Paraná prorroga isenção de ICMS para insumos médicos de procedimentos complexos

O governador Carlos Massa Ratinho Junior prorrogou a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) referente a operações com equipamentos e insumos destinados à prestação de serviços de saúde de alta complexidade. A partir do Decreto nº 8.528/2024 , itens usados no dia a dia no atendimento hospitalar, como stents e hemostáticos, seguem isentos do tributo até o dia 31 de julho de 2025.

A medida internaliza uma decisão do convênio ICMS 01/99 do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e já está em vigor desde o último dia 1º de janeiro de forma retroativa. Assim, os insumos que permanecem isentos do ICMS são:

- Espiral para embolização neurovascular

- Hemostático absorvível

- Cimento ortopédico com medicamento ou não

- Clipe para aneurisma

- Stent para artérias coronárias, farmacológico ou não

- Espiral para embolização neurovascular

Com a isenção, o Estado garante o pleno acesso da população à tecnologia para a saúde, facilitando operações comerciais de insumos básicos para o atendimento de diferentes tipos de pacientes. Como aponta o secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, o decreto assinado pelo governador contribui para evitar o aumento dos custos desses produtos amplamente usados em hospitais, clínicas e laboratórios.

“Essa é uma medida que prorroga e mantém um benefício que já vinha atendendo muito bem nossa população. Assim, o Paraná mantém as boas práticas de facilitar o acesso àquilo que é essencial para a saúde da população”, destaca Ortigara. “Com a isenção do ICMS para esses produtos, o Estado ajuda a manter os preços acessíveis e, com isso, a manter os estoques de hospitais e clínicas devidamente abastecidos para melhor atender o cidadão”.

O diretor-executivo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), César Neves, também comemorou a medida e destacou o quanto ela permite que os hospitais do Estado continuem a oferecer procedimentos de alto custo e alta complexidade a toda a população. 

“São insumos extremamente importantes, principalmente na hemodinâmica cardiovascular — o tradicional cateterismo —, e na cirurgia de prótese de quadril, especialmente na questão da cimentação dessa prótese”, explica Neves. “Por isso, a isenção do ICMS é uma grande ação do nosso governador, pois possibilita que esses procedimentos de alta complexidade possam ser oferecidos a mais paranaenses”.

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Acima da média nacional: indústria paranaense cresceu 4,2% em 2024

A indústria paranaense acumulou um crescimento de 4,2% de janeiro a novembro de 2024, índice acima da média nacional, que registrou aumento de 3,2% no mesmo período.

O resultado foi divulgado nesta terça-feira (14) na Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A indústria nacional está 1,8% acima do seu nível pré-pandemia. 

O resultado do Paraná é o segundo melhor do Sul, atrás de Santa Catarina, com 7,3% de crescimento, e à frente do Rio Grande do Sul, que registrou 0,3% no mesmo período. A PIM produz indicadores de curto prazo sobre o comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação.

O Paraná registrou dados positivos também em outros recortes. Na comparação entre novembro de 2023 e o mesmo mês de 2024, o resultado foi de 4,9%, quase três vezes maior que a média nacional, de 1,7%. Novamente o resultado foi o segundo melhor do Sul, com Santa Catarina em primeiro, com 7,1%, e o Rio Grande do Sul em terceiro, com 1,3%.

Já no acumulado dos últimos 12 meses, entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, o resultado paranaense foi de 3,8%, 0,8 ponto percentual acima da média nacional, de 3%. Na passagem do mês de outubro para novembro de 2024, a indústria paranaense seguiu a tendência nacional, em que nove das 15 Unidades da Federação que integram a pesquisa tiveram recuo. O índice paranaense foi de -1,8%.

SEGMENTOS – Entre os setores que mais cresceram no acumulado de janeiro a novembro de 2024 no Paraná estão a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com 38,8%, fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias e fabricação de móveis, ambos com 13,4%. A fabricação de produtos de madeira vem na sequência, com 12,4%, seguida pela fabricação de bebidas, com 11,6%.

O Paraná lidera os avanços nacionais em fabricação de bebidas, produtos de madeira e máquinas, aparelhos e materiais elétricos. Na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, o resultado de 13,4% é o terceiro melhor do Brasil, atrás de Goiás (64,8%) e Rio de Janeiro (15,5%).

Já no acumulado dos últimos dozes meses, as principais altas foram em máquinas, aparelhos e materiais elétricos (36%), produtos de madeira (14%), móveis (12,2%), bebidas (12,1%), produtos de metal (4,9%), produtos de borracha e material plástico (2,3%) e produtos químicos (1,2%).

Os dados completos da Pesquisa Industrial Mensal Regional estão no sistema Sidra, o banco de dados do IBGE.

 

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Depois dos 50: estágios e novas vagas ajudam na reinserção de pessoas no mercado de trabalho

“Profe-vovó”. Era assim que Márcia Regina Espinosa era chamada pelas crianças do Centro Municipal de Educação Infantil Zilda Arns, em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, onde estagiou nos últimos dois anos.

O apelido carinhoso dos pequenos, que têm entre 2 e 3 anos de idade, tem um motivo. Márcia, que hoje tem 62 anos, resolveu retornar à carreira na educação quando já poderia ter idade para se aposentar, e encontrou no estágio uma forma de se reinserir no mercado de trabalho.

O movimento de Márcia, que voltou aos estudos com 58 anos de idade, mostra uma retomada das pessoas mais velhas ao mercado de trabalho, às vezes, começando pelos estágios. No Paraná, a reinserção do público com mais de 50 anos na busca por novas colocações é incentivada pela Secretaria de Estado do Trabalho, Qualificação e Renda (SETR).

