O vício em internet modifica o cérebro de adolescentes e pode levar a alterações de comportamentos e tendências adicionais de dependência.
Esta é a constatação de estudo realizado por pesquisadores da University College London (UCL), da Inglaterra, e publicado na revista científica PLOS Mental Health.
Os investigadores revisaram 12 artigos envolvendo 237 pessoas com idade entre 10 e 19 anos com diagnóstico formal de dependência de internet entre 2013 e 2023. Essa condição tem sido definida como a incapacidade de resistir ao impulso de utilizar a rede mundial de computadores, com impactos negativos à saúde mental e vida social, acadêmica e profissional.
No trabalho em questão, foram usadas imagens de ressonância magnética funcional (fMRI) para inspecionar a conectividade funcional (como as regiões do cérebro interagem entre si) dos pacientes enquanto descansavam e quando completavam uma tarefa.
Os efeitos do vício em internet foram observados em múltiplas redes neurais no cérebro de adolescentes. Houve uma mistura de aumento e diminuição da atividade nas partes cerebrais que são ativadas durante o repouso (a rede do modo padrão) e diminuição global na conectividade funcional nas regiões envolvidas no pensamento ativo (a rede de controle executivo).
“A adolescência é um estágio crucial de desenvolvimento durante o qual as pessoas passam por mudanças significativas em sua biologia, cognição e personalidades. Como resultado, o cérebro fica particularmente vulnerável a impulsos relacionados ao vício em internet durante esse período, como uso compulsivo da internet, desejo pelo uso do mouse ou teclado e consumo de mídia”, disse o autor principal, Max Chang, em comunicado.
Ele acrescentou que as descobertas mostram que isso pode levar a mudanças comportamentais e de desenvolvimento potencialmente negativas que podem impactar a vida dos adolescentes. Por exemplo, eles podem ter dificuldades para manter relacionamentos e atividades sociais, mentir sobre atividades on-line e experimentar alimentação irregular e sono perturbado.
Ainda segundo o pesquisador, a expectativa é que os resultados do trabalho permitam que os médicos rastreiem e tratem o início do vício em internet de forma mais eficaz. “Os médicos poderiam prescrever tratamento direcionado a certas regiões do cérebro ou sugerir psicoterapia ou terapia familiar visando os principais sintomas do vício em internet.
“É importante ressaltar que a educação dos pais sobre o vício em internet é outra via possível de prevenção do ponto de vista da saúde pública. Os pais que estão cientes dos primeiros sinais e do início do vício em internet lidarão com mais eficácia com o tempo de tela, a impulsividade e minimizarão os fatores de risco que cercam o vício em internet”, complementou.
A autora sênior Irene Lee recomendou que os jovens imponham limites de tempo razoáveis para a utilização diária da internet e garantam que estão conscientes das implicações psicológicas e sociais de passar muito tempo online.
Por - Época Negócios
As passas, uma fruta desidratada derivada de uvas secas, são consideradas um superalimento.
Segundo a Fundação Espanhola de Nutrição (FEN), são ricas em carboidratos, fibras, cálcio, fósforo, sódio, ferro e vitaminas K, B3 e B1. Além disso, alguns especialistas destacam que ajudam a prevenir doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, melhorar a circulação e eliminar toxinas.
Avaliação nutricional de passas (por 100 g)
- Valor energético: 1223 kJul/289 Kcal.
- Gordura: 1,17g.
- Gordura saturada: 0,56 g.
- Gorduras monoinsaturadas: 0,56 g.
- Gorduras poliinsaturadas: 0,41 g.
- Ácidos graxos trans: 0,005 g.
- Colesterol: 1,99 mg.
- Carboidratos: 65,5 g.
- Açúcares: 60,16 g.
- Proteína: 1,84g.
- Umidade: 25,68%.
- Fibra alimentar: 4,38 g.
- Sódio: 0,010g.
- Sal: 0,01g.
Benefícios das passas
As passas destacam-se pelas propriedades diuréticas, digestivas e antioxidantes, bem como pela riqueza em cálcio, ferro e fibras. Além disso, o seu baixo índice glicêmico torna-os um lanche saudável, enquanto a sua capacidade antioxidante melhora a saúde cardiovascular e oral.
