O Conselho Estadual do Trabalho, Emprego e Renda (Ceter) aprovou nesta segunda-feira (15), em reunião extraordinária, a proposta de composição dos novos valores do Piso Regional do Paraná, que tiveram como base o reajuste do Salário Mínimo Nacional para R$ 1.412, válido desde o início de janeiro deste ano.
Com os novos reajustes, o Paraná vai manter o maior Piso Regional do Brasil, com faixas que vão de R$ 1.927,02 a R$ 2.134,88 ao mês.
Na primeira faixa salarial, que contempla os trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca, o novo piso será de R$ 1.856,94. A segunda faixa, formada pelos trabalhadores de serviços administrativos, vendedores do comércio em lojas e mercados e reparação e manutenção, terá piso de R$ 1.927,02. No terceiro grupo, dos trabalhadores da produção de bens e serviços industriais, o piso será de R$ 1.989,86. Por fim, o quarto grupo, dos técnicos de nível médio, terá o piso de R$ 2.134,88.
Até então, os valores praticados desde maio de 2023 variavam entre R$ 1.749,02 e R$ 2.017,02.
A ata da reunião e a minuta do decreto prevendo os novos valores para as quatro faixas salariais serão encaminhadas para a Casa Civil. Os novos valores só vão ser praticados após a assinatura do governador Carlos Massa Ratinho Junior e a publicação no Diário Oficial do Estado (DOE). Os valores serão retroativos a 1º janeiro deste ano.
A negociação dos valores é feita a partir da Lei Estadual n° 21.350/2023, que trata da política de valorização do Piso Salarial do Paraná até 2026. Anualmente, o Ceter, composto por representantes do Governo do Estado, dos trabalhadores e dos sindicatos patronais, se reúne após a divulgação do INPC (3,71%) do ano anterior, na última sexta-feira (12), e do valor do Salário Mínimo Nacional pelo governo federal.
O mínimo regional não se aplica aos empregados que possuem piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho, nem aos servidores públicos.
Confira como eram e como ficaram os novos pisos regionais:
Faixa 1 – de R$ 1.749,02 para R$ 1.856,94
Faixa 2 – de R$ 1.816,60 para R$ 1.927,02
Faixa 3 – de R$ 1.877,19 para R$ 1.989,86
Faixa 4 – de R$ 2.017,02 para R$ 2.134,88
Por - AEN
Os 1.195 professores e pedagogos aprovados no concurso público para dar aula na rede estadual de ensino começaram a tomar posse nesta segunda-feira (15).
Com a convocação, os profissionais vão passar a reforçar a educação pública do Paraná a partir do início do ano letivo de 2024. As aulas estão marcadas para começar no dia 5 de fevereiro.
Devido ao grande número de profissionais convocados, houve uma escala para a assinatura dos termos de posse nas regionais. Professores de arte, biologia, ciências, educação física, pedagogia, história, língua estrangeira e química tomaram posse nesta segunda-feira. Na terça-feira (16), os demais profissionais de língua portuguesa, física, sociologia, filosofia, geografia e matemática assinam seus termos, completando a lista.
Todos os 32 Núcleos Regionais de Educação vão receber novos profissionais: o Núcleo de Ibaiti vai receber 17 novos professores e pedagogos e o de Curitiba vai contar com 98 novos profissionais.
“Vivemos hoje uma atmosfera muito boa na educação do Paraná, com valorização dos profissionais e da carreira de professor. Este foi mais um compromisso assumido pelo governador Ratinho Junior, de realizar um concurso e investir na carreira destes profissionais, que agora está sendo cumprido. É uma conquista importante para o Estado que tem a melhor educação do Brasil”, afirmou o secretário de Educação, Roni Miranda.
EXPECTATIVA – Os professores e pedagogos que compareceram aos Núcleos Regionais para entrega dos documentos e assinatura das posses nesta segunda-feira não escondiam a alegria pelo momento. “Este é um momento aguardado há anos por todos nós. Foi um processo muito concorrido, passando pelas provas e pelas demais fases. Agora, a expectativa é de ir para a sala de aula para se dedicar pela educação do Paraná”, afirmou César Augusto Cruz, que passou em primeiro lugar para a função de pedagogo.
