O Governo do Paraná encaminhou à Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (12) o
que tem como objetivo instituir o Programa de Atenção às Pessoas em Situação de Uso Prejudicial de Álcool e Outras Drogas.Vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Social e Família, o programa estabelece uma rede de serviços intersetorial formada por áreas como Saúde, Assistência Social, Segurança Pública e outros.
O projeto de lei traz as diretrizes de como essa atuação coordenada acontecerá e os serviços ofertados por ela, como, por exemplo, o acolhimento temporário específico para pessoas em uso prejudicial e dependência de álcool e outras drogas, para intervenção terapêutica e reorganização psicossocial; além do apoio e suporte aos familiares e ex-acolhidos nos territórios. Todas as ações serão executadas a partir da manifestação de interesse dos atendidos.
Para o secretário estadual do Desenvolvimento Social e Família, Rogério Carboni, esse é mais um projeto pensado e executado a várias mãos, que com a união de esforços atenderá a uma importante área e parcela da população paranaense. “Mais uma vez o Paraná avança nas políticas sociais, com a criação de uma rede integrada e unificada para atender a população mais vulnerável que é dependente de psicoativos. Estamos conseguindo preencher um vazio institucional”, destacou.
O projeto está em consonância com a Política Nacional de Drogas e com o Plano Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas. O público prioritário a ser atendido serão pessoas maiores de 18 anos, em situação de vulnerabilidade, que consigam expressar seu interesse no atendimento, entre outros critérios.
Por - AEN
Em maio de 2024 ocorreram grandes variações de precipitação no Estado. Enquanto mais ao Sul houve um alto quantitativo de chuva provocado pela atuação nos sistemas frontais (frentes frias), nas regiões centrais e ao Norte houve escassez, com registro somente na segunda quinzena do mês (Figura 1).
O maior acumulado mensal de chuva ocorreu em Francisco Beltrão, no Sudoeste, com 343,6 mm. O menor índice pluviométrico registrado foi de 21,4 mm nos Campos Gerais. Os dados são do Boletim Agrometeorológico de maio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR).
As anomalias de precipitação foram superiores à média histórica nas regiões Sul, Sudoeste e RMC e nas demais os índices permaneceram abaixo da média histórica (Figura 2 e 3). O Sudoeste e Sul registraram superávits de chuva de 111,0 mm e 84,6 mm, respectivamente, em relação à média histórica. As regiões Noroeste e Norte foram as que tiveram menores índices pluviométricos, com déficits de 49 mm e 67,8 mm em relação à média histórica. A média estadual de precipitação foi de 134,4 mm, sendo que a média histórica é de 126,3 mm.
As temperaturas foram bastante elevadas para a época, especialmente as mínimas, com valores acima da média histórica em todo o Estado, devido à presença de um forte bloqueio atmosférico durante a segunda quinzena de abril e primeira quinzena de maio (Figura 4). Em Cambará, Norte pioneiro, a anomalia das temperaturas mínimas do ar atingiu 4,4 ºC. Em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a média das temperaturas máximas do ar foi 23,9 ºC, sendo que a média histórica é 20,7 ºC. Na média estadual, as temperaturas máxima e mínima do ar foram 1,7 ºC e 2,5 ºC acima da média histórica, respectivamente. Houve atuação de uma massa polar de fraca intensidade no final do mês, provocando apenas geadas leves e restritas a algumas áreas do Centro/Sul do Paraná. A menor temperatura registrada foi de 2,3 ºC no dia 29 de maio no município de Entre Rios, localizado na região Central do Estado.
MILHO 2ª SAFRA – No final de maio, 52% das lavouras de milho segunda safra do Paraná estavam em boas condições, 31% medianas e 17% ruins (Seab). Houve uma piora em relação ao mês de abril (68% boas, 22% médias e 10% ruins) devido à estiagem. Praticamente todo o milho do Estado está na fase de frutificação e maturação (98%) e a colheita já iniciou em algumas áreas (7%).