No ano passado, a SETR promoveu o primeiro mutirão de empregos para pessoas dessa faixa etária na Agência do Trabalhador de Curitiba, que conseguiu intermediar a colocação de cerca de 500 pessoas no mercado formal. Com isso, houve um crescimento de 38% no número de vagas intermediadas pela Rede Sine no Estado entre 2023 e 2024 para o público com mais de 50 anos, passando de 8.994 para 12.440 de um ano para outro, somando 21.434 colocações em dois anos.

Para 2025, a pasta vai promover cursos de qualificação específicos para esse público, para que possam disputar de forma igualitária com os mais jovens as vagas que demandam formações e conhecimentos específicos. As iniciativas da secretaria buscam ampliar a presença das pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho e já têm conseguido reduzir o déficit de vagas para essa faixa etária.

Entre janeiro e setembro de 2023, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, apontava um saldo negativo de 6.175 vagas para esse público no Paraná, número que reduziu para 1.420 no mesmo período de 2024. Apesar do saldo negativo, a diferença entre os dois períodos foi significativa.

“A nossa meta agora é passar a ter um saldo positivo na geração de empregos para idosos neste ano no Paraná”, afirma o secretário estadual do Trabalho, Qualificação e Renda, Mauro Moraes. “Além dos mutirões de emprego, vamos oferecer aos idosos a qualificação, para que eles possam disputar com os mais jovens as vagas de emprego, inclusive em áreas mais novas, como a de tecnologia”.

Os cursos serão ofertados em projetos como o Bora Paraná, Qualifica Paraná e as Carretas do Conhecimento, que leva cursos de qualificação profissional para cidades paranaenses através de escolas móveis. “São pessoas que já têm uma experiência de trabalho, mas que não tiveram acesso ao conhecimento que é demandado hoje pelas empresas. A ideia é de que eles possam ter esses empregos que hoje são ocupados principalmente pela juventude”, disse.

 

EXPERIÊNCIA DE VIDA – Formada no magistério, Márcia já trabalhava com a educação infantil e foi concursada na Prefeitura de Curitiba até o ano 2000, quando se mudou para os Estados Unidos com a família. Dez anos depois, eles voltaram para a Capital, mas ela não conseguiu a reinserção na rede municipal, já que naquele período os concursos passaram a exigir ensino superior.

Nesse período, fez alguns bicos como assistente em escolas e também em outros trabalhos, até que resolveu se dedicar como dona de casa. O desejo de voltar a trabalhar com educação, porém, continuava. E foi com o incentivo da filha que se matriculou no curso de Pedagogia em 2020. “Eu comecei a fazer estágio já no primeiro ano de faculdade. Estagiei por dois anos na Educação Especial, em Curitiba, e depois nos mudamos para Fazenda Rio Grande, onde comecei meu estágio com as crianças pequenas”, conta.

“Foram experiências maravilhosas, que fizeram muito bem para mim. As crianças me chamavam de profe-vovó e eu me dava muito bem com as outras professoras, que eram bem mais novas que eu. Eu tinha elas como minhas filhas”, diz Márcia. “E é um trabalho puxado, que precisa pegar criança no colo, mas eu tinha a mesma disposição que as mais jovens”.

“E essa experiência também abriu novos horizontes para mim. Até eu começar a estudar, só sabia usar o telefone fixo, nem celular tinha. Agora uso tudo, mexo no computador. Fiz todo o curso a distância, online, e ainda paguei a faculdade com o dinheiro do meu estágio”, destaca. “Eu me formo em abril e tenho planos de começar uma pós-graduação, podendo continuar estagiando ainda. Mas vou começar a prestar concursos, não quero parar tão cedo”.

O estágio de Márcia foi intermediado pelo Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE/PR), que busca a inserção de estudantes no mercado de trabalho por meio de programas de estágios e aprendizagem, cursos de capacitação e cidadania e programas sociais. O próprio CIEE/PR, que ofereceu 8.738 vagas em 2024 para todas as faixas etárias e pretende ampliar em 10% esse número neste ano, vê um aumento na procura de estágio por pessoas com 60 anos ou mais.

Segundo a supervisora operacional do CIEE/PR, Ilsis Cristine da Silva, as áreas mais procuradas por esse público são administração e pedagogia, e as próprias empresa têm tido interesse nas pessoas mais velhas por causa da experiência e comprometimento.

“Sentimos a necessidade, no último ano, de fazer a inclusão dessa faixa etária no mercado de trabalho, porque vemos um movimento de pessoas com 50, 60 anos, buscando as instituições de ensino superior, seja para buscar ou retomar um curso, fazer uma segunda graduação ou mesmo uma especialização”, explica. “As próprias empresas têm buscado esse público, ainda como reflexo da pandemia, já que os jovens querem trabalhos home office ou não se interessam por certas atividades. Elas acham vantajoso contratar pessoas mais velhas, porque têm experiência e comprometimento, já que há toda uma questão motivacional por retornarem ao mercado de trabalho”.

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No ano passado, a SETR promoveu o primeiro mutirão de empregos para pessoas dessa faixa etária na Agência do Trabalhador de Curitiba. Foto: AEN


ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO – A inserção no mercado de trabalho do público idoso vem ao encontro da mudança das projeções que apontam um envelhecimento da população. Até 2027, o número pessoas com mais de 60 anos de idade no Paraná deve superar a proporção daquelas com menos de 15 anos.

É que aponta um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com base nas projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feitas a partir de dados do Censo 2022. O cenário traçado pelo IBGE aponta que esta é uma tendência que deve se acentuar ao longo das próximas décadas. Em 2046, o Índice de Envelhecimento aponta que o número de idosos será o dobro do de jovens.

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

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