Verões são maravilhosos, cuide de sua pele para ter muitos pela frente  

Neste dia 21 começa, oficialmente, o verão.

A chegada desta estação nos proporciona lindos dias de sol e calor. Mas, infelizmente, a exposição prolongada ao sol é um fator de preocupação. Entre as 10 e 16 horas, a incidência da radiação solar é mais agressiva, pois é neste período em que mais se concentra a emissão de radiação UVA (representando 95% dos raios solares que chegam até nós). Por isso, de bebês a adultos, nessa faixa horária é importante evitar a exposição direta ao sol para que haja menos riscos de surgimento de câncer de pele. A campanha Dezembro Laranja faz este alerta todos os anos, desde 2014, atuando pela conscientização e prevenção do câncer de pele, cada vez mais comum no Brasil.  

Atualmente, o câncer de pele é considerado a segunda principal causa de morte no Brasil e no mundo, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. No país, ele corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados anualmente. De acordo com a pesquisa do Instituto Nacional do Câncer, nos anos de 2023, 2024 e 2025 serão diagnosticados 704 mil casos por ano. Globalmente, a OMS afirma que haverá 27 milhões de novos casos até 2030, com 17 milhões de óbitos e 75 milhões de pessoas vivas anualmente com câncer. O maior efeito desse aumento vai incidir em países de baixa e média rendas. Porém, inúmeros estudos mostram que os cuidados de prevenção e o diagnóstico precoce ajudam a desacelerar esse crescimento e a ampliar os casos em que a cura é possível.

O câncer de pele é resultado dos efeitos da exposição solar em médio e longo prazo e pode aparecer a partir do surgimento de lesões pigmentadas – conhecidas como pintas ou nervos melanocíticos, os quais podem evoluir ou não para um quadro maligno durante a vida. Ele aparece em adultos, crianças e adolescentes, pois nossa pele tem “memória” e acumula os danos solares ao longo da vida. Desta forma, os cuidados devem começar na infância e se estender por toda a vida.

Entre os tipos de câncer de pele, o não-melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade. Considerado o mais comum em pessoas acima dos 40 anos, o câncer de pele é relativamente raro em crianças. Pacientes portadores de doenças cutâneas anteriores, como o vitiligo, tem menor proteção da pele contra o sol e maior risco de incidência do câncer de pele carcinoma espinocelular (tumor maligno).

Embora mais comum em pessoas de pele branca, o câncer de pele pode surgir também em pessoas pretas e asiáticas. Outro fator a ser observado é que ele pode aparecer embaixo da unha, na planta do pé e por meio do HPV, tanto na região bucal quanto na genital.

Se for à praia ou passar o dia em um local com piscina, lembre-se de aplicar protetor solar com FPS a partir de 30, reaplicando-o a cada quatro horas e, caso se molhe, reaplicando-o logo depois, na pele seca. Tentar evitar o horário de pico é importante, mas no verão o calor nos atrai para o sol e para a água, não é mesmo? Assim, abuse do protetor solar e corra para a sombra nos intervalos entre um mergulho e outro. Além disso, usar roupas de proteção UV ou mesmo roupas comuns, bonés e chapéus constituem uma ótima alternativa de cuidado.

Evitar a exposição solar contínua é, sem dúvida, o melhor caminho. Hábitos saudáveis também são fundamentais: diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar, fazer atividades físicas constantes e manter uma alimentação saudável são atitudes que contribuem muito para evitar a doença. Cuide de si mesmo e cuide de suas crianças. O câncer de pele é evitável, mas depende diretamente da sua atenção na prevenção.  

* Rossana Vasconcelos é médica dermatologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.  

  

 

 

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motivos para começar a fazer alongamento

Você é um daqueles que gosta de atividade física e ao mesmo considera o alongamento como um “saco”?

 

Pois é, esse sacrifício antes do seu momento de lazer pode te livrar de muitos revezes. Nesse sentido, saiba na sequência as três vantagens do alongamento para o exercício físico.

