O Governo do Paraná, por meio do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), vinculado à Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) lançaram um livro de receitas que reúne preparações desenvolvidas durante o curso de formação das merendeiras da rede estadual de ensino. O livro está disponível no site e nas redes sociais do Fundepar.
A publicação é resultado das aulas práticas realizadas em julho, em 22 polos do Senac espalhados pelo Estado, com a participação de mais de 1,8 mil merendeiras. O cardápio contempla pratos que valorizam a criatividade, o aproveitamento integral dos alimentos e a adaptação às realidades das cozinhas escolares.
O livro é organizado em quatro categorias: bebidas, lanches, pratos salgados e pratos doces. São receitas práticas, nutritivas e visualmente atrativas, todas elaboradas com ingredientes disponíveis na alimentação escolar.
Entre os destaques estão o Sanduíche de Frango Crispy com Maionese de Cenoura, que combina proteína com vegetais frescos, e o Pão de Beterraba, que alia cor vibrante e nutrientes, incentivando o consumo de vegetais.
Há ainda preparações que ampliam o repertório das merendeiras, como o Quibe de Carne Moída com Berinjela, o Macarrão ao Molho Branco de Inhame com Tilápia Assada e a Torta de Quirera e Legumes – exemplos de pratos que exploram insumos regionais e oferecem variedade ao cardápio escolar.
Para Rosangela Mara Slomski Oliveira, coordenadora de Planejamento da Alimentação Escolar (CPAE) do Fundepar, o livro representa mais do que um compilado de receitas. “É um instrumento de padronização, inovação e inspiração. Estimula o uso criativo dos insumos, amplia o repertório das nossas merendeiras e contribui para tornar as refeições escolares mais atrativas e nutritivas”, diz
Segundo Angelo Marco Mortella, diretor do Departamento de Nutrição e Alimentação (DNA), também do Instituto, o material é também um registro histórico. “Essa publicação simboliza uma ação inédita de formação profissional que reforça o compromisso do Fundepar com a capacitação e valorização das equipes de alimentação escolar", afirma.
A expectativa é de que as merendeiras possam reproduzir e adaptar as preparações apresentadas, reforçando a ideia de que a alimentação escolar pode ser, ao mesmo tempo, saudável e saborosa.
MERENDA NA REDE – O Governo do Estado adquire por ano quase 50 mil toneladas (49 mil toneladas em 2024) de produtos para servir três refeições por turno aos alunos da rede estadual. Uma boa parte da merenda é abastecida pela agricultura familiar: são mais de 11 mil toneladas de todos os produtos, entre ovos, frutas, verduras, hortaliças, adquiridas de 20 mil famílias paranaenses.
A utilização de orgânicos também ganha corpo todos os anos. Cerca de 1,4 mil famílias fornecem 2,7 mil toneladas de orgânicos, o que corresponde a 25% de todos os produtos que vêm da agricultura familiar.
Por - AEN
Uma pesquisa desenvolvida no Hub de Inovação AgriTech Symbiosis da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo, está transformando um dos principais resíduos da cadeia da tilápia em um ingrediente de alto valor agregado: o colágeno.
Iniciado em 2025, o projeto investiga rotas tecnológicas para a produção de colágeno hidrolisado a partir da pele e das escamas do peixe, com foco em sustentabilidade, inovação e fortalecimento da bioeconomia no Paraná.
A iniciativa surgiu a partir de uma demanda da empresa paranaense Oestegaard Kontinuer, especializada no desenvolvimento de equipamentos para o reaproveitamento de subprodutos de origem animal. A empresa busca aprofundar o conhecimento técnico sobre processos industriais de obtenção de colágeno, segmento ainda não explorado em seu portfólio, mas com grande potencial de inovação e mercado, especialmente no Brasil, um dos maiores produtores mundiais de tilápia.
Com apoio institucional do Governo do Estado, a iniciativa foi contemplada no edital do ano de 2023 da Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável (Ageuni), promovido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O programa incentiva a integração entre universidade, empresas, governo e sociedade, com o objetivo de agregar tecnologia aos processos produtivos e fomentar o desenvolvimento socioeconômico regional.
Para coordenadora do Programa Ageuni na Unioeste, professora Dra. Maria da Piedade Araújo, o programa tem desempenhado um papel fundamental ao aproximar as universidades estaduais das demandas concretas do setor produtivo, criando um ambiente propício para parcerias estratégicas. “No caso específico da pesquisa com colágeno e colágeno hidrolisado a partir de resíduos da tilápia, a Ageuni viabilizou o diálogo inicial, por meio do edital, possibilitando que a empresa apresentasse o desafio e a Unioeste apresentasse a proposta de solução, se transformando em uma colaboração concreta. Iniciativas como essa geram benefícios diretos para o desenvolvimento regional ao agregar valor à cadeia produtiva do pescado, incentivar a inovação em setores estratégicos, como o de biotecnologia e saúde, e promover o aproveitamento sustentável de resíduos”, diz.
