Inscrições para o Prouni do 1º semestre terminam nesta sexta-feira

Os interessados em participar do processo seletivo do primeiro semestre de 2024 do Programa Universidade para Todos (Prouni) poderão se inscrever até as 23h59 (horário de Brasília) desta sexta-feira (2).

O Prouni oferta bolsas de estudo (integrais e parciais) em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de educação superior privadas. 

Nesta edição do primeiro semestre, o Ministério da Educação (MEC) oferecerá 406.428 bolsas de estudo, sendo 308.977 integrais (100% do valor da mensalidade) e 97.451 parciais (50%), distribuídas em 15.482 cursos, de 1.028 instituições de educação superior privadas.    

O prazo final de inscrições foi ampliado em um dia, após anúncio do MEC na quinta-feira (1º).

Anualmente, o Prouni tem duas edições, com oferta de bolsas no primeiro e no segundo semestres, para ingresso no ensino superior.

 

Inscrições

As inscrições para concorrer às bolsas de estudo devem ser feitas exclusivamente pela internet, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do ProUni,  no ícone “Inscreva-se”. Para acessá-lo, é preciso entrar com login e senha, na conta no site Gov.br , de serviços digitais do governo federal.  As inscrições são gratuitas.

A inscrição no processo seletivo do Prouni é condicionada ao cumprimento dos requisitos de renda, exceto para o candidato que é professor da rede pública de ensino. 

O candidato que atender a todos os requisitos exigidos para concessão da bolsa de estudo deverá preencher seus dados pessoais e o questionário socioeconômico disponibilizado.

Em seguida, deve escolher até duas opções de cursos de graduação, na ordem de preferência, com a indicação do nome da instituição de ensino pretendida, a localidade (município e unidade federativa) e o turno.

O MEC disponibilizou um vídeo com o passo a passo para fazer a inscrição e para esclarecer dúvidas. 

 

Requisitos

Criado em 2004, o ProUni tem como público-alvo o estudante sem diploma de nível superior.

De acordo com a legislação (Lei 1.096/2005) que determina os requisitos de renda para quem quer concorrer ao ProUni, a bolsa integral da mensalidade da universidade privada é destinada ao estudante com renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até um salário mínimo e meio.

Para a bolsa parcial (50% do valor), o candidato precisa comprovar renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até três salários mínimos.

Além disso, o candidato deverá obrigatoriamente ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 ou o Enem 2022 e alcançado, pelo menos, 450 pontos de média e nota diferente de zero na redação.

Os treineiros — candidatos que não concluíram o ensino médio e participam do exame para se autoavaliar — não podem utilizar a nota obtida no exame para ingressar em universidades públicas ou privadas.

Também é preciso atender a pelo menos uma das seguintes condições:  ser pessoa com deficiência (PcD); ser professor da rede pública de ensino, exclusivamente para os cursos de licenciatura e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação básica; cursado o ensino médio integralmente em escola da rede pública ou ser egresso da rede privada de ensino, mesmo que não tenham estudado com bolsas integrais.

 

Resultado

Até o fim desta sexta-feira, último dia de inscrição, o candidato pode acompanhar a classificação parcial no site. A nota de corte do ProUni será a média do Enem do último candidato pré-selecionado para a bolsa de estudo em determinado curso.

O processo seletivo do primeiro semestre do Prouni 2024 terá duas chamadas. A divulgação da lista da primeira chamada dos candidatos pré-selecionados está prevista para 6 de fevereiro, também no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do ProUni. O resultado da segunda chamada será conhecido em 27 de fevereiro. 

De acordo com o cronograma do Prouni 2024/1, a próxima etapa do processo será a comprovação dos dados informados pelos pré-selecionados nas instituições de ensino, no período de 6 a 20 de fevereiro.

 

 

 

Por Agência Brasil

 

 

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Prazo para inscrições no Prouni é prorrogado até sexta-feira

O prazo para os interessados em participar do processo seletivo do primeiro semestre de 2024 do Programa Universidade para Todos (Prouni) fazerem sua inscrição será ampliado em um dia. As inscrições vão terminar às 23h59 (horário de Brasília) desta sexta-feira (2) pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. 

São oferecidas 406.428 bolsas, sendo 308.977 integrais (100%) e 97.451 parciais (50%), distribuídas em 15.482 cursos, de 1.028 instituições participantes.    