Um estudo da Universidade Estadual de Oklahoma mostrou que esta fruta também traz benefícios significativos para a saúde e o crescimento ósseo. Isso ocorre porque fortalece os ossos e aumenta os níveis de IGF-1, uma proteína crucial para regular o hormônio do crescimento. Da mesma forma, é um aliado perfeito em dietas para aumentar a massa muscular ou perder peso, gerando sensação de saciedade.
Outros benefícios:
- Combate a prisão de ventre: a presença de fibras como pectina, celulose e hemicelulose regula o intestino e alivia a prisão de ventre, facilitando a eliminação das fezes.
- Protege contra doenças cardiovasculares: seu conteúdo em vitamina C e vitamina K evita a calcificação das artérias, mantendo a saúde vascular. Suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes auxiliam no controle da pressão arterial.
- Reduz o colesterol: a fibra de pectina reduz a absorção da gordura dos alimentos, reduzindo os níveis de colesterol no organismo.
- Promove a perda de peso: seu alto teor de fibras acelera a digestão e aumenta a sensação de saciedade, contribuindo para a redução de peso.
Como consumir?
Graças às suas propriedades, como resveratrol, potássio, vitamina K, flavonoides, clorofila e ácidos fenólicos, as passas são uma opção saudável ideal para consumir a qualquer hora do dia. Segundo especialistas em saúde, para aproveitar todos os seus benefícios, deve ser consumido inteiro, com casca e sementes. É importante mastigar bem para não ficar preso.
A recomendação de ingestão é de 2 a 3 porções, o que corresponde a 200 gramas de uva. Vale ressaltar que se você consumir em suco e for adicionar algum tipo de adoçante artificial, poderá aumentar o nível de glicose no sangue.
Você pode consumi-los sozinhos ou incorporá-los a outras nozes. Você pode incluí-los em saladas ou preparações de carne. Graças à sua fonte de ferro, ajudam a reduzir o desejo por comida. Lembre-se que é sempre importante consultar o seu médico de família se for incluir um novo alimento. Cada corpo age de maneira diferente e pode ter uma reação contraproducente.
Por - O Globo
Há mais de 40 anos, o ambientalista Nereu Rios dedica sua vida em tempo integral a coletar sementes por onde passa, gerar mudas e, finalmente, contemplar as árvores que fornecerão mais matéria-prima para que o ciclo recomece.
Mas nos últimos anos, essa rotina tem mudado desde que o pesquisador de campo percebeu que multiplicar algumas espécies começou a ficar mais difícil.
“No Mato Grosso do Sul, há uns dez anos tenho coletado amostras de pau-ferro [Libidibia ferrea] que dá a vagem, mas não dá a semente”, diz. Nascido em Dourados (MS) e atualmente vivendo em Campo Grande (MS), Nereu se divide entre as mudas do viveiro em que trabalha e os caminhos que percorre por todo o Cerrado para acompanhar de perto a diversidade fruto de seu trabalho. Junto com a mudança das plantas, ele também percebe a mudança no cenário.
“Passando por Olhos D´Água, próximo de Alexânia (GO), eu estava mostrando para o meu filho uns ipês-roxos [Handroanthus impetiginosus] que a gente coletava há uns oito anos e que agora eles estão morrendo, porque virou monocultura margeando a estrada e quando eles pulverizam o milharal sai matando tudo”, destaca.
O pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), André Andrade, explica que para produzir semente, a planta precisa de muita energia, que adquire pela fotossíntese e exige muita água e luz solar, mas com a mudança climática, o ciclo natural sofre um distúrbio. “O que acontece com a mudança climática é que quando a gente tem períodos de estiagem muito grande, combinado com um ano de El Niño, como no final de 2023, tem muito sol, mas falta água, então, a planta para a fotossíntese que precisa, senão ela morre rápido, e como isso não consegue produzir a energia para gerar sementes”, explica.
A advertência também foi reforçada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que trouxe como tema para este 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o enfrentamento à desertificação e o desenvolvimento da resiliência à seca, alinhados com a declarada Década da Restauração de Ecossistemas. No centro da campanha está a frase: “Não podemos retroceder no tempo, mas podemos restaurar florestas, restabelecer os recursos hídricos e trazer o solo de volta. Nós somos a geração que pode fazer as pazes com a terra”.
