEN
O Paraná tem 35 municípios com Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) acima de R$ 1 bilhão. As informações são do relatório final relativo a 2023, publicado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), no Diário Oficial.
Após as revisões dos números preliminares, o VBP total do Paraná em 2023 ficou em R$ 198,02 bilhões, o maior valor da história.
A lista de 2022 foi reforçada com a entrada de Corbélia (R$ 1,05 bilhão), Chopinzinho (R$ 1,05 bilhão), Ortigueira (R$ 1,02 bilhão), Nova Santa Rosa (R$ 1,01 bilhão) e São Mateus do Sul (R$ 1,01 bilhão) no grupo de municípios bilionários.
Ela ainda inclui Toledo, Castro, Cascavel, Santa Helena, Guarapuava, Carambeí, Marechal Cândido Rondon, Dois Vizinhos, Assis Chateaubriand, Tibagi, Palotina, Francisco Beltrão, São Miguel do Iguaçu, Nova Aurora, Piraí do Sul, Palmeira, Lapa, Londrina, Arapoti, Ubiratã, Prudentópolis, Cianorte, Ponta Grossa, Cafelândia, Astorga, Missal, Pitanga, Medianeira, Pinhão e Irati.
O grupo também teve algumas saídas. Os municípios de Candói (R$ 992,43 milhões), Pato Branco (R$ 905,38 milhões), General Carneiro (R$ 886,26 milhões) e Mangueirinha (R$ 840,89 milhões) que atingiram VBP de R$ 1 bilhão em anos anteriores, desta vez mostraram redução no faturamento, por diferentes fatores.
Para o secretário estadual da Agricultura do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, os dados mostram que os produtores rurais paranaenses estão aproveitando oportunidades de crescimento. “Isso representa geração de emprego e renda no campo”, diz.
DESEMPENHO – Entre os novos bilionários, a soja e a avicultura foram os produtos determinantes para o crescimento do VBP, segundo a economista do Deral Larissa Nahirny. “Esse perfil também é observado no estado como um todo. A produção recorde de soja em 2023 proporcionou um incremento significativo no faturamento dos municípios. Na avicultura, embora os preços praticados tenham se desvalorizado no período, a expansão nos abates e na comercialização de pintinhos para recria e engorda sustentou o resultado do setor”, analisa.
Em Corbélia, na região Oeste, a produção de soja quase triplicou de 2022 para 2023, de 42 mil toneladas para 163,7 mil toneladas. Com isso, o VBP do grão passou de R$ 119,9 milhões para R$ 357,5 milhões, um crescimento de 198%. O frango de corte e o milho também têm participação expressiva no rendimento.
Em Chopinzinho, no Sudoeste, mais da metade do VBP vem da soja e do frango de corte. Essas culturas renderam, respectivamente, R$ 238,3 milhões e R$ 235,4 milhões para o município em 2023. Destaque para o aumento no volume produzido do grão, que subiu 158%, de 50,3 mil toneladas em 2022 para 129,8 mil toneladas em 2023.
Além do frango para reprodução (R$ 252,79 milhões) e da soja (R$ 247,65 milhões), que compõem metade do VBP de Ortigueira, na região dos Campos Gerais, os produtos florestais têm uma participação importante na geração de renda no campo. Em 2023, papel e celulose renderam R$ 136,76 milhões para o município, 31% a mais do que em 2022, quando o VBP desses produtos somou R$ 104, 27 milhões.
Nova Santa Rosa, no Oeste, se beneficia principalmente da produção de suínos, que gerou VBP de R$ R$ 355,77 milhões no ano passado, seguida do frango de corte (R$ 179,16 milhões) e do pescado de água doce (R$ 95,93 milhões), que inclusive registrou aumento de 41% no rendimento comparativamente a 2022, quando rendeu R$ 68,23 milhões.
Os três principais produtos na composição do VBP de São Mateus do Sul, no Sudeste do Estado, são a soja (R$325,17 milhões), a erva-mate (R$ 192,06 milhões) e o fumo (R$ 118,79 milhões).
PESQUISA – O levantamento do VBP paranaense é um dos mais completos do País, com cerca de 350 culturas, entre elas produtos da agricultura, pecuária, piscicultura, silvicultura, extrativismo vegetal, olericultura, fruticultura, plantas aromáticas e ornamentais.
