Das 20 principais moedas no mundo, o real foi a que mais se desvalorizou perante o dólar. Em 2024, apenas três das vinte divisas mais negociadas não caíram em comparação com o dólar.
Até o dia 17 de dezembro, a moeda brasileira acumulava desvalorização de 21,52%, de acordo com dados da consultoria Elos Ayta. O patamar é muito próximo do registrado no ano da pandemia, quando o real caiu 22,44%. Após o pregão da última quarta, a desvalorização chegou a 24,30%.
Nesta quarta-feira, a moeda americana teve alta de 2,78%, a R$ 6,267, renovando novamente seu maior valor nominal de fechamento da história. Mesmo com avanço de parte do pacote fiscal no Congresso e análise de outros textos que compõem o conjunto de medidas na Câmara, o dólar seguia subindo com receio fiscal. Outro ingrediente foi a decisão do Federal Open Market Comittee, que optou por corte de 25 pontos-base no custo de empréstimos nos EUA, mas indicou redução do ritmo de queda dos juros: com isso, a moeda manteve sua trajetória altista na sessão.
Apenas três moedas “ganham” do dólar
Ao redor do mundo, dentre as outras moedas, a valorização de dois dígitos só foi observada no peso mexicano (16%), a lira turca (16%), o rublo russo (15%) e o won sul-coreano (10%). Já o euro apresentou queda perante o dólar, com -5%, de acordo com dados da XE.com destacados pela BBC News.
Perante o dólar, apenas três moedas apresentam desempenho positivo ou de estabilidade. É o caso do dólar de Hong Kong, que valorizou 0,6%, o rand-sul africano, com alta de 1%, e a libra esterlina britânica, praticamente equivalente.
Confira ranking:
Moeda | Valorização perante o dólar |
Real | -21% |
Peso Mexicano | -16% |
Lira Turca | -16% |
Rublo russo | -15% |
Won sul-coreano | -10% |
Coroa norueguesa | -9% |
Dólar neo-zelandês | -9% |
Iene japonês | -8% |
Dólar canadense | -8% |
Coroa sueca | -8% |
Dólar australiano | -7% |
Franco suíço | -6% |
Euro | -5% |
Coroa dinamarquesa | -5% |
Iuan chinês | -3% |
Dólar de singapura | -2% |
Rúpia indiana | -2% |
Libra esterlina | 0 |
No caso do real, mesmo considerando a queda desta quarta-feira, o patamar atual ainda está distante do pior momento de desvalorização anual. Segundo o estudo da Elos Ayta, a maior desvalorização aconteceu em 2022, com perda de 34,33%, fruto de incertezas políticas na transição de governo. O melhor momento, no entanto, foi justamente durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 2009, a moeda apresentou seu melhor momento contra o dólar, com valorização de 34,22%. O desempenho foi resultado de recuperação global após a crise financeira de 2008, somado ao crescimento forte apresentado pelo Brasil no período. Altas de dois dígitos foram acontecimentos raros na história da moeda brasileira e aconteceram em 2003, 2005, 2007, 2009 e 2016.
As valorizações aconteceram principalmente em momentos de recuperação econômica após crises internas ou externas, explica a Elos Ayta, na maioria dos casos. Em 2016, no entanto, houve crescimento de quase 20% na cotação do real perante o dólar após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O entendimento, para analistas, era de que a troca de comando poderia propiciar ajustes econômicos. Vale lembrar que, no ano anterior, o desempenho foi o segundo pior da história do real.
Por InfoMoney
Até novembro de 2024, foram registrados 2.085 pedidos de recuperação judicial por empresas brasileiras. O resultado representa um aumento de 60% ante os 1.303 requerimentos solicitados no mesmo período de 2023 e 175,7% comparado aos de 2022 (756). Os dados são do Serasa Experian.
Dentre os pedidos solicitados até novembro, 1.753 foram deferidos. No ano passado foram deferidos 1.033 e em 2022, foram 628.
Só no último mês, foram registradas 186 solicitações. O número reflete uma alta de 6,3% em comparação ao mesmo período de 2023 e uma queda de 16,6% em relação a outubro de 2024.
No recorte por setor, o de “Serviços” foi o que mais afetado. Solicitou 77 pedidos de recuperação judicial no mês. Havia sido de 112 no mesmo mês do ano passado –queda de 31,2%.
Na contramão, o setor de “Indústria” registrou o menor de requerimentos no mês (24). No mesmo período de 2023, foram 22 –alta de 9% em 12 meses.
Além disso, as Micro e Pequenas empresas foram as que apresentaram mais pedidos de recuperação judicial (140) em novembro. Em 2023, esse número foi de 137.
Já os pedidos de falência cresceram 82,1% no mês em relação ao mesmo período de 2023, somando 71 registros, e uma queda de 22,8% se comparado a outubro de 2024.
