Dia Mundial do Meio Ambiente: da água ao fogo, trabalho do Simepar apoia políticas públicas

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) é referência em nowcasting, que é a previsão do tempo em curtíssimo prazo, mas não só. O instituto também realiza várias ações de monitoramento ambiental que ajudam políticas públicas de preservação da flora e da fauna. 

Para monitorar focos de calor, há dez anos o Simepar desenvolveu a plataforma VFogo. O sistema faz acompanhamento em tempo real com dados dos equipamentos do Simepar, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), e conta com uma dezena de satélites de agências europeias e americanas que geram imagens, alguns deles com atualização a cada 10 minutos.

É um trabalho de sensoriamento remoto por satélites de alta resolução temporal e espacial, ambiente de processamento de alto volume de dados geoespaciais em diferentes formatos (Big Data) e modelos matemáticos de análise e aprendizagem construídos a partir de técnicas de inteligência artificial.

O VFogo já constatou neste ano 5.344 focos de calor no Paraná. Importante ressaltar que nem todos os focos de calor são incêndios. Quando um foco de calor suspeito é identificado, a Defesa Civil e o Simepar informam o Corpo de Bombeiros, que verifica a situação no local indicado.

O Simepar também tem uma equipe específica para monitoramento de barragens. O sistema desenvolvido tem um projeto piloto instalado em União da Vitória que estima possíveis áreas de alagamento e volume de pessoas ou comércios que possivelmente serão atingidos em caso de rompimento. 

Através de um contrato de gestão com o IAT, o Simepar desenvolveu o projeto “eSTAGio Barragens". A equipe identificou empreendimentos de barragens destinadas à acumulação de água para usos múltiplos (exceto as de abastecimento público e aproveitamento hidrelétrico). Com tecnologias de sensoriamento remoto e utilização de imagens multitemporais de satélites de três anos, foram excluídos os tanques de piscicultura e foram identificadas 3500 barragens por todo o Estado. 

Além da identificação dos empreendimentos de barragens, o Simepar apoia o IAT desde o início do projeto na análise de dois parâmetros: o primeiro é a visita técnica nas barragens. Um corpo de engenheiros coleta dados dos locais. As informações são incluídas no banco de dados do Simepar, e após uma análise a equipe estabelece a Categoria de Risco (CRI) da barragem. 

O segundo parâmetro é a determinação do Dano Potencial Associado (DPA), ou seja, a identificação da área de inundação que poderia ser formada no caso de um rompimento da barragem. O DPA é feito utilizando a metodologia desenvolvida pela Agência Nacional de Águas, com contribuições do Simepar e IAT, e gera uma simulação através de imagens de satélite e dados topográficos.

“O Simepar possui uma equipe qualificada e multidisciplinar que atua no monitoramento ambiental. É uma ferramenta importante para a proteção dos recursos naturais e melhoria de qualidade de vida da população paranaense, e que merece ser ressalta nas comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente”, ressalta Paulo de Tarso, diretor-presidente do Simepar. 

HIDROLOGIA – A hidrologia do Simepar também desenvolve sistemas de previsão hidrometeorológica que integram o monitoramento a sensores múltiplos, como radar e estações telemétricas, previsão numérica de tempo e modelagem hidrológica. Todos os dados subsidiam a operação de reservatórios. É um dado importante principalmente diante do contexto atual, com um decreto de emergência hídrica em vigência.

Além disso, a equipe realiza previsão e alerta de variações abruptas de nível em rios e reservatórios em tempo real, com o modelo hidrológico chuva-vazão-propagação, integrado ao monitoramento telemétrico e previsão quantitativa de chuva. Ele faz uma representação matemática para estimar a vazão gerada por um evento de chuva em um sistema de drenagem. Seu objetivo é reproduzir as fases do ciclo hidrológico entre a precipitação e o escoamento da água na saída de uma bacia hidrográfica. 

