O Paraná registrou aumento no número de apreensões de drogas no primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado.
Dados do Centro de Análise, Planejamento e Estatística, da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), indicam crescimento no volume de apreensões de maconha (17%), cocaína (60%) e crack (89%). O número de ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas também registrou aumento no período.
A maconha segue como a droga com maior número de apreensões no Estado. De janeiro a junho de 2024, as forças de segurança retiraram de circulação 221,3 toneladas da droga, 17,27% a mais que as 188,7 toneladas apreendidas no mesmo período de 2023. O montante é pouco mais da metade do total apreendido no ano passado, de 427,7 toneladas. É como se as forças de segurança retirassem de circulação mais de uma tonelada de droga por dia, em média.
Já as apreensões de pé de maconha tiveram uma leve queda de 9,56% na comparação do primeiro semestre de 2023 com o de 2024. Foram 1.722 unidades apreendidas neste ano, contra 1.904 unidades no ano passado.
Em relação ao crack, nos primeiros seis meses deste ano foram apreendidos 1,5 tonelada da droga, contra 835 quilos no mesmo período de 2023, variação de 88,91%. O total apreendido em 2024 é praticamente o mesmo do total apreendido da droga no ano passado, de 1,6 tonelada.
As apreensões de cocaína também registraram aumento significativo na comparação entre o primeiro semestre de 2023 e 2024. Foram apreendidos 2,8 toneladas nos primeiros seis meses deste ano, contra 1,7 tonelada apreendida no ano passado, aumento de 60,52% no número de apreensões. É mais que a metade do total apreendido em todo o ano de 2023, de 4,4 toneladas.
Para o secretário de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, o aumento no número de apreensões é resultado do trabalho integrado entre as forças de segurança, aliado ao policiamento ostensivo nas cidades. “Somente com a maconha, apreendemos mais de 220 toneladas neste primeiro semestre, o que corresponde a cerca de 1,2 tonelada de maconha retirada por dia das ruas. Isso é fruto do trabalho integrado das forças de segurança, aliado a operações de inteligência não só na fronteira, mas também no Litoral e em todas as nossas rodovias”, ressaltou.
“Estamos seguindo a recomendação do nosso governador, de trabalhar muito com a integração, algo já consolidado entre as polícias. Elas trabalham unidas, respeitando a missão constitucional de cada uma, e uma complementa a outra. Graças a essa integração estamos chegando nesses números bastante significativos”, complementou.
Em relação ao LSD e ecstasy houve queda nas apreensões do primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Em relação ao LSD, foram 5.250 pontos apreendidos neste ano. Também foram 27.287 comprimidos de ecstasy apreendidos.
OCORRÊNCIAS – O Paraná também registrou aumento das ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas no primeiro semestre de 2024. Foram registradas 6.901 ocorrências relacionadas a compra, venda, fornecimento ou produção de entorpecentes no primeiro semestre deste ano, contra 6.237 no mesmo período de 2023, variação de 10,65%.
Em relação a ocorrências sobre drogas para consumo pessoal, o número aumentou em 14,85% na comparação entre o primeiro semestre de 2024 e o mesmo período de 2023. Foram 7.665 atendimentos relacionados neste ano, contra 6.674 registrados no ano passado.
INVESTIMENTOS – O Governo do Estado tem aumentado, ano após ano, os repasses para segurança pública, fortalecendo o combate à criminalidade e oferecendo mais qualidade no trabalho dos servidores, resultando na prestação de um serviço cada vez melhor para a população.
Somente neste ano foram entregues 360 veículos, entre viaturas, lanchas, caminhões e ambulâncias para as forças de segurança pública estaduais, além da destinação de cerca de R$ 117 milhões para compra de helicópteros e blindados para a Polícia Militar.
Os investimentos constantes e os novos equipamentos resultaram em grandes apreensões em 2024. A mais recente, em Cascavel, no Oeste, apreendeu 1,2 tonelada de maconha no dia 9 de julho, primeiro dia da Operação Cidade Segura.