Desertificação
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), bilhões de hectares de terra estão degradados em todo o planeta, o que causa desertificação e mais seca. A organização alerta ainda que isso já afeta metade da população mundial, especialmente comunidades rurais e pequenos agricultores, o que põe em risco metade do Produto Interno Bruto (PIB) global e pode gerar insegurança alimentar em todo o planeta.
Andrade explica que a restauração de ecossistemas é tão importante porque tem se mostrado a solução mais rápida e efetiva para equilibrar tanto o ciclo da água, quanto o ciclo do carbono e evitar que o planeta aqueça ainda mais e que piorem as consequências, como secas e chuvas extremas.
“A restauração de grandes áreas é uma estratégia que a gente consegue fazer agora, em 20, 30 anos é possível investir pesado nisso, para que no futuro a gente alcance a transição de energia, porque existe um limite para o carbono que as florestas conseguem armazenar, existe um limite que a gente vai conseguir segurar essas mudanças a partir da vegetação nativa”, conclui.
Missão de vida
Nereu Rios conhece o Cerrado desde jovem, se criou no campo em uma família de moveleiros e nas proximidades do então chamado arco do desmatamento, mas o convívio com a terra o fez admirar mais uma bela árvore florida do que a madeira tombada. E nessa “missão de vida”, como ele mesmo diz, aprendeu na prática que as escolhas de cada pessoa afetam o clima, a vegetação e até os insetos, que em um ambiente desequilibrado viram pragas.
“Sei que tem o bicho que come a seiva na vagem do pau-ferro e não deixa a semente se desenvolver, mas não é só ele o problema. O angelim-amargo [Andira anthelmia] faz uns quatro anos que eu não consigo coletar e tinha muito, assim como a guavira [Campomanesia adamantium], ano passado deu pouca. As coisas que produziam todos os anos, agora produzem ano sim, ano não, às vezes ficam dois três anos sem produzir”, explica.
Por - Agência Brasil
A cobrança de Imposto de Importação para compras de até US$ 50 (equivalente a cerca de R$ 260) deve ser votada pelo Senado nesta semana, de acordo com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O tributo impacta, principalmente, compras de itens de vestuário feminino por meio de varejistas internacionais.
A Agência Brasil preparou uma reportagem para explicar o que mudará caso a cobrança seja aprovada e vire lei, a cronologia que envolve esse debate e o que defendem os que são contra e a favor.
Projeto de lei
A cobrança de imposto nas compras internacionais até US$ 50 faz parte do Projeto de Lei (PL) 914/24, que chegou ao Senado na última quarta-feira (29), um dia depois de ter sido aprovado pela Câmara dos Deputados.
Originalmente, o PL trata do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), destinado ao desenvolvimento de tecnologias para produção de veículos que emitam menos gases de efeito estufa. A taxação das compras internacionais foi incluída no PL por decisão do deputado Átila Lira (PP-PI), relator da matéria.
Assim que chegou ao Senado, o líder do Governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), requereu que a tramitação seja em regime de urgência, o que apressa a votação. O presidente da Casa informou que consultará as lideranças partidárias para que se defina se o projeto tramitará com ou sem urgência.
O que mudaria
A medida aprovada pelos deputados determina que compras internacionais de até US$ 50 passarão a ter a cobrança do Imposto de Importação (II), com alíquota de 20%.
Compras dentro desse limite são muito comuns em sites de varejistas estrangeiros, notadamente do Sudeste Asiático, como Shopee, AliExpress e Shein.
Essas plataformas são chamadas de market place, ou seja, uma grande vitrine de produtos de terceiros, e os preços costumam ser bem mais baratos que os de fabricantes brasileiros.
A cobrança tratada pelo PL é um tributo federal. Fora isso, as compras dentro desse limite de US$ 50 recebem alíquota de 17% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um encargo estadual.
Dessa forma, o consumidor que comprar um produto de R$ 100 (já incluídos frete e seguro) teria que pagar a alíquota do Imposto de Importação mais o ICMS, o que levaria o preço final para R$ 140,40.
Pelo PL, cobranças acima de US$ 50 e até US$ 3 mil terão alíquota de 60% com desconto de US$ 20 (cerca de R$ 100) do tributo a pagar.
