Autor de mais de 20 livros sobre a mente, o neurocientista Richard Restak, neurologista e professor clínico no Hospital de Medicina e Saúde da Universidade George Washington, tem décadas de experiência na orientação de pacientes com memória.
“O Guia Completo da Memória: A Ciência do Fortalecimento da Mente”, o último livro do neurocientista, formado em inclui ferramentas como exercícios mentais, hábitos de sono e dieta que podem ajudar a melhorar a memória.
No entanto, Restak se aventura além desse território familiar, considerando todas as facetas da memória – como a memória está conectada ao pensamento criativo, o impacto da tecnologia na memória, como a memória molda a identidade.
— O objetivo do livro é superar os problemas cotidianos de memória — explica.
Especialmente a memória de trabalho, que fica entre a memória imediata e a memória de longo prazo, e está ligada à inteligência, concentração e realização. Segundo o pesquisador, esse é o tipo mais crítico de memória, e exercícios para fortalecê-lo devem ser praticados diariamente. Mas reforçar todas as habilidades de memória, acrescentou, é a chave para evitar problemas de memória posteriores.
O declínio da memória não é inevitável com o envelhecimento, argumenta o neurocientista no livro. Em vez disso, ele aponta para 10 “pecados” ou “pedras de tropeço que podem levar a memórias perdidas ou distorcidas”. Sete foram descritos pela primeira vez pelo psicólogo e especialista em memória Daniel Lawrence Schacter – “pecados de omissão”, como distração, e “pecados de comissão”, como memórias distorcidas. A essas, Restak acrescentou três de sua autoria: distorção tecnológica, distração tecnológica e depressão.
— Nós somos o que podemos lembrar — afirma.
Aqui estão algumas dicas do neurocientista para desenvolver e manter uma memória saudável:
Preste mais atenção
Alguns lapsos de memória são, na verdade, problemas de atenção, não de memória. Por exemplo, se você esqueceu o nome de alguém que conheceu em um coquetel, pode ser porque estava conversando com várias pessoas no momento e não prestou atenção quando ouviu.
— A desatenção é a maior causa de dificuldades de memória. Significa que você não codificou corretamente a memória — explica o especialista.
Uma maneira de prestar atenção ao aprender novas informações, como um nome, é visualizar a palavra. Ter uma imagem associada à palavra, pode melhorar a lembrança, de acordo com Restak. Por exemplo, ele recentemente teve que memorizar o nome de um médico, Dr. King, (um exemplo fácil, ele reconheceu). Assim, ele imaginou um médico “de jaleco branco com uma coroa na cabeça e um cetro em vez de um estetoscópio na mão”.
Encontre desafios de memória diários regulares
Existem muitos exercícios de memória que você pode integrar na vida cotidiana. O neurologista sugere compor uma lista de compras e memorizá-la. Quando você chegar à loja, não retire automaticamente sua lista (ou seu telefone), em vez disso, pegue tudo de acordo com sua memória.
— Tente ver os itens em sua mente e só consulte a lista no final, se necessário. Se você não for à loja, tente memorizar uma receita — sugere.
Ele acrescenta que cozinhar com frequência é realmente uma ótima maneira de melhorar a memória de trabalho.
De vez em quando, entre no carro sem ligar o GPS e tente navegar pelas ruas de memória. Um pequeno estudo de 2020 sugeriu que as pessoas que usaram o GPS com mais frequência ao longo do tempo mostraram um declínio cognitivo mais acentuado na memória espacial três anos depois.
Jogue jogos
Jogos como bridge e xadrez são ótimos para a memória, mas um jogo mais simples também, aconselha Restak. Por exemplo, o “jogo de memória de trabalho favorito” do neurologista é composto por 20 perguntas – em que um grupo (ou uma única pessoa) pensa em uma pessoa, lugar ou objeto, e a outra pessoa, o questionador, faz 20 perguntas com um sim ou-sem resposta. Porque o questionador deve manter todas as respostas anteriores na memória, para adivinhar a resposta correta.
Outro dos exercícios de memória testados e comprovados pelo neurologista requer apenas uma caneta e papel ou um gravador de áudio. Primeiro, lembre-se de todos os presidentes dos Estados Unidos, começando com o presidente Biden e voltando, digamos, a Franklin D. Roosevelt, escrevendo-os ou gravando-os. Então, faça o mesmo, de FDR a Biden. Em seguida, cite apenas os presidentes democratas e apenas os republicanos. Por último, nomeie-os em ordem alfabética.