Outra ocorrência, com ares cinematográficos, foi registrada em junho, com a perseguição a um helicóptero carregado de drogas, que começou em Guaíra, no Oeste, e terminou em Jaguapitã, no Norte. A aeronave estava carregada com aproximadamente 243 quilos de cocaína.
Em Maringá, no Noroeste, foi realizada em junho a maior apreensão de maconha na cidade desde 2020, com 5,6 toneladas. O prejuízo estimado ao crime organizado foi de mais de R$ 27 milhões.
O Batalhão de Polícia Rodoviária apreendeu, também em junho, 1,48 tonelada de maconha em Sertaneja, próximo a divisa com São Paulo, após abordar uma van que trafegava em alta velocidade.
O Paraná foi o Estado que mais apreendeu maconha no País no primeiro trimestre, com 51,5 toneladas da droga retiradas de circulação. De janeiro a maio o Estado aparece atrás apenas do Mato Grosso do Sul. Os dados nacionais do semestre ainda estão sendo contabilizados.
Por - AEN
O número de homicídios dolosos (com intenção de matar) registrados no Paraná caiu de 972 no 1º semestre do ano passado para 862 nos seis primeiros meses de 2024, uma queda de 11,32% no comparativo entre os dois períodos.
O volume é o menor já registrado para um primeiro semestre nos 18 anos em que é levantada a série histórica feita pelo Centro de Análise, Planejamento e Estatística da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), feita desde 2007. Até então, o menor índice havia ocorrido em 2019, quando 869 foram vítimas deste tipo de crime.
O menor volume de homicídios dolosos também influenciou a queda de 10,14% no número geral de mortes violentes intencionais no Paraná no 1º semestre de 2024, totalizando 913, ante 1.016 registradas entre janeiro e junho de 2023. O número de roubos seguidos de morte, que também compõe os dados gerais de homicídios, caíram de 31 para 19 entre os dois períodos, uma redução de 87,71%.
Também houve redução nos crimes contra o patrimônio. O número de furtos caiu 15,48%, passando de 85.333 para 72.121 entre os primeiros semestres de 2023 e de 2024. Seguindo a mesma tendência, houve queda de 14,13% nos furtos de veículos, que passaram de 6.645 para 5.706 no comparativo semestral.
No caso de roubos, que se diferenciam dos furtos por ocorrerem mediante o uso de ameaça ou violência, a redução foi ainda mais expressiva, chegando a 24,42% no índice geral, passando de 12.581 no 1º semestre de 2023 para 9.509 no mesmo período de 2024. Em relação aos roubos de veículos, foram 1.134 casos nos seis meses iniciais deste ano, 35,09% a menos do que os 1.747 registrados de janeiro a junho do ano passado.
MUNICÍPIOS – Entre as cidades mais populosas do Paraná, a maior queda proporcional no volume de homicídios dolosos entre os primeiros semestres de 2023 e 2024 ocorreu em Umuarama, passando de 15 para apenas duas, o que equivale a uma redução de 86,7%. As outras reduções mais expressivas foram registradas em Araucária (de 11 para 5, queda de 54,5%), Londrina (de 40 para 20, queda de 50%), Apucarana (de 12 para 7, queda de 41,7%), Francisco Beltrão (de 10 para 6, queda de 40%) e Colombo (de 25 para 16, queda de 36%).
Outro dado relevante é que 197 municípios paranaenses, 49,4% de todas as localidades do Estado, não tiveram nenhuma ocorrência de homicídio doloso registrada nos seis primeiros meses deste ano. Entre os 202 que tiveram algum crime deste tipo, 96 (47,5%) aparecem na lista com apenas uma ocorrência no período.
POLICIAIS PREPARADOS – Na avaliação do secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, os resultados positivos refletem os investimentos contínuos do Governo do Estado nas forças de segurança pública, com destaque para a modernização do aparato policial e as políticas de prevenção à violência.
Ele citou como exemplo recente os investimentos mais recentes de R$ 117 milhões para a compra de novos helicópteros, viaturas embarcações e embarcações blindadas, entregues em junho. No início deste mês, o Estado também entregou 70 novas viaturas para uso das delegacias de Polícia Civil em todo o Paraná.