Para se inscrever de forma gratuita, o participante precisa ter cadastro no login único do governo federal e criar uma conta no gov.br. Os resultados estarão disponíveis em 6 de fevereiro (primeira chamada) e 27 de fevereiro (segunda chamada).  

Para participar do Prouni, é preciso ter realizado pelo menos uma das duas últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ter alcançado, no mínimo, 450 pontos de média nas notas das cinco provas do exame. O estudante também não pode ter tirado zero na prova de redação do Enem, nem ter participado do exame na condição de treineiro.

 

 

 

Agência Brasil

 

 

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TRE-PR marca para 8 de fevereiro julgamento de processo contra Moro

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) marcou para 8 de fevereiro o julgamento do processo que pode levar à cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR). A data foi escolhida um dia após o desembargador Luciano Falavinha, relator do caso, liberar o processo para julgamento.

O senador é alvo de ações protocoladas pelo PT e pelo PL na Justiça Eleitoral. Os partidos acusam Moro de abuso de poder econômico pela suposta realização de gastos irregulares no período de pré-campanha em 2022.

Em dezembro ao ano passado, o Ministério Público Eleitoral (MPE) do Paraná defendeu a cassação do mandato do senador. No entendimento dos procuradores, houve uso "excessivo de recursos financeiros" no período que antecedeu a campanha eleitoral oficial, em 2022.

Em 2021, Moro estava no Podemos e realizou atos de pré-candidatura à Presidência da República. Em seguida, ele deixou o partido e passou a fazer campanha o Senado. De acordo com a acusação, houve "desvantagem ilícita" em favor dos demais concorrentes ao cargo de senador diante dos "altos investimentos financeiros" realizados antes de Moro se candidatar ao Senado.

Foram citados gastos de aproximadamente R$ 2 milhões com o evento de filiação de Moro ao Podemos e com a contratação de produção de vídeos e consultorias.

No caso de eventual cassação de Sergio Moro, caberá recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. No entanto, se a possível condenação for mantida, novas eleições para o Senado deverão ser convocadas no Paraná.

Durante a tramitação do processo, a defesa do senador negou as irregularidades e disse que as acusações têm “conotação política”. Para a defesa, gastos de pré-campanha à Presidência não podem ser contabilizados na campanha para o Senado, uma vez que um cargo é de votação nacional e o outro somente no Paraná.

 

 

 

Por Agência Brasil

 

 

Sisu 2024: MEC publica resultado da primeira chamada

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, na tarde desta quarta-feira (31), o resultado definitivo dos selecionados na primeira chamada do processo seletivo de 2024 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

A divulgação estava prevista para terça-feira (30), mas foi adiada, devido a problemas técnicos. As informações podem ser consultadas no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do Sisu.

De acordo com o MEC, o processo seletivo de 2024 do Sisu recebeu 1.271.301 de inscrições, o que corresponde a 57,6% do número de candidatos aptos para essa edição do programa (2.209.175). Essa foi a maior taxa de participação dos últimos sete anos.

Nesta edição, o processo seletivo disponibilizou 264.181 vagas para o primeiro e o segundo semestres de 2024, em 6.827 cursos de graduação, de 127 instituições de educação superior, que aderiram ao programa.

Do total de vagas, 53,6% são destinadas a ações afirmativas, previstas na Lei de Cotas, que trata do acesso à educação superior de estudantes pretos, pardos, indígenas e quilombolas, de pessoas com deficiência, bem como daqueles que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

Matrículas

Quem for selecionado na primeira chamada do Sisu deve fazer matrícula ou registro acadêmico na instituição no período de 1º a 7 de fevereiro, no mesmo Portal Único de acesso ao sistema.

O MEC alerta que é de responsabilidade do candidato observar os procedimentos e a documentação necessários para matrícula, bem como se atentar para os dias, horários e locais de atendimento definidos em edital próprio, de cada instituição.

O edital prevê também que a universidade ou faculdade deve oferecer acesso gratuito à internet para a inscrição, nos dias e horários de funcionamento regular da instituição.

E não podem ser cobradas quaisquer taxas relativas ao processo seletivo, pelas instituições de ensino.

Lista de espera

Quem não for selecionado nesta etapa, pode manifestar interesse pela lista de espera por vagas vindas da desistência dos selecionados na primeira chamada, a partir desta quarta-feira (31) até 7 de fevereiro.

A participação na lista de espera também ocorre na página do Sisu no portal Acesso Único.  

