A colheita de café chega a 36% da previsão de 713 mil sacas no Paraná e os produtores começam a se apropriar da evolução de quase 100% em relação aos preços praticados no ano passado. Em junho de 2024 a saca do produto beneficiado estava em R$ 1.151,55 em média. Nesta quarta-feira (18) atingiu R$ 2.083,57.
Os preços e ganhos em relação ao café é um dos assuntos analisados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 13 a 18 de junho. O documento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), também fala do protagonismo do Estado na produção de proteína animal e na diversificação agrícola.
O preço do café registrado agora em junho – R$ 2.083.57 – ganha mais significância, levando-se em conta que há boa margem em relação aos custos totais levantados pelo Deral, que em maio ficou em R$ 1.186,69.
“Com a colheita chegando a 36% da produção de 713 mil sacas estimada para este ano, alguns produtores finalmente estão começando a se apropriar de maneira mais consistente da escalada de preços ocorrida na entressafra anterior”, afirmou o agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho.
Isto acontece porque em fevereiro, quando os preços atingiram seu pico, pelo menos dois terços da safra de 2024 já estava vendida, e muitos produtores sequer tinham produto para comercializar. Os preços refletiram positivamente nas regiões produtoras.
Carlópolis, no Norte Pioneiro, que concentra um quarto da produção estadual de café, teve o maior incremento absoluto de Valor Bruto de Produção (VBP) no Estado em 2024, passando de R$ 513 milhões para R$ 763 milhões, impulsionado especialmente pela cafeicultura. No Paraná todo, a cultura voltou a superar o patamar do bilhão, passando de R$ 563 milhões para R$ 1,1 bilhão em 2024.
MILHO – Mesmo com o clima pouco favorável na semana, houve uma janela bem aproveitada pelos produtores de milho e a área colhida já alcança 227 mil dos 2,72 milhões de hectares plantados no Paraná.
O boletim destaca ainda que 54% da área total já se encontra na fase de maturação. Com isso, mesmo que haja geadas intensas, dificilmente essas áreas serão impactadas de forma significativa. No entanto, os 46% restantes estão em fase mais suscetíveis ao frio. Boa parte fica no Norte, que historicamente não registra geadas intensas.
FRUTAS – Por ser um país tropical, o Brasil tem vasta área propícia para o plantio de frutas temperadas. Uvas estão no semiárido nordestino, enquanto peras e mirtilos diversificam os pomares no perímetro irrigado de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Morangos, que eram frutas de elite pelo pouco período de cultivo, hoje estão nas mesas o ano todo.
A maçã Eva, desenvolvida no Paraná, atualmente é cultivada também em regiões mais quentes no Brasil. Para compreender a diversidade das frutas será realizado em 25 de junho, na Estação de Pesquisa da Lapa, do IDR-Paraná, o XI Seminário Estadual de Fruticultura de Clima Temperado.
BOVINOS – A pesquisa trimestral do IBGE mostrou que o Paraná abateu 354 mil cabeças de bovinos em 2025. O número é aproximadamente 4% superior aos 340 mil do mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento, o Paraná ainda tem participação de apenas 3% dos animais abatidos nacionalmente.
O volume de carne oriundo desses abates também subiu, saindo de 87,7 mil toneladas nos três primeiros meses de 2024 para 90,7 mil toneladas agora. O rendimento médio do bovino paranaense é de 256 quilos de carne por animal, superando a média nacional de 251 quilos.
FRANGO – Mesmo com o evento da Influenza Aviária em granja comercial do Rio Grande do Sul, os dados do Agrostat Brasil mostram que nos primeiros cinco meses do ano houve aumento nas exportações de carne de frango. O faturamento subiu 9,8% passando de US$ 3,774 bilhões no ano passado para US$ 4,145 bilhões agora. Em volume foi de 2,099 milhões de toneladas para 2,193 milhões (4,5%).
O Paraná registrou 904.538 toneladas exportadas no acumulado de 2025, contra 892.272 toneladas entre janeiro e maio de 2024 (1,4% a mais). A receita no ano passado foi de US$ 1,568 bilhão, chegando agora a US$ 1,672 bilhão, aumento de 6,6%.
