A policial penal Lizandra Valéria Bueno tem uma trajetória que se confunde com a transformação da própria corporação nos últimos anos no Paraná.
Ela tem 15 anos de sistema prisional, é bacharel em Direito, pós-graduada em Gestão Pública com ênfase em Direitos Humanos e especialista em Mediação e Arbitragem. Começou no que se convencionou chamar de "fundo de cadeia" e hoje em dia, aos 43 anos, é diretora de Tratamento Penal da PPPR, responsável pela aplicação das políticas públicas listadas na Lei de Execução Penal (LEP).
A jornada de Lizandra começou na Penitenciária Feminina do Paraná (PFP), localizada no Complexo Penitenciário de Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba), onde desempenhou suas primeiras funções diretas com a carceragem. Atuou em atividades como soltura para atendimentos, banho, alimentação, escolta, entre outras ações rotineiras de mulheres privadas de liberdade, ainda no tempo do Departamento Penitenciário. Já nos últimos anos de trabalho virou inspetora de plantão, num trabalho que envolve mais mediação de conflitos e controle de segurança.
Após seis anos de atuação na unidade, foi convocada a trabalhar no setor administrativo da Polícia Penal e iniciou suas funções fora do âmbito da carceragem. Em 2015, a pedido, foi transferida para a sua cidade natal, Londrina, onde ficou lotada na Divisão de Monitoração Eletrônica (DME). Depois de cinco anos, foi transferida para o Complexo Social e começou a atuar no acompanhamento de pessoas egressas do sistema penitenciário ou em cumprimento de penas privativas de liberdade em meio aberto e alternativas penais.
Agora, após ter completado o ciclo, trabalha com um conjunto de medidas e programas destinados à reabilitação e reintegração de indivíduos que cometeram delitos e estão sob custódia ou em processo de cumprimento de pena. Essa abordagem contempla as Unidades de Progressão estaduais, exemplos nacionais de efetivação dos preceitos da LEP, e iniciativas ofertadas nas demais penitenciárias e cadeias públicas. A ideia é que o infrator possa se recuperar, voltar para a sociedade de maneira produtiva e evitar o retorno ao sistema prisional.
No Paraná, esse trabalho é realizado e desenvolvido majoritariamente por equipes internas da Polícia Penal, com o apoio do Poder Judiciário, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil, Defensoria Pública, entidades sem fins lucrativos, instituições públicas e privadas de ensino, Conselho da Comunidade e demais órgãos públicos parceiros.
“A experiência na Penitenciária Feminina foi essencial para minha carreira profissional, foi onde pude desmistificar o conceito de que pessoas presas são más e devem ser excluídas da sociedade, como é, em geral, o pensamento comum. Aprendi na prática que todo ser humano, independente da situação, em cárcere ou não, se for respeitado e tratado com educação, repetirá esse comportamento”, afirma.
“Em geral as pessoas chegam na criminalidade por falta de acesso a políticas públicas básicas, estrutura familiar, uso de substâncias ilícitas e evasão escolar. Foi muito impactante aprender, e ver na prática, que as pessoas não estão na criminalidade porque nasceram más ou porque escolheram, mas sim porque tiveram uma vida intensa de vulnerabilidades e traumas, com raras exceções. Esse é um dilema que a Polícia Penal e os órgão da execução penal são incumbidos de colaborar. E com bons exemplos conseguimos mudar muitos destinos”, complementa.
Ela é reconhecida como voz de liderança no sistema prisional e um dos destaques deste Mês da Mulher, no qual histórias femininas ganham uma nova dimensão. A Polícia Penal do Paraná conta com 2.602 policiais, sendo 318 mulheres. Entre elas, 24 ocupam cargos de gestão, contribuindo para uma abordagem mais diversificada.
Reginaldo Peixoto, que foi diretor regional de Londrina por seis anos e é diretor-geral da PPPR, trabalhou por muitos anos com Lizandra e reforça que ela é uma liderança respeitada dentro e fora dos espaços prisionais. “Ela tem a característica de se entusiasmar com as atividades que lhe são atribuídas, com resultados surpreendentes. Já assumiu algumas missões difíceis ao longo dos anos e venceu todas elas. Como responsável pelo tratamento penal, ela é uma das porta-vozes do caminho que queremos no Paraná, de trabalhar a ressocialização como meta factível”, afirma.