FEIJÃO 2ª SAFRA – No mês de maio, a colheita de feijão passou de 16% (abril) para 94% da área. Nas lavouras restantes as condições estavam 47% boas, 33% medianas e 20% ruins (SEAB). Houve uma piora em relação ao mês de abril, quando 66% das lavouras estavam em boas condições. Isso aconteceu em decorrência da chuva e umidade excessivas registradas nos últimos dois meses na região Sul do Paraná que é a principal produtora, desencadeando problemas de pragas e doenças e também na qualidade do produto colhido, dificultando inclusive a comercialização.
TRIGO – A semeadura do trigo atingiu 73% até o final de maio, com 84% das lavouras em boas condições (Seab). Devido à seca, a cultura teve uma piora em relação ao mês anterior, que era 97%. Muitas lavouras tiveram germinação desuniforme ou plântulas mortas pela falta de umidade.
CEREAIS DE INVERNO – A cevada chegou a 37% da área semeada, com 93% em boas condições (Seab). Prossegue também a semeadura da aveia branca e da aveia preta.
CANA-DE-AÇÚCAR – Intensificou-se a colheita de cana, favorecida pelo tempo majoritariamente seco nas regiões produtoras (Norte e Noroeste). As produtividades têm sido normais apesar do déficit hídrico.
FRUTICULTURA – O clima favoreceu as frutíferas da época como laranja, poncã e banana, as quais estão em fase de colheita e apresentam boas produtividades.
OLERÍCOLAS – As hortaliças e olerícolas em geral apresentaram boas produtividades, inclusive as áreas da segunda safra de batata, que passaram de 29% para 56% colhidas (Seab).
CAFÉ – O café apresentou uma boa frutificação e a maioria das lavouras encontrava-se em fase de maturação (65%), sendo consideradas 83% em boas condições e 17% em condições medianas (Seab). 15% do café do Paraná foram colhidos até o final de maio. Muitas lavouras apresentaram uma quantidade relevante de grãos miúdos, devido às altas temperaturas e longos períodos de estiagem durante a safra.
PASTAGENS – De forma geral, as pastagens apresentaram uma boa produção de massa verde, exceto em localidades em que a seca foi mais severa, como no Noroeste do Estado.
MANANCIAIS HÍDRICOS – Os rios, represas e córregos apresentaram níveis de água dentro da normalidade.




A família Sandmann, produtora de suínos e aves em Santa Helena, no Oeste do Paraná, enfrentava problemas comuns neste tipo de atividade, como mau cheiro e excesso de moscas.
Ao mesmo, também tinha dificuldade em encontrar matéria-prima para o aquecimento dos aviários. Ao buscar alternativas sustentáveis para esses desafios, os Sandmann conheceram o programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), desenvolvido pelo Governo do estado, por meio do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater).
Com o subsídio ofertado pelo programa, a família investiu na implantação de uma Usina de Biometano, que foi inaugurada terça-feira (11). A unidade vai transformar os dejetos animais produzidos no local em energia, usada como combustível para abastecer os seis caminhões da propriedade e, também, para substituir a lenha no aquecimento dos aviários.
O projeto teve um investimento total de R$ 1,6 milhão com os juros subsidiados pelo RenovaPR, programa pelo qual o governo estadual incentiva a geração própria de energia nas propriedades rurais.
A usina deverá utilizar 100% dos dejetos produzidos no local e gerar uma economia de R$ 42 mil por mês com combustível e de R$ 240 mil por ano em matéria-prima. Além disso, os proprietários pretendem, em breve, comercializar o excedente de biometano com um posto de abastecimento da cidade.
De acordo com Luana Sandmann, umas das proprietárias da granja, esse projeto é um sonho da família há mais de cinco anos. “Um dos nossos maiores desafios era acabar com o desconforto causado pelas pocilgas, já que a expansão do município está fazendo com que a área urbana chegue mais perto das granjas. Quando comecei a buscar informações, tive auxílio de pessoas e empresas que abraçaram nossa ideia e nos auxiliaram. Isso transformou uma ideia pequena neste projeto incrível de inovação e sustentabilidade”, afirma.
