Uma mutação genética foi o diagnóstico encontrado para a obesidade precoce de uma menina de 11 anos que chegou a mais de 200 quilos no Paraná. Ela foi submetida à cirurgia bariátrica após decisão da Justiça.
Identificada no gene MC4R, a condição é rara, sem tratamento disponível e faz com que o cérebro não consiga entender que o corpo está saciado após comer, de acordo com a endocrinologista pediátrica Julienne Carvalho, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Entenda.
Como age a mutação
Segundo a médica, a mutação faz com que um receptor não funcione na região do cérebro conhecida como hipotálamo, responsável por comandar a produção de hormônios e regular o metabolismo.
O receptor em questão é responsável por fazer a ligação de uma proteína chamada melanocortina 4, que transmite ao cérebro a sensação de estar satisfeito, sem precisar de mais alimento.
"Uma proteína, que é a melanocortina 4, deve se ligar nos receptores para que o cérebro receba algumas mensagens importantes, como o controle do apetite, da fome. Quando essa proteína se liga, o nosso corpo entende que nós já estamos satisfeitos e que não precisamos comer mais. Mas pode acontecer uma mutação no receptor onde essa melanocortina 4 deve se ligar, que faz com que esse receptor não funcione, então a pessoa não sente que está satisfeita", explicou.
A mutação acontece no momento da formação do embrião e persiste durante toda a vida. A alteração, leve ou muito intensa, manifesta a obesidade.
"Quando ela acontece, a criança já pode ter nos primeiros anos de vida alterações nesse controle do apetite. Então uma das características, dos sintomas, vai ser um aumento exagerado do apetite", afirmou.
De acordo com uma tese apresentada na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) por Ariana Ester Fernandes, casos dessa mutação associados à obesidade em crianças foram identificados pela primeira em 1998.
Riscos
Segundo a médica, pacientes com a mutação estão mais sujeitos a complicações quanto maior for o grau de obesidade desenvolvido.
"Podem desenvolver hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares, distúrbios do metabolismo das gorduras. Existem também repercussões na questão ortopédica, então pacientes podem ter desconfortos, dor e até deformidades ortopédicas. Esses pacientes também podem apresentar desenvolvimento da puberdade um pouco mais cedo comparado a crianças com peso normal. Além disso tem as complicações psicológicas, então estão mais sujeitos a desenvolverem depressão, ansiedade", ressaltou.
Sem tratamento
De acordo com Julienne, não há tratamento disponível para a mutação. A profissional explicou que pesquisadores buscam encontrar medicamentos que possam agir no receptor, de forma a ativá-lo.
Por isso, ela frisou, é essencial que os diagnósticos sejam feitos.
Enquanto não é encontrado tratamento, a médica explicou que pais e responsáveis são orientados no sentido de manterem uma dieta restrita, além do controle e incentivo à prática exercícios.
As medidas são essenciais em todo o processo, mas podem não ser suficientes.
"Mesmo havendo uma boa aderência dos pais às medidas de controle, é muito difícil se obter sucesso porque não é uma questão de educação. É uma questão de uma força maior que é a genética, dificultando esse controle desse apetite. E outra coisa interessante dessa mutação é que tem estudos mostrando que ela não interfere somente no apetite, na saciedade, mas que ela também pode inclusive alterar e interferir no gasto energético do organismo de quem tem".
Diagnóstico
De acordo com a pediatra, o exame que diagnostica a mutação está disponível em laboratórios do Brasil. A dificuldade, contudo, é alto custo que o torna pouco acessível às pessoas.
Por - G1
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) assinou nesta semana a contratação da empresa que realizará a obra do novo Laboratório de Produção de Insumos para Diagnósticos Veterinários. A unidade fabricará insumos para o diagnóstico da brucelose e tuberculose bovina.
Com a contratação, a construção deve iniciar no primeiro trimestre de 2023, no Câmpus CIC do Tecpar, em Curitiba, e tem previsão de 18 meses para ser concluída. O investimento inicial é de R$ 15,4 milhões, feito pelo Governo do Estado.