OVOS – No primeiro trimestre a produção brasileira de ovos para consumo foi de 993,398 milhões de dúzias, o que representa 11,921 bilhões de unidades. O volume é 10,8% maior que no mesmo período do ano passado, quando se produziu 896,922 milhões de dúzias.
O ranking nacional é liderado por São Paulo, seguido de Minas Gerais e Espírito Santo. O Paraná é o oitavo colocado, com produção de 50,862 milhões de dúzias no trimestre. O volume é 4,5% superior às 48,671 milhões de dúzias do ano passado.
Por AEN/PR
Neste sábado (21), a região 1, que é composta pelo Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral do Paraná, completa o escalonamento estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de vazio sanitário da soja no Estado. As demais regiões do Paraná já entraram no período no início do mês.
A medida, que vai até 19 de setembro na região, é uma forma de diminuir a proliferação do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, doença mais severa da cultura da soja, que pode causar perdas de até 90% de produtividade se não controlada.
Durante o vazio sanitário não é permitido cultivar ou manter plantas vivas de soja no campo, com o objetivo de que não se tornem hospedeiras do fungo e fonte de multiplicação da doença no ciclo do grão.
No Paraná, os períodos do vazio sanitário foram escalonados em três etapas, conforme os diversos microclimas do Estado. A definição foi feita pelo Mapa, com o objetivo de estabelecer os períodos mais adequados para o plantio e reduzir a propagação do fungo.
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, é responsável pela fiscalização em todo o território paranaense, devendo aplicar as penalidades previstas em legislação aos produtores que não fizerem a erradicação das plantas vivas de soja durante o período do vazio sanitário. Também cabe à autarquia o controle e cumprimento das datas para a janela de plantio da cultura no Estado.
O Departamento de Sanidade Vegetal da Adapar (DESV) reforça que é importante que todos os agricultores adotem esse cuidado em suas propriedades. A agência destaca que a medida sanitária somente será efetiva com o monitoramento de todos os locais que possam conter plantas vivas de soja e a eliminação imediata caso alguma seja detectada.
REGIÕES E DATAS – A Portaria n.º 1.271, de 30 de abril de 2025, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, estabelece as normas para o vazio sanitário da soja.
Confira:
Na Região 1, que abrange os municípios do Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral do Paraná, o vazio sanitário inicia em 21 de junho e segue até 19 de setembro. O plantio poderá ser realizado de 20 de setembro de 2025 até 20 de janeiro de 2026.
Região 2, que abrange Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste do Paraná, começou em 02 de junho e segue até 31 de agosto, com semeadura a partir de 1º de setembro e se encerrando em 31 de dezembro.
Na Região 3, que compreende os municípios do Sudoeste do Estado, o vazio sanitário começou em 12 de junho e termina em 10 de setembro. A semeadura está autorizada entre 11 de setembro e 10 de janeiro de 2026.
Por AEN/PR
O Governo do Estado autorizou a abertura do Processo Seletivo Simplificado (PSS) para a contratação de 589 agentes de socioeducação. Os novos servidores vão atuar nas 28 unidades de atendimento de adolescentes em conflito com a lei instaladas em 16 municípios do Paraná. A medida atende a uma necessidade temporária e de interesse público para recomposição do quadro de pessoal. A expectativa é de que o edital seja publicado em julho.
“A contratação desses servidores vai permitir que o trabalho de reintegração social ganhe qualidade, porque mais do que receber os adolescentes em conflito com a lei, nós queremos reforçar as atividades de escolarização, a qualificação profissional e também a oferta de esporte e cultura nas unidades. A intenção é que eles não fiquem ociosos, mas ganhem novos propósitos de vida”, disse o secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Valdemar Bernardo Jorge, acrescentando que o atendimento das famílias também vai melhorar com a chegada de mais agentes.
De acordo com o Coordenador de Gestão do Sistema Socioeducativo, Alex Sandro da Silva, a contratação trará um ganho enorme para a rotina diária dos adolescentes. “Esperamos que com a entrada desses agentes tenhamos uma ampliação da qualificação do atendimento e cuidado dessa população que está privada de liberdade”, ressaltou.