Os profissionais da hidrologia desenvolvem ainda plataformas autônomas aéreas para monitoramento de parâmetros atmosféricos, imageamento aéreo e veículos autônomos de superfície (SAV), que substituem grandes embarcações anteriormente utilizadas para monitoramento da vazão da água nos rios e também fazem o monitoramento da qualidade da água. O Laboratório de Automação de Sistemas de Monitoramento Ambiental do Simepar cria os sistemas autônomos através da integração de pilotos automáticos de baixo custo à diferentes plataformas de coleta de dados.

TRABALHO EM VÁRIAS FRENTES – Com uma estrutura de 120 estações meteorológicas telemétricas automáticas, três radares meteorológicos e cinco sensores de descargas meteorológicas, o Simepar é responsável por fornecer dados meteorológicos para órgãos como a Coordenadoria da Defesa Civil e a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável, de modo a facilitar ações de resposta a situações extremas. 

O Simepar atende ainda clientes em todo o País fazendo o monitoramento do tempo. Entre eles estão a Copel, a Sanepar, a Petrobrás e o Operador Nacional do Sistema (ONS). São monitoradas desde situações causadas por chuvas extremas, como enxurradas, deslizamentos e alagamentos, até situações como incêndios e secas.

“Em um cenário de eventos climáticos cada vez mais intensos, a meteorologia se torna ainda mais crucial. Ela nos capacita a entender as dinâmicas atmosféricas para, assim, proteger ativamente o meio ambiente e as comunidades”, afirma Sheila Paz, gerente de operações do Simepar. 

Para a população o Simepar oferece dados mais detalhados da previsão do tempo para os 399 municípios paranaenses estão disponíveis no site www.simepar.br. A previsão tem duas atualizações diárias. Para cada cidade é possível saber o quanto deve chover, temperaturas mínimas e máximas previstas, umidade relativa do ar e vento, com detalhamento por hora para a data e o dia seguinte.

Os meteorologistas também emitem laudos e pareceres técnicos de eventos meteorológicos. É possível informar a localização, data, hora, intensidade e polaridade das descargas atmosféricas, nível dos rios, precipitação, pressão atmosférica, temperatura, umidade, vento e radiação coletados pela rede própria de estações.

"No Simepar, nosso compromisso é transformar dados e conhecimento em informações que alcancem a ponta final com máxima eficiência, fortalecendo a proteção ambiental e a segurança de todos”, ressalta Sheila.

 

 

 

 

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 Governo lança Escola de Planejamento para impulsionar desenvolvimento dos municípios

O Governo do Paraná, por meio da Secretaria do Planejamento (SEPL), deu um passo decisivo rumo à excelência na gestão pública municipal com uma iniciativa inovadora.

Nesta quarta-feira (04), foi lançada a Escola de Planejamento, que visa solidificar uma cultura de planejamento estratégico e gestão responsável nas 399 cidades. O anúncio foi feito pelo secretário Ulisses Maia durante uma reunião estratégica com diretorias da Pasta e vinculadas, realizada na recém-inaugurada Sala de Situação da SEPL.

Segundo o secretário, a ação marca um novo capítulo na governança do Estado. Maia ressaltou que o sucesso do Paraná, reconhecido nacionalmente como modelo de gestão, é fruto de um planejamento rigoroso e das diretrizes claras estabelecidas pelo governador Ratinho Junior, executadas pela SEPL.

"Com o exemplo da experiência e da cultura do planejamento, que deu muito certo no Estado, vamos compartilhar com as cidades do Paraná. Isso será por meio da Escola de Planejamento", afirmou, enfatizando que o fortalecimento dos municípios é a chave para um Paraná ainda mais robusto.

A Escola de Planejamento é a parceira estratégica para a eficiência e o desenvolvimento. A equipe técnica especializada da SEPL estará à disposição dos gestores municipais em três modalidades abrangentes, garantindo acessibilidade e suporte contínuo: presencialmente nas cidades, levando o conhecimento e a expertise diretamente aos municípios; presencialmente na Secretaria do Planejamento, oferecendo um ambiente colaborativo e de troca de experiências; de forma online, flexibilizando o acesso às capacitações para todos os gestores, independentemente da localização.