Além dos investimentos feitos com recursos do tesouro estadual, o Paraná também se destaca no uso eficiente dos recursos federais para o setor. Entre 2019 e 2022, o Estado empenhou 71% dos R$ 174,5 milhões repassados através do Fundo Nacional de Segurança Pública, a terceira melhor proporção entre os entes federativos, de acordo com levantamento do jornal Folha de S.Paulo.
Em maio, o governador Carlos Massa Ratinho Junior também autorizou a maior promoção de policiais civis da história. No total, 2.337 agentes da corporação foram promovidos e tiveram aumento de remuneração, com um impacto mensal de mais de R$ 1,6 milhão.
“Os investimentos do Governo do Estado na melhoria da estrutura, equipamentos, tecnologia e na valorização dos agentes de segurança têm feito a diferença no trabalho intensivo destes profissionais para reduzir os índices de criminalidade, em especial de homicídios e outros crimes violentos”, afirmou Teixeira.
Outro fator que influenciou positivamente no desempenho, de acordo com o secretário, foi o aumento das ações conjuntas com outras forças de segurança pública. “Conseguimos desenvolver um trabalho de inteligência integrado entre as polícias Civil e Militar, que também atuam em contato com policiais de outros estados, as guardas municipais e a Polícia Rodoviária Federal, o que nos ajudou a manter o Estado com um índice de criminalidade aceitável”, acrescentou.
Confira o número de homicídios dolosos registrados no 1º semestre de cada ano no Paraná:
2007 - 1.344
2008 - 1.394
2009 - 1477
2010 - 1.787
2011 - 1.521
2012 - 1.578
2013 - 1.323
2014 - 1.321
2015 - 1.222
2016 - 1.276
2017 - 1.123
2018 - 1.033
2019 - 869
2020 - 1.076
2021 - 962
2022 - 1.021
2023 - 972
2024 - 862
Por - AEN
Uma nova espécie de abelha foi descoberta pelo Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro).
A professora Maria Luisa Tunes Buschini descobriu a espécie no Parque Municipal das Araucárias, em Guarapuava. Após seis anos de pesquisa, a identificação representa um avanço na compreensão da fauna local.
Do gênero Mourecotelles, a abelha identificada é solitária, assim como 85% das espécies. A professora Buschini explica que estas abelhas são únicas na produção de uma substância impermeável semelhante ao celofane. “São chamadas de abelhas celofane pois são da subfamília Colletinae e as únicas entre as abelhas na produção desta substância que reveste as células dos ninhos onde elas depositam pólen e néctar”, conta a professora Maria Luisa .
A captura foi realizada através de ninhos-armadilha. Após isso, foi realizado um processo de identificação da espécie com a ajuda de taxonomistas especialistas em abelhas, que a identificaram como uma nova espécie. “Para identificar esta abelha como sendo do gênero Mourecotelles, eles usaram chaves de identificação, e para descrever a espécie, analisaram a terminália dos machos, que são os segmentos posteriores do abdômen que formam a genitália”, relata a professora.
A descoberta não se limita apenas à identificação da espécie. “Nesta pesquisa também foram investigados os grãos de pólen presentes nos ninhos dessas abelhas, sendo encontrados pólens de nove famílias botânicas diferentes, mas a preferência maior foi por aqueles das famílias Fabaceae, que são leguminosas com ervilha, grão de bico, alfalfa, amendoim, e Polygalaceae, que são plantas herbáceas”, afirma a docente.
NOVAS PESQUISAS - Com a conclusão deste estudo, a professora já está planejando novas pesquisas no Parque das Araucárias, como investigar o efeito de borda do parque, que é uma alteração na estrutura, composição ou quantidade de espécies na parte marginal de um fragmento vegetal. “Em outra pesquisa que fizemos também neste parque, coletando abelhas em uma plantinha do gênero Solanum, identificamos 31 espécies de abelhas nativas. Iniciaremos agora um estudo a respeito do efeito de borda do parque sobre as espécies de vespas, abelhas e seus inimigos naturais”, afirma Maria Luisa.