Se preferir, experimente com jogadores do seu time favorito ou com seus autores favoritos. O objetivo é envolver sua memória de trabalho, “mantendo informações e movendo-as em sua mente”, escreveu Restak.
Leia mais romances
Um indicador precoce de problemas de memória é desistir da ficção.
— As pessoas, quando começam a ter dificuldades de memória, tendem a mudar para a leitura de não-ficção — afirma.
Ao longo de suas décadas de tratamento de pacientes, o pesquisador notou que a ficção requer um envolvimento ativo com o texto, começando do início e indo até o fim.
— Você precisa se lembrar do que o personagem fez na página 3 quando chegar na página 11 — disse ele.
Cuidado com a tecnologia
Entre os três novos pecados da memória de Restak, dois estão associados à tecnologia. O primeiro é o que ele chama de “distorção tecnológica”. Armazenar tudo em seu telefone significa que "você não sabe", o que pode corroer nossas próprias habilidades mentais.
— Por que se preocupar em focar, concentrar e aplicar esforço para visualizar algo quando uma câmera de celular pode fazer todo o trabalho para você? — questiona.
A segunda maneira pela qual nosso relacionamento com a tecnologia é prejudicial para a memória é porque muitas vezes tira nosso foco da tarefa em mãos.
— Em nossos dias, o maior impedimento da memória é a distração — aponta o neurologista.
Como muitas dessas ferramentas foram projetadas com o objetivo de viciar a pessoa que as usa, e, como resultado, muitas vezes nos distraímos com elas. Hoje em dia, as pessoas podem verificar seus e-mails enquanto assistem à Netflix, conversam com um amigo ou caminham pela rua. Tudo isso impede nossa capacidade de focar no momento presente, que é fundamental para a codificação de memórias.
Trabalhe com um profissional de saúde mental, se necessário
Seu humor desempenha um grande papel no que você faz ou não lembra. A depressão, por exemplo, pode diminuir muito a memória.
— Entre as pessoas que são encaminhadas a neurologistas por problemas de memória, uma das maiores causas é a depressão — elucida Restak.
Seu estado emocional afeta o tipo de memórias que você lembra. O hipocampo (ou “centro de entrada de memória”, de acordo com o pesquisador) e a amígdala (a parte do cérebro que gerencia as emoções e o comportamento emocional) estão ligados.
— Então quando você está de mau humor ou deprimido, você tendem a se lembrar de coisas tristes — aponta.
O tratamento da depressão – quimicamente ou por meio de psicoterapia – também costuma restaurar a memória.
Entenda se há motivo para preocupação
Ao longo de sua carreira, dezenas de pacientes questionaram a Restak como eles podem melhorar sua memória. Mas nem todos os lapsos de memória são problemáticos. Por exemplo, não lembrar onde você estacionou seu carro em um estacionamento lotado é bastante normal. Esquecer como você chegou ao estacionamento em primeiro lugar, no entanto, indica possíveis problemas de memória.
— Não há uma solução simples para saber o que deve ser motivo de preocupação — muito disso depende do contexto – explica.
Por exemplo, é normal o esquecer o número do quarto do seu hotel, mas não o endereço do seu apartamento. Se você estiver preocupado, é melhor consultar um especialista médico.
Por - O Globo
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou o fim da limitação ao número de consultas e sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.

Agora, os planos de saúde terão que oferecer cobertura ilimitada para pacientes com qualquer doença ou condição de saúde listada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo informações da ANS.
A decisão, tomada ontem (11) em reunião extraordinária da diretoria colegiada da agência, foi divulgada pela assessoria de imprensa da ANS. A nova resolução deve começar a valer a partir de 1º de agosto deste ano.
Médico do paciente
Com isso, serão excluídas as diretrizes de utilização para consultas e sessões com esses tipos de profissionais. O atendimento passará a considerar a prescrição do médico do paciente.
A ideia foi “promover a igualdade de direitos aos usuários da saúde suplementar e padronizar o formato dos procedimentos atualmente assegurados, relativos a essas categorias profissionais”.