Negociação
Se passar pelas duas casas legislativas, a medida precisará do aval da Presidência da República para entrar em vigor.
Na sexta-feira (31), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o PL é resultado de uma negociação entre quem defendia isenção e quem desejava alíquota de 60% para qualquer valor.
Segundo Alckmin, o texto que foi para votação “atende parcialmente” à indústria. O vice-presidente disse ainda que acredita que o PL terá o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O meu entendimento é que ele não vetará, porque isso foi aprovado praticamente por unanimidade. Foi um acordo de todos os partidos políticos. Acho que foi um acordo inteligente, não vai onerar tanto quem está comprando um produto de fora, mas vai fazer diferença para preservar emprego e renda aqui”, afirmou em entrevista à BandNews TV.
No último dia 23, ou seja, antes da aprovação pela Câmara dos Deputados, o presidente Lula tinha dito, em conversa com jornalistas, que “a tendência é vetar, mas a tendência também pode ser negociar”. Lula acrescentou que estava disponível para discutir o tema com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Como é atualmente
O debate sobre a taxação se iniciou em abril de 2023. Seria uma forma de o governo impedir que empresas burlassem a Receita Federal, isso porque remessas entre pessoas físicas até US$ 50, sem fins comerciais, não eram tributadas, e empresas estariam fazendo vendas como se fossem envios de pessoas físicas.
Além disso, varejistas brasileiras pediam por alguma forma de cobrança desses produtos estrangeiros, alegando concorrência desleal.
O anúncio da cobrança atraiu reações contrárias. Dessa forma, o governo criou o programa Remessa Conforme, que passou a valer em 1º de agosto de 2023. Empresas que aderiram à regulamentação ficaram isentas de cobrança de imposto em produtos até US$ 50, desde que obedecessem a uma série de normas, como dar transparência sobre a origem do produto, dados do remetente e discriminação de cobranças, como o ICMS e frete, para o consumidor saber exatamente quanto estava pagando em cada um desses itens.
Um dos efeitos do programa, que teve a anuência das principais empresas de market place, é que as entregas ficaram mais rápidas, pois a fiscalização da Receita Federal ficou mais fácil com as informações fornecidas pelas empresas.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Remessa Conforme deu mais transparência para as compras internacionais. “O Remessa Conforme é para dar transparência para o problema. Saber quantos pacotes estão entrando, quanto custa, quem está comprando”, disse na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (22).
Itens entre US$ 50 e US$ 3 mil continuaram com alíquota de 60%. Acima desse valor, a importação é proibida pelos Correios e por transportadoras privadas.
Empresas brasileiras
A isenção proporcionada pelo Remessa Conforme incomodou setores da indústria e do comércio no Brasil. Entidades representativas apontam que a não cobrança de impostos permite um desequilíbrio na concorrência, que favorece empresas estrangeiras.
Ainda antes do início do Remessa Conforme, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) apresentam ao ministro Haddad um estudo que estimava até 2,5 milhões de demissões por causa da isenção para empresas de fora do país.
Varejista chinesa
Após a aprovação do PL 914/24 na Câmara dos Deputados, a empresa chinesa Shein, uma das principais beneficiadas pela isenção, chamou a aprovação de “retrocesso”. Apontando que 88% dos clientes da companhia são das classes C, D e E, a varejista afirmou ver risco para os consumidores.
“Com o fim da isenção, a carga tributária que recairá sob o consumidor final passará a ser de 44,5%, o que com a isenção se mantinha em torno de 20,82% devido à cobrança do ICMS, no valor de 17%. Ou seja, um vestido que o consumidor da Shein comprava no site por R$ 81,99 (com ICMS de 17% incluso) agora custará mais de 98 reais com a nova carga tributária, formada pelo Imposto de Importação de 20% mais o ICMS de 17%”, estimou em nota.
“A Shein reafirma o seu compromisso com o consumidor e reforça que seguirá dialogando e trabalhando junto ao governo e demais partes interessadas para encontrar caminhos que possam viabilizar o acesso da população para que continue tendo acesso ao mercado global.”
