Saúde vai intensificar ações para mitigar efeito de queimadas e seca

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou hoje (25) que vai intensificar os trabalhos da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, diante do atual quadro de secas, queimadas e demais ocorrências geradas pelas mudanças no clima.

A Sala de Situação existe desde junho e tem como objetivo planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas em momentos de urgência.

O excesso de fuligem e fumaça no ar, associado ao clima seco, pode provocar mal-estar a muitas pessoas, em especial crianças e idosos. Especialistas têm apontado preocupação com a saúde da população diante do agravamento dos cenários de seca.  

Segundo a ministra, a partir dos dados obtidos pelo programa Vigiar (Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do AR), o Ministério da Saúde estabelece as parcerias com os secretários estaduais e municipais de saúde pelo país. 

Nísia destacou que, apesar de as recomendações do Ministério de Saúde serem uniformes, existe a necessidade de se observar as especificidades de cada região. “Há uma capilaridade na forma de atuar que precisa ser feita em conjunto com as equipes do estado e dos municípios”, disse, durante entrevista do programa Bom dia, ministra.

A ação da Força Nacional SUS, a postos no apoio aos estados e municípios atingidos pelas queimadas, também pode ser intensificada principalmente no reforço das equipes do programa Saúde da Família e nas unidades básicas de saúde. 

Yanomami

Durante entrevista, Nísia destacou ainda a ampliação do número de médicos no território Yanomani, com a contratação de 400 profissionais de saúde, como ginecologistas, obstetras, médicos de família, pediatras, infectologias, socorristas e sanitaristas. O investimento foi feito em conjunto pela pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e a Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSus).

Arboviroses

A ministra citou ainda o lançamento do plano de ação para redução dos impactos das arboviroses. Segundo ela, a dengue ampliou sua escala de presença chegando hoje a cerca de 200 países. “O Uruguai, por exemplo, teve agora uma primeira epidemia de dengue”, comentou. A intenção do ministério é, além das estratégicas tradicionais no combate ao mosquito Aedes Aegypti (transmissor da doença), utilizar novas tecnologias a partir de estudos científicos, como o chamado Método Wolbachia, conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Trata-se de um método de liberar os mosquitos com a bactéria chamada Wolbachia, que impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika e chikungunya e febre amarela no organismo dos insetos, de modo a inibir o contágio em seres humanos a partir das suas picadas. 

Ultraprocessados

A ministra ainda comentou que tem tratado com o ministro da economia, Fernando Haddad, aspectos da reforma tributária enfatizando a necessidade de aumentar a incidência de impostos sobre produtos ultraprocessados e cigarros, prejudiciais à saúde da população.

O programa Bom Dia, Ministra é uma produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), exibido ao vivo e conta com o formato de entrevista coletiva, com participação de repórteres de diversas partes do país.

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

Comissão define status do Brasil em relação ao sarampo em novembro

O Brasil recebe no dia 4 de novembro a Comissão Regional de Monitoramento e Verificação da Eliminação do Sarampo, da Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita nas Américas.

Esta será a quarta reunião em solo brasileiro do grupo, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para monitorar a situação das doenças no continente. O encontro, em Brasília, deve definir, especificamente, o status brasileiro em relação ao sarampo. 

Em 2016, o país havia sido certificado como livre do sarampo. O registro de diversos casos importados associados a baixas coberturas vacinais, entretanto, levaram a um novo surto da doença em 2018. Desde então, o Brasil busca, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), fortalecer e integrar ações de vigilância epidemiológica, laboratório, vacinação, atenção primária, comunicação e mobilização social e comunitária.

A previsão, de acordo com o Ministério da Saúde, é que a comissão permaneça no país até 6 de novembro. Durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, no Recife, o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, disse estar otimista diante da possibilidade de recertificação do Brasil como área livre do sarampo.

“Conseguir a recertificação é algo muito possível”, avaliou, ao citar que o país “avançou” de categoria em 2023, passando de endêmico para pendente de reverificação.