No dia 1º de julho, a ANS já havia tornado obrigatória, para pacientes com transtornos globais do desenvolvimento, a cobertura de qualquer método ou técnica indicada pelo médico.
Por - Agência Brasil
A endometriose, doença que acomete 6,5 milhões de mulheres no Brasil, ganhou repercussão nos últimos dias depois que a cantora Anitta revelou ter recebido um diagnóstico e que passará por cirurgia.
O dado sobre a ocorrência entre brasileiras faz parte de um levantamento feito em 2020 pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). No mundo, são 176 milhões de casos.

Ao se manifestar em uma rede social, a artista disse querer que mais pessoas falem sobre o tema e que mulheres recebam o apoio necessário. “[Que] Mulheres que precisam da saúde pública possam ter mais recursos e melhorias de vida. E também para que as mulheres que trabalham tenham direitos no sentido de não serem obrigadas a trabalhar em condições de tremenda dor simplesmente pelo fato de que a doença não é entendida”, escreveu.
O ginecologista e obstetra Mario Martinez, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), descreve a endometriose como o fenômeno em que o tecido interno do útero, chamado endométrio, fica fora da cavidade uterina. O crescimento desse tecido pode atingir regiões como o “ligamento uterossacro, septo reto-vaginal, pode caminhar em direção ao intestino e, às vezes, também pegar a parte anterior do útero, atingindo a bexiga".
Dores fortes em cólica no período menstrual (dismenorreia), até mesmo com dores incapacitantes, são alguns dos sintomas mais comuns. Também são comuns dores nas relações sexuais (dispareunia). “Pode levar ainda a quadros de infertilidade feminina. A mulher não consegue engravidar porque, quando ela tem endometriose profunda no compartimento posterior do útero, leva a fatores peritoneais que provocam uma falha de implantação do embrião no endométrio”, acrescenta Martinez.
O médico defende que a doença seja sempre investigada quando relatos como este chegarem aos consultórios. “Se não for, você vai tratar como cólica menstrual, mas se ela relata cólica, na minha opinião, já merece uma investigação. Se você não pensar em endometriose, você não faz diagnóstico, uma vez que o ultrassom comum não pega”, explica. Segundo Martinez, isso ocorre porque a endometriose é uma lesão plana. Os exames para o diagnóstico são ultrassom transvaginal com preparo intestinal ou ressonância magnética.
Uma parte do tratamento envolve o bloqueio hormonal dos ovários, fazendo com que a mulher pare de menstruar. “Quando você tira o fator de produção de hormônio da mulher, que seria estrogênio, com medicações anti-estrogênicas, você acaba fazendo com que a endometriose diminua e, às vezes, até suma, em algumas situações”, aponta.
Se a doença estiver muito avançada, o tratamento é inicialmente cirúrgico e depois hormonal. “Você faz a cirurgia de retirada dos tecidos endometrióticos e depois promove um bloqueio para que não retorne. A doença pode se tornar crônica, então se você não bloqueia ela pode voltar.”
“Pesquisem, galera. A endometriose é muito comum entre as mulheres. Tem vários efeitos colaterais, em cada corpo de um jeito. Podem se estender até a bexiga e causar dores terríveis ao urinar. Existem vários tratamentos. O meu terá que ser cirurgia”, aconselhou Anitta no Twitter.
Por - Agência Brasil
Nos últimos 10 anos, as pesquisas e o uso legal de cannabis medicinal aumentaram muito no Brasil.
Segundo o neurocientista Sidarta Ribeiro, que é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o avanço acompanha a tendência mundial de regulamentação de medicamentos feitos à base da planta, popularmente conhecida como maconha.

“Isso acontece muito pela ação de familiares de pacientes, de pacientes organizados em associações, isso está crescendo muito. São dezenas de milhares de pessoas que fazem tratamento medicinal com cannabis, isso não existia há 10 anos atrás. Tem um monte de gente que tem autorização para importar, que consegue comprar na farmácia, embora seja caríssimo.”
Ele participou do seminário internacional Cannabis amanhã: um olhar para o futuro, que ocorreu ontem (9) e hoje (10) no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi).
Tradição e proibição
Para o professor, a proibição da cannabis no Brasil não cumpriu o que prometeu - diminuir o uso recreativo da substância e a violência envolvida no mercado ilegal da planta - e isso está sendo percebido pela população.