O objetivo destas novas pesquisas é compreender quais espécies estão mais adaptadas ao interior da mata e quais preferem a área de transição entre a mata e áreas alteradas. Com base nos resultados, a professora espera propor políticas públicas eficazes para a preservação e conservação destas espécies. “Diante dos resultados encontrados nesses novos estudos, pretendemos incentivar políticas públicas assertivas para a preservação e conservação destas espécies através de um manejo menos impactante deste importante fragmento que é o Parque Natural Municipal das Araucárias”, conclui a professora.
Por - AEN
Nesta semana, o Batalhão de Polícia Ambiental (BPAmb) da Polícia Militar do Paraná (PMPR) divulgou para a população orientações importantes sobre como proceder para a entrega voluntária de animais silvestres. De acordo com a Lei 9.605/98 e o Decreto n. 6.514/08, ter um animal silvestre em casa sem licença é considerado crime.
Para manter qualquer animal silvestre em cativeiro é necessário comprovar a origem legal do animal, seja através de uma autorização de um órgão ambiental ou uma nota fiscal de um estabelecimento licenciado. Quem possui um animal silvestre sem licença ou tenha recebido um de presente pode devolvê-lo sem incorrer em penalidades. A devolução voluntária não acarreta punição e é a maneira recomendada de lidar com a situação, uma vez que animais sem origem legal ou licença não podem ser regularizados.
O Batalhão de Polícia Ambiental orienta a população a não soltar esses animais na natureza, pois eles não estão preparados para sobreviver sozinhos e precisam passar por um processo de readaptação. Em caso de dúvidas, é recomendado entrar em contato com órgãos ambientais como o Instituto Água e Terra (IAT/PR) ou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Após a entrega voluntária ao IAT, os animais serão avaliados por uma equipe técnica. Dependendo das condições do animal, ele poderá ser encaminhado para soltura ou para empreendimentos de fauna licenciados pelo IAT, como criadouros conservacionistas, criadouros científicos, mantenedores de fauna, entre outros. É importante destacar que, após a entrega voluntária, não é possível acompanhar o destino do animal, mas o bem-estar dele é sempre priorizado.
Para o Comandante do Batalhão de Polícia Ambiental, tenente-coronel Sérgio Eduardo Nascimento Plácido, a retirada de animais da natureza e o tráfico de animais silvestres, além de serem condutas tipificadas como crime, são algumas das principais causas de extinção de espécies no planeta. "É importante que a comunidade não colabore com o agravamento desse problema, pois o lugar dos animais silvestres é na natureza", acrescentou o comandante.
DENÚNCIAS - Para denunciar crimes ambientais no Paraná, além dos canais disponibilizados pelos demais órgãos de fiscalização e controle, a população pode utilizar o número de emergência 190, o Disque Denúncias 181 e o Aplicativo 190 PR, disponível para download nas plataformas digitais.
Para mais informações sobre a entrega voluntária de animais silvestres, a população paranaense pode consultar o site do IAT.
Por - AEN
Os atributos do gado de corte Purunã vêm ganhando o reconhecimento e atraindo cada vez mais criadores de diversas regiões do País. A raça, genuinamente paranaense, foi desenvolvida por pesquisadores do antigo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), atual IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater), e foi oficialmente reconhecida há apenas oito anos.
O pecuarista Marcos Ottoni Almeida, por exemplo, conheceu a raça em um dia de campo realizado em Ponta Grossa (Centro-Sul do Paraná) e adquiriu um touro Purunã no final de 2022 para iniciar cruzamentos na propriedade que mantém em Guaratinguetá, São Paulo. “Fiquei impressionado com os animais”, conta.
As primeiras 33 crias resultantes do touro estão agora em fase de desmame. “Estou muito contente com o reprodutor e com os bezerros, que vem demonstrando um desenvolvimento muito rápido”, relata.
Atual presidente da Associação dos Criadores de Purunã (ACP), Erlon Pilati, que introduziu a raça no Mato Grosso e tem propriedade no município de Sapezal, também destaca o desenvolvimento acelerado dos animais. “Um bezerro com sangue Purunã alcança a desmama com 20% a 25% mais peso que uma cria de rebanho convencional, é mais dinheiro no bolso do pecuarista com o mesmo custo de produção”, contabiliza.