 

Previne lesões

Não importa se você esperou por muito tempo para jogar aquele futebol com os amigos, beach tennis e qualquer outra atividade física, ou seja, cumpra com uma série de alongamentos para evitar possíveis danos. São alguns minutos de sacríficos que valem a pena.

 

“A falta de alongamento pode levar a várias lesões, principalmente nas nossas articulações e também nos nossos ligamentos”, disse com exclusividade para o Sport Life a professora do curso de Educação Física do CEUB (Centro Universitário de Brasília) Hetty Lobo.

 

Importância

“O alongamento é essencial para as nossas atividades diárias. Muitas vezes as pessoas confundem e pensam que não é necessário fazer o alongamento. O alongamento vai nos trazer o benefício junto com a flexibilidade, que deve ser trabalhada ao longo das nossas vidas. Porque nós vamos perdendo essa flexibilidade com o passar dos anos. Perdendo essa flexibilidade, pode sim nos levar a essas lesões”, orienta Lobo.

 

Antes e depois

O fim do “play” já é o momento para se trocar no vestiário para depois confraternizar com a turma de amigos? Errado! Dedica alguns minutos para se alongar e posteriormente verá o quão será benéfico para o seu dia a dia.

 

“Realizar o alongamento antes e após o exercício físico. Vai trazer só benefícios para o nosso corpo e um alívio para as nossas dores. É de extrema relevância. Tão aí várias atividades como pilates, que trabalha o nosso fortalecimento muscular”, termina Hetty.

 

Ressalva

A ponderação é necessária apenas para os atletas de alto rendimento. A Universidade de Nevada, nos Estados Unidos, publicou um estudo no Journal of Strength and Conditioning Research em que mostrou que os alongamentos estáticos devem ser feitos somente depois do exercício. Esse tema foi publicado no ano de 2008 e até aqui não houve nenhum desdobramento sobre esse assunto.

 

 

 

 

Por Guilherme Faber

 

 

 

O que acontece com nosso corpo

Tomar umas cervejas ou alguns bons drinks para celebrar uma noite de festas com os amigos sempre parece uma ideia divertida.

 

Porém, basta exagerar um pouco na medida para sentirmos na pele o peso da ressaca. No dia seguinte, acordamos com dores de cabeça, estômago embrulhado e o corpo extremamente cansado.

Não é preciso de muito para ver que o álcool minou as nossas resistências durante a noite e teve alguns impactos negativos em nossa saúde. Inclusive, inúmeros estudos associam o consumo excessivo de álcool ao câncer, à insuficiência cardíaca, à diabetes e por aí vai. Então, o que aconteceria conosco caso ficássemos um mês sem beber? Entenda!

 

Restaurando as energias

Depois que você tomar seu último drink, seu fígado estará um pouco sobrecarregado e o pâncreas passará a produzir mais insulina. Nesse momento, é importante ingerirmos bastante água, já que estaremos eliminando toxinas através do fígado e dos rins nas próximas horas. No total, o corpo humano demora cerca de 72 horas para se recuperar de uma grande bebedeira.

Após duas semanas sóbrio, você notará uma redução nas bolsas ao redor dos olhos e diminuição do cansaço em geral — sem contar que sua pele ficará mais radiante. Adicione mais uma semana e seus olhos estarão mais brilhantes e claros. No final do mês, a gordura no fígado reduzirá significantemente, aumentando sua capacidade de eliminar toxinas. Nessa fase, muitas pessoas observam uma redução do peso corporal.

Parar de beber também significa ter mais energia ao longo do dia, visto que o consumo de álcool em excesso pode aumentar a pressão arterial em níveis absurdos. Beber regularmente afeta a nossa qualidade de sono. Portanto, ao ficarmos limpos, estaremos aumentando nossas chances de dormir melhor, o bom humor se torna mais provável e estamos menos suscetíveis a ficar irritados. Curiosamente, pessoas que bebem menos chegam a ter até aumento na libido. 

 

Benefícios psicológicos

Quando bebemos de montão, muitos de nós enfrentamos um tremendo mal estar psicológico. Inclusive, para quem consome álcool regularmente em grandes quantidades, esse estado de ansiedade pode se tornar constante. A ressaca moral pelas decisões questionáveis na embriaguez geram uma situação calamitosa na mente humana.