“As pessoas estão se conscientizando de que foram enganadas, de que muita injustiça foi cometida em nome dessa guerra contra a maconha e que, na verdade, se elas precisam, ou se algum familiar, algum amigo precisa dessa substância para lidar com situações de vida ou morte, elas são capazes de romper as amarras desse difamação que a maconha sofreu por muitas décadas.”
Também palestrante no evento, o líder indigenista e ambientalista Ailton Krenak lembra que a cannabis foi introduzida no Brasil pelos povos africanos e, depois incorporada aos rituais de alguns povos indígenas há 300 anos.
“A gente não pode naturalizar a ideia de que a cannabis integra o repertório de conhecimento dos povos originários daqui da América do Sul. Ela não é nativa daqui, ela veio para cá com os povos que vieram da África, né? Tem gente que acha que ela entrou pelo Caribe, pela América Central, tem outros historiadores que dizem que os povos que vieram do Benim, da África, levaram ela para o Maranhão e daí ela entrou na Amazônia.”
Krenak destaca a importância das plantas medicinais no saber tradicional dos povos originários, muitas cantadas em rituais tradicionais e outras integrantes de mitos fundadores desses povos.
“O uso medicinal e o uso ritualístico, ele foi integrado a outras práticas, assim como a jurema. A jurema é daqui, é nativa, os povos indígenas do Nordeste têm os rituais da jurema e assimilaram essa planta que veio da África como uma planta que é parente da jurema”.
Associação
A advogada Margarete Brito, fundadora e diretora da Apepi, explica que a associação foi criada em 2014 para ajudar familiares e pacientes que viram na cannabis medicinal uma grande melhora na qualidade de vida de pessoas com doenças rara e neurológicas, como epilepsia. A família dela foi a primeira a conseguir autorização judicial para plantar a maconha e extrair o óleo medicinal em casa e, depois disso, criou a Apepi para ajudar outros pacientes. Atualmente, a associação fornece o óleo para quase 4 mil pacientes.
Este é o terceiro evento que a associação promove em parceria com a Fiocruz, sendo o primeiro em 2018. De acordo com Brito, os palestrantes apresentaram muitos avanços nas pesquisas, esclarecimento médico e no uso da cannabis medicinal no país.
“Até por relato de participantes, médicos, pesquisadores que estão nessa edição, dizendo o quanto o debate avançou. As associações já estão conseguindo plantar e abrir espaço para pesquisa. Hoje, a Apepi tem parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e com a Unicamp, que faz a dosagem de todos os óleos. No último seminário, em 2019, isso nem existia.”
Ela destaca a importância de se amadurecer o debate em torno da maconha medicinal, até para baratear o acesso aos medicamentos, ainda muito caros. Para a advogada, o preço pode baixar com a aprovação do Projeto de Lei (PL) 399/15, que regulamenta o plantio de Cannabis sativa para fins medicinais e a comercialização de medicamentos que contenham extratos, substratos ou partes da planta. O PL foi aprovado na comissão especial da Câmara dos Deputados no mês passado, mas que teve o trâmite novamente interrompido.
“Ainda é muito caro. Além de melhorar o acesso, você gera riqueza para o país, né? Porque hoje existem inúmeras pessoas que ainda usam o produto que vem lá de fora, pagando em dólar. Como o Sidarta diz, é igual você importar mandioca para fazer farinha.”
Pesquisa
O médico sanitarista e assessor de relações institucionais da Fiocruz, Valcler Rangel, explica que a Fiocruz pretende implantar ações para induzir a pesquisa na área, com o objetivo de possibilitar o uso da cannabis medicinal como um recurso para a saúde pública.
"A gente está formulando uma proposta de indução de pesquisas e estudos amplos nessa área, estudos interdisciplinares, pegando no campo biológico, dos estudos clínicos e também das ciências sociais. A ideia é induzir estudos voltados para essa questão do uso medicinal da cannabis, com a constituição de plataformas de análise e a criação de um grupo de trabalho permanente com o pessoal das universidades e da sociedade civil, que trabalhe uma agenda combinada das instituições para esse enfrentamento das dificuldades do uso da cannabis”.
Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que canabinoides são eficazes no tratamento de doenças neurológicas.