As capacitações oferecidas são focadas em ferramentas práticas e essenciais para a gestão moderna. Os cursos e orientações abordarão temas fundamentais como a construção de metas efetivas, o domínio do Plano Plurianual (PPA), a elaboração e captação de recursos para projetos inovadores, os processos de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e a utilização estratégica dos dados e informações importantes disponíveis na base de dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

"Compartilhar com cada um dos 399 municípios para que se possa evoluir cada vez mais significa que, ao passo que cada município avança, o Estado evolui como um todo. Isso se traduz diretamente em mais bem-estar, melhoria da condição de vida e desenvolvimento econômico sustentável para toda a nossa gente, garantindo a eficiência e transparência no gerenciamento do dinheiro público", disse Ulisses Maia. "A Escola de Planejamento é uma ferramenta real e prática, para capacitar líderes para construir cidades mais prósperas e resilientes."

 

 

 

 

 

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 Justiça libera mais R$ 47,7 milhões da indenização da Petrobras para ações ambientais

O Governo do Paraná avançou mais uma etapa nos projetos de reparação ambiental ligados à indenização paga pela Petrobras por causa do acidente causado no Rio Iguaçu, em Araucária, na Região Metropolitana da Curitiba, em julho de 2000.

Em audiência realizada nesta terça-feira (3), representantes da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e Instituto Água e Terra (IAT) obtiveram a aprovação da Justiça Federal para a execução de 23 novos projetos, que somam cerca de R$ 47,7 milhões.

As propostas foram apresentadas por entidades diversas, como associações comunitárias, cooperativas, universidades e prefeituras, com suporte técnico e jurídico dos órgãos estaduais. As iniciativas abrangem diferentes regiões e segmentos, com foco principal na proteção de recursos hídricos, recuperação de áreas degradadas e de preservação permanente.

A liberação dos recursos, autorizada pelo juiz federal Antônio César Bochenek, é resultado de uma série de reuniões de consenso entre o Governo do Estado e os Ministérios Públicos Estadual e Federal.

“A Procuradoria participa de todas as audiências e conduz os aspectos jurídicos do processo. Atuamos em conjunto com a Sedest e o IAT, que elaboraram um termo de referência para orientar ajustes técnicos nos projetos apresentados pela sociedade civil. A partir dessas diretrizes, as entidades podem adequar suas propostas aos critérios estabelecidos no acordo com a Petrobras”, explicou o procurador do Estado Antônio Bione, da Procuradoria Ambiental.

REPASSES – Entre os novos projetos aprovados está a revitalização do Horto Florestal Municipal do Guajuvira, em Araucária, que receberá R$ 8,1 milhões. O município, o mais afetado pelo desastre ambiental, deve ser contemplado com 5% do valor total da indenização.

Outros R$ 4,2 milhões serão destinados à recuperação de áreas degradadas, revitalização de nascentes e implantação de sistemas produtivos sustentáveis para famílias assentadas no Norte Pioneiro.

Proposto pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), o projeto PortoBio vai receber quase R$ 4 milhões para a implantação de um sistema integrado de monitoramento ecológico e pesqueiro no Porto de Paranaguá, com uso de sequenciamento de DNA de última geração.

Valor semelhante será aplicado no monitoramento da contaminação ambiental na Bacia do Alto Iguaçu por resíduos do processamento de petróleo. O projeto, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), incide sobre uma área diretamente impactada pelo desastre ambiental.

Também fazem parte da nova leva de projetos a construção de barracões industriais voltados à coleta seletiva em nove municípios paranaenses. Com projeto padrão desenvolvido pelo Governo do Estado, cada estrutura terá custo aproximado de R$ 1 milhão.

Com as novas aprovações, a Justiça Federal já autorizou o uso de mais de R$ 500 milhões para a execução de projetos de reparação ambiental em todas as regiões do Paraná. O valor total da verba compensatória depositada em juízo pela Petrobras, com juros e correções, já ultrapassa R$ 1,2 bilhão.