Em 2024, houve somente uma etapa de inscrição. Com isso, a lista de espera poderá ser utilizada durante todo o ano, pelas instituições públicas de educação superior participantes, para preencher as vagas eventualmente não ocupadas na chamada regular.

De acordo com o cronograma do Sisu 2024, a convocação dos candidatos em lista de espera pelas instituições de ensino superior ocorrerá em 16 de fevereiro.

Sisu

Desde 2010, o sistema informatizado gerenciado pelo MEC reúne as vagas de graduação ofertadas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil que participam do processo seletivo vigente, sendo a maioria delas oferecida por instituições federais (universidades e institutos).

 

 

 

Por Agência Brasil

 

 

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A geração Z está envelhecendo mais rápido: estresse, fast food e sedentarismo podem ser as causas

Muitos TikTokers da geração Z estão surpreendendo seus seguidores ao revelarem sua idade.

É porque muitos internautas acreditam que os influenciadores são cerca de 10 anos mais velhos do que realmente são. Então vem o questionamento: será que membros da Geração Z estão envelhecendo mais rapidamente do que os millennials?

O que estaria por trás, então, das rugas, cabelos grisalhos e rostos envelhecidos prematuramente então? Para os especialistas, isso é culpa de uma combinação de maus hábitos, como estresse excessivo, alto consumo de alimentos ultraprocessados e o sedentarismo.

São considerados da geração Z as pessoas nascidas entre 1997 e 2012. Já os Millennials nasceram entre 1981 e 1996. 

Em entrevista ao tabloide britânico Daly Mail, Suzanne Ferree, médica sênior da Vine Medical Associates em Atlanta, admitiu que o envelhecimento mais rápido da geração Z do que os millennials não era algo a que ela tivesse prestado atenção, mas que "faz sentido".

"A Geração Z cresceu com as mídias sociais como parte de sua vida, provavelmente desde muito jovem", disse ela, complementando que grandes comparações geram estresse prolongado. Ela citou também o alto consumo de cigarros eletrônicos pelos mais jovens, o que acelera o envelhecimento da pele e de outras partes do corpo.

Quanto ao estresse, estudos mostram que a idade biológica aumenta com o estresse. A exposição ao estresse causa inflamação e danos ao DNA das células, o que pode acelerar o envelhecimento. 

"O cortisol é o hormônio liberado em nosso corpo em resposta ao estresse. É o que chamamos de hormônio catabólico. Os hormônios anabólicos, como a testosterona, causam a construção ou o crescimento das coisas. O cortisol é um hormônio catabólico ou de degradação que causa a degradação de coisas, como a construção da pele, por exemplo. Ele envelhece o rosto e causa a quebra do colágeno dessa região. Também causa a degradação de coisas como o tecido cerebral e a mucosa intestinal, o que aumenta a inflamação. Também causará ruptura do tecido pancreático, o que pode resultar em pancreatite ou principalmente diabetes", alertou.

"Ser sedentário é o tabagismo desta geração. Ser mais sedentário definitivamente irá (envelhecer você prematuramente) porque seus músculos criam lindos mensageiros químicos (da juventude) que dizem ao seu corpo para ser útil quando você está se exercitando e, principalmente, usando os músculos", diz Ferree. "Se você está em casa, jogando videogame e sendo mais sedentário no computador, não está recebendo aqueles lindos sinais juvenis".

Ela destaca que a grande exposição à luz das telas afeta a qualidade do sono, pois a luz azul "desliga" a produção natural de melatonina e a função natural da glândula pineal no cérebro, que é o centro do ritmo circadiano.

"Muito disso causa envelhecimento. Essa diminuição na diferenciação dia-noite certamente influenciará o envelhecimento ou o tornará mais rápido".

A pior qualidade dos alimentos também afetará a rapidez com que envelhecemos, dizem especialistas. O alto consumo de fast foods e a pior qualidade dos alimentos no geral — que normalmente contêm aditivos químicos, agrotóxicos etc, está alterando a flora intestinal e provocando mais inflamação no corpo.

 

 

 

 

 

 

Por - O Globo

As gêmeas roubadas após nascimento que se reencontraram graças a vídeo no TikTok

Amy e Ano são gêmeas idênticas, mas logo depois do nascimento foram separadas da sua mãe e vendidas para famílias diferentes.

Anos depois, elas se descobriram por acaso graças a um programa de talentos na TV e a um vídeo do TikTok.