Para retomar o projeto e a obra, a atual gestão do Instituto desenvolveu um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTF) a fim de embasar seu planejamento, já que atualmente há uma lacuna de produção de kits de diagnóstico para brucelose e tuberculose bovina no Brasil – parte da necessidade brasileira pelo insumo é coberta com importação. A área total do novo laboratório será de 2,1 mil metros quadrados e a projeção é que, quando pronta, a unidade tenha capacidade produtiva de 40 milhões de doses ao ano.
Com a iniciativa, o Tecpar pretende fornecer o insumo com qualidade e em quantidade para todo país, a um custo menor. “Com a contratação da empresa que será responsável pela construção da nova unidade avançamos neste projeto que é importante para apoiar o agronegócio brasileiro, com kits diagnósticos veterinários para atender as demandas deste importante setor produtivo”, ressalta o diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado.
AGRONEGÓCIO – O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, que participou virtualmente da solenidade de contratação da empresa que irá construir a unidade, destacou a importância de ter o Tecpar como um laboratório público parceiro do agronegócio. “O investimento nesta unidade é muito importante para o Paraná. Com a viabilização deste moderno laboratório, o Tecpar reforça sua atuação como braço de pesquisa e desenvolvimento no Estado”, pontuou.
Para o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, que também participou do evento virtualmente, o desenvolvimento de kits diagnósticos no Paraná pelo Tecpar reforça a segurança sanitária ao país. “Hoje esses kits são importados e a agropecuária brasileira precisa desses importantes insumos para o combate a essas doenças”, salientou.
O consórcio que construirá o novo laboratório é o SRS LIV, formado, entre outras empresas, pela RAC Engenharia, que tem em seu portfólio clientes como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan.
PRODUTOS – Os produtos que serão fabricados atendem ao Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Ao todo, sete insumos veterinários serão produzidos pelo Tecpar: tuberculina PPD bovina, tuberculina PPD aviária, antígeno acidificado tamponado (AAT), prova lenta (PL) em tubos, anel do leite Ring Test (RT), kit para diagnóstico da brucelose ovina e kit para diagnóstico da leucose bovina.
Por AEN
O governador Carlos Massa Ratinho Junior sancionou nesta terça-feira (13) a
, que institui o Programa de Conservação de Grandes Felinos no Estado. São considerados grandes felinos a onça-pintada (Panthera onca) e a onça-parda (Puma concolor).A primeira é considerada em perigo de extinção no Estado do Paraná e a segunda tem situação vulnerável.
O Programa de Conservação de Grandes Felinos terá como linhas de ação a elaboração de políticas públicas e legislação; proteção, conservação, restauração e conexão de habitats; pesquisa científica e extensão; monitoramento e manejo populacional; saúde única; fiscalização; gestão de conflitos; educação ambiental; e comunicação e engajamento.
A coordenação do programa é de responsabilidade da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), que deverá, também, coordenar a elaboração de um Plano de Ação. O objetivo é que ele seja integrado por diversas entidades públicas e privadas. As instituições responsáveis por cada linha serão definidas nesse plano.
O programa também prevê a criação de um banco de dados de ocorrências envolvendo esses animais dentro do território paranaense, o que ajudará a mapear a quantidade, onde eles vivem e os níveis de ameaça contra a fauna.
Os recursos para a execução dos projetos podem vir de dotações orçamentárias; emendas parlamentares; recursos resultantes de editais, doações, contribuições em dinheiro, valores, bens móveis e imóveis, recebidos de pessoas físicas e jurídicas; recursos decorrentes de acordos, convênios, parcerias, ajustes e contratos firmados com órgãos públicos e entidades privadas e do terceiro setor, nacionais, estrangeiras ou internacionais e agências de cooperação internacional; recursos do Fundo Estadual do Meio Ambiente; medidas compensatórias, condicionantes ambientais e conversão de multas; e recursos destinados à educação ambiental.