Para Vinicius Torquato, diretor da Oestegaard Kontinuer, a iniciativa do Programa Ageuni/Unioeste promove não somente o agronegócio da região, mas também coloca o Brasil em um patamar de desenvolvedor de tecnologia. “Temos um desafio grande na região, e no nosso país, que é agregar valor aos nossos produtos e tentar de certa forma fugir das commodities; esse projeto executado pela Unioeste vem também ajudar nesse sentido. Além disso vemos como efeito secundário uma alavancagem na indústria nacional com relação a implantação dessas possíveis novas fábricas, o que fomenta toda uma cadeia metal mecânica e de insumos da região.” afirma.
“Apesar de o Paraná ser destaque nacional na produção de tilápia, ainda não há registros de produção industrial de colágeno ou colágeno hidrolisado a partir da pele e das escamas dessa cadeia produtiva no país. Boa parte desses subprodutos é destinada à produção de farinha de peixe para exportação ou simplesmente descartada em aterros sanitários”, explica a professora Dra. Mônica Lady Fiorese, coordenadora do projeto.
A pesquisa busca justamente transformar esse cenário. Atualmente, apenas 30% a 40% do peso vivo da tilápia é aproveitado para alimentação humana. Pele e escamas, por outro lado, são consideradas subprodutos de baixo valor comercial. Transformá-las em colágeno representa não apenas o aproveitamento integral da matéria-prima, mas também a geração de emprego, inovação e agregação de valor em um setor estratégico para a economia paranaense, afirma a coordenadora.
O colágeno extraído da tilápia apresenta importantes diferenciais em relação às fontes tradicionais, como bovinos e suínos. Segundo Mônica Fiorese, trata-se de um produto com alta biocompatibilidade, baixo risco de contaminação por zoonoses e estrutura molecular semelhante ao colágeno humano, o que favorece sua absorção, especialmente no caso do colágeno hidrolisado. Além disso, o produto atende a consumidores que evitam ingredientes de origem suína ou bovina por motivos religiosos, culturais ou alimentares.
Outro ponto de destaque é a sustentabilidade. O reaproveitamento da pele e das escamas reduz o desperdício, diminui a pegada ambiental do setor aquícola e se alinha aos princípios da bioeconomia e da circularidade produtiva, cada vez mais exigidos pelos mercados globais.
PROJETO - O projeto está sendo conduzido em etapas. Inicialmente, as atividades ocorrem em ambiente laboratorial, no campus da Unioeste em Toledo, com foco na definição de condições ideais para pré-tratamento físico-químico, extração, hidrólise enzimática, concentração e secagem do colágeno. Paralelamente, os produtos gerados passam por caracterização físico-química e funcional. Posteriormente, será definido o melhor processo, e o escalonamento. Os resultados preliminares já indicam frentes com potencial de escalabilidade e viabilidade industrial. A expectativa da equipe é apresentar, ao final da pesquisa, um modelo tecnológico apto à transferência para o setor produtivo.
O modelo de cooperação promovido pelo Programa Ageuni articula diversas entidades em torno de objetivos comuns, gerando benefícios concretos. Para a Oestegaard Kontinuer, os resultados do projeto oferecem embasamento técnico para o desenvolvimento de novos equipamentos e processos industriais. Para a Unioeste, a iniciativa fortalece a pesquisa aplicada, amplia a formação prática dos estudantes e contribui para a produção de conhecimento em uma área de fronteira tecnológica. Para o governo, a proposta apoia políticas públicas de inovação e uso sustentável de recursos. Já para a sociedade, os impactos se refletem na geração de empregos, no estímulo a soluções sustentáveis e na agregação de valor à economia regional, destaca Mônica Fiorese.
“A parceria com a Oestegaard Kontinuer é estratégica. Essa empresa já é reconhecida pela expertise em soluções para o processamento de subprodutos de origem animal. As colaborações anteriores entre a Unioeste e a empresa geraram resultados positivos em projetos voltados ao reaproveitamento de subprodutos da cadeia cárnea. Agora, avançamos para um novo desafio, aplicando esse conhecimento à cadeia do pescado”, ressalta a coordenadora.