Portanto, parar de beber por um mês pode fazer com que você se torne uma pessoa mais calma em geral. De acordo com um estudo holandês publicado na revista Personality and Individual Differences, cerca de 12% dos consumidores de álcool sofrem da chamada "ansiessaca". 

Pessoas que já são ansiosas costumam observar os efeitos em proporções maiores ainda. Dar um tempo na bebedeira te livrará de muitos desses sofrimentos. No entanto, é preciso ressaltar que só um tempinho não basta. O detox é extremamente bem-vindo, mas o ideal é que a pessoa consiga mudar seus hábitos para não sofrer com os excessos da bebida. Caso você volte a beber feito um maluco depois dos 30 dias de pausa, inevitavelmente verá que voltou à estaca zero.

 
 
 
 
 
Por Pedro Freitas
 
 
 
dicas para manter o peso

O final do ano chegou e, com ele, as comemorações para reunir os amigos e a família, período propício para sair da dieta. As ceias e festas de final de ano são famosas pela variedade de pratos tradicionais e bebidas que complementam as confraternizações.

 

Para quem está buscando a manutenção ou a perda de peso este é um período que exige muito cuidado, força de vontade, mas acima de tudo, planejamento, tendo em vista que é possível driblar ou substituir alimentos e bebidas mais calóricas por opções menos calóricas.

 

Confira algumas dicas de profissionais - especialistas no tratamento da obesidade - para garantir que todos os seus esforços para manter a dieta não sejam perdidos nas festas de final de ano.

 

Equilíbrio

A primeira orientação é manter a alimentação equilibrada. Seja para pessoas que estão em processo de emagrecimento ou para os que já atingiram seu objetivo, o mês de dezembro acaba tirando as pessoas da rotina.

 

A nutricionista, Natalie Marques, reforça a importância de continuar com o planejamento alimentar nesse período. “É normal que as pessoas saiam um pouco da dieta na noite de natal, e por isso é essencial manter uma alimentação saudável nos outros dias. O planejamento é fundamental para saber o que vai comer ao longo do dia e evitar o consumo de alimentos industrializados na hora da fome”, afirma Natalie.

 

Já o cirurgião e especialista no tratamento cirúrgico da obesidade, José Alfredo Sadowski, lembra que alimentos calóricos e gordurosos em excesso - comuns nesta época do ano, também influenciam e são prejudiciais para pacientes que estão buscando o controle do peso e de doenças como a hipertensão e o Diabetes. "É importante pensar na saúde como um todo para evitar que estes 15 últimos dias do ano impactem no tratamento que vem sendo feito nos últimos meses", reforça Sadowski.

 

Trocas inteligentes

Com armários e geladeira cheios de opções saudáveis e naturais, fica mais fácil cuidar do peso. “Antes de ir ao mercado, faça uma lista dos alimentos que irão compor a sua semana ou ceia de natal, e se atente apenas aos itens listados. Invista em frutas e verduras e evite produtos industrializados, gordurosos e ultraprocessados”, orienta Natalie. Algumas trocas inteligentes também podem deixar a sua ceia de natal ou de ano novo mais saudável. “Evite comprar as carnes que já vêm temperadas. O tempero natural é sempre melhor. Ervas finas, sal, pimenta do reino e outras especiarias podem deixar sua ave ainda mais deliciosa e saudável”, explica a nutricionista.

 

Confraternizações

Antes de ir para aquela festa de final de ano procure fazer um pequeno lanche para reduzir o apetite. Chegando lá, dê preferências para as saladas e carnes magras. "Evite colocar muitos alimentos gordurosos no seu prato, e faça combinações com frutas como abacaxi para ajudar na digestão”, diz Natalie.

 

Outra dica importante, lembrada pelo cirurgião José Alfredo Sadowski, é mesclar o consumo de bebidas alcoólicas. "Para pacientes em tratamento clínico, manutenção de peso e, especialmente, para pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica, a bebida alcóolica é um grande sabotador. Muitas vezes, pacientes que passaram pela redução de estômago, preferem o líquido ao alimento. O consumo de álcool não é proibido, mas deve ser muito reduzido e, se possível, mesclado com água. Isso ajudará a manter a hidratação e reduzir os efeitos do álcool", enfatiza.

