Remédios podem ficar mais caros a partir do mês que vem.
A autorização para reajuste dos remédios pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, a CMED, costuma entrar em vigor no dia primeiro de abril.
O percentual máximo do reajuste, porém, anda não está definido.
Mas a principal aposta do setor é que acompanhe a inflação registrada no ano passado e fique em torno de 10%, mas pode ser ainda maior, já que, pela legislação em vigor, o reajuste anual dos preços de medicamentos é definido considerando a inflação, além de outros indicadores do setor.
No ano passado, por exemplo, o reajuste autorizado foi de até 10,08% para os medicamentos, ante uma inflação de pouco mais de 4,5% no ano anterior.
Vale lembrar que o percentual estabelecida pela CMED, que é um órgão vinculado à Anvisa, é o máximo que pode ser aplicado. Cada empresa tem liberdade para decidir se aumenta ou não os preços e qual o percentual do reajuste, respeitando o teto.
A empresa que ultrapassa o limite pode ser multada.
Comemorado hoje (18), o Dia Mundial do Sono é uma oportunidade para refletir sobre a importância de uma boa e tranquila noite de sono para a saúde física e mental.
No entanto, hábitos aparentemente inofensivos do cotidiano, como mexer no celular ou ver televisão na hora de dormir, contribuem para roubar preciosas horas de sono e prejudicar a saúde.
Para a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CCF), a data serve de alerta sobre a necessidade do sono saudável para garantir qualidade de vida. A associação lembra que a falta do sono pode interferir nas taxas de mortalidade e contribuir para o aumento da prevalência de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade, síndrome metabólica, ansiedade, depressão, síndromes metabólicas.
"O sono é parte integrante do nosso processo fisiológico. Precisamos dormir para reparar a energia gasta em um dia todo de trabalho, para consolidar nossa memória", disse à Agência Brasil o coordenador do Departamento de Medicina do Sono da entidade, Danilo Sguillar.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Sono, a população está dormindo menos nos últimos anos. Em 2018, a média foi de 6 horas e 36 minutos, e, em 2019, caiu para 6 horas e 24 minutos.
Sguillar lembra que ronco e insônia também são indicativos de problemas no sono que podem prejudicar a saúde da pessoa. O especialista destaca ainda a apneia obstrutiva do sono, caracterizada pela obstrução completa ou parcial do fluxo de ar nas vias respiratórias, enquanto a pessoa dorme.
Quando isso acontece, a pessoa pode roncar alto ou causar ruídos sufocantes enquanto tenta respirar, uma vez que o corpo está privado de oxigênio. Se não for tratada, a apneia obstrutiva do sono é fator de alto risco para o aparecimento de problemas como hipertensão arterial, doenças cardíacas e diabetes tipo 2, entre outras.
“Quem ronca e tem apneia não descansa o quanto deveria, não tem um sono reparador e tende a ficar sonolento durante o dia, ter dificuldade de concentração, irritabilidade e prejuízo na memória, o que afeta o rendimento profissional. Dependendo da gravidade do problema, essa má qualidade do sono pode acarretar hipertensão arterial, diabetes e obesidade, além de depressão, ansiedade e maior risco para acidentes, ou seja, a doença não tratada diminui a expectativa de vida”, esclarece o médico otorrinolaringologista.
Em razão disso, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial lançou uma campanha, com camisas, cartazes e postagens em redes sociais. O tema da campanha, Ronco Não É Piada, visa conscientizar a sociedade de que esse distúrbio precisa ser levado a sério.
"Estamos com uma campanha com o tema ronco, porque ronco é um sintoma muito frequente que ocorre na maioria dos lares e, muitas vezes, é tido como chacota, como brincadeira. Muitos se esquecem de que, por trás do ronco, existe uma importante patologia que é a apneia obstrutiva do sono", alertou Sguillar.
Um estudo publicado em 2018 na revista científica The Lancet estimou que mais de 936 milhões de pessoas têm apneia obstrutiva do sono no mundo. O número é quase 10 vezes maior do que a estimativa da Organização Mundial da Saúde em 2007, de mais de 100 milhões de pessoas com a doença.
Prevalência
O distúrbio é mais frequente entre pessoas do sexo masculino, a partir dos 50 anos de idade, com obesidade e alterações faciais, como o queixo mais recuado, língua volumosa, amígdalas aumentadas e desvios de septo nasal.
Um passo importante para quem tem contato alguém que ronca, principalmente quando o barulho é alto, estridente ou interrompido por pausas na respiração, é alertar e aconselhar a pessoa a procurar um especialista para verificar possíveis problemas, diz Sguillar. "Quem está vendo a pessoa dormir e roncar tem que fazer o alerta para que ela vá procurar ajuda médica."