FAUNA – Essa iniciativa complementa uma série de ações em desenvolvimento para a proteção da fauna silvestre. O Paraná estruturou espaços para atendimento de animais vitimados, os chamados Centros de Apoio de Fauna Silvestre (CAFS), com unidades em Guarapuava, Londrina, Cascavel, Maringá e Curitiba, além do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) Campos Gerais, em Ponta Grossa. Somente nesses centros, mais de 10 mil animais foram atendidos desde 2019.
O Estado também normatizou os resgates de animais. A Resolução Conjunta SEDEST/IAT nº 013/2022 regulamentou a competência de resgate, atendimento e destinação adequada aos animais silvestres vitimados em áreas urbanas e periurbanas. Ela estabelece que os municípios são os responsáveis pelo atendimento e que IAT, Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb-FV), Corpo de Bombeiros e Defesa Civil podem ser acionados para apoiar o resgate, translado e soltura de fauna silvestre em situações emergenciais, de risco ou de crítico atendimento.
O Paraná também fez adesão à campanha nacional do Urubuzar, para conscientizar motoristas com relação ao atropelamento de animais silvestres nas estradas, em que os felinos acabam sendo vítimas. Além disso, para promover a transparência dos atendimentos relacionados à fauna vitimada, o Governo do Estado lançou neste ano um portal “Fauna Vitimada em Números”, com que servem para novos estudos sobre o crescimento das espécies e de possíveis ameaças de extinção.
Por - AEN
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) orienta a população sobre a importância em fazer a representação de crimes após o registro do Boletim de Ocorrência (B.O).
A representação é a manifestação de vontade da vítima em autorizar a instauração do inquérito policial ou de uma ação penal.
A representação pode ser feita pela própria vítima ou pelo advogado constituído, em casos como o de crimes de injúria racial, ameaça e lesão corporal de natureza leve. Caso feita pelo advogado, também podem ser juntados documentos e demais informações que comprovem as alegações da vítima.
Nos casos de estelionato, após as mudanças trazidas pela Lei 13.964/2019, a representação é a regra, devendo a vítima, após o registro da ocorrência, procurar a Delegacia mais próxima e informar o desejo de prosseguir com a investigação. A representação para este crime fica dispensada em casos que envolvem administração pública direta ou indireta, criança ou adolescente, pessoa com deficiência mental, maior de 70 anos de idade ou incapaz, em que a investigação será iniciada diretamente.
“Somente com a representação é possível a autoridade policial iniciar as investigações desses tipos de crimes”, diz o delegado-titular da Delegacia de Estelionatos, Emmanoel David. Em crimes de ameaça que envolvam violência doméstica, a orientação é no mesmo sentido. A vítima deve procurar a Delegacia para representar.
O não oferecimento da representação dentro do prazo de seis meses acarreta a extinção da punibilidade pela decadência, ou seja, não oferecida no prazo, terá o ofendido decaído de seu direito e a infração não mais poderá ser apurada.
A delegada-chefe da Delegacia da Mulher, Vanessa Alice, alerta que a falta de representação gera a impunidade ao infrator. “Precisamos que a vítima queira que o autor responda criminalmente por esse crime para poder fazer um procedimento em relação à ofensa”, afirma.
Ela ainda explica que crimes pertinentes à Lei Maria da Penha e violência doméstica dependem da representação da vítima para que a polícia possa agir. Entre eles ameaça, injúria, difamação, calúnia, perseguição e divulgação de imagem íntima.
A partir da representação, a Polícia Civil poderá instaurar o procedimento a fim de esclarecer o ocorrido. Com isso serão feitas diligências e as partes deverão prestar depoimentos.
Para outros crimes como roubo, extorsão e homicídio, a representação também será dispensada, já que a lei permite que ao registrar o B.O o delito já será investigado pela polícia.
BOLETIM DE OCORRÊNCIA – O B.O é o primeiro passo após ter sido vítima de um crime. Ele pode ser registrado online, diretamente no site da PCPR, ou presencialmente na delegacia mais próxima.