 

Atividade física

Manter o corpo ativo é fundamental no processo de emagrecimento e uma recomendação de todos os profissionais de saúde. Nessa reta final do ano, investir em exercícios diários, como uma caminhada matinal, yoga, natação ou outra atividade de sua preferência, mesmo nas férias, ajudará a contrabalancear o consumo calórico e a manter a saúde em dia.

 

Sucos detox, chá e água

"Sucos verdes naturais, chás e muita água são sempre bem-vindos após essas refeições mais calóricas e que fogem da dieta", enfatiza a nutricionista Natalie Marques. Ela lembra que água de coco, laranja, cenoura, gengibre, beterraba e couve são algumas opções que podem compor o suco detox após uma refeição, ceia de natal ou de ano novo.

 

Obesidade x doenças crônicas

Para a população geral, ganhar alguns quilos no fim do ano não representa grande perigo, mas esse panorama muda quando se trata de pessoas com histórico de doenças crônicas como a obesidade, hipertensão, diabetes, entre outras associadas ao excesso de peso.

 

Segundo o Dr. José Alfredo Sadowski, o aumento do peso da população é motivo de preocupação. De acordo com o médico, até o início da próxima década serão aproximadamente 50 milhões de brasileiros com obesidade.

 

"A educação nutricional deveria ser parte do currículo obrigatório do ensino básico. Levando conhecimento para a população e, a longo prazo, mudanças para hábitos de vida mais saudáveis", diz. "Parte disso é conscientizar as pessoas de que a obesidade é uma doença que precisa ser tratada o quanto antes, inclusive na infância e na adolescência”, completa o especialista.

 

 

 

 

Por Maria Claudia Batista

 

 

 

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Como lidar com a ansiedade

Nunca fomos tão ansiosos, dizem por aí.

 

Não sabemos se isso é verdade, mas é um fato que os números da ansiedade no Brasil são alarmantes: 9,3% da nossa população sofre com o chamado transtorno de ansiedade, doença psiquiátrica que afeta a saúde mental.

Você pode estar pensando agora: “espera, será que eu estou dentro dessa estatística?”. Afinal, você provavelmente já deve ter se sentido alguma vez ansioso, antecipando alguma situação. Isso ocorre porque a ansiedade é um sentimento comum e natural do ser humano. Quando excessiva é que ela se torna um problema classificado até pelos manuais médicos. Entenda melhor essa diferença e como lidar com o lado patológico dessa sensação:

 

O que é a ansiedade?

“Ansiedade é uma reação normal do nosso corpo, ela sinaliza que devemos nos defender, nos preocupar ou até mesmo fugir de alguma situação incomum”, explica a psiquiatra Jéssica Martani,

observership em neurociências pela Universidade de Columbia
em Nova York (EUA) e pós-graduada em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela Faculdade CENBRAP.

Antecipar-se ante a uma ameaça é fundamental e trouxe o ser humano até onde estamos hoje. Mas essa preocupação merece atenção quando começa a ser provocada por gatilhos pequenos e situações que normalmente não precisariam de uma reação desse tamanho. Sabe quando se usa uma bazuca para atacar uma mosquinha? Existem momentos em que a pessoa ansiosa nem sabe explicar por que exatamente está se sentindo assim.

Quando falamos em condição psiquiátrica diagnosticada, temos o transtorno de ansiedade generalizada (CID F41. 1), o quadro mais comum nas ansiedades patológicas. “Ele é caracterizado por preocupações excessivas, sensação de que algo ruim vai acontecer, dentre outros. Tudo isso numa duração constante de em torno de seis meses”, descreve Martani. Já o transtorno de pânico (CID F41. 0) é outro quadro comum de ansiedade marcado por crises que ocorrem abruptamente e incapacitante naquele momento.