Para a professora Mônica Fiorese, a iniciativa do Programa Ageuni reforça o potencial da Unioeste em desenvolver soluções sustentáveis e inovadoras em parceria com o setor produtivo. “Estamos falando da transformação de um subproduto de baixo valor em um ingrediente nobre, com aplicações nas indústrias alimentícia, cosmética, farmacêutica e biomédica. É um avanço científico e tecnológico que contribui para a sustentabilidade, a geração de empregos e o posicionamento do Paraná como referência em bioeconomia e inovação”, finaliza.
Por - AEN
O salário médio mensal dos trabalhadores da agropecuária paranaense atingiu R$ 3.428 no 2º trimestre de 2025, superando em 58,5% o rendimento médio de R$ 2.163 alcançado pelos ocupados no setor em âmbito nacional. Os dados são da PNAD Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada.
No período de um ano, a remuneração média dos trabalhadores da agropecuária estadual registrou aumento real de 23%, ou seja, já com o desconto da inflação, enquanto os rendimentos no setor primário brasileiro avançaram 5,2% no mesmo intervalo. Com isso, o salário médio dos ocupados na agropecuária brasileira correspondeu a apenas 63,1% do rendimento médio referente ao Paraná, abaixo do percentual de 73,7% observado há um ano.
O rendimento médio do Paraná está acima de outros estados com forte produção agrícola: em Santa Catarina, é de R$ 3.229, no Mato Grosso do Sul, R$ 3.149, em Goiás, R$ 3.071, em São Paulo, R$ 2.989, em Minas Gerais, R$ 2.440, e no Pará, R$ 1.425.
O maior aumento dos salários no Paraná é resultado, entre outros fatores, da elevação da produção agrícola. Segundo levantamento mais recente do IBGE, acompanhado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), a colheita de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá totalizar 45,7 milhões de toneladas no Paraná na safra 2025, superando em 21,8% o volume produzido no ano passado (37,5 milhões de toneladas). No Brasil, estima-se um incremento da ordem de 16,3%.
Na pauta da agricultura paranaense, verifica-se que a produção de soja apresentará ampliação de 14,2%, saltando de 18,6 milhões de toneladas em 2024 para 21,3 milhões em 2025. Já a produção de milho deverá exibir acréscimo de 33,3%, considerando a 1ª e a 2ª safras, subindo de 15,1 milhões para 20,1 milhões de toneladas.
Outras culturas, como a cevada e a aveia, poderão registrar aumentos ainda mais relevantes. Nesses dois casos, são esperadas taxas de crescimento da produção de, respectivamente, 50,3% e 47,3% na safra 2025. O Estado deve fechar o ano com 78,6% de participação na safra brasileira de cevada.
Jorge Callado, diretor-presidente do Ipardes, ressalta a influência que a elevação da renda agrícola exerce sobre toda a economia paranaense. “Considerando que o Estado apresenta 511 mil ocupados na atividade agropecuária e que o salário médio do setor atinge R$ 3.428, temos aproximadamente R$ 1,75 bilhão injetados mensalmente na economia local sob a forma de salário, o que impulsiona uma série de segmentos produtivos”, analisa.
Já o secretário do Planejamento do Estado do Paraná, Ulisses Maia, destaca o nível de excelência alcançado pelo Paraná na atividade agropecuária. “O território paranaense corresponde a 2,3% da área do País e a nossa participação na produção nacional de grãos ultrapassa 13%, o que não deixa dúvida à elevada produtividade do Estado”, afirma.
O Paraná é o segundo maior produtor brasileiro de grão, com 13,4% do mercado nacional. Em julho, ficou com o terceiro maior incremento na expectativa de safra em relação ao mês anterior: as principais variações positivas ocorreram no Mato Grosso (5 536 658 t), em Minas Gerais (561 874 t) e no Paraná (479 700 t).
Por - AEN
A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) promoveu nesta segunda-feira (18), em Curitiba, a aula inaugural da segunda edição do Curso de Análise Criminal, uma iniciativa que busca padronizar a leitura dos dados da violência no Estado para a criação de políticas públicas cada vez mais eficientes na prevenção ao crime. Participam, além de policiais civis e militares, membros do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR).
“Queremos usar uma política de gestão orientada por resultados, por dados, para que as forças de segurança utilizem as informações para a atividade operacional, seja da Polícia Militar no planejamento preventivo, ou da Polícia Civil com a investigação e inteligência”, explicou o chefe do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape) da Sesp, tenente-coronel, Cláudio Todisco Silveira.
De acordo com ele, a compreensão dos dados pelas forças de segurança pública e pelo MP gera clareza na elaboração de políticas públicas no enfrentamento ao crime, o que reflete na percepção de segurança da população. “Um estímulo para que os cidadãos procurem as polícias ao testemunharem um crime. Os registros são importantes para um desenho operacional com dados que reflitam a realidade”, disse Silveira.