“Desde que o processo foi incluído no sistema de conciliação da Justiça Federal, sob a condução do juiz Bochenek, conseguimos avançar significativamente na aprovação de projetos ambientais de interesse estadual. Já são cerca de R$ 500 milhões destinados a iniciativas em diferentes regiões, com participação ativa do Ministério Público, universidades e entidades da sociedade civil”, destacou o procurador.

“Nosso trabalho não se encerra com a aprovação dos projetos. A PGE e os demais órgãos estaduais acompanham todas as etapas, desde a liberação dos recursos até a prestação de contas final. Só daremos esse processo por concluído quando todos os projetos forem plenamente executados e entregues à sociedade paranaense”, acrescentou Bione.

POLÍTICA DE REPARAÇÃO – A indenização está relacionada à ação civil pública de compensação por danos morais coletivos e difusos, decorrentes do vazamento de cerca de 4 milhões de litros de petróleo de uma válvula do oleoduto que ligava o Porto de São Francisco do Sul (SC) à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, em julho de 2000.

Os impactos do acidente atingiram cerca de 40 quilômetros do Rio Iguaçu e contaminaram aproximadamente 140 hectares de solo, causando graves prejuízos à fauna e à flora da região do Alto Iguaçu. A reparação contempla danos a anfíbios, aves, mamíferos, peixes, vegetação nativa, qualidade do ar e águas subterrâneas.

Após mais de duas décadas de tramitação judicial, o acordo para pagamento da indenização foi firmado em 2021. Contudo, a Justiça Federal suspendeu, em março de 2022, o repasse dos valores, atendendo a uma ação civil pública do Ministério Público do Estado do Paraná.

A decisão original previa o repasse de R$ 930 milhões do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema) para ações ambientais no Estado. Parte desse montante, cerca de R$ 105 milhões, foi liberada e usada pelo IAT para adquirir caminhões destinados ao abastecimento de água, combate a incêndios, limpeza urbana e gestão de resíduos sólidos em municípios paranaenses.

Além da compensação financeira, a Petrobras se comprometeu a remediar os danos causados e adotar medidas para prevenir novos desastres ambientais.

 

 

 

 

 

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 Educação alerta que inscrições para o Enem 2025 encerram nesta sexta-feira

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 encerram nesta sexta-feira (6).

Podem participar do exame estudantes que estejam concluindo ou já tenham concluído esta etapa de ensino. As inscrições devem ser efetuadas, exclusivamente, na Página do Participante, no site do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho dos estudantes ao fim da educação básica. Desde 2004, os resultados obtidos podem ser utilizados como forma de ingresso no Ensino Superior, como critério único ou complementar dos processos seletivos. Desde 2014, os resultados do Enem também podem ser aproveitados em processos seletivos de instituições portuguesas de ensino superior, desde que possuam convênio com o Inep.

“O Enem é mais uma ótima oportunidade de ingresso no Ensino Superior ao estudante paranaense, que já conta com o Aprova Paraná Universidades”, lembra o secretário de Estado da Educação do Paraná, Roni Miranda. “Nossos alunos têm se destacado ano após ano e conquistado vagas nas melhores universidades do País”.

Desde o início do ano, os estudantes paranaenses contam com uma vantagem na preparação para o Enem e vestibulares em geral. A Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) lançou o Recurso Educacional Digital Enem Paraná, que visa auxiliar os alunos do 3º ano do Ensino Médio da rede pública nos estudos para os exames.

A plataforma oferece videoaulas, simulados e ferramentas personalizáveis de estudo, atendendo diferentes estilos de aprendizagem. O acesso ao Enem Paraná pode ser feito de forma online ou offline, por computador ou celular.

As provas do Enem 2025 serão aplicadas em dois dias: 9 e 16 de novembro. A exceção é para os municípios de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, que terão aplicações nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, em virtude da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).

NOVIDADES – Pela primeira vez, os alunos que estejam concluindo o Ensino Médio na rede pública têm as inscrições pré-preenchidas no sistema do Inep, bastando acessar a página do participante para confirmar a inscrição e fazer a opção pela prova de línguas.