DO DISCURSO À PRÁTICA – Segundo Herlon Goelzer de Almeida, coordenador do RenovaPR, a inauguração da usina é a realização de um sonho que tira a sustentabilidade do discurso e a coloca na prática. “Sustentabilidade é gerar emprego e renda com equilíbrio ambiental, produzindo riqueza ao mesmo tempo. Temos tudo isso neste projeto”, disse.
“Sem falar que o retorno financeiro para a propriedade é incrível. A estimativa é que o capital investido retorne em 36 meses. Ou seja, em três anos o sistema já estará pago, mas vai continuar beneficiando a propriedade por muitos anos, gerando economia financeira e resolvendo um passivo ambiental”, afirmou Herlon.
O chefe do núcleo da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento de Toledo, Paulo Salesse, fez questão de enfatizar o empenho dos técnicos do IDR-Paraná para que este projeto fosse possível.
“Santa Helena é um dos municípios que mais produz alimento no Paraná. E agora começa a produzir alimentos com sustentabilidade de verdade, do começo ao fim. Existe a mão empreendedora do produtor, mas também o apoio do Governo do Estado através do subsídio e da assessoria dos técnicos do IDR-Paraná. Foi esta união que fez com que este projeto se tornasse realidade” afirmou.
BIOMETANO – O biometano é o resultado da filtragem do biogás com a obtenção de metano em alta concentração – mais de 93% – que pela legislação brasileira na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) adquire a equivalência ao GNV (Gás Natural Veicular), que é fóssil. Porém o biometano, por ser de origem de decomposição de materiais orgânicos, é considerado uma energia renovável.
RENOVAPR – O programa Paraná Energia Rural Renovável já desenvolveu 8.171 projetos de energia sustentável em propriedades rurais desde seu lançamento, em agosto de 2021. O investimento é de R$ 1,38 bilhão. A maior parte dos projetos ainda são de energia solar, porém o programa está voltando seus esforços para ampliar a participação do biogás e biometano, principalmente entre produtores de proteína animal e nas agroindústrias.
Por - AEN
O setor de serviços continua em alta no Paraná. Nos quatro primeiros meses do ano, o setor cresceu 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse foi o terceiro melhor resultado do Brasil no acumulado de janeiro a abril, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços divulgada nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice está acima da média nacional, que cresceu 2,3% no mesmo recorte.
Entre os principais responsáveis pelo resultado estão os subgrupos outros serviços (12,7%), serviços de informação e comunicação (8,8%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (5,2%). Completam a lista transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (4,1%) e serviços prestados às famílias (3,2%).
Apesar de uma leve queda no comparativo mês a mês, entre março e abril de 2024 (-1,0%), o volume de serviços nos últimos 12 meses acumula alta de 9,6% em comparação aos 12 meses anteriores. Esse resultado é o segundo maior do Brasil, atrás apenas do Mato Grosso (12,4%) e bem acima da média nacional no período, de 1,6%. Em relação aos outros dois estados do Sul, o Paraná lidera com folga no acumulado dos 12 meses, seguido por Santa Catarina, com alta de 6,8% (6ª posição nacional) e Rio Grande do Sul, com 1,7% (24ª posição).
RECEITA – O primeiro quadrimestre de 2024 também acumula alta de 9,8% na comparação com os quatro primeiros meses do ano passado em relação à receita nominal do setor. Em nível nacional, o Paraná ocupa a 6ª posição, atrás do Amazonas (13,2%), Santa Catarina, Espírito Santo e Minas Gerais (10,5%), e Distrito Federal (10,4%). Rio Grande do Sul teve alta de apenas 2,6%, 25ª posição nacional e terceiro lugar regional. A média nacional no período foi de 6,3%.