Dados da pasta mostram que, em 2018, com a reintrodução do vírus, o país contabilizou 9.329 casos de sarampo em 11 estados. No ano seguinte, o cenário se agravou, totalizando 21.704 casos em 23 estados e levando à perda do certificado.

Em 2020, 8.035 casos foram registrados em 21 estados. No ano seguinte, foram 670 casos em seis estados. Por fim, em 2021, o Brasil registrou 41 casos em quatro estados, sendo o último no dia 5 de junho, no Amapá. 

De lá para cá, nenhum caso autóctone (proveniente de transmissão local) de sarampo foi identificado no Brasil.

Segundo o ministério, dois casos importados da doença foram identificados este ano - um no Rio Grande do Sul e um em Minas Gerais. O cenário permite dizer que o país está há dois anos sem a confirmação de casos endêmicos e, portanto, sem a circulação do vírus, o que abriria caminho para a recertificação. 

A comissão regional fez recomendações ao país no ano passado. Segundo o diretor Ministério da Saúde, foram cumpridas as seguintes:  

- concluir atividades de microplanejamento para melhorar os níveis de imunidade da população;

- intensificar de forma urgente atividades de vacinação em estados e municípios de alto risco e que registraram surtos anteriores;

- modernizar os sistemas de informação sobre vacinação e vigilância de casos;

- e treinar profissionais de saúde estaduais e municipais em conceitos básicos de vigilância, busca ativa e resposta rápida ao sarampo.

Ainda de acordo com o diretor do PNI, a pasta deve publicar em outubro uma atualização do plano de ação relacionado à doença, que deixa de mirar na interrupção da circulação do vírus no país e passa a priorizar a reverificação do sarampo e também a sustentabilidade da eliminação da rubéola no Brasil.

Outra ação destacada por Gatti é a instituição do Dia S, um dia de mobilização nacional para vacinação e busca ativa de casos de sarampo.

“A busca pela eliminação do sarampo não envolve só vacinar. Há todo um processo de vigilância que a gente precisa organizar”, disse, ao citar desafios não apenas para alcançar a recertificação de país livre da doença, como também para a manutenção dessa nova certificação, de forma que o cenário de 2018 não se repita. 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

Vacinas: combate às fake news deve focar em quem tem dúvidas, diz Opas

O combate às fake news envolvendo vacinação, sobretudo nas redes sociais, deve ter como foco quem tem dúvidas sobre a eficácia e a segurança das doses e não quem espalha boatos e notícias falsas. É o que defende a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross. 

“Temos que trabalhar muito, e temos que trabalhar juntos, contra essas pessoas [que espalham fake news], sabendo que não vão mudar. Mas há um outro grupo de pessoas. E são pessoas com quem ainda podemos falar porque têm dúvidas”, disse Socorro, ao participar da 26ª Jornada Nacional de Imunizações, no Recife. 

“Somos mais os que acreditam que as vacinas dão certo. Alguns dizem que vacinas não são boas. Estes são poucos, mas eles falam muito. E isso chega pelas redes sociais”, destacou Socorro. “Por isso, temos que falar com as pessoas que ainda podemos mudar porque têm dúvidas. Elas precisam de informação que dá certo.”

Para a representante da Opas no Brasil, o país vive o que chamou de “momento de virada” no que diz respeito à vacinação. “Já se mostrou, ao mundo todo, que é possível, quando se tem decisão política e coordenação. Que dá certo”, disse, ao destacar que o Brasil, recentemente, deixou de integrar a lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas. 

“O Brasil tem elevado suas coberturas vacinais como nenhum outro país tem feito e mostra, novamente, a força proveniente da união, em meio a adversidades, de instituições que se juntam para cuidar de todos”, concluiu, destacando que a Opas segue como parceira do governo e de instituições brasileiras nesse processo.

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

Fiocruz mantém alerta para alta de casos graves de covid-19

O novo Boletim InfoGripe desta semana destaca que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 crescem e se ampliam no país. A atualização mostra aumento dos casos de SRAG associado à covid-19 no Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Os estados de Minas Gerais e Paraná também apresentam leve aumento de casos SRAG em idosos, provavelmente associado à covid-19. Os dados foram divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (19).