Segundo Silva, hoje o quadro de agentes socioeducativos conta com 754 homens e 103 mulheres. “A atuação é pautada no atendimento humanizado e na garantia de direitos, primando pela segurança de todas as pessoas que estão nesses espaços de privação de liberdade”, completou.
Atualmente o Paraná atende 507 adolescentes entre 12 e 21 anos de idade em conflito com a lei nas 28 unidades (são 19 centros de socioeducação e nove casas de semiliberdade). Os contratos de agentes socioeducativos terão duração de um ano, com possibilidade de prorrogação por igual período.
Entre os objetivos do processo de ressocialização de adolescentes estão o fortalecimento de vínculos familiares, o incentivo aos estudos, às práticas esportivas e culturais e o estímulo à qualificação profissional.
Por AEN/PR
O Paraná alcançou nesta quarta-feira (18) a marca de 40 mil Carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) emitidas.
O número representa quase um terço da população com autismo no Estado. Dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam pouco mais de 132 mil pessoas com TEA no território paranaense.
A emissão da Carteira de Identificação é feita pelo Governo do Estado, com coordenação da Secretaria do Desenvolvimento Social e Família (Sedef), também responsável pela formulação de políticas públicas voltadas à inclusão e garantia de direitos da população autista.
Desde a sua implementação, em 2020, o Paraná se destaca como um dos pioneiros na emissão da Ciptea no País. Neste ano, 8.310 pessoas já receberam a carteirinha. Até 2022 foram emitidas 5.336 carteirinhas. Entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024 foram mais 26.370 unidades.
O Paraná chega ao número simbólico em um momento importante: nesta quarta-feira, 18 de junho, é celebrado do Dia do Orgulho Autista. A data é uma iniciativa do grupo britânico Aspies for Freedom e tem como propósito valorizar a neurodiversidade das pessoas no espectro do autismo. A celebração reforça o reconhecimento do potencial único e inato de cada indivíduo, promovendo respeito e inclusão.
BENEFÍCIOS – A Ciptea oferece uma série de benefícios e facilita o acesso a serviços essenciais. “Além de garantir atendimento prioritário, a carteira também ajuda a identificar e compreender melhor a população autista no Estado, possibilitando a elaboração de políticas públicas mais eficazes e inclusivas”, afirma o secretário do Desenvolvimento Social e Família”, Rogério Carboni.
O secretário destaca que, além de suas diversas funções para as pessoas, a carteirinha é fundamental para a coleta de dados e informações desta área. “Sem números precisos, a formulação de políticas públicas fica prejudicada, e é isso que buscamos: mais eficácia em nossas ações”, diz Carboni.
COMO SOLICITAR – Para facilitar ainda mais o acesso ao documento, o Governo do Paraná, por meio da Sedef, possui um número de WhatsApp dedicado ao atendimento para a confecção da Ciptea. Os interessados podem entrar em contato pelo número (41) 3210-2457, disponível das 9 às 16 horas, para solicitar informações adicionais ou tirar dúvidas.
O atendimento é realizado de forma simples, prática e segura, e a emissão da carteira é totalmente gratuita, feita de forma 100% online, garantindo comodidade para as pessoas autistas e suas famílias.
Para solicitar a Carteira é necessário reunir alguns documentos, como RG e CPF da pessoa com autismo e do responsável, uma fotografia recente, um laudo médico digitalizado e um exame de sangue. Além do WhatsApp, todas as orientações detalhadas para a solicitação estão disponíveis no site www.carteiradoautista.pr.gov.br.
Por - AEN
O bem-estar e saúde emocional dos profissionais da segurança pública é uma prioridade no Paraná.
Lançado em 2020 pelo Governo do Estado como iniciativa pioneira no Brasil, o Programa de Atenção Psicossocial (Prumos) ultrapassou a marca de 120 mil atendimentos, consolidando-se como referência em cuidados psicológicos para policiais civis, militares, penais, científicos e bombeiros militares, além dos familiares dos servidores.