 

Causas da ansiedade

MuNão se sabe ao certo quais são as causas dos transtornos de ansiedade. A ciência hoje trabalha com a ideia de que seja um problema de origem multifatorial, ou seja, existem diversos pontos envolvidos e certamente nem todos são conhecidos. No entanto, há algumas teorias, como:

 

Desequilíbrio das monoaminas

Muitos especialistas acreditam que possa haver uma desregulação de alguns neurotransmissores cerebrais, como a serotonina, a noradrenalida e a dopamina. Neurotransmissores são as substâncias que levam mensagens de um neurônio ao outro e estão intimamente relacionados ao nosso humor e sentimentos.

“Essas substâncias, dentre outras, como glutamato, poderiam estar associadas a uma hiperreatividade do Sistema Nervoso Central, ocasionando um sistema de luta e fuga que se dispara múltiplas vezes com gatilhos desproporcionais e reações com duração e intensidades muito superiores ao que as desencadeou”, descreve Martani.

 

Nossa atual sociedade e as tecnologias

Outro ponto é que, se estamos falando do tal “mal do século”, então isso está certamente relacionado ao estilo de vida atual. “Vivemos numa sociedade que proporciona a ansiedade: estamos em meio a tecnologia tão rápida que nosso cérebro é incapaz de processar tanta informação, nos sentimos cada vez mais soterrados, correndo contra o tempo, tentando digerir novos conteúdos e essa sufocação de estímulos nos faz sentir pressionados”, descreve Martani. E nossa, só de ler já dá um cansaço, né?

Além disso, percebemos uma maior individualização na sociedade atual, que vem aliada a uma grande competição do ‘eu’ com os ‘outros’. “Observamos cada vez mais o estilo narcisista de sempre ‘ter mais’ e ‘ser melhor’ do que o outro. Toda essa junção de pressão, aceleração e falta de acolhimento nos deixa cada vez mais angustiados e acelerados correndo para buscar algo que já nem sabemos o que é”, resume a psiquiatra. Parece familiar?

 

A infância também influencia

Não podemos esquecer que muitos dos sofrimentos psíquicos que o adulto sofre provavelmente tem um pézinho na infância. Martani explica que a ansiedade é muito comum em pessoas que cresceram em lares com muitas situações estressante, como brigas sem motivo entre os pais, reações negativas aleatórias dos cuidadores com aquela criança. “Isso as deixava em estado constante de alerta sem saber quando o gatilho estressor pode chegar”, arremata.

Outro ponto é ter tido pais ansiosos, já que é comum que os pequenos imitem suas figuras paternas, assumindo também esse tipo de comportamento por achar que é o natural. Mas lembre-se: você pode não ter vivido nada assim e ainda ser ansioso! Há uma relação, mas não é 100% causa e efeito!

 

Ainda, existem muitos outros fatores que podem estar relacionados, como genética, ter passado por alguma situação traumática ou relacionamento abusivo, por exemplo. Cada paciente é único e pode ter razões diferentes para apresentar um mesmo problema.

 

Mulheres estão mais expostas

Estatísticas mostram que as mulheres também tem mais chances de apresentar transtorno de ansiedades do que os homens: a prevalência é de 30,5% para elas, contra 19,2% para eles. Cientistas estudam se há questões genéticas ou hormonais nessa maior probabilidade, mas é possível pensar em alguns motivos ambientais e sociais para isso.

Quando pensamos no papel social da mulher, vemos uma cobrança muito grande e um acúmulo de papéis: mãe, filha, esposa, funcionária, dona de casa. Existe também o fenômeno da carga mental, já que cabe à mulher o planejamento mental das tarefas e necessidades da casa e do cuidado com os filhos, enquanto os maridos apenas “ajudam”, não participando efetivamente da parte mental e da preocupação que elas sentem com esses pontos.

Assim, mulheres possuem muito mais preocupações relacionadas ao machismo, como o medo de assédio, síndrome da impostora no campo profissional e amoroso, pressão estética, salários menores versus produtos mais caros para seus cuidados, medo de engravidar fora de um relacionamento estável, preocupação com o fim da idade reprodutiva, entre outros. Fora a exposição à violência doméstica, de quem elas compõem a maioria das vítimas. Só de pensar já bate uma ansiedade, não?