TURISMO – Os bons resultados do Paraná também se refletem nas atividades turísticas, que compõem o setor de serviços. No primeiro quadrimestre deste ano, a alta no turismo paranaense foi de 5,3% em relação ao mesmo período do ano passado, o quarto melhor resultado do País, atrás da Bahia (12%), Minas Gerais (9,1%) e Pernambuco (5,4%). O resultado paranaense também é o melhor da região Sul: Santa Catarina (4,3%) vem na sequência e o Rio Grande do Sul teve queda de -4,6%, 10º lugar das 12 regiões pesquisadas.
No comparativo entre março e abril de 2024, o setor cresceu 2,9% no Paraná, acima da média nacional, de 2,3%. No recorte regional, o Paraná fica à frente de Santa Catarina (0,8%) e Rio Grande do Sul (-3,6%). Já nos últimos 12 meses, o Estado aparece na 4ª posição, com 8,3%, enquanto que a média nacional foi de 4,7% e bem acima de Santa Catarina (4,5%) e Rio Grande do Sul (-0,4%).
Por - AEN
Campos de lavanda já fazem parte da paisagem paranaense. A área cultivada vem ganhando espaço e soma atualmente 12,5 hectares.
Estruturada em 2022 tendo à frente o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (lDR-Paraná), a Rota das Lavandas é um circuito turístico que inclui propriedades em Araucária, Carambeí, Londrina, Palmeira, Toledo e Umuarama. Desde 2022 as propriedades receberam 152 mil visitantes e produziram uma renda bruta de R$ 7 milhões.
O Lavandário Het Dorp, em Carambeí, nos Campos Gerais, é administrado pela família Los e está aberto aos turistas de terça-feira a domingo. A área com lavanda é de 1,5 hectare. Na propriedade há, ainda, 2,5 hectares de girassol, a reprodução de um vilarejo holandês, loja com produtos cosméticos à base de lavanda, uma queijaria e um café.
A lavandula é o gênero de plantas da família Lamiaceae que abrange várias espécies e cultivares popularmente conhecidas como lavanda. Em Portugal é denominada alfazema. Seu óleo essencial, extraído da destilação de folhas, caules e flores, tem ação antisséptica, ansiolítica, relaxante e estimulante da regeneração da pele. É indicado para o uso em produtos cosméticos e fitoterápicos.
Lucas Henrique Los explica que a propriedade sempre foi dedicada à criação de gado de leite e produção de queijos. O plantio de lavanda começou há três anos, para aumentar o rendimento da chácara. Desde então a família Los vem aprimorando o cultivo. A variedade mais plantada é a lavanda francesa ou Lavandula dentata que floresce o ano inteiro. A planta tem um porte arbustivo, apresenta flores azul-arroxeadas e têm um aroma marcante.
No lavandário, os visitantes podem conhecer outras cinco variedades de lavanda (a inglesa, a portuguesa, a egípcia, a espanhola e o híbrido lavandim), cuja floração tem seu ápice entre novembro e março. Para que a chácara tenha sempre lavandas em flor, os proprietários fazem podas frequentes que revigoram as plantas.
A criação da Rota das Lavandas, segundo Loss, está estimulando o turismo na região, sendo visível o aumento do número de visitantes na cidade. “A atividade turística está despertando o interesse das pessoas e levou à criação do Conselho Municipal do Turismo no ano passado”, diz ele. Los afirma que a criação do circuito propiciou a troca de experiências entre os produtores. “Fazemos reuniões online para trocar informações a respeito de fornecedores de produtos, experiências e práticas que deram certo no cultivo”, observou.
SOJA, MILHO E LAVANDA - O plantio de soja e milho sempre foi o forte da fazenda da família de Rosilene Welter, em Toledo. Há cinco anos, por influência da filha, ela resolveu diversificar as atividades da propriedade e criou um espaço dedicado ao ecoturismo rural. São cinco mil metros quadrados, meio hectare, ocupados com a lavanda. Durante a florada, o visitante pode fazer passeios pelo cultivo.