Por Poder360
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido, na manhã desta quinta-feira (19), a uma tomografia que indicou bom estado de saúde, e deve seguir a Brasília, onde poderá exercer atividades normalmente.
De acordo com a equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, os resultados da tomografia foram considerados "muito satisfatórios".
Os médicos também informaram que os exames serão refeitos em dez dias, para nova avaliação.
A recomendação é de que, nesse período, ele não faça exercícios físicos.
Segundo a equipe, o presidente já recebeu, inclusive, visitas de ministros, o que confirma a boa condição de seu quadro de saúde.
A previsão é de que Lula passe as festas do final do ano na capital federal.
Histórico
Lula foi submetido a uma cirurgia de emergência no início de dezembro para drenar um hematoma na cabeça, decorrente de uma queda que sofreu em outubro. Dias depois, no dia 12 de dezembro, ele fez um procedimento endovascular, para evitar novos sangramentos. No último domingo (15), o presidente recebeu alta hospitalar e foi para sua casa no Alto de Pinheiros, em São Paulo, para recuperação.
Por Agência Brasil
Nesta quinta-feira (19), após uma série de altas históricas, o dólar atingiu o patamar de R$ 6,30 por volta das 10h15. Porém, logo em seguida, por volta das 11h, a moeda americana recuou para R$ 6,16.
O dólar voltou a subir levemente, chegando a R$ 6,19, e no momento está sendo negociado a R$ 6,15, após uma série de oscilações.
Esse recuo ocorre após a intervenção do Banco Central (BC) para tentar conter a desvalorização do real. Por volta das 9h30, o BC realizou um leilão de US$ 3 bilhões, mas esse montante não foi suficiente para estabilizar a moeda. Na sequência, o BC anunciou um segundo leilão de US$ 5 bilhões, que foi executado às 10h35.
De acordo com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, houve uma saída excepcional de recursos do Brasil neste fim de ano, o que levou a instituição a adotar os leilões de venda de dólares.
Nos últimos dias, o Banco Central já havia realizado sete leilões à vista ou de linha (com compromisso de recompra) para tentar controlar a alta do dólar. O valor total injetado pelo BC ultrapassa US$ 12 bilhões.
O Tesouro Nacional, por sua vez, cancelou o leilão tradicional de títulos que estava previsto e anunciou a realização de leilões diários de compra e venda. Esta foi a primeira vez desde 2020, durante a pandemia de Covid-19, que o Tesouro cancelou um leilão tradicional. Na quarta-feira (18), o Tesouro não emitiu novos títulos da dívida pública e recomprou 10% dos papéis. Contudo, essa medida não teve o efeito esperado.
Na mesma quinta-feira (19), o Banco Central divulgou seu relatório de inflação, no qual indicou que há praticamente 100% de chance de o governo descumprir a meta fiscal deste ano.
Para 2025, o BC prevê que há 50% de chance de a meta fiscal também não ser cumprida, e para 2026, essa probabilidade é de 26%.
Isso significa que a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar acima do teto da meta deste ano, que é de 4,5%.
Em setembro, no relatório anterior, o Banco Central havia estimado uma probabilidade de 36% de descumprimento da meta fiscal de 2024.
Além disso, nesta semana, na ata divulgada pelo Copom, o Banco Central já havia sinalizado que a meta fiscal poderia não ser cumprida. A autoridade monetária projeta que a inflação deste ano será de 4,9%.
A população indígena no Brasil é mais urbana do que rural. É o que revela o Censo Demográfico 2022. Nesta quinta-feira (19), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novo recorte dos dados que envolvem os povos indígenas. Entre eles, há informações sobre a situação e localização de seus domicílios.
De acordo com o Censo Demográfico, 53,97% dos indígenas residentes no Brasil em 2022 viviam em área urbana. Em números absolutos, são 914,75 mil indivíduos. De outro lado, 780,09 mil moravam em área rural, o que representa 46,03% do total.
No Censo Demográfico anterior, realizado em 2010, eram 324,83 mil indígenas em áreas urbanas (36,22%) e 572,08 mil em áreas rurais (63,78%). Entretanto, o IBGE já admitiu que o levantamento de 2022 contou com aperfeiçoamentos no mapeamento de localidades indígenas em todo o país.
Esse é um dos motivos que explica como a população total de indígenas cresceu 88,96% em 12 anos. Conforme divulgado no ano passado, o salto foi de 896.917 em 2010 para 1.694.836 em 2022.
Os novos dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (19) indicam que os aperfeiçoamentos adotados no último levantamento geraram um mapeamento mais aprofundado, sobretudo dos indígenas que residem em área urbana. Entre eles, o salto de 2010 para 2022 foi de 181,6%.
No recorte por regiões, o Sudeste destaca-se pelo maior percentual de população indígena residindo em situação urbana, com 77,25%. Na sequência, aparece o Nordeste com 62,3%. De outro lado, a população indígena rural se sobressai no Centro-Oeste (62,05%) e no Sul (58,2%). No Norte, há um equilíbrio: metade dos indígenas vive em área urbana e metade em ambiente rural.