A manutenção do aumento dos casos de SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos de idade em muitos estados da região Centro-Sul e em alguns estados do Norte-Nordeste está associada ao rinovírus. No entanto, já é possível observar sinais de desaceleração no crescimento de SRAG pela doença em alguns desses estados e até mesmo a queda das hospitalizações por rinovírus em outras regiões do país. 

Entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos de idade, os vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus continuam sendo as principais causas de internações e óbitos. A mortalidade da SRAG permanece mais elevada entre os idosos, com predomínio de covid-19, seguido pela influenza A. 

No agregado nacional, há sinal de aumento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Esse aumento se deve a um crescimento das SRAG por rinovírus e covid-19 em muitos estados. 

A análise aponta que 14 unidades federativas apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.  

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella ressalta que o crescimento dos  casos graves por  rinovírus já começam a dar sinais de desaceleração em alguns estados ou até de queda em algumas regiões. Em relação aos vírus da influenza A, informa Tatiana, os casos graves do vírus continuam em baixa  na maior parte do país. 

No entanto, segundo a pesquisadora, o estudo observou aumento de casos graves por influenza A no Rio Grande do Sul. "Por isso, é importante que todas as pessoas do grupo de risco do Rio Grande do Sul que ainda não tomaram a vacina contra o vírus da influenza A procurem um posto de saúde para se vacinarem contra o vírus. Além disso, diante do cenário de aumento de casos graves de covid-19 em muitos estados do país, é muito importante que todas as pessoas do grupo de risco também estejam em dia com a vacina".

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

Anticorpo para recém-nascido é promessa no combate ao vírus sincicial

O vírus sincicial respiratório (VSR) figura atualmente como uma das principais causas de infecção das vias respiratórias entre recém-nascidos e ao longo dos primeiros meses de vida.

No Brasil, o vírus costumava circular com maior intensidade no outono e no inverno. Mas, desde 2023, o país registra aumento no número de hospitalizações infantis fora de época ocasionadas pela infecção.

A infectologista e virologista Nancy Bellei, que atua como consultora para o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS), alerta que, em muitos casos, o vírus é transmitido a recém-nascidos e bebês pequenos por irmãos em idade escolar. “Na pandemia de covid-19, fechou tudo, e a carga da doença diminui muito. Depois, quando as coisas reabriram, as pessoas começam a se reinfectar de novo. A gente se reinfecta com VSR a vida toda.”

“Precisamos de estratégias passivas para proteger esses bebês, que são mais vulneráveis a desfechos graves pelo vírus”, disse. Uma das promessas, segundo ela, é o anticorpo monoclonal nirsevimabe, no formato injetável e em dose única, indicado para recém-nascidos prematuros ou a termo e para bebês de até 12 meses. Já autorizado para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o medicamento deve chegar ao país nos próximos dias.

Num primeiro momento, a proposta é que o monoclonal seja administrado no início da primeira temporada de VSR do bebê. Alguns profissionais de saúde, entretanto, defendem que o medicamento esteja disponível ao longo de todo o ano. “Temos quase um terço dos casos fora da chamada sazonalidade. Na minha opinião, a indicação do monoclonal não deveria ser sazonal”, avaliou o presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Safadi.

“Outra gestão é um hábito específico do brasileiro. Nasce o bebê, vai toda a galera que conhece a mãe, vão os amigos de futebol do pai. Todos vão visitar o bebê. Fazem aquela festa na maternidade. E o recém-nascido é um indivíduo que precisa de muita proteção. A melhor estratégia para uma doença que já começa a ser grave no primeiro dia é mesmo a imunização passiva.”

Entenda

Diferentemente da vacina, que se classifica como imunização ativa, o anticorpo monoclonal figura como imunização passiva porque já entrega ao paciente a defesa de que ele necessita. Na prática, enquanto a vacina exige que o organismo reaja para produzir anticorpos, o anticorpo monoclonal é introduzido prontamente ao organismo, além de causar menos reações adversas.

 

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

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