Estudos indicam parkinson, glaucoma, depressão, autismo e epilepsia. Além disso, há evidências da eficácia dos canabinoides contra dores crônicas, em efeitos antitumorais e também contra enjoos causados pela quimioterapia, além da aplicação no tratamento da espasticidade causada pela esclerose múltipla.
Os canabinoides também demonstraram evidências de que são efetivos para o tratamento da fibromialgia, distúrbios do sono, aumento do apetite e diminuição da perda de peso em pacientes com HIV; melhora nos sintomas de síndrome de Tourette, ansiedade e para a melhora nos sintomas de transtornos pós-traumáticos.
Por - Agência Brasil
Respire fundo, expanda a barriga. Pause. Expire lentamente contando até cinco. Repita quatro vezes.
Parabéns. Você acabou de acalmar seu sistema nervoso.
A respiração controlada, como a que você acabou de praticar, demonstrou reduzir o estresse, aumentar o estado de alerta e estimular o sistema imunológico. Durante séculos, os praticantes de ioga usaram o controle da respiração — conhecido como pranayama — para promover a concentração e melhorar a vitalidade. Buda defendia a meditação da respiração como uma forma de alcançar a iluminação.
A ciência está apenas começando a fornecer evidências de que os benefícios dessa prática antiga são reais. Estudos descobriram, por exemplo, que as práticas de respiração podem ajudar a reduzir os sintomas associados à ansiedade, insônia, transtorno de estresse pós-traumático, depressão e transtorno de déficit de atenção.
— Respirar é extremamente prático — diz Belisa Vranich, psicóloga e autora do livro “Breathe” (Respire). — É meditação para pessoas que não podem meditar.
A forma como a respiração controlada pode promover a cura de sintomas de doenças continua sendo uma fonte de estudo científico. Uma teoria é que a respiração controlada pode alterar a resposta do sistema nervoso autônomo do corpo, que controla processos inconscientes, como frequência cardíaca e digestão, bem como a resposta ao estresse do corpo, explica Richard Brown, professor clínico associado de psiquiatria da Universidade de Columbia e co-autor do livro “The Healing Power of the Breath” (O Poder de Cura da Respiração, em tradução livre do inglês).
Mudar conscientemente a maneira como você respira parece enviar um sinal ao cérebro para ajustar o ramo parassimpático do sistema nervoso, que pode diminuir a frequência cardíaca e a digestão e promover sentimentos de calma, bem como o sistema simpático, que controla a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol.
Muitas doenças, como ansiedade e depressão, são agravadas ou desencadeadas pelo estresse.
— Vi pacientes transformados pela adoção de práticas respiratórias regulares — conta Brown, que tem um consultório particular em Manhattan e ministra workshops de respiração em todo o mundo.
Quando você respira devagar e com firmeza, seu cérebro recebe a mensagem de que tudo está bem e ativa a resposta parassimpática, afirma Brown. Quando você respira superficialmente rápido ou prende a respiração, a resposta simpática é ativada.
— Se você respirar corretamente, sua mente se acalmará — esclarece Patricia Gerbarg, professora clínica assistente de psiquiatria no Colégio de Medicina de Nova Iorque e co-autora de Brown.
Chris Streeter, professora associada de psiquiatria e neurologia da Universidade de Boston, concluiu recentemente um pequeno estudo no qual mediu o efeito da ioga diária e da respiração em pessoas com diagnóstico de transtorno depressivo maior.
Após 12 semanas de ioga diária e respiração coerente, os sintomas depressivos dos participantes diminuíram significativamente e seus níveis de ácido gama-aminobutírico, um químico cerebral que tem efeitos calmantes e anti-ansiedade, aumentaram. A pesquisa foi apresentada em maio no Congresso Internacional de Medicina Integrativa e Saúde em Las Vegas. Embora o estudo tenha sido pequeno e não tenha um grupo de controle, Streeter e seus colegas estão planejando um teste controlado e aleatório para testar ainda mais a intervenção.
— As descobertas foram emocionantes. Eles mostram que uma intervenção comportamental pode ter efeitos de magnitude semelhante a um antidepressivo — afirma.