Sob coordenação da Diretoria Estrutural da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP), o Prumos se destaca por oferecer suporte gratuito, confidencial e humanizado. A busca pelos atendimentos é realizada tanto por iniciativa voluntária dos servidores quanto por encaminhamento das chefias.
Com uma equipe de 77 psicólogos e assistentes sociais, a estrutura tem Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) nos municípios de Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel, além de 40 salas para atendimento em unidades policiais em outros municípios.
O programa registra, desde sua criação, uma média anual de 25 a 30 mil atendimentos, entre psicoterapia individual, grupos e atividades preventivas a servidores da ativa e aposentados. De janeiro até maio de 2025 já foram beneficiadas 8.055 pessoas, sendo 60% servidores e 40% familiares.
Para o secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, investir na saúde emocional dos servidores e de seus familiares é essencial para manter a segurança pública em alto nível. “Quem cuida precisa ser cuidado — e isso vale tanto para o policial quanto para sua esposa, seus filhos, sua base. O Prumos acolhe a família junto com o profissional. Essa é a nossa maneira de dizer que ninguém enfrenta tudo sozinho. E o resultado aparece nas ruas: hoje temos os menores índices de crimes da história do Paraná”, afirma.
APOIO EMOCIONAL – O servidor José (nome fictício – identidade preservada) tem 16 anos de atuação na segurança pública. Ele já havia feito acompanhamento psicológico particular antes de procurar o Prumos. Ao saber que a Secretaria de Segurança Pública oferecia o atendimento de forma gratuita, marcou suas consultas, além de incentivar a esposa, também servidora, a começar.
“O acompanhamento psicológico é necessário. O ideal é que os agentes de segurança entendam que é preciso haver sessões constantes para não recorrer a medicação ou consultas psiquiátricas”, afirma o servidor.
Há quase cinco anos no Prumos, ele afirma não pensar em deixar o programa. Para José, os benefícios impactam família e trabalho. “O programa é um reconhecimento de que o servidor deve ser valorizado, o fato de ter o apoio ajuda a manter um equilíbrio muito positivo. Não se restringe apenas à carreira profissional, vai além disso”, diz.
Além de José, a esposa dele, que também é da Segurança Pública, e o filho mais velho já foram atendidos pelo Prumos. “Eu e minha esposa procuramos o programa porque percebemos que estávamos atravessando um momento de menos harmonia na família. Fizemos as terapias para ajudar a tornar nossas vidas no trabalho e em casa mais leves”, conta.
Sobre o filho mais velho, a impressão da qualidade do programa é a mesma. “Deu para perceber que foi muito bom para ele, absorveu muito naquele momento da terapia. Ele descontinuou, mas está para voltar às sessões. Entrando na adolescência, é um ótimo momento para isso”, explica o servidor.
PREVENÇÃO – A capitã Ronize Stein Piancini, chefe do Centro de Acompanhamento de Programas Biopsicossociais da SESP, explica que o Prumos tem papel fundamental na prevenção de problemas emocionais e na valorização do servidor, contando com profissionais especialmente capacitados para as necessidades das forças de segurança pública do estado.
De acordo com ela, o serviço foi concebido durante os anos da pandemia da Covid-19, período em que se discutiu muito a saúde emocional da população. “O Prumos surgiu da necessidade de um suporte naquele momento, mas o embrião dele já acontecia com psicólogos contratados na Polícia Militar”, explica.
A capitã também destaca o impacto direto na rotina e na produtividade dos profissionais atendidos. Segundo ela, além de prevenir o adoecimento, o programa fortalece o vínculo dos servidores com suas funções e melhora o ambiente de trabalho. "Quanto melhor estiver o servidor, melhor o trabalho que ele presta ao cidadão”, afirma.
ATENDIMENTO HUMANIZADO – O Prumos atua com psicólogos e assistentes sociais capacitados para lidar com as especificidades das profissões ligadas à segurança pública. O serviço vai além da escuta, com possibilidade de encaminhamentos para tratamentos especializados, formação de grupos terapêuticos e atendimento em situações de crise.