Ao investigarem seu passado, elas perceberam que estavam entre os milhares de bebês da Geórgia que foram roubados de hospitais e vendidos, alguns ainda em 2005. Agora elas estão em busca de respostas.

Amy caminha de um lado para outro em um quarto de hotel em Leipzig, na Alemanha. "Estou com medo, muito medo", diz ela. "Não dormi a semana toda. Esta é minha chance de finalmente obter algumas respostas sobre o que aconteceu conosco."

Sua irmã gêmea, Ano, está sentada em uma poltrona assistindo a vídeos do TikTok em seu telefone. "Esta é a mulher que poderia ter nos vendido", diz ela.

Ano admite que também está nervosa, mas apenas porque não sabe como reagirá e se conseguirá controlar sua raiva.

É o fim de uma longa jornada. Elas viajaram da Geórgia para a Alemanha, na esperança de encontrar a peça que faltava no quebra-cabeça. Elas finalmente vão conhecer sua mãe biológica.

 Nos últimos dois anos, elas vêm reconstruindo o que aconteceu. À medida que desvendavam a verdade, elas perceberam que havia dezenas de milhares de outras pessoas na Geórgia que também tinham sido retiradas de hospitais quando eram bebês e vendidas ao longo das décadas.

Apesar de tentativas oficiais de se investigar o que aconteceu, ninguém foi responsabilizado até hoje.

A história de como Amy e Ano se descobriram começa quando elas tinham 12 anos.

Amy Khvitia estava na casa de sua madrinha, perto do Mar Negro, assistindo ao seu programa de TV favorito, Georgia's Got Talent. Havia uma garota dançando que se parecia exatamente com ela.

Na verdade, era idêntica.

"Todo mundo telefonava para minha mãe e perguntava: 'Por que Amy está dançando com outro nome?'", diz ela.

Amy mencionou isso para sua família, mas eles ignoraram. "Todo mundo tem um sósia", disse sua mãe.

 Sete anos depois, em novembro de 2021, Amy postou no TikTok um vídeo dela mesma com cabelo azul fazendo um piercing na sobrancelha.

 A 320 km de distância, em Tbilisi, outra jovem de 19 anos, Ano Sartania, recebeu o vídeo de um amigo. Ela achou "legal ela se parecer comigo".

Ano tentou rastrear na internet a garota com piercing na sobrancelha, mas não conseguiu encontrá-la. Ela compartilhou o vídeo em um grupo de WhatsApp da universidade para ver se alguém poderia ajudar. Alguém que conhecia Amy viu a mensagem e as colocou em contato pelo Facebook.

Amy soube imediatamente que Ano era a garota que ela tinha visto anos atrás no Georgia's Got Talent.

"Estou procurando por você há tanto tempo!", ela mandou uma mensagem. "Eu também", respondeu Ano.

Nos dias seguintes, elas descobriram que tinham muito em comum, mas nem tudo fazia sentido.

 Ambas nasceram na maternidade de Kirtskhi – que já não existe – no oeste da Geórgia, mas, de acordo com as suas certidões de nascimento, os seus aniversários ocorreram com algumas semanas de intervalo.

Elas não poderiam ser irmãs, muito menos gêmeas. Mas havia muitas semelhanças. Gostavam da mesma música, adoravam dançar e até tinham o mesmo penteado. Elas descobriram que tinham a mesma doença genética, um distúrbio ósseo chamado displasia.

Parecia que elas estavam desvendando um mistério juntas. "Cada vez que eu aprendia algo novo sobre Ano, as coisas ficavam mais estranhas", diz Amy.

Elas marcaram um encontro e, uma semana depois, quando Amy se aproximava do topo da escada rolante da estação de metrô Rustaveli, em Tbilisi, ela e Ano se viram pessoalmente pela primeira vez.

"Foi como olhar no espelho, exatamente o mesmo rosto, exatamente a mesma voz. Eu sou ela e ela sou eu", diz Amy. Ela soube então que eram gêmeas.

"Não gosto de abraços, mas abracei ela", diz Ano.

 Elas decidiram confrontar as suas famílias e pela primeira vez descobriram a verdade. Elas haviam sido adotadas, separadamente, com algumas semanas de intervalo em 2002.

Amy ficou chateada e sentiu que toda a sua vida tinha sido uma mentira. Vestida de preto da cabeça aos pés, ela parece uma pessoa durona, mas ao contar a sua história ela não consegue conter as lágrimas. "É uma história maluca", diz ela. "Mas é verdade."