O curso é de duas semanas com imersão completa a teorias e ferramentas que vão auxiliar nos trabalhos práticos dos policiais civis e militares e membros do Ministério Público. A aula inaugural foi ministrada pela professora, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro.
Ela apresentou dados de análise de segurança pública globais, com comparativos entre as metodologias usadas nos Estados Unidos - referência por utilizarem a série histórica mais longa, União Europeia e estados brasileiros. De acordo com ela, a compreensão desses dados auxilia a polícia e Ministério Público a prestar um melhor serviço à população. O foco da palestra foi sobre os homicídios dolosos.
“O comparativo com dados de outras localidades ajuda a entender a realidade no Paraná para a elucidação de crimes e em que medida a análise de determinadas características permitem concentrar mais esforços”, explicou ela, destacando pontos como as prisões em flagrantes, tempo de investigação e tipo de arma e métodos utilizados no cometimento dos crimes.
“Um crime recente dá à polícia mais chances de elucidação do que um acontecido há mais de dois anos, por exemplo”, citou a professora. Segundo ela, a resposta rápida no esclarecimento dá à população uma sensação de segurança maior e gera comprometimento para que as pessoas sintam-se confortáveis para denunciar.
“Quanto mais delitos se elucidam, maior a chance de condenação e com isso, a prevenção e a percepção dos cidadãos de que os custos do cometimento dos crimes é efetivamente aplicado pelo Estado”, afirmou. “A população é quem mais percebe as mudanças, ela se torna mais suscetível a auxiliar nos trabalhos da polícia”.
INTEGRAÇÃO – Para o promotor de Justiça Ricardo Casseb Lois, do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do MPPR, a integração é fundamental para a análise dos dados da criminalidade. “Um trabalho direcionado pelos dados tem muito mais efetividade, nada melhor que as várias frentes que atuam no tema da segurança pública somem esforços para mostrar resultados à população”, afirmou.
“A integração traz muitos benefícios. O Ministério Público faz suas próprias análises, baseadas em nossos dados, mas a integração proporciona, por exemplo, aproveitar avanços da segurança pública paranaense, como o pioneirismo na criação do Boletim de Ocorrência Unificado ou dos Inquéritos Policiais Eletrônicos”, explicou.
O Curso de Análise Criminal acontece na Secretaria da Segurança Pública do Paraná, em Curitiba, com duração de duas semanas. São 30 inscritos que acompanham aulas de Fundamentos de Análise Espacial para Produção de Evidências; Métodos de Análise Criminal e Produção de Conhecimento; e Elaboração de Projetos de Intervenção. A primeira edição do curso aconteceu em maio.
Por - AEN
O Paraná bateu recorde positivo na balança comercial interestadual em 2024, com superávit de R$ 144 bilhões nas transações com outros estados brasileiros.
O valor representa o maior saldo positivo da história do Estado, de acordo com o levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), com base nos dados do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
O superávit é resultado da diferença entre as vendas do Paraná para os demais estados, no valor total de R$ 981 bilhões ao longo do ano, e as compras de R$ 837 bilhões. O saldo positivo demonstra a robustez da economia paranaense e sua capacidade de abastecimento no mercado nacional.
A performance excepcional reflete a diversificação e o fortalecimento do parque produtivo paranaense, que consegue atender não apenas à demanda interna, mas também gerar significativos excedentes para distribuição em todo o território nacional.
Para o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, os dados mostram que o Paraná é um fornecedor estratégico de diversos segmentos da economia brasileira. “O Estado tem se destacado como protagonista na produção de alimentos, combustíveis, eletrodomésticos e veículos, por exemplo, com vários destes produtos sendo distribuídos para todo o País, o que evidencia o alto patamar produtivo paranaense”, disse.
EVOLUÇÃO – O saldo recorde é fruto também de uma evolução constante registrada desde 2019, resultado do bom ambiente de negócios vivido pelo Paraná nos últimos anos. Neste período de cinco anos, o saldo da balança interestadual paranaense saltou de R$ 23,6 bilhões em 2019 para os R$ 144 bilhões registrados em 2024, um crescimento de mais de seis vezes no superávit estadual.
Ao longo deste período, o Estado recebeu mais de R$ 300 bilhões em investimentos privados para a construção de novas fábricas ou para a ampliação de plantas industriais.
O aumento no saldo é fruto de um crescimento tanto nas saídas quanto nas entradas de produtos no Paraná. Em relação às vendas, o crescimento foi de 175%, saindo de R$ 356,4 bilhões em 2019 para R$ 981,7 bilhões em 2024. Nas compras, o aumento foi R$ 332,7 bilhões em 2019 para R$ 837,7 em 2024, o que significa um crescimento de 151%.