O diretor-adjunto da PPPR, Maurício Ferracini, explica que o tratamento penal pode incluir programas de educação, treinamento profissional, assistência psicológica e social, apoio jurídico, acompanhamento médico e psiquiátrico, entre outros. Atualmente, o Paraná se destaca nacionalmente em número de privados de liberdade que participam do Enem, cursos de qualificação ou estão empregados em empresas conveniadas com o Estado.
“O tratamento penal reconhece a complexidade dos fatores que levam uma pessoa a cometer crimes e busca abordar esses problemas visando a prevenção de futuros delitos. É importante ressaltar que o tratamento penal é baseado em princípios de respeito aos direitos humanos e dignidade das pessoas para garantir que o processo de punição e reabilitação seja justo e equitativo. E é isso que os nossos policiais, com a orientação da Lizandra, buscam diariamente”, arremata.
Por - AEN
O Estado do Paraná sediou nesta semana o encontro FNAS pelo Brasil, que teve como principal objetivo garantir formação, assessoria técnica e monitoramento aos gestores municipais e estaduais de assistência social no aprimoramento da gestão dos recursos, com o intuito de traduzir o Sistema Único da Assistência Social (SUAS) em uma linguagem de fácil compreensão para gestores.
Mais de 600 pessoas acompanharam as explanações de três temáticas debatidas por profissionais da Secretaria do Desenvolvimento Social e Família e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O público-alvo das palestras envolveu técnicos municipais da assistência social, bem como contadores, procuradores e todos aqueles que executam as ações da assistência social dentro de suas cidades.
José de Arimateia Oliveira, diretor do Fundo Nacional de Assistência Social, destacou que o objetivo é ampliar o atendimento. “Foi um momento de troca de dúvidas, experiências, mas principalmente de planejamento técnico”, afirmou.
O secretário do Desenvolvimento Social e Família, Rogério Carboni, destacou que o Estado também promove o SEDEF nos Municípios, que também tem como objetivo, desmistificar temas que envolvam a utilização de recursos e o uso de sistemas de prestação de contas. “Desde o ano passado, já realizamos 15 edições. Só assim teremos nossos técnicos com mais subsídio para defender os investimentos em áreas específicas e assertivas”, destacou.
Segundo a secretária de Assistência Social de Bocaiúva do Sul, Claudinéia Scremim, o evento foi fundamental para fortalecer a gestão das secretarias municipais. "Nosso planejamento de ações demanda recursos federais, estaduais e municipais. Precisamos entender o orçamento público e eventos como esse ajudam a melhorar o entendimento”, destacou.
O evento também discutiu o Piso da Assistência Social e os repasses estaduais aos municípios. Atendendo a uma demanda histórica, em 2024 os 399 municípios receberão de forma única o repasse financeiro. A ação unificou mais de nove repasses financeiros continuados (Piso Paranaense de Assistência Social I - PPAS I; Piso Paranaense de Assistência Social II; Centro Pop - PPAS II; Piso Paranaense de Assistência Social III PAEFI - PPAS III; Piso Paranaense de Assistência Social IV Acolhimento Institucional-PPAS IV; Piso Paranaense de Assistência Social V Serviço de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias- PPAS V; Centro dia para PCD; Serviço de Abordagem Social para Pessoas em Situação de Rua; Serviço de Acolhimento Institucional para Pessoas em Situação de Rua; e Residência Inclusiva Municipal).
Por - AEN
O Paraná faz parte do Genoma SUS do Ministério da Saúde, projeto de pesquisa que pretende desenvolver um banco de dados a partir do genoma sequenciado de 21 mil brasileiros.
Lançada nesta segunda-feira (25), em Ribeirão Preto (SP), a iniciativa faz parte do Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão – Genomas Brasil, criado pelo Ministério da Saúde em 2020 para desenvolver sequenciamento genômico para diagnóstico e também para tratamentos.
Com o Genoma SUS, a proposta do Ministério da Saúde é estruturar um banco com informações genéticas e dados clínicos, a partir de um grupo de indivíduos que terão as amostras genéticas sequenciadas. A partir das características identificadas, chamadas de marcadores, será possível apontar a tendência para futuras doenças como câncer, doenças neurológicas, cardiovasculares, autoimunes, hematológicas, endócrino-metabólicas e raras.
Integram o Genoma SUS oito centros de pesquisa em seis estados, sendo dois do Paraná: em Guarapuava, com atividades desenvolvidas na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em parceria com o Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec), e em Curitiba, no Instituto Carlos Chagas (ICC) vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os demais locais de pesquisa estão instalados no Pará (em Belém, na Universidade Federal do Pará), Pernambuco (em Recife, na Fundação Oswaldo Cruz/Instituto Aggeu Magalhães), Rio de Janeiro (na Universidade Federal do Rio de Janeiro); Minas Gerais (em Belo Horizonte na Universidade Federal de Minas Gerais); e no estado de São Paulo (em Ribeirão Preto e na capital, em ambas as cidades nos câmpus da USP).