O último concurso para contratação efetiva de professores tinha acontecido em 2013. “Este concurso foi muito esperado, cercado de muita expectativa. Mas, agora, é começar o ano letivo com muito trabalho”, contou a pedagoga Marilei Duarte Rocha de Oliveira, que já era professora da rede estadual e agora assume o segundo padrão para uma carga horária completa de 40 horas.
Entre os aprovados, também estão professores de outros estados que vieram para o Paraná em busca de uma valorização na carreira do magistério. É o caso da professora Gláucia Elisa Zinani Rodrigues, que veio de Erechim, no Rio Grande do Sul, para tomar posse como professora de história em Curitiba. “Estou muito feliz. Foram mais de mil candidatos para estas vagas em Curitiba e eu consegui passar em segundo lugar. São mais de 11 anos de sala de aula que eu tenho como experiência, mas mesmo assim estou muito animada para recomeçar no Paraná”, afirmou.
MELHOR EDUCAÇÃO – O Paraná tem o melhor Ensino Médio do Brasil e está entre os líderes nacionais nos anos finais do Ensino Fundamental, segundo o último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A rede estadual tem cerca 1 milhão de alunos em 2 mil escolas.
Por - AEN
Por volta das 16h desta segunda-feira (15/01) ocorreu um roubo a uma agência bancária no município de Saudade do Iguaçu/PR, área pertencente à 2ª Companhia de Polícia Militar do 3º BPM.
Três indivíduos, dois deles armados, chegaram em um VW/Gol de cor verde e renderam os dois gerentes que estavam no interior de um Toyota/Corolla no estacionamento da agência bancária e entraram no estabelecimento.
Alguns instantes depois, dois criminosos saíram da agência com dinheiro subtraído, além do colete balístico e arma de fogo do vigilante. Ao perceberem a presença policial houve um confronto armado, e um indivíduo fugiu com o veículo Corolla e o outro evadiu-se a pé, deixando cair em frente à agência a arma que acabara de roubar.
Inicialmente, o terceiro envolvido, 46 anos, morador de Chopinzinho-PR, relatou aos policiais que foi feito de refém pelos outros dois criminosos e que foi obrigado a levá-los ao banco mediante ameaça.
O Plano de Defesa do 3º Batalhão foi acionado e mobilizaram-se forças policiais de vários Batalhões da região como 16° BPM (Guarapuava), 21°BPM (Francisco Beltrão), 10ªCIPM (Laranjeiras do Sul), 12ª CIPM (Palmas), 5° CRPM e BPMOA (Cascavel) e BOPE a fim de localizar os autores.
Foram utilizados drones e uma aeronave do Batalhão de Polícia Militar de Operções Aéreas - BPMOA que auxiliaram nas buscas.
Por volta das 16h35min o veículo furtado foi localizado, nas proximidades do município, e na suas mediações foram localizados alguns objetos deixados por um dos autores, como boné, luvas e um colete balístico.
Na sequência foi abordado um VW/Gol de cor bordô, que segundo moradores havia prestado apoio na fuga para o outro criminoso. O condutor do veículo informou que foi coagido para levar o homem até o outro lado da ponte, já no município de Rio Bonito do Iguaçu. Informações estas que estão sendo apuradas.
Realizado o cerco policial, e por volta das 2h35min foi localizado o autor, 32 anos, que havia abandonado o veículo Corolla o qual estava com uma bolsa de dinheiro em sua posse. Identificado como morador do município de Sulina, da comunidade Queixo da Anta.
Após levantamento de informações, foi constatado que o suposto refém que chegou ao banco juntamente com os outros dois criminosos, também estava participando da ação delituosa e foi preso durante a madrugada.
A Polícia Científica foi acionada e realizou a perícia nos três veículos envolvidos.
As equipes policiais militares continuam nas buscas ininterruptas pelo terceiro envolvido. Qualquer informação que ajude na sua localização poderá ser repassada via 190.