Sintomas da ansiedade

Quando estamos ansiosos, há toda uma alteração hormonal no nosso corpo. Lembra que já citamos o instinto de luta ou fuga? Para conseguir atacar ou correr, o corpo precisa estar preparado para liberar um hormônio chamado cortisol. Nesse caso, ocorrem as seguintes reações que vemos em um momento de ansiedade extrema:

  • Taquicardia: o coração se acelera para conseguir dar conta do esforço de correr ou de brigar;
  • Respiração acelerada: começamos a respirar mais rapidamente para dar conta de oxigenar o sangue mais rapidamente e levarmos mais oxigênio ao cérebro, melhorando a cognição;
  • Pupilas dilatadas: permitindo que você enxergue melhor o ambiente para encontrar oportunidades para se esconder;
  • Tensão muscular: é o sistema locomotor ficando preparado para se mover rapidamente;
  • Sudorese: com tanto esforço, há aumento do calor corporal e o suor é uma resposta automática de resfriamento.

No entanto, o maior problema é quando o corpo fica em um estado de alerta por tempo demais, no caso de uma ansiedade patológica. “Alguns estudos demonstram aumento de risco para doenças cardiovasculares, agravamento de diabete, há diversas doenças dermatológicas ligadas ao estresse crônico, não é incomum aumento de queda de cabelo, perda de libido e baixa da imunidade propiciando mais predisposição para doenças infecções”, enumera Martani. Nesses casos a pessoa pode apresentar sintomas como:

  • Preocupação excessiva;
  • Pensamentos de que algo ruim acontecerá;
  • Pessimismo;
  • Alterações do sono;
  • Sensação de aceleração;
  • Culpa;
  • Cansaço;
  • Taquicardia;
  • Falta de ar;
  • Tensão muscular;
  • Angústia.

Por isso, é sempre importante buscar ajuda médica e psicológica quando se sente esse tipo de sintoma. Os efeitos a longo prazo podem ser bastante prejudiciais à saúde.

Sintomas de uma crise de ansiedade

As crises são características de transtornos de ansiedade, como a síndrome do pânico. Nelas, a pessoa sente uma série de sintomas incapacitantes, ficando desesperadas, o que muitas vezes as insere em um círculo vicioso. Confira os principais sintomas de uma crise de ansiedade:

  • Palpitações e aceleração cardíaco;
  • Dormência e formigamento;
  • Falta de ar ou aceleração da respiração;
  • Dores no estômago e diarreia;
  • Sensação de irrealidade;
  • Medo de morrer ou enlouquecer.

No momento de uma crise de ansiedade e mesmo depois dela, existem uma série de cuidados que o próprio ansioso pode fazer sozinho para se ajudar. Confira a seguir alguns deles.

Como aliviar a ansiedade

A ansiedade patológica é uma condição médica e é muito importante buscar ajuda de um psiquiatra e apoio psicológico. Isso alertado, vale saber que existem medidas que você pode tomar para reduzir essas sensações ruins quando elas ocorrem no dia a dia. Mas, antes de tudo, é importante você se conhecer: o que engatilha suas crises e o que ajuda a contê-las. “Não há uma receita de bolo, é necessário muito autoconhecimento para entender qual é a técnica que vai ajudar cada indivíduo em cada situação”, alerta Martani. Veja algumas sugestões a seguir:

Atividade física

Correr, nadar, pedalar… Você escolhe! O importante é mexer bem o corpo. “A prática de exercícios físicos ajuda a liberar as endorfinas, deixando o nosso dia diferente. Com isso, a disposição aumenta, melhora a qualidade do sono e reduz o estresse, pois é um momento de autocuidado e tudo isso ajuda na nossa autoconfiança”, enumera a psiquiatra. Incluí-la na sua rotina pode ajudar a reduzir as crises de ansiedade, afinal além do lado hormonal, esse tipo de atividade pede a atenção no aqui e no agora, e como diz o pessoal no Instagram: “onde o corpo cansa, a mente descansa”.