Os centros de pesquisa são responsáveis por fazer a coleta das amostras, sequenciamento do genoma completo, análise dos dados e organizar a biblioteca com as informações.
O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, explica que o Paraná tem investido financeiramente para contribuir efetivamente na melhoria da saúde pública. "A medicina de precisão é uma área em que buscamos a prevenção e também a resolução de doenças. O programa Genoma Brasil é de extrema importância para todo o País para que possamos futuramente criar soluções para diagnósticos e tratamentos para a população, que é rica em diversidade étnico regional", disse o secretário.
Ele participou do lançamento, junto com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o coordenador do centro de pesquisa em Guarapuava, David Livingstone, entre outros representantes dos centros de pesquisa.
GENOMAS PARANÁ – Desde 2023, a medicina de precisão é desenvolvida em Guarapuava por meio do Projeto Genomas Paraná, que reúne pesquisadores das universidades estaduais do Centro-Oeste (Unicentro) e de Ponta Grossa (UEPG), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec), e do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Genômica. Os recursos para o financiamento das pesquisas são da Fundação Araucária e da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O Genomas Paraná é um projeto de pesquisa que tem como objetivo compreender as características da população considerando a saúde, o ambiente em que se vive, o estilo de vida, o histórico familiar e o perfil genético de cada pessoa. A previsão é que tenha 10 anos de duração.
Entre as etapas do projeto está a descrição do perfil genético e epidemiológico da população do Paraná, começando com uma amostra representativa do município de Guarapuava. Por meio da construção de um banco de dados e uso de técnicas de Inteligência Artificial, o projeto busca identificar biomarcadores de predisposição genética para doenças crônicas não transmissíveis, como a síndrome metabólica e comorbidades associadas (obesidade, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares).
Atualmente a pesquisa está na fase de coleta de amostras de 4,5 mil participantes. Para o grupo de amostragem, os pesquisadores previram a entrevista e coleta de material genético de 2 mil pessoas selecionadas por amostragem aleatória, 2 mil por amostragem por conveniência (voluntários) e 500 idosos cognitivamente saudáveis com idade superior a 80 anos.
Por - AEN
O informe semanal da dengue divulgado nesta terça-feira (26) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registra mais 22.767 casos e 18 óbitos.
Com esta atualização, o Paraná soma agora 135.961 casos e 77 óbitos em todo o Estado neste período sazonal (2023/2024).
As mortes são de pessoas entre 25 e 100 anos, sendo nove homens e nove mulheres. Nove pessoas não possuíam comorbidades. Elas foram registradas em diferentes Regionais de Saúde: São João (7ª RS), Luiziana (11ª RS), Mandaguari (15ª RS) e Cornélio Procópio (18ª RS) registraram um óbito; Cascavel (10ª RS), Apucarana (16ª RS) e Toledo (20ª RS), dois óbitos por município; Londrina (17ª RS), quatro óbitos; e na 8ª RS ocorreram quatro mortes, sendo duas em Ampére, uma em Cruzeiro do Iguaçu e uma em Nova Esperança do Sudoeste.
As Regionais com mais casos confirmados de dengue são a 16ª RS de Apucarana (21.508), 10ª de Cascavel (18.468), 8ª RS de Francisco Beltrão (15.168), 17ª RS de Londrina (13.546), 15ª RS de Maringá (11.208) e 11ª RS de Campo Mourão (9.629). Já os municípios que apresentam mais casos confirmados são Apucarana (13.450), Londrina (9.929), Cascavel (8.210), Maringá (6.100) e Paranavaí (3.998).
Este é o 29º Informe Epidemiológico publicado pela Vigilância Ambiental da Sesa, que registrou também 306.340 notificações, 214.915 casos prováveis e 71.262 casos em investigação. No total já foram descartados 91.425 casos. Dos 399 municípios, 356 apresentaram casos autóctones, quando a doença é contraída localmente, e todos os municípios tiveram notificações.
CHIKUNGUNYA – O novo boletim confirmou ainda um novo caso de chikungunya, somando 92 confirmações da doença no Estado. Do total de casos, 58 são autóctones (quando a doença é contraída no município de residência). Há, ainda, 380 casos em investigação e 923 notificações.