Por - Campo Aberto
Visando combater a manipulação e irregularidades em jogos, a Lottopar (Loterias do Estado do Paraná) adotou desde a sua implementação medidas que visam garantir a integridade de todos os envolvidos no esporte.
As iniciativas têm um caráter educacional e visam a regularidade das ações diante do contexto de implementação das apostas esportivas e a regulamentação da atividade em nível nacional.
Um exemplo foi o Workshop de Jogo Responsável e Seguro, realizado em 24 de novembro e voltado às entidades desportivas. Felipe Marchetti, representante da Sportradar, multinacional líder em tecnologias de coleta de dados e análises esportivas, abordou em uma palestra dedicada a entidades esportivas os principais temas relacionados à prevenção, detecção e combate à manipulação de resultados.
No evento, que teve como objetivo a conscientização de todos os envolvidos com o esporte, a Lottopar também lançou e disponibilizou ao público a Cartilha sobre o Jogo Responsável e Seguro, que foi produzida pela própria instituição, a fim de chamar a atenção quanto às condutas adequadas relacionadas aos esportes. Ela foi divulgada no dia da assinatura de operação com as empresas que vão explorar as apostas esportivas no Paraná.
Ela explica o funcionamento do mercado de apostas de quota fixa (esporte) e orienta clubes e federações sobre as regras gerais da Lottopar. Também detalha a importância da plataforma contratada pela autarquia para os jogos, uma vez que ela proíbe transferências entre apostadores e limita o investimento por apostador, por exemplo, evitando vício na modalidade.
Para receber denúncias de possíveis tentativas de manipulação de resultados, a Lottopar também tem disponível em seu site o Canal da Ouvidoria, que pode ser utilizado para denúncias em casos de aliciamento de jogadores a práticas ilegais nos esportes.
Além disso, a instituição avança em todas as frentes para garantir que no Paraná o apostador tenha um ambiente seguro. Para isso, foram feitas parcerias com outros órgãos, como a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná e a Secretaria do Esporte, para promover ações conjuntas que visam combater o jogo ilegal.
“É de extrema importância que todos os players tenham conhecimento das melhores práticas, a fim de garantir o jogo seguro”, afirma o especialista em Direito Desportivo e colaborador da Diretoria de Operações da Lottopar, Pablo Wosniacki. “Tivemos um exemplo recente na Copa São Paulo de Futebol Júnior de um goleiro que denunciou uma tentativa de manipulação de uma partida. A atitude realizada pelo atleta confirma que a educação sobre o tema é essencial para a integridade esportiva e imprevisibilidade do resultado, princípios fundamentais no desporto”.
O diretor Operacional da Lottopar, Fabio Veiga, reforça que a autarquia tem trabalhado na proposta de criação de um ambiente em que a segurança, a transparência e a responsabilidade são prioridades. "Com esse objetivo e pensando no início dos campeonatos de futebol de 2024, estão previstos para esse ano novos movimentos para manter a excelência no mercado de apostas. Vamos ampliar as parcerias para que Jogo Responsável e Seguro seja uma marca do Paraná", complementa.
LOTTOPAR – A Lottopar tem cinco empresas credenciadas no segmento das apostas esportivas. Elas pagaram uma outorga ao Estado e estão operando sob regulamentação estadual. Os nomes estão disponíveis no site da autarquia. Outras empresas desse segmento não podem operar no Paraná.
A Lottopar também encerrou o ano de 2023 preparada para avançar com outras modalidades lotéricas. A autarquia lançou o edital da modalidade lotérica instantânea (raspadinhas), na qual o resultado é imediato. A previsão é de que já no primeiro semestre de 2024 os primeiros operadores lotéricos possam iniciar a operação dessas modalidades lotéricas. O edital permanecerá disponível durante toda sua vigência no endereço www.loteriasdoparana.pr.gov.br, no Portal de Compras do Estado do Paraná e no Portal de Transparência.
Por - AEN
O crescimento de 5,4% na indústria paranaense em novembro de 2023, o melhor resultado do País, fez com que o Paraná conquistasse o maior nível da produção industrial desde janeiro de 2012.