Em termos de segmento, o relatório aponta a liderança da produção pecuária na formação do VBP pelo segundo ano consecutivo. O setor representa 49% do valor gerado nas propriedades rurais do Paraná em 2023, com R$ 96,63 bilhões.
A agricultura de forma geral foi responsável por 46,5% do faturamento bruto, somando R$ 92,14 bilhões, contra R$ 85,1 bilhões de 2022, quando as condições climáticas foram desastrosas.
O VBP florestal, de R$ 9,25 bilhões em 2023, foi inferior aos R$ 9,6 bilhões do ano anterior, principalmente devido à desvalorização dos preços dos produtos florestais.
Veja neste link a relação completa dos municípios.
Por - AEN
As Agências do Trabalhador do Paraná e postos avançados começam a semana com
com carteira assinada no Estado.A maior parte é para alimentador de linha de produção, com 5.624 oportunidades. Na sequência, aparecem as de faxineiro, com 798 vagas, operador de caixa, com 763, e magarefe, com 699.
A Grande Curitiba concentra o maior volume de postos de trabalho disponíveis (5.825). São 546 vagas para alimentador de linha de produção, 429 para faxineiro, 356 operador de telemarketing ativo e receptivo, e 301 para operador de caixa.
Na Capital, a Agência do Trabalhador Central oferta 37 vagas para profissionais com ensino superior e técnico em diversas áreas, com destaque para as funções de auxiliar de desenvolvimento infantil (curso superior em pedagogia ou magistério) com 4 vagas, analista de controle de qualidade (cursando ou concluído técnico em qualidade, química, alimentos ou áreas afins), com 4 vagas, intérprete de libras (superior em Pedagogia ou Letras), com 3 vagas, e analista de marketing (curso superior em marketing, designer gráfico ou publicidade e propaganda), com 3 vagas.
A Região de Cascavel aparece em seguida (4.810), com 1.285 oportunidades para alimentador de linha de produção, 494 para abatedor, 240 para magarefe e 202 para servente de obras.
Nas demais regionais do Interior são destaques Londrina (2.733), Campo Mourão (2.125), Pato Branco (1.628) e Foz do Iguaçu (1.397). Em Londrina, as funções que lideram as ofertas de vagas são alimentador de linha de produção, com 699 vagas, ajudante de motorista, com 135, operador de caixa, com 122, e motorista de caminhão, com 113 oportunidades.
Na Região de Campo Mourão, há oferta de emprego para as funções de alimentador de linha de produção, com 822 oportunidades, magarefe, com 254, abatedor, com 84, e trabalhador volante da agricultura, com 83.
Em Pato Branco, os destaques são para alimentador de linha de produção (657), magarefe (64), operador de caixa (61) e faxineiro (52). Na Região de Foz do Iguaçu, são ofertadas 561 vagas para alimentador de linha de produção, 102 para repositor de mercadorias, 63 para operador de caixa e 42 para auxiliar de serviços gerais.
Há muitas vagas ainda em Maringá (1.069), com destaque para alimentador de linha de produção (340); Ponta Grossa (241), com ofertas para despachante de transportes coletivos (16); e Paranaguá (211), com vagas para operador de empilhadeira e auxiliar nos serviços de alimentação.
ATENDIMENTO – Os interessados devem buscar orientações entrando em contato com a unidade da Agência do Trabalhador de seu município. Para evitar aglomeração, a sugestão é que o atendimento seja feito com horário marcado.O agendamento deve ser feito AQUI.
Por - AEN
O cenário desafiador apresentado pelo Corpo de Bombeiros Militares do Paraná (CBMPR), em maio deste ano, no 1º Workshop de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal, realizado em Curitiba, vem se tornando realidade.
A expectativa de aumento expressivo das ocorrências dessa natureza já se traduz em números. Neste ano, até esta quinta-feira (22), foram atendidos 9.344 incêndios em vegetação no Estado, contra 4.011 situações semelhantes no mesmo período de 2023. Uma alta de 132%.
“Esse aumento preocupa, pois não se refere apenas ao quantitativo, mas à área queimada e à quantidade de dias destinados no combate a incêndios florestais. Neste ano, condições climáticas estão favorecendo essa propagação do incêndio e dificultando sua extinção”, disse a capitã Luisiana Guimarães Cavalca, integrante da Câmara Técnica de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal do CBMPR.
Historicamente, o mês de agosto costuma ter estatísticas elevadas nesse quesito. Em 2024, porém, tem sido especialmente severo. Temperaturas elevadas, baixa umidade relativa do ar e chuvas escassas são alguns dos fatores que contribuem para a proliferação dos incêndios, como o que atualmente castiga a região da Ilha Grande e Alto Paraíso, no Noroeste.