Desde o início deste período não houve confirmação de casos de zika vírus. Foram registradas 87 notificações.
Confira o informe semanal AQUI e mais informações neste link.
Por - AEn
A Polícia Civil prendeu em flagrante uma jovem, de 24 anos, por desviar aproximadamente R$ 100 mil da empresa em que trabalhava em Salto do Lontra, Sudoeste do Paraná.
A funcionária, que atuava no setor financeiro e tinha acesso às contas da empresa, realizava pequenas transferências via PIX para a conta pessoal sem o conhecimento do proprietário.
De acordo com as investigações, os desvios tiveram início em outubro de 2023 e consistiam em transferências de valores diversos, geralmente em montantes baixos para evitar suspeitas. Ao perceber a irregularidade, o proprietário acionou a Polícia Civil, que efetuou a prisão em flagrante após ela realizar mais uma transferência de R$ 250,00.
Segundo o delegado André Mendes, a suspeita confessou que o dinheiro era destinado para pagamento das contas pessoais e também para plataformas de jogos online. Ela foi presa em flagrante e a jovem aguarda decisão judicial na Cadeia Pública de Dois Vizinhos.
Por - Catve
O pinhão voltará para as mesas dos paranaenses a partir da próxima semana. Seguindo orientação do Instituto Água e Terra (IAT), a semente, um dos mais emblemáticos símbolos do Paraná, já poderá ser colhida, armazenada e comercializada a partir da próxima segunda-feira (1º).
A medida, contudo, só é válida para pinhões que já tenham atingido o período completo de maturação, cuidado necessário para ajudar na preservação da espécie e também garantir a saúde dos consumidores. A multa em caso de desobediência é de R$ 300 a cada 50 quilos apreendidos, além da responsabilização por crime ambiental. A safra se estende normalmente até junho.
As normas e instruções de comercialização são estabelecidas na Portaria IAP nº 046/2015 e têm como objetivo conciliar a geração de renda e proteger a reprodução da araucária, ameaçada de extinção. Quando o pinhão cai ao chão, é uma oportunidade para animais, como a cutia, ajudarem a semear o fruto em outros lugares, garantindo a reprodução da árvore.
“Os produtores e a população em geral podem contribuir para a preservação da araucária respeitando o período da maturação do pinhão, permitindo que as espécies da fauna possam se alimentar e ajudar a semear a planta. Além disso, é possível denunciar qualquer irregularidade aos órgãos ambientais fiscalizadores, como o IAT”, explica a engenheira florestal do escritório regional do IAT em Guarapuava, no Centro-Sul, Lauren Soares Silva.
Em relação ao consumo, ela destaca que as pinhas imaturas apresentam casca esbranquiçada e alto teor de umidade, o que favorece a presença de fungos, podendo o alimento se tornar até tóxico para o ser humano. Se ingerido, pode prejudicar a saúde com problemas como a má digestão, náuseas e episódios de constipação intestinal.
Além disso, reforça a engenheira, também não é permitida a venda de pinhões trazidos de outros estados. “Qualquer irregularidade deve ser denunciada pela população para que possamos garantir a preservação desta árvore tão importante e que está ameaçada de extinção”, diz Lauren.
A fiscalização é feita pelos agentes do IAT e o Batalhão de Polícia Ambiental - Força Verde (BPAmb-FV). Caso comprovada qualquer irregularidade, um processo é instaurado para que seja lavrado o auto de infração ambiental. As denúncias podem ser encaminhadas à Ouvidoria do IAT, aos escritórios regionais do órgão ambiental, por meio dos telefones (41) 3213-3466, (41) 3213-3873 ou 0800-643-0304 e, ainda, à Polícia Ambiental (41) 3299-1350 ou 181.
ECONOMIA – O pinhão é um produto importante para a economia do Estado. Ele movimentou R$ 20,8 milhões em 2022, de acordo com a edição mais recente do Valor Bruto de Produção (VBP), levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
A produção, também em 2022, alcançou 4,1 mil toneladas, de acordo com a Pesquisa de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais da metade da safra está concentrada nos municípios da região Centro-Sul do Estado, com 2.578 toneladas. A maior produção no Estado foi registrada em Inácio Martins, com 700 toneladas colhidas em 2022, seguida por Pinhão, com 556 toneladas, e Turvo com 271 toneladas.
Além do Centro-Sul, as regiões Central, Sul e Sudoeste também concentram o maior volume de produção da semente no Estado. Segundo a Seab, por ser um produto extrativista, não há previsão do volume que será colhido neste ano.
Por - AEN