Também existem áreas com girassol, canola e trigo sarraceno. “Fizemos um paisagismo bacana para que o pessoal possa passar um dia na fazenda. Fazer piquenique, curtir uma pequena trilha. Na verdade, um dia de mais contato com a natureza. É um turismo de experiência. Os visitantes podem conhecer várias qualidades de frutas e de plantas aromáticas. Temos também uma loja de produtos feitos na fazenda e por nossos parceiros, à base de lavanda”, conta Rosilene.
Para Rosilene, a criação da Rota da Lavanda foi importante para o desenvolvimento do seu empreendimento turístico. “Quando me convidaram para fazer parte da Rota, junto veio uma série de trocas de experiências com outras pessoas que estavam participando, o incentivo de o que fazer e como fazer. Muitas dicas de como começar com o turismo rural. Foi muito aprendizado do pessoal do IDR-Paraná que ajudou bastante porque eu não tinha todo esse conhecimento em como começar. Aí a gente deslanchou”, lembra.
Segundo ela, o turismo rural pode até demorar um pouco para dar um lucro representativo, mas a atividade é positiva em outro aspecto. “Na parte de compensação pessoal vale muito a pena. É fantástico receber pessoas. Cada vez é um aprendizado diferente que dinheiro nenhum do mundo paga”, afirma.
INFORMAÇÃO - Para quem pensa em explorar o cultivo de lavanda e o turismo rural, Rosilene recomenda a busca de informação. “Para quem quer começar nessa atividade, o mais importante é a capacitação. Procurar cursos que estejam ligados ao turismo rural, desde a legislação, recebimento de pessoas, seguros, guias de turismo. Vários órgãos, inclusive o IDR-Paraná, sabem como identificar e conduzir as pessoas até esse aprendizado. E nunca desistir porque vale a pena”, concluiu.
SUCESSÃO PREMIADA - O Lavandário Het Dorp, em Carambeí, ganhou o prêmio Orgulho da Terra, na categoria Sucessão Familiar, em 2022. Leonardo Los, o proprietário, investiu na educação de seus três filhos, mas viu dificuldades em mantê-los trabalhando com a produção de leite, atividade tradicional da família. A saída foi aceitar as novidades trazidas pelos jovens e dividir responsabilidades.
Assim, Nicolass Los ficou responsável pelo rebanho leiteiro que segue produzindo leite de qualidade. Paulo Los buscou capacitação de queijeiro e passou a produzir diversos tipos de queijos na propriedade. Lucas Los ficou responsável pelo lavandário e o desenvolvimento de todas as atividades turísticas da propriedade. Desta forma a família Los conseguiu uma transição segura e tranquila, mantendo duas gerações na atividade rural.
Por - AEN
Mais espaço para vítimas e socorristas, equipamentos mais modernos e uma comunicação mais eficiente com os hospitais estão entre as características que tornam a nova frota de ambulâncias do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) do Paraná a mais moderna do Brasil.
Ao todo, o Estado adquiriu 60 novos veículos neste modelo, o que equivale a mais de 63% das 95 ambulâncias ativas do serviço, que é vinculado ao Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) e gerido de forma compartilhada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e os municípios.
As ambulâncias foram adquiridas via licitação a um custo unitário de R$ 498 mil, totalizando R$ 29,8 milhões para a renovação da maior parte da frota. Os veículos foram entregues em lotes entre 3 de julho de 2023 e 3 de junho de 2024, quando as últimas 15 unidades foram entregues pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior junto com outros veículos do Corpo de Bombeiros. Do remanescente da frota ativa, 31 fazem parte de um pacote de ambulâncias comprado em 2022 e outras quatro de um lote de 2019.
De acordo com o coordenador estadual do Siate, major Marcos Galeazzi, a aquisição das ambulâncias faz parte de um processo de melhoria contínua do serviço e que foi possível após um amplo diálogo com os socorristas. Alguns consultados estão presentes quase desde a fundação formal do serviço no Paraná, há 34 anos, e têm ampla experiência na linha de frente dos primeiros socorros a milhares de vítimas de acidentes de trânsito, quedas, desabamentos, soterramentos, ferimentos por arma e queimaduras, entre outras ocorrências.