Em casos ocorridos em Curitiba, quando houver a representação e for de autoria desconhecida, o caso será investigado pela delegacia especializada. Enquanto que em outros municípios a investigação ficará a cargo da delegacia local.
Por - AEN
Um grupo de professores, pesquisadores e estudantes está pesquisando formas de mudar a vida de muitos paranaenses por meio da tecnologia, inovação, mobilidade e projetos na área de Tecnologias Assistivas, promovendo qualidade de vida e autonomia para pessoas com deficiência (PCDs) e pessoas idosas.
Numa articulação iniciada em 2019, o grupo, que atualmente conta com nove professores líderes de pesquisa, além de mestrandos e doutorandos, passará a contar com o apoio permanente da Fundação Araucária dentro do NAPI-TA (Novo Arranjo em Tecnologia e Inovação - Tecnologias Assistivas), um dos diversos NAPIs que o Estado desenvolve. Os NAPIs produzem conhecimento de forma colaborativa por pesquisadores paranaenses e de outras regiões, a partir de demandas prioritárias de desenvolvimento de setores estratégicos.
Além da Fundação Araucária, participam do Napi-TA a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Universidade Estadual do Norte Pioneiro (UENP) e o Instituto Federal do Paraná (IFPR). O projeto também conta com a colaboração de universidades internacionais, hospitais e organizações sociais.
Para os próximos quatro anos, estão previstos investimentos de R$ 4,9 milhões, entre insumos e bolsas de mestrado, doutorado e iniciação científica para as pesquisas. “A constituição de um NAPI para Tecnologias Assistivas é uma oportunidade enorme para mostrar a contribuição que o Sistema de Ciência e Tecnologia do Estado pode dar numa área que é tão fundamental, impactando diretamente no dia a dia de pessoas, permitindo inclusão social e cidadania plena”, afirmou Luiz Márcio Spinosa, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária.
O conceito de Tecnologias Assistivas engloba todos os instrumentos, serviços e técnicas que auxiliam na acessibilidade de PCDs e da população idosa, de forma que possam viver de forma independente, garantindo assim a cidadania plena e a promoção da inclusão social.
De acordo com Quelen Coden, umas das líderes de pesquisa e diretora de Desenvolvimento Social e Trabalho da Sejuf, a consolidação do NAPI-TA permitirá a elaboração de políticas públicas mais assertivas para o atendimento ao público idoso e/ou PCD. “Estamos realizando reuniões interinstitucionais para definir objetivos e prioridades, desde o 1º Workshop Internacional sobre Tecnologias Assistivas promovido pela Sejuf em novembro de 2019”, disse.
“Temos ótimos pesquisadores e muitas iniciativas isoladas nesta frente em nosso Estado. A forma de atuação dos NAPIs permite a otimização de ativos intelectuais e recursos. É um sistema de especialização inteligente”, acrescentou.
Segundo a professora Maria Lúcia Okumura, que também é líder de pesquisa pela PUC-PR, a interdisciplinaridade é fundamental para o sucesso do projeto. “Para atender essas demandas específicas precisamos de muitos profissionais de várias áreas como Saúde, Educação, Engenharia, Esporte e Música, assim como a participação ativa dos usuários”, afirmou.
Dentro do NAPI-TA, Maria Lúcia trabalha na área de acessibilidade para pessoas com deficiência visual no esporte e já registrou três patentes. Além disso, com o apoio de OSCs, foram desenvolvidas próteses por meio de impressoras 3D para pessoas com agenesia (ausência) de membros. A sede do laboratório de impressão 3D fica na cidade de São João do Ivaí, no Vale do Ivaí.
“O esforço conjunto entre a Sejuf e as universidades é muito importante pois trará contribuições significativas para a sociedade, proporcionando a inclusão, a sensibilização ao tema e a melhoria da vida por meio da universalidade”, afirmou.