A varejista também minimizou a relevância do comércio eletrônico a partir de empresas estrangeiras. “Estudos apontam que o e-commerce, no geral, representa entre 10% e 15% do varejo nacional. Enquanto isso, a parcela do e-commerce de plataformas internacionais não alcançaria mais do que 0,5% do varejo nacional, de acordo com estudo de 2024 da Tendências Consultoria.”
Entidades brasileiras
Ao defender que não haja isenção para empresas estrangeiras, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apresentou na última segunda-feira (27) um estudo feito com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo o levantamento, a quantidade de itens de bens de consumo com valor de importação de até US$ 50 por unidade cresceu 35% em 2023 em relação a 2022. Lideraram as encomendas produtos originários da China (51,8% do total). O segmento com maior aumento foi o de itens de vestuário feminino, como calças, bermudas e shorts (alta de 407,4%).
“A isenção até US$ 50 é uma ofensa ao empresário brasileiro, que é o responsável por gerar emprego, renda e impostos para a economia brasileira”, criticou o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.
Na visão dele, a potencial perda de emprego no Brasil não compensa a oportunidade de comprar produtos mais baratos no exterior. “Sem empresas nacionais, não tem trabalho. Sem trabalho, não tem renda. Sem renda, não importa se aquela blusinha custa R$ 1 ou R$ 1 milhão, não tem como o brasileiro comprar.”
Em comunicado conjunto com a CNC, a CNI classifica de ineficiente a aprovação da alíquota de 20%.
“A decisão de taxar em apenas 20% as compras internacionais não é suficiente para evitar a concorrência desleal, embora seja um primeiro passo bastante tímido em direção à isonomia tributária e sua equiparação com a produção nacional”, diz o comunicado.
A nota elenca como principais prejudicados os setores de produtos têxteis, confecção de artefatos do vestuário e acessórios, calçados, artefatos de couro, produtos de limpeza, cosméticos, perfumaria e higiene pessoal.
A aprovação da taxação pelos deputados federais é “um importante avanço no debate sobre a necessária busca de isonomia tributária”, avalia comunicado conjunto da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) e o IDV.
Por - Agência Brasil
A acerola pode ser consumida em sua forma natural, em pó ou em suco. Em qualquer formato, traz grandes benefícios para a saúde.
A cor pode variar dependendo do grau de maturação. Tem tons de laranja, avermelhada ou amarelada. Quanto às suas origens, remonta ao sul do México, especificamente à área onde começa o mar do Caribe mas é farta no Brasil.
— A acerola tem alto nível de vitamina C, antioxidantes, fibras, vitaminas, reguladores intestinais e baixas calorias — explicou María Julia Fagiani, técnica de pesquisa em culturas tropicais da estação experimental. Ela também destacou que, como alimento imunoestimulante, ajuda a combater a gripe, as alergias e o estresse..
Matías Marchetti, nutricionista e autor de livros sobre vida saudável, acrescenta que também é mais difícil encontrá-la in natura, pois se danifica facilmente durante o transporte ou armazenamento.
— Possui alto teor de água e oxida rapidamente ao entrar em contato com o ar, o que faz com que perca parte de seu conteúdo de vitamina C. Por isso, costuma-se processá-la para preservar suas propriedades e facilitar seu consumo — explica.
Mais vitamina C do que a laranja
Um estudo publicado no Journal of Food Science and Technology destaca que a fruta tem gerado burburinho entre a comunidade científica e as empresas farmacêuticas nos últimos anos devido aos seus alegados benefícios.
Rica em vitamina C
O Conselho Geral de Farmácias argentino afirma que a principal característica nutricional da acerola é seu altíssimo teor de vitamina C.
— É uma das frutas mais ricas em vitamina C oferecidas pela natureza. Embora a concentração dessa vitamina nas frutas varie de acordo com o clima, a maturação e a estação do ano. Assim, os maiores níveis são alcançados quando a fruta ainda está verde e diminuem durante a maturação — estabelece a instituição.
— A alta quantidade de vitamina C se deve a sua adaptação natural para produzir e armazenar essa vitamina na polpa, algo como uma forma de se proteger das condições climáticas adversas e dos insetos que a atacam — enfatiza Marchetti.
Proteção cerebral
Pode proteger o cérebro, especificamente o hipocampo, do estresse oxidativo causado pela má alimentação e obesidade, afirma a pesquisa "Efeitos da ingestão de suco de acerola no metabolismo energético cerebral".