 

Meditação

Muitas vezes a ansiedade está relacionada à preocupação com o futuro. Logo, nada melhor do que uma atividade que prioriza o presente! “A meditação é um treino para a mente, com ela é possível mudar o foco, estar atento aos pensamentos e controlar a respiração. Isso tudo ajuda a combater o estresse”, comenta Martani.

E você não é precisa necessariamente sentar em uma almofadinha de pernas cruzadas e fechar os olhos: existem práticas de atenção plena que podem ser feitas em situações cotidianas, como o banho ou lavando a louça. Basta concentrar-se naquilo que você está fazendo, como a sensação da água na pele, os processos que cada etapa pede, focando no presente. Tentar fazer isso durante uma crise de ansiedade pode ajudar a atingir um estado de tranquilidade.

 

Controle da respiração

Lembra que um dos sintomas da ansiedade é a falta de ar e o aumento da frequência respiratória. Durante uma crise sua respiração pode ficar curta e rápida, então tentar torná-la mais longa e pausada pode ajudar seu corpo a reduzir essa velocidade. “Um corpo que antes estava em estado de alerta, após a respiração começa a voltar ao seu centro, percebendo não haver necessidade de hiperreagir, pois não há nenhum gatilho estressor”, conclui Martani.

 

Alimentação balanceada

Sabemos que muitas vezes a alimentação é usada como escape, pois alimentos ricos em carboidratos simples costumam causar uma sensação de satisfação rápida ao engatilharem a liberação dopamina, ajudando a controlar os outros neurotransmissores mais ansiosos. No entanto, essa é uma ajuda apenas momentânea, infelizmente.

Dá para usar a alimentação em nosso favor de forma mais efetiva, com a boa e velha fórmula da alimentação saudável: vegetais coloridos, proteínas magras, carboidratos complexos, gorduras poli e monoinsaturadas. Martani também indica alimentos específicos relacionados ao bem-estar e calmaria, como alface, espinafre, farelo de aveia, abacate, maracujá, cacau, banana e peixes ricos em ômega-3.

 

Sono em dia

Martani explica que quem tem insônia também apresenta maior probabilidade de ter ansiedade e depressão, já que durante a noite muitos mecanismos importantes para nossa saúde física e mental são executados pelo corpo. Para evitar a insônia, ela ensina algumas medidas de higiene do sono, como:

  • Ter uma rotina, como dormir e acordar nos mesmos horários;
  • Evitar comidas pesadas a noite;
  • Evitar usar eletrônicos uma ou duas horas antes de dormir;
  • Reduzir as luzes a noite;
  • Procurar atividades mais tranquilas antes de dormir, como ler um livro;
  • Não realizar atividade física intensa a noite.

Se seu sono anda ruim e essas dicas não adiantarem, é muito importante buscar por um médico!

 

 

E a ansiedade no trabalho?

O trabalho é um dos locais com mais gatilhos para a ansiedade. A psiquiatra nos lembra da importância do diálogo nas relações nesse ambiente. Além dessa dica, a profissional recomenda:

  • Evitar ser multitarefas, executando uma demanda por vez;
  • Organizar seus afazeres e negociar os prazos;
  • Tomar cuidado e comunicar excesso de trabalho;
  • Buscar mais equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

Sabemos que falar em equilíbrio no trabalho é complexo: muitos ambientes podem ser tóxicos e estabelecer relações baseadas na sobrecarga e na competição entre os colegas, gerando uma alta carga de ansiedade. E mudar de trabalho não é tão simples, pois temos contas a pagar e pessoas para sustentar. Nesses casos, é importante buscar ajuda com a equipe de RH ou, caso seja algo cultural da empresa, buscar formas de lidar com esse ambiente enquanto você não consegue sair da empresa.

 

Tratamento para a ansiedade

Uma vez que a ansiedade patológica é diagnosticada, o tratamento não envolve apenas medicamentos. “A primeira via é a melhora da qualidade de vida, que inclui psicoterapia, exercícios físicos, diversão, entre outros. Paralelamente a isso temos que cuidar do corpo: mudar a alimentação, fazer exames para ver como estão as vitaminas, hormônios e etc., e, se necessário, o uso de algumas medicações, geralmente antidepressivos”, lista Martani. A seguir, entenderemos melhor cada um desses pilares.