“Para chegarmos ao Termo de Referência contendo as condições específicas para essa nova ambulância questionamos estes profissionais sobre aspectos como altura, tração do motor, sistema de ar-condicionado, comunicação entre os socorristas e motoristas”, disse Galeazzi.
Com o tempo, a equipe responsável analisou as demandas mais comuns e a sua viabilidade técnica para chegar no documento final da licitação. “Isso nos trouxe um arcabouço de melhorias a serem acrescentadas ao documento, o que fez com que as novas ambulâncias adquiridas se tornassem as mais modernas em operação no Brasil. Isso fez com que outros oito estados já nos procurassem para usar o nosso Termo de Referência como base para suas licitações”, acrescentou o coordenador estadual do Siate.
MAIS CAPACIDADE – Um dos principais diferenciais dos novos modelos é a possibilidade de transporte simultâneo de até duas vítimas dentro das condições ideias de suporte, que contam com macas e aparelhos de oxigênio individuais. A característica é crucial nas rotinas do Siate, em que o tempo para atendimento é um fator determinante nas chances de sobrevivência e na mitigação de eventuais sequelas em decorrência dos acidentes.
As melhorias incluem também um sistema de ar-condicionado elétrico independente entre a cabine e o espaço de atendimento, o que garante mais conforto e eficiência ao veículo, e macas de poliéster, que são mais leves que as tradicionais de madeira e facilitam a higienização e esterilização dos equipamentos. A central elétrica também é independente, o que evita curtos-circuitos e minimiza a perda de energia.
COMUNICAÇÃO MAIS ÁGIL – Outra melhoria que afeta diretamente o atendimento é o uso de rádios digitais, o que permite a transmissão de dados em tempo real sobre as vítimas pelo Siate e as unidades hospitalares. A modernização do sistema de comunicação é reflexo de uma articulação conjunta entre o Corpo de Bombeiros e a Secretaria da Saúde (Sesa).
“O socorrista consegue enviar o prontuário eletrônico em tempo real para o responsável da unidade hospitalar que vai receber o paciente em uma rede que cobre todo o Paraná, inclusive com a existência de mais antenas repetidoras em algumas regiões para garantir um sinal de qualidade e que não caia”, explicou Galeazzi.
“Como eles sabem com mais exatidão o estado da vítima ela não precisa passar por uma nova triagem no hospital porque já sabem como está o monitoramento cardíaco, a pressão arterial, já podem solicitar os exames e encaminhamentos necessários para o atendimento mais rápido possível”, acrescentou o coordenador estadual do Siate.
PADRÃO DE QUALIDADE – A conclusão da renovação da frota de ambulâncias marca mais uma etapa no esforço de aprimoramento do Siate no Paraná. Desde 2019, o Corpo de Bombeiros iniciou um trabalho para estabelecer padrões de qualidade de excelência à população, com procedimentos que devem ser seguidos por todos os profissionais.
A estratégia integrada começou com o estabelecimento de uma capacitação padrão aos socorristas de todo o Estado homologada pela Escola de Saúde Pública do Paraná. Com isso, todos os profissionais que já atuavam no Siate passaram por novos treinamentos, enquanto outros 600 que vão ingressar no serviço – 120 por ano – já passam pelo mesmo processo de qualificação.
O material utiliza como base é o PHTLS (sigla em inglês para PreHospital Trauma Life Support ou Atendimento Pré-Hospitalar ao Trauma na tradução oficial). O programa de treinamento é internacionalmente reconhecido por melhorar a qualidade do atendimento ao paciente traumático, reduzindo as taxas de mortalidade e morbidade.
“O Siate é um Serviço de 34 anos, então estamos focados em aprimorar aquilo que dá certo. As novas ambulâncias são a conclusão desta etapa de aprimoramento, mas continuaremos a buscar novas melhorias nas próximas licitações para que o Siate continue a ser uma referência para a população paranaense”, garantiu o coordenador.
Por - AEN