Sete bombeiros militares, apoiados pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), trabalham contra as chamas no local. A chegada da chuva naquela região, nessa sexta-feira (23), já ajudou a aplacar o incêndio.
Relativamente perto dali, o fogo consumiu boa parte de uma Área de Preservação Permanente Ecológica (APP) em Maria Helena. Cianorte, que ainda tem alguns focos isolados aparecendo, e o Parque de Vila Velha, nos Campos Gerais, também sofreram com a força das chamas neste mês. Somente em agosto, até esta quinta (22), o Corpo de Bombeiros recebeu 2.274 chamados desse tipo. Comparativamente, em todo o mês de agosto de 2023, haviam sido 955.
PLANEJAMENTO – Como parte da Operação Quati João, que anualmente é organizada pelo CBMPR para promover a prevenção e o combate a incêndios florestais, a Corporação tem realizado reuniões periódicas com entidades civis e governamentais. Nesses encontros, são feitas atualizações dos cenários meteorológicos, com apoio do Simepar, apresentados os casos mais recentes de incêndios florestais e discutidas estratégias de atuação para o período seguinte.
Uma das preocupações para o ano é a chegada da La Niña, prevista para setembro. O fenômeno, embora deva ser mais ameno do que o projetado inicialmente, deixará o ambiente mais seco, propiciando o aparecimento dos focos de incêndio.
“O Paraná teve a influência da La Niña entre 2019 e 2021. Foram anos que tivemos média de mais de 12 mil ocorrências florestais por ano - em um ano normal seriam 5 mil”, afirmou a capitã Luisiana. “Como os modelos climatológicos indicam que no final de agosto já poderemos ter influência da La Niña, há uma preocupação de que esses incêndios florestais sejam ainda mais frequentes e com maior potencial de propagação. Pelo menos até outubro, quando os números costumam diminuir”.
Assim, a projeção é que o fogo em áreas de vegetação siga dando trabalho extra aos bombeiros em 2024. “Pelas condições repassadas pelo Simepar, o Corpo de Bombeiros se prepara para manter atendimento de ocorrências de incêndios florestais com número elevado, uma vez que as condições climatológicas seguirão propensas aos riscos de incêndios florestais”, admitiu a oficial.
APOIO – Além da ação do Corpo de Bombeiros, o combate a incêndios no Paraná tem recebido o apoio do Instituto Água e Terra (IAT). O órgão ambiental tem contribuído ativamente com a mobilização de equipes próprias e com a utilização de aeronave especializada para despejo de água em locais de difícil acesso.
Os servidores do IAT estiveram em ação, por exemplo, na Ilha Bandeirantes, no Parque Nacional de Ilha Grande, debelando o incêndio no local junto com os brigadistas do ICMBio. Também auxiliaram em ocorrências grandes no município de Maria Helena; no Parque Estadual de Vila Velha, nos Campos Gerais; e na Florestal Metropolitana, em Piraquara. Atualmente, estão apoiando os bombeiros em Cianorte.
CAUSAS – As condições do clima, os tipos de terreno e vegetação podem ajudar a propagar incêndios florestais com maior ou menor velocidade. Mas as principais causas para essas ocorrências, segundo estudos científicos, é a intervenção humana. Em torno de 90% dos incêndios florestais surgem por ação do homem, de modo intencional ou não intencional.
Para ajudar a evitar esse tipo de desastre ambiental, é possível tomar algumas medidas, como destinar o lixo para locais apropriados; não fazer queima de lixo, de restos de folhas e galhos; não utilizar o fogo para limpeza de terreno; ao utilizar fogueira, certificar-se que ao final a mesma foi apagada com água ou terra; não soltar balões.
“Em caso de se deparar com uma queimada de pequeno porte, tente apagá-la com balde de água ou mangueira de jardim; caso a mesma esteja gerando risco, chame imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193”, afirmou a capitã Luisiana.
Por - AEN
Forças de segurança estaduais, federais e municipais se reuniram em Foz do Iguaçu para discutir ações conjuntas no combate à criminalidade.
O encontro, que ocorreu nesta quinta e sexta-feira uniu pela primeira vez, representantes dos Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteira (GGIFron) e do Litoral (GGIL) do Paraná, Receita Federal, Forças Armadas e Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para debater temas relacionados ao enfrentamento ao crime organizado no Estado.