O Estado chegou ao índice de 113.82591 no mês, segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até então, o maior índice da produção paranaense na série histórica do IBGE tinha sido alcançado em dezembro de 2011, quando chegou ao patamar de 122.45216.
O indicador do IBGE mede as variações no volume físico de bens e serviços produzidos pela indústria ao longo do tempo, sem considerar as oscilações nos preços desses produtos. São analisados 1.042 itens fabricados em cerca de 12,5 mil unidades industriais de 15 localidades brasileiras.
O Paraná vem observando um crescimento sucessivo na atividade industrial desde agosto do ano passado, quando o índice de produção industrial chegou a 104.72617. Com isso, a expansão acumulada no Estado foi de 14,5% ao longo de quatro meses, na comparação entre novembro e julho de 2023. Nacionalmente, a média foi de 0,9% no período.
O ritmo na produção industrial também ultrapassou os números pré-pandemia. Se comparado a fevereiro de 2020, a indústria do Paraná observou um crescimento 9,6%. Em relação a março daquele ano, a expansão foi de 23,8%.
“No início da década passada, a política econômica nacional era artificialmente expansionista, com uma queda forçada na taxa de juros e uma série de desonerações na indústria que levaram aos níveis positivos da época. Isso torna o resultado de novembro de 2023 do Paraná ainda mais expressivo”, explica o diretor de Pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Suzuki.
EXPANSÃO DA ECONOMIA – O resultado positivo na indústria confirma o bom momento da economia do Paraná. Com avanço de 6,9%, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado cresceu mais do que o dobro da média nacional nos três primeiros trimestres de 2023, em relação ao mesmo período de 2022. O PIB do Estado somou R$ 485,8 bilhões no acumulado de janeiro a setembro, o que representa 6,1% do total do PIB brasileiro, que fechou os três primeiros trimestres com R$ 8 trilhões.
Outro indicador, desta vez calculado pelo Banco Central, coloca o Paraná como o estado com o maior crescimento da atividade econômica do País entre janeiro e outubro de 2023, na comparação com os dez primeiros meses do ano anterior. Segundo o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), o aumento, no período, foi de 9,1%, bem acima da média nacional, de 2,4%. O IBCR incorpora as informações sobre o desempenho da economia nos setores agropecuário, industrial, de serviços e de comércio a partir das pesquisas mensais do IBGE.
Por - AEN
Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostra que o serviço aeromédico do Paraná realizou 4.003 atendimentos em 2023, numa média de 10,97 atendimentos por dia.
Foi um recorde desde o início do serviço, há 16 anos. Ele é 16% superior ao recorde anterior, batido em 2022, com 3.452 atendimentos. O resultado também é 41% superior a 2019 (2.833 atendimentos), 40% a 2020 (2.853) e 31% a 2021 (3.041).
Desde sua implantação, o serviço aeromédico fez 28.047 atendimentos, ajudando a salvar vidas de vítimas de acidentes, casos de emergência clínica, como infarto e AVC, de recém-nascidos que precisam de UTIs, entre outros, além de transporte de órgãos para transplante.
O atendimento é operado pelo Sistema Estadual de Regulação de Urgência e suas respectivas centrais. O serviço do Paraná é referência nacional, considerando o número de aeronaves, a capacitação dos profissionais e, principalmente, porque é o único coordenado e operado exclusivamente para atendimentos de saúde, sendo acionado por médicos reguladores via sistema de Urgência e Emergência sempre que há indicação clínica de gravidade e necessidade.
O transporte é feito por seis helicópteros e um avião que ficam em cinco bases (localizadas em Curitiba, Cascavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa) escolhidas estrategicamente para garantir a cobertura de 100% do Estado com o serviço. As aeronaves são tripuladas por pelo menos um piloto, um médico e um enfermeiro. O serviço é autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e segue as diretrizes dispostas no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) nº 90.
“O serviço aeromédico, uma das iniciativas do atendimento pré-hospitalar, é um hospital sobre asas transportando cidadãos e fazendo a diferença na vida dos paranaenses”, diz o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. “Esse serviço foi ampliado pelo Governo do Estado e agora registramos o maior número de atendimentos da história. Essa é a orientação do governador Ratinho Junior, para que possamos investir e fazer o que for possível para salvar vidas”.