Ano estava "zangada e chateada com a minha família, mas eu só queria que as conversas difíceis acabassem para que todos pudéssemos seguir adiante".

As gêmeas descobriram que alguns detalhes em suas certidões de nascimento oficiais, incluindo a data em que nasceram, estavam errados.

Incapaz de ter filhos, a mãe de Amy diz que uma amiga lhe contou que havia um bebê indesejado no hospital local. Ela precisaria pagar os médicos, mas poderia levá-la para casa e criá-la como se fosse sua.

A mãe de Ano contou a mesma história.

Nenhuma das famílias adotivas sabia que as meninas eram gêmeas e, apesar de pagarem muito dinheiro para adotar as filhas, dizem que não perceberam que isso era ilegal. A Geórgia estava enfrentando um período de turbulência e, como o pessoal do hospital estava envolvido na adoção, eles consideraram que tudo foi feito dentro da lei.

Nenhuma das famílias revelou quanto dinheiro foi pago.

As gêmeas queriam saber se seus pais biológicos as teriam vendido meramente por dinheiro.

 
 

Amy queria procurar a mãe biológica para descobrir a verdade, mas Ano hesitava. "Por que você quer conhecer a pessoa que pode ter nos traído?", ela perguntava.

Amy encontrou um grupo no Facebook dedicado a reunir famílias georgianas com crianças suspeitas de terem sido adotadas ilegalmente e compartilhou a sua história.

Uma jovem na Alemanha respondeu, dizendo que a sua mãe tinha dado à luz gêmeas no Hospital Maternidade Kirtskhi em 2002 e que, apesar de lhe terem dito que os bebês tinham morrido, ela duvidava dessa versão.

Testes de DNA revelaram que a menina do grupo do Facebook era irmã delas e morava com a mãe biológica, Aza, na Alemanha.

Amy estava desesperada para conhecer Aza, mas Ano estava mais cética.

"Essa é a pessoa que poderia ter te vendido, ela não vai te contar a verdade", alertou. Mesmo assim ela concordou em ir para a Alemanha com Amy para apoiá-la.

O grupo do Facebook que as gêmeas usaram, Vedzeb, significa "Estou procurando" em georgiano.

 Há inúmeras postagens de mães que dizem que a equipe do hospital lhes disse que seus bebês haviam morrido, mas depois descobriram que as mortes não foram registradas e que seus filhos ainda poderiam estar vivos.

Outras postagens são de crianças como Amy e Ano, em busca de seus pais biológicos.

O grupo tem mais de 230 mil membros e, junto com sites de DNA, ele expôs um capítulo obscuro na história da Geórgia.

O Vedzeb foi criado pela jornalista Tamuna Museridze em 2021, depois que ela descobriu que era adotada. Ela encontrou sua certidão de nascimento com detalhes incorretos quando estava limpando a casa de sua falecida mãe.

Ela iniciou o grupo para procurar a sua própria família, mas o grupo acabou por expor um escândalo de tráfico de bebês que afeta dezenas de milhares de pessoas e que se estende por décadas.

Ela ajudou a reunir centenas de famílias, mas ainda não localizou a sua própria.

Tamuna descobriu um mercado clandestino de adoção que se estendia por toda a Geórgia e durou do início da década de 1950 até 2005.

Ela acredita que foi comandado por criminosos organizados e envolveu pessoas de todos os setores da sociedade, desde motoristas de táxi até pessoas de alto escalão do governo.

"A escala é inimaginável, foram roubados até 100 mil bebês. Foi sistêmico", diz ela.

Tamuna explica que calculou esse número contando o número de pessoas que a contataram e combinando isso com o período de tempo e a propagação nacional dos casos.

Com a falta de acesso aos documentos – alguns foram perdidos e outros não estão sendo divulgados – é impossível verificar o número exato.

 Tamuna diz que muitos pais lhe contaram que, quando pediram para ver os corpos dos seus bebês mortos, foram informados de que eles já haviam sido enterrados no terreno do hospital.

Desde então, ela descobriu que nunca existiram cemitérios em hospitais georgianos. Em outros casos, eram mostrados aos pais bebês mortos que haviam sido congelados no necrotério.

Tamuna diz que era caro comprar uma criança: o equivalente a um ano de um salário médio na Geórgia.

Ela descobriu que algumas crianças acabaram com famílias estrangeiras nos EUA, Canadá, Chipre, Rússia e Ucrânia.