“O debate conjunto sobre operações e estratégias de combate ao crime organizado, em especial os transfronteiriços, como tráfico de drogas e tráfico internacional, nos traz novas perspectivas e possibilidades de atuação. A soma de esforços entre as instituições nos permite elaborar medidas para que a segurança do Paraná continue sendo exemplo para todo o País”, explicou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira.
A iniciativa da Secretaria da Segurança Pública (Sesp) contou com a presença de representantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. “Esse intercâmbio de informações é essencial para que possamos discutir sobre nossas dificuldades e formas de atuação, a fim de compartilhar conhecimento e boas práticas, como já vem ocorrendo no próprio GGI e em outras iniciativas como o SulMassp e o Cosud, que unem a integração em prol de um bem comum”, pontuou.
Durante o encontro, foram analisados resultados obtidos nas últimas ações desenvolvidas no Estado. Um dos temas abordados, apresentado pelo coordenador de Operações Integradas de Segurança Pública (COISP), coronel Sérgio Augusto Ramos, foi a Operação Vida, que engloba prevenção, patrulhamento aéreo e terrestre, abordagens e fiscalização de veículos, além da intensificação no policiamento.
Além disso, foram citadas grandes operações feitas na região fronteiriça do Paraná, como uma única ação do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), em agosto deste ano, que apreendeu 6 toneladas de maconha escondidas em uma área rural de Marechal Cândido Rondon, próximo ao lago de Itaipu, no Oeste do Estado.
“O Paraná foi o estado recordista em apreensões de drogas no Brasil no primeiro trimestre deste ano. E isso é resultado das políticas públicas e integradas nesta gestão que, desde o início, promove essa integração com as forças”, afirmou o coordenador de Operações Integradas de Segurança Pública da Sesp e organizados do encontro, coronel Saulo de Tarso Sanson Silva.
GABINETE DE GESTÃO INTEGRADA – O GGI é um programa do Governo Federal que parte do conceito de Sistema Único de Segurança Pública, cuja premissa é a atuação coordenada e concentrada dos órgãos de segurança. Este é o primeiro encontro que conta com a presença de integrantes de ambos os Gabinetes de Gestão Integrada do Estado: o de Fronteira e o do Litoral.
De acordo com o coronel Sanson, a proposta do encontro é manter o trabalho conjunto que já existe entre os estados. “Montamos políticas públicas de enfrentamento ao crime como, por exemplo, o combate às mercadorias ilícitas, que podem adentrar o Paraná pela fronteira e permanecer no estado ou ir para exportação, através do Porto. Paranaguá é um dos alvos do crime organizado, por isso desenvolvemos essa estratégia de trazer todos os representantes do Litoral para este debate amplo e integrado aqui na fronteira”, explicou.
PROGRAMAÇÃO – Nesta edição, o encontro contou com diversas palestras relacionadas a investigações e ao combate à criminalidade. Elas foram ministradas pelo delegado da Polícia Federal e supervisor do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (GISE) em Cascavel, Martin Bottaro Purper; o juiz federal da 4ª Região Gustavo Chies Cignachi; o promotor de Justiça do Ministério Público do Paraná Francisco Ilídio Hernandes Lopes; o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Paraná, Francisco Zanicotti; e o diretor do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) do Mato Grosso do Sul, tenente-coronel Wilmar Fernandes.
O primeiro dia de evento encerrou com uma explanação do chefe do Gabinete de Gestão Integrada de Foz do Iguaçu, tenente-coronel Marcos Antônio Jahnke. A sexta-feira (23) contou com palestras do chefe do delegado de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) de São Luiz Gonzaga (RS) e coordenador estadual da operação “Protetor das Divisas e Fronteiras” do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Heleno dos Santos; e do coordenador do Grupo Especial de Segurança de Fronteira, tenente-coronel da PM do Mato Grosso, Manoel Bugalho Neto.
O grupo de palestrantes foi composto, ainda, pelo comandante do Batalhão de Divisas da Polícia Militar de Goiás, major Hugo Jorge Bravo de Carvalho, e o coordenador-geral de assuntos de fronteira – GSI/PR, tenente-coronel aviador Dayve Moraes Piva.
Por - AEN
Até 2027, o número pessoas com mais de 60 anos de idade residindo no Paraná deve superar a proporção daquelas com menos de 15 anos.