 

Medicamentos

Normalmente os medicamentos são usados para ajustar algum desequilíbrio na química cerebral que predispõe a pessoa com ansiedade a ter reações exacerbadas aos mais simples gatilhos. Podem ser usados dois tipos de medicamentos:

 

- Ansiolíticos

Esses medicamentos ajudam a reduzir essas reações excessivas, podendo ser usados durante uma crise de ansiedade, por exemplo. O uso, no entanto, deve ser bem orientado pelo médico, que pode indicar o uso pontual ou continuo, a depender do caso.

 

- Antidepressivos

Apesar do nome, esses medicamentos ajudam em casos de preocupação excessiva, insônia, taquicardia, sensação de que algo ruim acontecerá, sensação de hipervigilância, dentre outros. Sua indicação também deve ser feita por um médico.

 

- Medicamentos para dormir

A insônia, como já dissemos, é muito amiga da ansiedade, “pois é um cérebro que não desliga, está sempre em alerta”, completa Martani. Quando os antidepressivos não atuam na insônia, pode ser que o médico precise de um medicamento para dormir, mas depende de cada paciente.

Lembrando que, quando falamos de transtornos psicológicos, é normal que os medicamentos demorem a fazer efeito ou que eles ajam de formas diferentes em você do que em outros pacientes. Um período de adaptação e experimentação é necessário e normal, para que o médico encontre as melhores opções para você.

 

Psicoterapia

Fazer terapia com um psicólogo é de suma importância para conviver melhor com a ansiedade e a praticar o já mencionado autoconhecimento. “Além das técnicas que o paciente aprende na terapia, o processo também ajuda com novas sinapses em cada novo aprendizado”, anima-se a psiquiatra! Durante as sessões de análise, você consegue identificar traços de personalidade que ajudam a aumentar seu quadro, identifica gatilhos e entende porque eles são estressores para você e com isso vai lidando melhor com as situações, de forma menos ansiosa.

 

Mudanças no estilo de vida

Mesmo tomando remédio e fazendo terapia, é fundamental implementar mudanças no seu estilo de vida, como praticar atividades físicas, alimentar-se melhor, ir dormir cedo e não se privar de sono. “Podemos dar a melhor medicação do mundo, mas se a pessoa continuar em um estilo de vida tóxico, a doença irá continuar a se manifestar”, finaliza a especialista.

Saúde mental é fundamental e não pode ser deixada de lado! Outro problema muito grave e comum entre as mulheres é a depressão e vale a pena saber o que é, como identificar e tratar essa doença.

 

 

 

 

Por Nathalie Ayres

 

 

 

Anvisa alerta sobre uso de produtos para trançar cabelos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou alerta sobre uso de produtos para trançar e modelar cabelos comercializados no país.

 

De acordo com a Anvisa, supostamente esses produtos estariam “ocasionando cegueira temporária, entre outros efeitos indesejáveis”. 

A agência cita casos de ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça. “Segundo diagnóstico médico, em um dos casos, o paciente apresentou lesão grave nos olhos. Há ainda relatos de demora na recuperação da visão de consumidores com prazos de até 15 dias”. 

O alerta foi emitido na última terça dia 13. A Anvisa ressaltou ser de fundamental importância que quaisquer efeitos indesejáveis à saúde supostamente relacionados ao uso desses produtos, e de outros cosméticos, sejam registrados. 

Há links específicos para registro por parte de cidadãos e profissionais que manejam produtos cosméticos e empresas e profissionais de saúde”.

 

Efeito grave

Um efeito indesejável grave é uma reação adversa inesperada e prejudicial à saúde humana, que leva à incapacidade funcional temporária ou permanente, invalidez, hospitalização, anomalias congênitas, risco imediato à vida ou morte. 

 

 

 

 

Com Agência Brasil

 

 

 

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