O secretário estadual da Sejuf, Rogério Carboni, teve a oportunidade de conhecer os trabalhos do grupo nesta semana. "É indiscutível a diferença que faz na vida de uma pessoa uma prótese, após ter alguma parte do corpo mutilada, e isso interfere diretamente na autoestima e qualidade de vida. Essas tecnologias promovem não apenas a inclusão, como a melhora da autoestima dessas pessoas”, destacou.
DUAS FRENTES – A Sejuf também atua em duas frentes em parceria com os líderes de pesquisa, com intercâmbio com pesquisadores internacionais, que impacta diretamente na construção dos dados, monitoramento e implementação de políticas públicas, a exemplo do conjunto de indicadores referente às pessoas com deficiência, serviços e acessibilidade no Estado, a partir do ambiente Paraná Acessível e dos ambientes inteligentes para pessoas idosas.
Confira algumas das linhas de pesquisas dentro do NAPI-TA:
Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Tecnologias e Linguagens da UFPR
- Linha de Pesquisa: Tecnologia Assistiva, Desenho Universal (DU) e Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) na perspectiva da Educação Inclusiva.
- Linha de Pesquisa: Pesquisa e desenvolvimento de materiais didáticos inclusivos, jogos didáticos acessíveis e tecnologias educacionais assistivas para o ensino de física/ciências.
Núcleo de Manufatura Aditiva e Ferramental da UTFPR
- Linha de Pesquisa: Uso de tecnologias de baixo custo na produção de moldes para próteses faciais.
- Linha de Pesquisa: Uso da impressão 3D para desenvolver dispositivos de auxílio à vida diária.
Laboratório de Engenharia de Reabilitação e Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde da PUC-PR
- Linha de Pesquisa: Pesquisa e desenvolvimento em dispositivos, equipamentos, técnicas e tecnologias voltados ao diagnóstico, monitorização, terapêutica ou recuperação funcional de pessoas com deficiências sensoriais ou neuromotoras.
- Linha de Pesquisa: Informática em Saúde.
UENP
- Linha de Pesquisa: O Impacto das Políticas Públicas para a Pessoa com Deficiência sob a Ótica da Análise Econômica do Direito.
Por - AEN
O Paraná ganhou nesta terça-feira (13) uma nova unidade frigorífica da Frimesa em Assis Chateaubriand, na região Oeste. É a maior indústria de suínos da América Latina. O Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), entregou a Licença de Operação da unidade aos investidores, o que permite o início das operações do frigorífico.
Só neste projeto, o maior da história da cooperativa, foram investidos R$ 1,3 bilhão. Com a nova unidade, serão gerados 8.500 empregos diretos e indiretos e cerca de R$ 600 milhões em impostos. O faturamento estimado é de R$ 5,7 bilhões.
A operação na nova unidade está programada para iniciar em março de 2023. A industrialização de carnes triplicará a produção de suínos da cooperativa, já que a nova estrutura diminuirá as distâncias e os custos no transporte dos animais.
A capacidade de abate será de 7.880 suínos por dia, uma média de 550 por hora, totalizando 1,8 mil toneladas/dia, mas o objetivo é que, em 2032, o número suba para 15 mil suínos processados por dia.
Isso ocorrerá em três etapas. Após o início da operação, entre 2023 e 2025, a estimativa de produção é de 3,7 mil cabeças por dia. Entre 2026 e 2028, o número deve subir para as 7,8 mil cabeças. Na terceira etapa, entre 2029 e 2031, a meta é atingir mais de 11 mil cabeças por dia.
O vice-governador Darci Piana, que participou da inauguração, afirmou que a instalação da nova unidade terá um impacto significativo na economia de Assis Chateaubriand e de toda a região. “Serão 8,5 mil empregos diretos, mais os indiretos, que devem superar os 15 mil, com tudo que envolve esse complexo de produção. Isso vai permitir que muita gente tenha oportunidade de renda, impulsionando a economia. Geração de emprego é uma locomotiva do desenvolvimento”, ressaltou.