A informação consta nas mais recentes projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feitas a partir de dados do Censo 2022 e analisadas pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Chamado de
, o indicador reflete a relação entre a população oficialmente classificada pelo IBGE como idosa (pessoas com 60 anos ou mais) e a população jovem (pessoas com menos de 15 anos). O cálculo é feito a partir da divisão do primeiro grupo etário pelo segundo, multiplicado por 100.Na prática, quando o índice supera o valor de 100, significa que há mais idosos do que jovens entre a população geral. No Paraná, isso ocorrerá pela primeira vez em 2027, quando o Índice de Envelhecimento chegará a 100,1 – atualmente, ele está em 87,6. No Brasil, a inversão na proporção entre jovens e idosos deve acontecer dois anos depois, passando dos atuais 81,3 para 102,2 em 2029.
O cenário traçado pelo IBGE aponta que esta é uma tendência que deve se acentuar ao longo das próximas décadas. Em 2046, o Índice de Envelhecimento projetado para o Paraná passará de 200, momento em que o número de idosos será o dobro dos jovens. Outra marca emblemática deve acontecer em 2069, quando haverá três pessoas com mais de 60 anos para cada um com menos de 15 residindo no Estado.
Além da presença de mais pessoas na faixa da terceira idade, elas também viverão por mais tempo. A expectativa de vida para um paranaense nascido em 2000 era de 72,2 anos, passando para 76,8 anos em 2024 e devendo chegar a 83,9 para os nascidos em 2070, segundo as atuais projeções. Os números evidenciam a melhoria das condições de vida da população e a boa estrutura de atendimento na área de saúde no Paraná.
No mesmo estudo, as projeções apontam que o Paraná tem a terceira menor taxa de mortalidade infantil do Brasil e que deverá ultrapassar 12 milhões de habitantes até 2027.
POLÍTICAS PÚBLICAS – O aumento constante no número de idosos demanda uma atenção cada vez maior do poder público. No Paraná, o Governo do Estado se antecipou a essa necessidade e passou a fortalecer programas e políticas públicas voltadas a esta parcela crescente da população a partir de 2019, em parceria com os municípios.
Entre as iniciativas, um dos destaques está na área de habitação, com a criação do programa Viver Mais Paraná, que consiste na construção de condomínios residenciais exclusivos para idosos, onde os moradores também recebem atendimentos de saúde e assistência social. Até 2026, deverão estar em funcionamento 35 condomínios, somando 1.400 casas e R$ 244 milhões investidos pelo Governo do Estado.
Outra iniciativa de destaque é a Cidade do Idoso, cujo projeto-piloto foi implantado em Irati, que reúne uma série de serviços gratuitos para a terceira idade. No local, os idosos podem praticar atividades físicas, de integração social e cultural, receber atendimentos médicos especializados, participar de aulas de informática, letramento, dança e música, além de ter acesso a uma cozinha comunitária.
Desde 2023, estes e outros programas e ações coordenados por diversos órgãos estaduais passaram a ser acompanhados também pela recém-criada Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi). Uma das responsabilidades da pasta, desde então, é a articulação conjunta com os municípios para a criação de uma rede de proteção à população com mais de 60 anos.
A pasta estadual também tem contato direto com os Conselhos Municipais da Pessoa Idosa, presentes nas 399 cidades paranaenses, e tem ajudado as prefeituras na organização de conselhos municipais e na viabilização de repasses financeiros para os fundos municipais sobre o tema.
Para a secretária da Mulher, Igualdade Racial e Cidadania, Leandre Dal Ponte, a atualização das projeções populacionais pelo IBGE confirmam a importância de priorizar políticas públicas voltadas à pessoa idosa. “O Governo do Estado tem se preparado para essa mudança para que a população tenha uma condição de envelhecimento saudável, ativo, com autonomia e qualidade de vida”, afirmou.
AMIGAS DOS IDOSOS – Com a ajuda da Semipi, 35 municípios paranaenses já foram certificados como Cidades Amigas da Pessoa Idosa. Trata-se de um reconhecimento concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cidades que adaptaram seus serviços e estruturas físicas para serem mais inclusivas e receptivas aos mais velhos.
Atualmente, 75% das cidades brasileiras certificadas pelas organizações internacionais são do Paraná. “O Estado concentra a maioria dos municípios classificados pela Opas e a OMS como cidades amigas da pessoa idosa, o que nos coloca como um dos melhores locais para se viver mais e melhor”, comentou Leandre.
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