O crescimento tanto nas entradas quanto nas saídas, revela o dinamismo da economia local, que tem se especializado na industrialização de produtos agropecuários. “Alta produção significa geração de emprego e renda no Estado, beneficiando a população local”, afirmou o secretário do Planejamento do Estado do Paraná, Ulisses Maia.
ESTADOS – A análise por estado revela que o Paraná mantém saldos positivos com a maioria das unidades federativas do País. Os maiores superávits de 2024 foram registrados com São Paulo (R$ 26,37 bilhões), Santa Catarina (R$ 22,70 bilhões), Mato Grosso (R$ 16,18 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 13,80 bilhões), Minas Gerais (R$ 12,97 bilhões) e Bahia (R$ 9,67 bilhões) o que evidencia a integração comercial com os principais polos econômicos do País.
Entre os produtos vendidos pelo Paraná estão aqueles do complexo agrícola (feijão, cevada, milho, soja e frutas), alimentos (leite, carnes e bebidas) e industrial automotivo (veículos, peças e eletroeletrônicos).
Por - AEN
O volume de chuvas abaixo da média no mês de julho no Paraná ocasionou o registro de seca fraca no Sul do Estado e também na Região Metropolitana de Curitiba.
As informações são do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), publicado nesta segunda-feira (18). O estudo é realizado em parceria com vários institutos, entre eles o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
No relatório anterior, referente a junho, os registros de seca desapareceram na região Sudoeste do Paraná, e a área de seca moderada recuou no Noroeste, Oeste e Sul do estado. Em julho, a seca fraca retornou ao Sul paranaense, porém com menos intensidade do que no relatório de maio. A Região Metropolitana de Curitiba, que não registrava seca desde 2022, em julho de 2025 passou a ter seca fraca.
O mapa paranaense ficou, portanto, com seca moderada apenas na área de divisa com São Paulo, e seca fraca no Norte, Noroeste, Leste e Sul. Os impactos são de curto prazo no Leste e Sul, ou seja, com consequências maiores na agricultura, e de curto e longo prazo nas demais áreas: além da agricultura, o impacto também ocorre no abastecimento de água.
Apenas oito estações meteorológicas do Simepar atingiram ou ultrapassaram a média histórica de chuva para o mês de julho neste período de 2025: Altônia, Capanema, Cascavel, Foz do Iguaçu, Loanda, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu, Toledo. A média de todo mês nestas cidades foi atingida em pouquíssimos dias. O resto do mês foi seco.
Em outras 36 estações, a média de chuva não foi atingida. A cidade que teve menos chuva em comparação a média foi Telêmaco Borba, onde a média para julho é de 94,7 mm e choveu no mês em 2025 apenas 11,8 mm, ou seja, uma diferença de 82,7 mm.
“A chuva ficou abaixo da média por conta de um bloqueio atmosférico sobre o sul do continente, que impediu que as frentes frias - sistemas meteorológicos que provocam chuva nesta época do ano - chegassem até o Paraná. Isto agravou a condição de seca em algumas regiões do estado”, explica Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar.
BRASIL – No País, o Monitor de Secas aponta no relatório de julho duas áreas de seca extrema no Nordeste, rodeadas por uma grande área de seca grave. Também há registro de seca grave em uma área ao norte de São Paulo. Além do Paraná, também registram áreas com seca moderada o extremo norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, uma pequena área no Espírito Santo, todos os estados do Nordeste, Tocantins, Acre e um pequeno espaço no Amazonas.
A seca fraca, além do Paraná, atinge boa parte da área amazônica, Rondônia, Mato Grosso do Sul, e também está em algumas áreas de Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Piauí, e uma pequena área a leste no Pará. Mato Grosso, Amapá e Roraima são os únicos estados que não registram seca.
MONITOR – O Monitor de secas iniciou em 2014 focado no semiárido, que sofria desde 2012 com a seca mais grave dos últimos 100 anos. Desde 2017 a ANA articula o projeto entre as instituições envolvidas e coordena o processo de elaboração dos mapas.
O Simepar todos os meses faz a análise das regiões Sul e Sudeste, utilizando dados como precipitação, temperatura do ar, índice de vegetação, níveis dos reservatórios e dados de evapotranspiração (a relação entre a temperatura e a evaporação da água). A cada três meses, o Simepar ainda coordena a elaboração do mapa completo.
Por - AEN





