A respiração controlada também pode afetar o sistema imunológico. Pesquisadores da Universidade Médica da Carolina do Sul dividiram um grupo de 20 adultos saudáveis em dois grupos. Um grupo foi instruído a fazer duas séries de exercícios respiratórios de 10 minutos, enquanto o outro grupo foi instruído a ler um texto de sua escolha por 20 minutos. A saliva dos sujeitos foi testada em vários intervalos durante o exercício. Os pesquisadores descobriram que a saliva do grupo de exercícios respiratórios tinha níveis significativamente mais baixos de três citocinas associadas à inflamação e ao estresse. Os resultados foram publicados na revista BMC Complementary and Alternative Medicine em agosto.
Aqui estão três exercícios básicos de respiração para tentar por conta própria.
Respiração Coerente
Se você tiver tempo para aprender apenas uma técnica, esta é a única a tentar. Na respiração coerente, o objetivo é respirar a uma taxa de cinco respirações por minuto, o que geralmente se traduz em inspirar e expirar contando até seis. Se você nunca praticou exercícios de respiração antes, pode ter que trabalhar essa prática lentamente, começando com inalar e exalar contando até três e indo até seis.
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A respiração coerente é uma técnica na qual o objetivo é respirar cinco vezes por minuto — Foto: Andrew Rae/New York Times
1. Sentado ereto ou deitado, coloque as mãos na barriga.
2. Inspire lentamente, expandindo a barriga, contando até cinco.
3. Pausa.
4. Expire lentamente contando até seis.
5. Trabalhe até praticar esse padrão por 10 a 20 minutos por dia.
Alívio de estresse
Quando sua mente está acelerada ou você se sente tenso, experimente a respiração "Rock and Roll", que tem o benefício adicional de fortalecer seu núcleo.
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A técnica de respiração chamada "Rock and Roll" alivia o estresse — Foto: Andrew Rae/New York Times
1. Sente-se ereto no chão ou na beirada de uma cadeira.
2. Coloque as mãos na barriga.
3. Ao inspirar, incline-se para a frente e expanda a barriga.
4. Ao expirar, esprema o ar e enrole-se para a frente enquanto se inclina para trás; expire até ficar completamente sem ar.
5. Repita 20 vezes.
Respiração energizante "HA"
Quando a lentidão do meio da tarde chegar, levante-se e faça um rápido trabalho de respiração para acordar sua mente e corpo.
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A respiração HA energizante ajuda em momentos sonolentos do dia — Foto: Andrew Rae/New York Times
1. Fique de pé, cotovelos dobrados, palmas das mãos voltadas para cima.
2. Ao inspirar, puxe os cotovelos para trás, com as palmas das mãos voltadas para cima.
3. Em seguida, expire rapidamente, empurrando as palmas das mãos para a frente e virando-as para baixo, enquanto diz “Ha” em voz alta.
4. Repita rapidamente 10 a 15 vezes.
Por - O Globo
O Ministério da Saúde anunciou hoje (7) a ampliação da vacinação contra o papilomavirus humano quadrivalente (HPV4) para homens de até 45 anos com imunossupressão.
A ampliação de faixa etária segue recomendações de sociedades científicas. Isso significa que, a partir de agora, homens de até 45 anos transplantados, pacientes oncológicos ou vivendo com HIV/Aids podem se vacinar. O esquema tradicional de três doses continuará sendo usado, independente da idade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é que haja entre 9 a 10 milhões de infectados por esse vírus no Brasil e que a cada ano surjam 700 mil novos casos da infecção no país. O risco de desenvolvimento de cânceres associados ao HPV é cerca de quatro vezes maior entre pessoas vivendo com HIV/Aids e transplantados, do que na população sem a doença ou transplante.
A imunossupressão crônica é um dos principais fatores de risco para aquisição e persistência do HPV, esclareceu o ministério, por meio da assessoria de imprensa. É também importante fator de risco para a progressão de lesões pré-cancerosas e neoplasias, especialmente em pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados de células-tronco hematopoéticas e órgãos sólidos e indivíduos em tratamento para câncer (rádio e/ou quimioterapia).
A vacina HPV quadrivalente previne os cânceres relacionados aos HPV 16 e 18; cânceres de colo do útero, de vulva e vagina; o câncer peniano e cânceres de orofaringe e anal em homens e mulheres, além das verrugas genitais nos dois sexos relacionadas ao HPV 6 e 11. Podem se vacinar contra o HPV meninas de 9 a 14 anos; meninos de 11 a 14 anos; e homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.
Por - Agência Brasil


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