O Censo Demográfico é a única pesquisa domiciliar que vai a todos os municípios do país. As informações levantadas subsidiam a elaboração de políticas públicas e decisões relacionadas com a alocação de recursos financeiros. O Brasil costuma realizar uma operação censitária a cada dez anos. O Censo 2022 deveria ter sido realizado em 2020, mas foi adiado duas vezes: primeiro devido à pandemia de covid-19 e depois por adversidades orçamentárias.
Idade e gênero
O novo recorte compartilhado pelo IBGE revela ainda que a população indígena urbana é mais velha do que a população indígena rural. Entre aqueles que residem em locais urbanizados, foi registrada uma idade mediana de 32 anos, três a menos do que os 35 anos da população total do país. Já os indígenas que vivem em áreas rurais integram uma população bem mais jovem. A idade mediana apurada foi de 18 anos.
Outro dado que aparece na nova divulgação envolve o gênero dos residentes indígenas. Em áreas rurais, há predomínio da população masculina. São 105,71 homens para cada 100 mulheres. Nas zonas urbanas, a situação se inverte. São 90,25 homens para cada 100 mulheres, mais próximo da média nacional da população total que é de 91,97 homens para cada 100 mulheres.
Agência Brasil
Um acordo entre o governo e os deputados resultou na revogação da lei que criou o novo Seguro Obrigatório para a Proteção de Vítimas de Acidente de Trânsito (SPVAT), antigo DPVAT. O governo também aceitou o bloqueio apenas de emendas parlamentares não impositivas, em vez de todas as emendas.
Os dois pontos foram aprovados em destaques ao primeiro projeto de lei complementar do pacote de corte de gastos. Na noite de terça-feira (17), os deputados tinham aprovado o texto-base por larga margem, 318 votos a favor (eram necessários 257) e 149 contrários. No entanto, a votação dos destaques tinha ficado para esta quarta-feira (18).
O governo fechou o acordo para aprovar os destaques e garantir a continuidade do pacote de revisão de gastos públicos. O projeto segue para o Senado.
Extinta em 2020, a cobrança do DPVAT tinha sido recriada sob o nome de SPVAT, que entraria em vigor em janeiro. A recriação do seguro enfrentava a resistência de governadores.
Emendas
Em relação às emendas parlamentares, o governo concordou em retirar do projeto de lei complementar a autorização para o contingenciamento e o bloqueio de todas as emendas parlamentares. Pelo texto que irá ao Senado, o governo poderá congelar apenas emendas de comissão e emendas de bancadas estaduais não impositivas, até 15% do total. As emendas obrigatórias não poderão ser bloqueadas.
A medida desidrata parcialmente o corte de gastos. Caso as emendas impositivas pudessem ser congeladas, o governo poderia bloquear ou contingenciar R$ 7,6 bilhões em emendas no próximo ano. Agora, o Executivo só poderá cortar R$ 1,7 bilhão, R$ 5,9 bilhões a menos. O levantamento desconsidera as emendas de bancada estaduais não impositivas, cujo valor para 2025 depende da aprovação do Orçamento do próximo ano.
Gatilhos
O principal ponto mantido no projeto de lei complementar foi a criação de gatilhos que proíbem a criação, ampliação ou prorrogação de incentivos tributários caso haja déficit primário (resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública) no ano anterior. O projeto também limita a 0,6% acima da inflação o crescimento anual da despesa de pessoal e encargos de cada um dos Poderes na mesma situação, déficit primário no ano anterior.
Além dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), o projeto aprovado pelos deputados limita a 0,6% acima da inflação o crescimento das despesas de pessoal do Ministério Público e da Defensoria Pública no caso de resultado negativo das contas públicas.
As restrições vigoram até que o governo volte a registrar superávit primário anual. A partir do projeto da lei orçamentária de 2027, as duas limitações valerão se os gastos discricionários (não obrigatórios) totais tiverem redução nominal em relação ao ano anterior.
Fundos
De 2025 a 2030, o governo poderá usar o superávit de cinco fundos nacionais para abater a dívida pública. Os saldos positivos somavam, em 2023, R$ 18 bilhões.
Os fundos são os seguintes:
• Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), formado por multas pagas ao governo: superávit de R$ 2 bilhões
• Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset): superávit de R$ 1,6 bilhão
• Fundo do Exército: superávit de R$ 2,5 bilhões
• Fundo Aeronáutico: superávit de R$ 8,7 bilhões
• Fundo Naval: superávit de R$ 3 bilhões
O relator do projeto, deputado Átila Lira (PP-PI), retirou da proposta original do governo os seguintes fundos: Fundo Nacional Antidrogas (Funad), Fundo da Marinha Mercante (FMM) e Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac). Segundo o parlamentar, esses recursos são usados para investimentos importantes.
Por Agência Brasil