"O Paraná, maior produtor de proteína animal do País, ganha um novo investimento. A industrialização desse mercado é um caminho sem volta. Estamos gerando inovação, tecnologia e alimentos para todo o mundo, o que nos orgulha", complementou Piana.
O projeto é peça-chave para o futuro da cadeia produtiva de suínos desde a base primária. A escolha da localização da nova unidade, a 150 quilômetros de distância da sede, em Medianeira, também no Oeste, se deu por conta da concentração de produtores na região e, por isso, deve promover ainda mais desenvolvimento no Oeste.
“Seguimos o exemplo já adotado em Cafelândia, Medianeira, Palotina. Na medida em que trazemos mais gente para o lugar, uma coisa puxa a outra. Daqui uns anos teremos uma mudança radical porque criamos oportunidade para as pessoas trabalharem e produzirem riqueza em Assis Chateaubriand”, destacou o diretor-presidente da Frimesa, Valter Vanzella.
A Frimesa completou 45 anos em 2022 e ainda tem o foco no mercado interno, mas as exportações da cooperativa cresceram de 5% para 25% do total produzido nos últimos anos. "A nossa cadeia produtiva é organizada, conta com um sistema de rastreabilidade, e temos planejamento para crescer. Essa nova agroindústria contou com a colaboração de 200 empresas. A obra durou três anos e agora conseguimos um desfecho animador para todos", acrescentou.
IMPACTOS – Os impactos da nova Frimesa serão sentidos em todas as esferas. De acordo com o prefeito de Assis Chateaubriand, Valter Aparecido Correia, os primeiros resultados na economia do município já foram observados. “Sentimos esses impactos desde que a Frimesa começou a ser projetada. Pessoas começaram a vir pra cá, o município já vem se organizando. E a partir de 2023, quando começar a operação de fato, teremos um aumento em média de 30% a 40% na arrecadação do município”, comemorou.
Segundo o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, a conquista do Paraná como área livre de febre aftosa, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal, com potencial de abertura de novos mercados no Exterior, foi determinante para esse investimento.
“A Frimesa investiu aqui para produzir carne suína para os mercados interno e externo. E a nossa conquista de área livre de febre aftosa contribuiu para essa decisão. É uma empresa grande, que pensa nos mercados em geral, trabalha conosco a ideia do Paraná estar presente no mundo”, ressaltou.
SUSTENTABILIDADE – Priorizando uma produção mais sustentável, a nova unidade frigorífica terá um sistema para reaproveitamento de águas e eficiência energética. Para o processamento da carne suína, serão utilizadas soluções para garantir o bem-estar e diminuir o estresse animal. Além disso, esta será primeira planta de suínos do Brasil a utilizar biometano na flambagem dos suínos.
FRIMESA – A Frimesa Cooperativa Central é uma empresa brasileira, fundada há 45 anos, em 13 de dezembro de 1977, em Francisco Beltrão. Com sede em Medianeira, na região Oeste, é a 4ª maior empresa paranaense de abate e processamento de suínos e está entre as dez maiores empresas do Brasil de recebimento de leite. Atualmente, conta com seis unidades industriais, e atua em todo o mercado nacional e internacional, exportando para diversos países.
PRESENÇAS – A inauguração contou com a presença do secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Everton Souza; do ex-governador e deputado federal eleito Beto Richa; do deputado federal Luiz Nishimori; do deputado federal eleito Dilceu Sperafico; do deputado estadual Marcel Micheletto (líder do Governo); do superintendente federal do Ministério da Agricultura no Paraná, Cleverson Freitas; do presidente da Ocepar, José Roberto Ricken; dos diretores-presidentes do BRDE, Wilson Bley Lipski; da Copagril, Ricardo Sílvio Chapla; da C.Vale, Alfredo Lang; da Copacol, Valter Pitol; da Primato, Anderson Sabadin, e da Lar, Irineo da Costa Rodrigues; além do diretor executivo da Frimesa, Elias José Zydek e autoridades da região.
Por - AEN