Terça, 27 Agosto 2013 00:35

Conheça o Lybrido e Lybridos - o Viagra feminino

A FDA, agência americana que regulamenta alimentos e medicamentos, está prestes a aprovar o Lybrido e o Lybridos.

 

Os remédios prometem devolver ao corpo e à mente da mulher o desejo sexual.

 

O Lybrido aumenta a resposta sexual fisiológica (devolve a lubrificação vaginal, por exemplo) e o Lybridos pretende atingir as áreas do cérebro que têm relação com os impulsos sexuais femininos. As duas drogas têm sido chamadas de "Viagra feminino".

 

Porém, é um pouco complicado atribuir a um remédio o retorno da satisfação sexual da mulher.

 

Na opinião de Arlete Gavranic, psicóloga, terapeuta sexual e coordenadora da pós-graduação em terapia do Isexp (Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática), a libido feminina não é simplesmente orgânica. Há questões cognitivas e afetivas muito fortes envolvidas nesse assunto.

 

"A mulher que acha que sua vida está bem, mas que seu nível de libido está baixo, esses medicamentos podem ser interessantes, pois servirão de motivação para ela ter reações biológicas, bioquímicas e sensoriais melhores. Agora se a relação não está legal, se o parceiro é grosseiro e se esposa tem mágoas guardadas do marido, o medicamento não vai ajudar", acredita a especialista.

 

Até na menopausa, período em que a mulher não tem boa lubrificação, o uso do medicamento precisa ser bem avaliado. A psicóloga comenta que algumas mulheres lidam bem com a sexualidade e o envelhecimento e até se liberam para viver sua sexualidade nessa fase, porque não têm preocupação com gravidez. "As que têm boa autoestima, curtem o corpo e estão de bem com a vida não precisam de reposição de nada", defende.

 

Já para as que sofrem com a secura vaginal e sentem dor na relação, a medicação pode ajudar na reativação bioquímica da sexualidade. Mas só bioquímica. O efeito mais concreto da medicação vai depender da mulher se gostar, se olhar no espelho e não achar que sua vida acabou por causa do fim da menstruação.

 

 

 

Medicamento contra tédio da relação?

 

 

Quando a esposa não tem mais ânimo para fazer sexo ou se desinteressou pelo marido, dificilmente a medicação vai trazer para essa mulher o estímulo para voltar a desejar o parceiro. Quando o tédio toma conta é porque a vida perdeu a graça, a paixão, o colorido. É porque perdeu-se a energia de acreditar na relação.

 

Com os medicamentos Lybrido e Lybridos, a mulher pode voltar a ter desejo sim, mas por qualquer homem ou até por brinquedos eróticos. "Biologicamente o medicamento estimula o desejo, por melhorar a lubrificação e as sensações, mas será que vai melhorar também o olhar da esposa em relação ao marido?", questiona Arlete. "Para as mulheres que não gostam de sexo, que fazem sexo apenas para agradar ao parceiro, as drogas não vão fazer com que a prática se torne algo relevante", declara.

 

A perda do desejo sexual vai muito além da questão hormonal ou da idade. Em qualquer faixa etária é possível encontrar mulheres com essa crise. Tem a ver com o processo de vida de cada uma. Fatores da relação (mágoas e grosserias por parte do marido) pesam e muito na hora do prazer. Eles são os princípios do desgaste e minam o desejo sexual. Fora as questões familiares (algum parente doente, preocupação com o filho que usa droga ou que não arruma trabalho). Nessas horas a libido da mulher fica comprometida. Até certos remédios contra depressão diminuem a libido.

 

Ao mesmo tempo o grau de influência desses fatores vai depender da contribuição do parceiro. Se ele é carinhoso, prestativo, entende o que a parceira está passando, acaba atiçando o desejo dessa mulher ao acolhê-la. "Nesse gesto ela vai perceber que é bom estar com o marido, ter o companheiro por perto para manter a intimidade", avalia a psicóloga.

 

 

 

O que podemos esperar?

 

 

Tudo ainda é muito novo, não somente o medicamento, como também a liberação da mulher para o sexo. "Até a década de 40 a mulher não podia falar, manifestar o seu tesão. Somente a partir da década de 60, com a pílula anticoncepcional, nasceu o direito da mulher de transar sem engravidar. Somente há algumas décadas a mulher está aprendendo a transar gostoso", comenta a terapeuta.

 

As relações entre homens e mulheres talvez sofram modificações com a liberação dos medicamentos, mas isso vai depender do que cada mulher deseja. Há aquelas comprometidas que estão passando por momentos de muito estresse pelos mais variados motivos e estão vendo seus relacionamentos perderem o sentido de ser algo novo, revigorante. Para elas o remédio pode ser bem-vindo, vai ajudar a manter a história que está sendo construída a dois.

 

No caso das solteiras, a terapeuta acredita que certas posturas, entre elas o processo de conquista e sedução, não vão mudar, mesmo o medicamento sendo um facilitador do tesão. "A mulher que toma as pílulas e está à caça, não interessa de quem, vai manter seu jeito de ser. Assim como as que querem algo mais efetivo, mais concreto, elas vão continuar seletivas. O que as mulheres não podem é depender desses remédios para encontrar seu sentido de existir", finaliza.

 

 

 

 

Por Juliana Falcão (MBPress) via Vila Mulher

 

 

 

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