O acesso ao programa é simples: os servidores podem procurar diretamente os locais de atendimento ou receber encaminhamentos das respectivas chefias. As duas sedes de Curitiba estão na Rua Martim Afonso, nº 188, no bairro São Francisco; e na Avenida Edgard Stellfeld, nº 1.674, no Jardim Social.
Por - AEN
O Fundo de Investimento Agrícola do Paraná (FIDC Agro Paraná), primeiro instrumento de crédito rural criado por um governo estadual no Brasil, recebeu nesta terça-feira (17) o seu aporte inicial, no valor de R$ 261 milhões.
A operação foi formalizada pela Fomento Paraná, instituição estadual responsável pela estruturação do fundo, em parceria com a cooperativa C.Vale e o Sicredi.
Criado pelo Governo do Estado e lançado em abril na B3, em São Paulo, o FIDC Agro Paraná visa alavancar até R$ 2 bilhões para o financiamento de projetos estruturantes no campo. A proposta é impulsionar o agronegócio com apoio direto ao cooperativismo, à modernização tecnológica e ao fortalecimento da renda em regiões produtoras.
Segundo o governador Carlos Massa Ratinho Junior, o aporte inicial é um marco inédito para a agricultura paranaense e brasileira. “Pela primeira vez, um governo estadual lidera a criação de um fundo estruturado de crédito rural com gestão profissional e foco direto nos produtores. O FIDC Agro Paraná nasce com o objetivo de garantir financiamento acessível, com juros mais baixos que o Plano Safra e prazos de até dez anos para pagamento, permitindo que pequenos e médios produtores invistam em infraestrutura, tecnologia e geração de renda com previsibilidade e segurança”, afirmou.
O governador destacou que este primeiro aporte com a C.Vale integra uma rede maior de investimentos previstos em negociação com outras cooperativas. “O Paraná sai na frente com um modelo inovador que conecta o mercado de capitais ao campo, fortalecendo cooperativas, ampliando a produção de matéria-prima e destravando o crescimento agroindustrial. Estamos abrindo uma nova porta de crédito para milhares de agricultores, com impacto direto na geração de emprego, no aumento da competitividade e no desenvolvimento regional”, acrescentou.
Os recursos desta primeira operação serão destinados à construção de 96 aviários, tanques de piscicultura mais eficientes e sustentáveis, além de matrizeiros – espaços voltados à criação de aves reprodutoras, que abastecem incubatórios com pintinhos para a produção de frango de corte.
A Fomento Paraná atua como cotista sênior, oferecendo estabilidade à operação, enquanto a gestão dos recursos é feita pela Suno Asset. Do total investido nesta etapa, R$ 52 milhões são da Fomento Paraná, R$ 112,8 milhões da C.Vale e R$ 96,2 milhões do Sicredi.
Para o presidente do Conselho de Administração da cooperativa, Alfredo Lang, o FIDC representa um marco na relação entre o mercado de capitais e o setor produtivo. “Esta primeira emissão em parceria com o Governo do Estado representa não apenas uma inovação financeira, mas uma nova fonte de financiamento para os produtores integrados da C.Vale”, afirmou.
Segundo Lang, o foco será o fomento das cadeias de frango, suínos e peixes, com crédito mais previsível, competitivo e menos sujeito às oscilações de mercado. “Isso reforça a sustentabilidade financeira do produtor, garante liquidez à cadeia e reduz riscos sistêmicos em toda a operação”, completou.
CARACTERÍSTICAS – Com taxas de juros equivalentes as do Plano Safra, o FIDC se apresenta como uma alternativa complementar ao crédito rural federal, cuja demanda tem superado a oferta. O foco do fundo são investimentos de capital – ou seja, não há cobertura para custeio de safras nem compra de terras. Os recursos podem ser usados para modernização da cadeia produtiva, desde estruturas físicas até equipamentos agrícolas e industriais.
A Fomento Paraná já está em processo de estruturação de novos fundos com outras cooperativas e agroindústrias. Os projetos em análise somam mais de R$ 1 bilhão em investimentos previstos para os próximos meses. Somente a C.Vale prevê aplicar R$ 375 milhões em projetos dos seus cooperados até o fim de 2025, por meio do FIDC.