Já os participantes maiores de 18 anos poderão utilizar os resultados do exame para a certificação de conclusão do Ensino Médio, bastando indicar essa finalidade no momento da inscrição.

Outra novidade diz respeito ao pagamento da taxa de inscrição: alunos da rede pública, de qualquer modalidade de ensino, que estejam concluindo o Ensino Médio em 2025, não terão que pagar a taxa, mesmo que não tenham solicitado a isenção anteriormente. Também estão isentos do pagamento os participantes que forem utilizar os resultados do Enem para a certificação de conclusão do Ensino Médio ou declaração parcial de proficiência, e que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Para os participantes não isentos, a taxa de inscrição é de R$ 85,00. O valor pode ser pago até a próxima quarta-feira (11), via boleto, Pix, cartão de crédito e débito em conta-corrente ou poupança.

MATRÍCULAS – A rede estadual de ensino do Paraná atende aproximadamente 356 mil estudantes no Ensino Médio, considerando também os cursos do Ensino Médio Integrado. Somente na modalidade regular, são cerca de 261 mil alunos matriculados.

 

 

 

 

 

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 Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência emite nota de repúdio à ADI que quer suspender leis estaduais

O Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Paraná (Coede/PR) aprovou nesta semana uma mensagem de apoio à manutenção das leis estaduais nº 17.656/2013 e nº 18.419/2015 , que tratam da política estadual de educação especial no Estado.

A manifestação ocorre em resposta à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 7796, ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) e que busca a suspensão dos efeitos das legislações.

No texto aprovado, o Coede expressa “repúdio” à tentativa de anulação das leis estaduais. O Conselho argumentando que a proposta, sob o pretexto de promover a inclusão escolar, ignora a complexidade do processo inclusivo e ameaça a existência das escolas de educação especial como opção legítima e necessária dentro do sistema educacional.

O colegiado composto por membro da sociedade civil e da administração estadual afirma ainda que as leis estaduais foram fruto de construção participativa e democrática, envolvendo audiências públicas e debates com a sociedade civil e entidades de defesa da pessoa com deficiência. A entidade reitera que a inclusão escolar é um direito garantido pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e pela Lei Brasileira de Inclusão, e salienta que essa inclusão precisa ser ampla, responsável e atenta às necessidades individuais.

Durante participação na reunião que aprovou a moção, o secretário do Desenvolvimento Social e Família do Paraná, Rogério Carboni, lembrou a importância do trabalho prestado pelas escolas especializadas e afirmou que não há sentido em desmontar o serviço. Para ele, a ação prejudica o trabalho, por exemplo, das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs), que recebem cerca de R$ 480 milhões por ano do Estado para trabalhar com 40 mil estudantes.

“O Estado do Paraná faz inclusão e entende que algumas pessoas com deficiência precisam de um apoio mais específico. Acabar com as escolas especializadas seria uma tragédia para milhares de famílias. Nosso dever é garantir que esse atendimento continue existindo, sempre com respeito, sensibilidade e responsabilidade. A busca por um direito não pode suplantar o direito de milhares de pessoas”, disse.

Na moção, o Coede/PR ainda defende um modelo educacional que contemple a inclusão em escolas regulares, respeitando as singularidades dos estudantes com deficiência; o fortalecimento das Salas de Recursos Multifuncionais e dos serviços de apoio nas escolas comuns; a capacitação contínua de profissionais da educação e a disponibilização de recursos acessíveis e materiais adaptados e o direito ao atendimento em escolas especializadas.

"A moção contrária à ADI e em defesa das escolas especiais do Paraná será encaminhada ao Supremo Tribunal Federal e aos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo em nível federal. Também faremos uma ampla divulgação para toda a sociedade paranaense”, completou o presidente do órgão, Ivã José de Pádua. “Acreditamos que um sistema verdadeiramente inclusivo deve oferecer caminhos diversos, que garantam equidade e o direito à escolha das famílias e das próprias pessoas com deficiência”.

 

 

 

 

 

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