Em 2005, a Geórgia alterou a sua legislação de adoção e em 2006 reforçou as leis antitráfico, dificultando as adoções ilegais.

Outra pessoa em busca de respostas é Irina Otarashvili. Ela deu à luz gêmeos em uma maternidade em Kvareli, no sopé das montanhas do Cáucaso, na Geórgia, em 1978.

Os médicos disseram que os dois meninos eram saudáveis, mas, por razões que nunca foram explicadas, foram mantidos longe dela.

Três dias depois de nascerem, ela foi informada de que ambos haviam morrido repentinamente. Um médico disse que eles tinham problemas respiratórios.

Irina e seu marido não conseguiam entender isso, mas especialmente na época soviética "você não questionava a autoridade", diz ela. Ela acreditou em tudo que eles disseram.

As autoridades pediram que o casal trouxesse uma mala para levar os restos mortais dos bebês e enterrá-los no cemitério ou no quintal, como era comum para os bebês da época. O médico disse para nunca abrirem a maleta, pois seria muito perturbador ver os corpos.

Irina fez o que lhe foi dito, mas 44 anos depois sua filha Nino encontrou o grupo de Tamuna no Facebook e começou a suspeitar.

"E se nossos irmãos não tivessem morrido de verdade?", ela imaginou. Nino e sua irmã Nana decidiram desenterrar a mala.

"Meu coração estava acelerado", diz ela. "Quando abrimos, não havia ossos, apenas gravetos. Não sabíamos se sorríamos ou se chorávamos."

Ela diz que a polícia local confirmou que o conteúdo era composto por galhos de uma videira e não havia vestígios de restos humanos.

Ela agora acredita que seus irmãos há muito perdidos ainda podem estar vivos.

No hotel em Leipzig, Amy e Ano se preparam para conhecer sua mãe biológica. Ano diz que mudou de ideia e que quer desistir. Mas é um vacilo momentâneo e, respirando fundo, ela decide seguir em frente.

A mãe biológica, Aza, espera nervosa em outra sala.

Amy abre a porta hesitante e Ano a segue, quase empurrando a irmã para dentro do quarto.

Aza avança e os abraça com força, uma gêmea de cada lado. Os minutos passam. Abraçadas, ninguém fala nada.

Lágrimas escorrem pelo rosto de Amy, mas Ano permanece inabalável. Ela até parece um pouco irritada.

As três se sentam para conversar.

Mais tarde, as gêmeas contam que a mãe explicou que ficou doente após o parto e entrou em coma. Quando ela acordou, a equipe do hospital disse que logo após o nascimento dos bebês, eles haviam morrido.

Ela disse que conhecer Amy e Ano deu um novo significado à sua vida.

Embora não sejam próximas, elas ainda mantêm contato.

Em 2022, o governo georgiano lançou uma investigação sobre o tráfico de crianças. O governo disse à BBC que conversou com mais de 40 pessoas, mas os casos eram "muito antigos e registros históricos se perderam".

A jornalista Tamuna Museridze diz que compartilhou informações, mas o governo não disse quando irá divulgar o seu relatório.

O governo fez pelo menos quatro tentativas para descobrir o que aconteceu. Isso inclui uma investigação em 2003 sobre o tráfico internacional de crianças que levou a uma série de prisões, mas pouca informação foi tornada pública. E em 2015, após outra investigação, a imprensa georgiana informou que o diretor-geral da maternidade Rustavi, Aleksandre Baravkovi, havia sido preso. Mas ele foi inocentado e voltou ao trabalho.

A BBC contatou o Ministério do Interior da Geórgia para obter mais informações sobre casos individuais, mas fomos informados de que detalhes específicos não seriam divulgados devido à proteção de dados.

Tamuna uniu agora forças com a advogada de direitos humanos Lia Mukhashavria para levar os casos de um grupo de vítimas aos tribunais georgianos. Eles querem ter acesso aos seus documentos de nascimento — algo que atualmente não é possível pela legislação georgiana.

Eles esperam que isso ajude a trazer um pouco de paz nas suas vidas.

"Sempre senti que faltava alguma coisa ou alguém na minha vida", diz Ano. "Eu costumava sonhar com uma garotinha vestida de preto que me seguia e me perguntava como foi meu dia."

Esse sentimento desapareceu quando ela encontrou Amy.

 

 

 

 

Por - G1

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