Precocidade (os animais atingem antes a idade para reprodução e abate), adaptabilidade e rusticidade em diferentes regiões do Brasil, habilidade materna e carne macia e suculenta são outras características dos animais Purunã elencadas por Pilati.
O presidente da ACP informa que a entidade está promovendo um amplo recadastramento dos animais Purunã, puros ou cruzados, para uma detalhada avaliação genética. “É um pente-fino para saber exatamente a dimensão e qualidade do rebanho; um projeto de identificação genética que nos permitirá ganhar 10 anos de evolução em apenas dois anos", relata.
A estratégia foi discutida recentemente com o diretor-presidente do IDR-Paraná, Richard Golba. “A identificação genética vai assegurar mais assertividade na realização de cruzamentos para transmissão aos descendentes de determinadas características desejáveis dos genitores”, aponta.
Atualmente, a ACP conta com 32 associados espalhados por diferentes estados do Brasil. Embora o Paraná ainda concentre cerca de 40% dos exemplares da raça, há rebanhos de Purunã nos dstados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Tocantins e Rondônia. São aproximadamente 12 mil animais registrados no território nacional, um crescimento contínuo e sólido.
PESQUISA – Purunã é a primeira raça de bovino para corte desenvolvida no Paraná e a única criada por um centro estadual de pesquisa no Brasil. “É uma conquista que orgulha os paranaenses, uma contribuição significativa para a cadeia produtiva de carne no Brasil que ressalta a importância do aparato estadual de ciência e tecnologia voltado à agropecuária”, afirma Golba.
Foi oficialmente reconhecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 2016, que também credenciou a Associação de Criadores de Purunã para fazer o controle genealógico, procedimento que atesta a origem dos animais, seus ascendentes e descendentes, e sua conformidade com os padrões zootécnicos da raça.
No jargão técnico, trata-se de um bovino composto, pois obtido do cruzamento entre diferentes raças — Charolês, Aberdeen Angus, Caracu e Canchim. Até ser finalizado e reconhecido pelo Mapa, foram quase quatro décadas de cruzamentos e seleções controladas para agregar ao Purunã os melhores atributos de cada estirpe utilizada na sua formação.
Caracu e Canchim transmitiram rusticidade, tolerância ao calor e resistência aos carrapatos. Charolês contribuiu com o rápido ganho de peso, carcaça de grande rendimento e elevado porcentual de carnes nobres, enquanto o Angus deu precocidade, tamanho adulto moderado e temperamento dócil, além de alta qualidade do marmoreio na carne.
Destaca-se ainda a habilidade materna e boa produção de leite das vacas Purunã, características importantes para o manejo dos rebanhos herdadas de Caracu e Angus.
PURUNÃ – O nome presta uma homenagem à Serra do Purunã, que separa o Primeiro do Segundo Planalto do Paraná e está situada não muito longe da Estação de Pesquisa Fazenda-Modelo, localizada em Ponta Grossa, local onde foram realizados todos os estudos, cruzamentos e seleções dos rebanhos que resultaram na nova raça.
Por - AEN
Apontado pelo Instituto Trata Brasil como um dos estados com os melhores índices de saneamento do País, o Paraná, com o trabalho da Sanepar, projeta antecipar a meta da universalização, prevista no Marco do Saneamento para 2033.
Com o maior programa de investimentos de sua história, a Companhia vai aplicar R$ 11,2 bilhões em obras que garantam a manutenção do índice de 100% no atendimento com água tratada e a implantação e ampliação dos sistemas de coleta e tratamento do esgoto, para os quais serão destinados 65% dos recursos previstos.
Presente em 344 municípios paranaenses e um catarinense, a Sanepar vai investir, até 2028, em sistemas de todas as regiões do Estado, em especial nas cidades de menor porte para que elas alcancem 90% de atendimento com o serviço de coleta e tratamento do esgoto sanitário.