Após observar por semanas diferentes grupos de roedores que foram alimentados com suco de acerola madura, imatura e industrial, os pesquisadores constataram que as alterações no metabolismo energético causadas pela obesidade podem ser parcialmente revertidas com qualquer uma das três opções de acerola.
Melhora a digestão
Os especialistas afirmam que a acerola tem a capacidade de melhorar a função metabólica e a digestão. Um estudo científico publicado na revista Bioscience, Biotechnology, and Biochemistry constatou que a fruta tem sido utilizada em sistemas de medicina tradicional para tratar desconfortos como diarreia, dores de estômago e disfunção hepática, uma vez que seu consumo promove uma resposta positiva à inflamação no intestino.
Produção de colágeno e cuidados com a pele
Uma análise realizada pelo Laboratório de Biologia Celular da marca de cosméticos Clarins evidencia que o extrato de acerola colabora com a redução da superprodução de melanina — principal pigmento responsável pela cor normal da pele e do cabelo — que é a causa de muitos problemas de pigmentação da pele e que, caso não funcione corretamente, não pode proteger a derme dos efeitos da radiação ultravioleta.
Em seguida, a marca cosmética detalha que o extrato de sua semente favorece a oxigenação cutânea, o que evita o aparecimento de sinais de envelhecimento precoce e ajuda a purificar e descongestionar a derme.
Segundo Marchetti, outros benefícios incluem: regeneração de tecidos danificados por queimaduras ou lesões, promoção da cicatrização de feridas e formação de colágeno.
Contraindicações
— Pode ser consumida por qualquer pessoa, desde que não tenha alergia ou intolerância a esta fruta ou a algum de seus componentes — diz Marchetti.
Ele acrescenta que alguns casos específicos em que se deve ter precaução ou consultar um médico antes de consumi-la são:
- Se você tem alguma doença renal ou hepática, pois o excesso de vitamina C pode sobrecarregar esses órgãos e causar problemas;
- Em caso de tomar medicamentos anticoagulantes, pois a vitamina C pode aumentar o risco de sangramento;
- Pessoas com diabetes ou que tomam medicamentos para controlar o açúcar no sangue, pois a fruta pode alterar os níveis de glicose e causar hipoglicemia ou hiperglicemia;
- Se estiver grávida ou amamentando, pois não há evidências suficientes sobre a segurança de seu consumo nessas fases.
por - O Globo
Cientistas brasileiros divulgaram uma carta pedindo esforços para lidar com as mudanças climáticas e pressionar as autoridades públicas a garantir assistência de saúde à população afetada pelo novo cenário global.
O manifesto foi divulgado na semana em que completa um mês que o Rio Grande do Sul foi atingido pelas fortes chuvas.
Assinam a carta representantes da Academia Nacional de Medicina, da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
O documento afirma que os extremos climáticos serão cada vez mais comuns e "afetarão mais e mais as águas das bacias do RS, nossos mananciais, nossas matas e outros biomas. No Brasil e no mundo".
Os cientistas dizem que é preocupante o avanço no número de casos de pessoas com leptospirose que tiveram contato com a água suja no RS.
Segundo eles, também é necessária muita atenção aos impactos na saúde mental, tendo em vista que muitos ainda se recuperam dos traumas vividos durante a pandemia de Covid-19.
"Lidar com o estresse pós-traumático e a depressão são desafios crescentes. A solidariedade e empatia não serão suficientes e procedimentos eficazes testados à luz da ciência devem ser implementados para atender a população em tempo hábil", dizem.
Os especialistas defendem que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve pensar em inovações tecnológicas de atendimento e de saúde digital para a população afetada pelo novo cenário climático.
"Esse momento de crise é também a oportunidade de adequar o próprio conceito de saúde, que deve englobar o cuidado com o ambiente e considerar as alterações do clima".
A carta alerta que cientistas brasileiros já têm estudos avançados dos impactos de desastres naturais e oferecem modelos preditivos para compartilhar estratégias de prevenção. "As ações para atender as vítimas estão a caminho e o mundo Acadêmico tem muito a contribuir para que a ciência ilumine as ações de saúde e auxilie no cálculo da retaguarda necessária", completa.
Por - G1