BASES – Cada base de helicóptero é responsável por uma área de atendimento de até 250 quilômetros do seu ponto de origem, com voos de até duas horas de duração para possibilitar ida e volta sem a necessidade de reabastecimento. Atualmente todo o Paraná é coberto por cinco bases aeromédicas, que atuam de forma coordenada e complementar.
Em Curitiba ficam alocados dois helicópteros, um da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e um do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas do Paraná (BPMOA), além de um avião da Sesa. Cascavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa contam com um helicóptero cada, contratados pela Sesa junto à empresa Helisul. As equipes médicas e de enfermagem são disponibilizadas pelos Samus Regionais.
Além destas, durante o Verão Maior Paraná, o Governo do Estado também disponibiliza mais uma aeronave com base em Matinhos para dar suporte aos atendimentos no Litoral paranaense, numa parceria entre a Sesa e Secretaria de Estado da Segurança Pública.
SOBREVIVENTE – Pedro Paulo Franzoni, de 49 anos, é mecânico e reside em Sertaneja, no Norte do Estado. Em novembro de 2022, ele sofreu um ataque cardíaco e precisou do serviço aeromédico para se deslocar cerca de 80 quilômetros até o Hospital Universitário de Londrina. Se o deslocamento do paciente fosse realizado por via terrestre, precisaria de uma ambulância de suporte avançado e demoraria mais de uma hora. De helicóptero chegou em 15 minutos.
Na avaliação clínica da equipe médica que fez o atendimento inicial, o risco de esperar muito pelo atendimento especializado poderia custar a vida do paciente. O município solicitou para a Regulação de Urgência a remoção e transferência de Pedro. No trajeto da base de Londrina até o HU, Pedro teve oito (dentre as 12 totais) paradas cardíacas e dois infartos. Ele ficou internado por oito dias, sendo que em três deles permaneceu intubado.
“O atendimento aeromédico é muito bom e muito importante porque eu acho que de outro jeito não teria dado tempo de chegar até o hospital e eu não estaria aqui para contar a história. A equipe de Sertaneja que me fez o primeiro atendimento e depois a equipe do aeromédico e do hospital fizeram o possível e o impossível para salvar a minha vida, atendimento de primeira”, afirma o paciente.
INVESTIMENTO – Todos os serviços aeromédicos do Paraná são financiados com recursos da Sesa. Anualmente, o contrato dos helicópteros de Cascavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa e do avião alocado em Curitiba, prevê um investimento de até R$ 85,5 milhões, dependendo do uso durante o período. A secretaria também repassou, somente no ano passado, R$ 13,5 milhões pelo Fundo Estadual de Saúde para o BPMOA, além de custear as equipes médicas do Samu, que prestam os atendimentos aeromédicos, num montante de R$ 4,3 milhões em 2023.
Desde 2020, a Sesa adquire, com recursos próprios, um medicamento trombolítico usado para tratamento de ataque cardíaco. Cada ampola tem o custo de R$ 7.320,00 e é disponibilizada em ambulâncias e aeronaves que atendem urgência no Estado. Após receber esse medicamento, o paciente tende a ter o quadro estabilizado, garantindo melhores condições clínicas até chegar a um hospital. Em 16 anos cerca de 810 ampolas foram utilizadas, num investimento de quase R$ 6 milhões do Tesouro do Estado.
“Esses números mostram a consolidação do serviço aeromédico, chegando mais rápido onde precisa, com equipes altamente qualificadas, levando recursos de ponta para o atendimento destes pacientes, seja ele realizado em um acidente grave, um infarto, AVC, transporte de recém-nascidos para internações em UTI, transporte de órgãos ou até mesmo trazer de volta para o Estado paranaenses que precisam de atendimento médico e estavam em outros estados”, afirmou o gestor de Segurança Operacional da Unidade Aérea Pública da Sesa e coordenador da base aeromédica de Londrina, Marcos Laurentino da Silva.