Somente neste ano, a empresa já autorizou o início de obras em 20 cidades de médio e pequeno porte. Palotina, Campo Mourão, Medianeira, Adrianópolis, Irati, Ivaiporã, Pinhais, General Carneiro, Cerro Azul, Catanduvas, Paulo Frontin, Planalto, Xambrê, Alto Piquiri, Formosa do Oeste, Mandaguaçu, Rio Azul, Jardim Alegre, Inácio Martins e Porto Amazonas são cidades que receberão serviços de ampliação do sistema de coleta e tratamento de esgoto.
Com obras previstas para terminar até o fim de 2024, mais 11 cidades terão o sistema de esgoto ampliado. A construção de estações de tratamento, unidades de bombeamento e novas redes coletoras está em execução em Araucária, Irati, Manoel Ribas, Ponta Grossa, Arapongas, Loanda, São Jorge do Patrocínio, Arapongas, Barbosa Ferraz, Nova Esperança, União da Vitória e Imbituva. Somente o assentamento de novas redes de coleta totalizam 237 quilômetros de tubulações, quase a distância entre Curitiba e União da Vitória.
O diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, destaca que a Companhia já apresenta indicadores acima da média nacional e que quer ir além. Atualmente, no Paraná mais de 80% da população têm acesso a coleta de esgoto, sendo 100% tratado, enquanto no Brasil, 56% do esgoto é coletado e o índice de tratamento é de 52,2%.
“Esse plano robusto de investimentos, que coloca o Paraná como referência em saneamento, contribui com a economia em todas as regiões do Paraná, porque gera emprego e renda nos municípios, considerando que a cada R$ 35 mil investidos no saneamento são criadas pelo menos seis oportunidades de emprego de forma direta e indireta”, aponta.
A diretora de Investimentos da Sanepar, Leura Conte de Oliveira, diz que o Marco Legal trouxe um grande desafio para o setor de saneamento do país. “A Sanepar tem um forte propósito de avançar na universalização e para isso temos empenhado esforços e um grande volume de recursos, e teremos agora o nosso maior aporte para garantir, além da água tratada, o esgotamento sanitário em todo o Paraná”, destacou.
Ela acrescenta que devido à complexidade do setor, principalmente no que se refere ao tratamento do esgoto – incluindo legislações ambientais bastante restritivas – a empresa trabalha no planejamento, no desenvolvimento dos projetos e no levantamento em campo. “Também mantemos o foco no orçamento dos projetos necessários e na busca dos recursos financeiros para, aí sim, implementar as obras com segurança, sempre de acordo com os padrões ambientais exigidos", afirma a diretora.
“A Sanepar trata hoje 100% dos esgotos coletados, que chegam nas estações de tratamento, e isso é um grande diferencial para o país, mesmos a legislação ambiental do Estado sendo mais restritiva que a legislação federal”, completa.
PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA – A adoção de concessões administrativas, com modelos de Parcerias Público-Privada (PPPs), tem sido um dos caminhos da Companhia neste grande projeto de universalização. Nesse modelo, 112 municípios das microrregiões Centro-Leste e Oeste do Paraná vão receber obras de esgotamento sanitário.
A concretização do projeto de levar o saneamento ao maior número possível de pessoas será alcançada com recursos da Companhia e de diversos financiamentos com bancos nacionais como a Caixa e BNDES, e internacionais, dentre ele o alemão KFW.
RECONHECIMENTO – As metas audaciosas da Sanepar, aliadas ao trabalho e ao planejamento da empresa para levar saneamento básico para todas as regiões do Paraná, fez com que fosse eleita pela Global Water Intelligence e o Global Water Leaders, como a melhor empresa do mundo em ações para a universalização do saneamento. O Prêmio Campeões do ODS 6 reconhece os esforços das empresas para garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos.
A Companhia concorreu com outras 37 empresas do setor da América Latina, Ásia e África e estava entre as quatro finalistas, após o primeiro processo seletivo. A votação final foi aberta para os líderes das 300 empresas de água e esgoto que impulsionam a universalização sustentável dos serviços para 300 milhões de pessoas no mundo.
Por - AEN