“O Paraná sai na frente mais uma vez ao estruturar o primeiro FIDC Agro estadual do Brasil, conectando governo, cooperativas e mercado financeiro em um modelo inovador de crédito. É uma solução que nasce da confiança entre os atores envolvidos e que vem para suprir lacunas do sistema tradicional, com agilidade, previsibilidade e foco no desenvolvimento do agro”, avaliou o presidente da Fomento Paraná, Claudio Stabile.
O foco inicial é nas cooperativas, integradoras que possuem uma estrutura financeira e administrativa mais robusta, como a própria C.Vale, mas a partir da consolidação do Fundo, diversas outras organizações poderão ser atendidas.
“O Estado tem recursos e disposição para ampliar sua participação, desde que novas propostas sigam critérios técnicos e de governança. A ideia é pulverizar o acesso ao crédito de investimento no campo, alcançando também outras cooperativas, agroindústrias e agentes da cadeia produtiva”, complementou Stabile.
CONTAS EM DIA – De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, que participou da elaboração do modelo do Fundo, a oferta de crédito para o agronegócio é fruto das condições sólidas das contas públicas do Paraná. “O Paraná só consegue estruturar um fundo desse porte porque mantém as contas em dia, com equilíbrio fiscal e capacidade de investimento”, disse.
“Enquanto o governo federal enfrenta dificuldades para financiar o agro, aqui conseguimos unir recursos públicos, mercado financeiro e cooperativas em um modelo eficiente de crédito. Este é apenas o primeiro de muitos fundos que vamos colocar de pé para fomentar a produção e a agregação de valor no campo”, garantiu Ortigara.
COMO FUNCIONA – O FIDC Agro Paraná funciona como uma plataforma financeira inovadora, por meio da qual cooperativas e empresas integradoras podem criar fundos vinculados e oferecer condições facilitadas de financiamento aos cooperados e produtores integrados. O modelo permite a aquisição de máquinas, sistemas de irrigação, estruturas de armazenagem e transporte, entre outros itens voltados à modernização da agroindústria.
Trata-se de uma espécie de ‘fundo coletivo’ de investimento, em que diferentes agentes – como cooperativas, bancos, empresas e até o Estado – aplicam recursos financeiros para formar uma carteira robusta. Esses investidores se tornam cotistas do fundo e passam a receber rendimento proporcional à sua participação, com base no pagamento das parcelas dos financiamentos concedidos aos produtores. Já os cooperados e produtores integrados se beneficiam ao ter acesso a crédito com juros mais baixos, prazos mais longos e menos burocracia do que em instituições financeiras tradicionais.
Na prática, as cooperativas estruturam os projetos, fazem a ponte com os produtores e avalizam os financiamentos. Como o risco é diluído e o modelo é mais próximo da realidade do campo, o fundo consegue atender com mais agilidade demandas por máquinas, estruturas e tecnologias. Ao mesmo tempo, os cotistas são remunerados com base na performance dos financiamentos, o que torna o modelo atrativo também do ponto de vista financeiro.
Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, o início da operação do Fundo representa uma virada de chave para o financiamento rural no Estado. “Estamos ofertando crédito de longo prazo, com juros acessíveis, por meio do qual o produtor poderá investir com carência e segurança, sabendo que terá mercado para sua produção. Isso fortalece a agroindústria, garante matéria-prima e impulsiona o crescimento do Paraná, que já desponta como um dos motores econômicos do Brasil”, declarou.
PRESENÇAS – Também participaram do anúncio do investimento o diretor de Desenvolvimento Econômico da Invest Paraná, Rogério Chaves; o presidente do Conselho de Administração da Suno Asset, Tiago Reis; e o presidente do Conselho de Administração da Suno Asset, Vitor Duarte. Pela C.Vale, também participaram do encontro o diretor Executivo, Édio José Schreiner; o diretor Industrial, Reni Eduardo Girardi; e o diretor Administrativo-Financeiro, Marcelo Afonso Riedi.
Por - AEN