TRANSFUSÕES DE SANGUE – Em outubro de 2022, o serviço aeromédico do Paraná iniciou um projeto inovador e experimental para realização de transfusões de sangue em pacientes graves no local da ocorrência, mesmo antes de serem encaminhados ao hospital. Em uma parceria da Sesa com a Helisul foi instalada, na base Maringá, uma sala para o acondicionamento das bolsas de sangue tipo “O -”, considerado universal.
Este procedimento segue rigorosamente as normativas de segurança e controle estabelecidas pelo Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desde então, 24 pessoas em estado gravíssimo receberam transfusões no local do atendimento médico ou durante o voo até o serviço especializado mais próximo.
Alice Casagrande, de 69 anos, foi uma delas. Ela teve três costelas quebradas e um dos pulmões perfurado, além de lesão na clavícula e cabeça e hemorragia após ser atacada por um animal, em novembro do ano passado, no município de Nova Olímpia. Lucilene Caetano Gomes Casagrande é nora de Alice, e falou sobre a importância do serviço. “Foi tudo muito rápido quando o Samu chegou. Eles trouxeram sangue, que ela precisava muito porque tinha hemorragia. Então a rapidez e a disponibilidade do sangue foram fundamentais. Hoje ela está viva porque, com toda certeza, o Samu estava preparado para atender as necessidades dela”, afirma.
Após receber o sangue em Nova Olímpia, e com o quadro estabilizado, Alice foi transferida pelo helicóptero aeromédico da base de Maringá até o Hospital Universitário de Maringá, onde permaneceu internada por 50 dias, sendo que 46 foi na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Nosso coração está cheio de gratidão. Sempre esperamos não precisar, mas é muito bom saber que se precisarmos, podemos contar com um serviço que salva vidas. Estamos muito bem atendidos”, acrescentou Lucilene.
HISTÓRIA – Quando foi implantado no Estado, em agosto de 2007, o serviço aeromédico do Paraná contava com apenas um helicóptero da PRF, com equipe e equipamentos médicos da Sesa, em parceria com o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) de Curitiba. Era coordenado pelas forças militares e atuava diretamente apenas no atendimento e remoção de vítimas de trauma.
Em 2014 houve a ampliação do serviço com a inclusão de aeronaves próprias da Sesa, de um avião em Curitiba e um helicóptero em Cascavel, com equipes médicas e equipamentos para todo tipo de atendimento: além do trauma, emergências clínicas, infartos, AVCs, neonatos. Outra novidade foi que passou a ser acionado diretamente pelas Centrais de Regulação Médica de Urgência do Complexo Regulador do Estado.
Em 2016 houve a implantação de helicópteros em Londrina e Maringá, e em 2018 em Ponta Grossa – completando assim a frota atual do Serviço Aeromédico do Estado, no modelo assistencial que é mantido até hoje. Em 2017, mais uma evolução: o serviço passou a contar com uma equipe médica em voo.
O diretor de Gestão em Saúde da Sesa, Vinícius Filipak, responsável pela coordenação do Serviço Aeromédico da Sesa, foi o primeiro médico a integrar o atendimento no Paraná. Prestes a completar 40 anos de profissão, ele tinha 46 anos de idade quando voou pela primeira vez para um resgate aeromédico no Estado, em 2007. Na época, Filipak integrava a equipe médica do Siate e voava com um piloto e um enfermeiro da PRF para auxiliar na remoção de pacientes de trauma em Curitiba e Região Metropolitana (RMC).
“Um dos primeiros pacientes foi um montanhista com fratura exposta na Serra do Mar. Por ser um local de difícil acesso, o helicóptero realizou um serviço que demoraria muitas horas se fosse por via terrestre”, conta.
“Um caso que também me marcou foi de um paciente que sofreu um acidente de trânsito muito grave na RMC e teve uma parada cardíaca. Ele estava em estado crítico e se o atendimento demorasse cerca de cinco minutos a mais, ele não teria sobrevivido, o que só foi possível graças à atuação coordenada de todo o Sistema de Urgência, iniciando pelo helicóptero até a chegada ao hospital capacitado para o atendimento correto do paciente”, lembra o diretor.
Por - AEN