Criado pela World Sleep Foundation, o Dia Mundial do Sono, é lembrado como oportunidade para celebrar a importância do sono e chamar a atenção global de problemas de saúde que tenham relação direta com o sono, desde a saúde até aspectos sociais ou educacionais.
A data é móvel e ocorre sempre na última sexta-feira antes do equinócio de outono, para o Hemisfério Sul, e o de primavera para o Hemisfério Norte.
As dicas da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial para ajudar as pessoas a dormir melhor e ter sono de qualidade são:
- Fazer atividade física regular.
- Ter alimentação adequada, com comidas leves no jantar, para ter uma noite de sono mais tranquila e sem interrupções.
- Não consumir alimentos à base de cafeína, como chá preto, café e refrigerante à base de cola.
- Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
- Não fumar.
- Perder peso, no caso de pacientes com obesidade.
- Adotar práticas de higiene do sono, como evitar telas durante a noite. Celulares, tablets e televisores devem ser desligados pelo menos uma hora antes de se deitar.
- Ler fora da cama, pois ajuda a embalar o sono.
- Dormir no quarto escuro.
- Praticar meditação pode facilitar a preparação para o sono.
Por - Agência Brasil
Proposta como uma alternativa menos invasiva aos métodos tradicionais, o tratamento para o câncer com imunoterapia tem sido um dos grandes avanços da área nos últimos anos, mas ainda enfrenta limitações.
Além do custo elevado, menos de 25% dos pacientes se beneficiam com os medicamentos, e identificar se o organismo responderá ou não à terapia pode levar até seis meses. Essa demora, considerada um dos grandes entraves para o uso dos imunoterápicos, pode deixar de ser uma realidade. Pesquisadores criaram biossensores sintéticos que, acoplados ao remédio, foram capazes de sinalizar de forma rápida se o tratamento está ou não funcionando.
A novidade, recém-publicada na revista científica Nature Biomedical Engineering, foi projetada por cientistas do departamento de Engenharia Biomédica da Georgia Tech e Universidade Emory, nos Estados Unidos. Os biossensores funcionam como uma espécie de chip e são anexados aos medicamentos. Quando chegam ao tumor, caso o organismo esteja respondendo à terapia, eles são ativados e passam a liberar substâncias que se concentram na urina.
"Então, quando olhamos para a urina, recebemos sinais muito concentrados, que aumentam ou diminuem, correspondendo se os pacientes estão respondendo ou não ao tratamento", explica o autor do estudo e professor da universidade, Gabe Kwong, em comunicado.
Isso acontece porque os biossensores são ativados por enzimas produzidas pelos linfócitos T de defesa, que apenas estão presentes na região do tumor caso as células do sistema imunológico estejam atuando. A presença dessas enzimas significa, portanto, que o tratamento está surtindo efeito, uma vez que o objetivo da imunoterapia é levar o próprio organismo do paciente a identificar e combater o câncer.
"Nós raciocinamos que, se os pacientes estão respondendo à droga, isso significa que essas células T estão produzindo proteases e, se não estiverem respondendo, essas proteases não estão presentes, então as células T não estão ativas", afirma Kwong.
Avaliar resposta ao tratamento é um desafio
Doutor em oncologia experimental e presidente do Instituto Oncoclínicas, Carlos Gil explica que, no caso da quimioterapia, é possível avaliar se o tumor está respondendo ao tratamento com a análise de uma tomografia geralmente após três ou quatro aplicações. Porém, com a imunoterapia, a avaliação é mais complexa. Isso porque as células de defesa passam a se concentrar na região do câncer, o que pode dar a falsa impressão de que o tumor aumentou se um exame de imagem for feito de forma precoce.
— Por isso, eu preciso esperar de quatro a seis meses para avaliar se o paciente está de fato respondendo ou não à imunoterapia. Só que eu estou lidando com um tratamento de alto custo e que o paciente não pode ficar tanto tempo sem saber se está tendo efeito — destaca Gil.
Segundo o especialista, isso faz com que a busca por marcadores que mostrem se o tratamento com imunoterapia está funcionando ou não seja uma das áreas de maior interesse na oncologia hoje, e os biossensores podem ser um eventual caminho para isso.
— O estudo mostrou que o uso de biossensores é viável do ponto de vista tecnológico, agora é verificar se funciona na prática clínica. Ainda são necessários mais estudos para que se tornem realidade, mas é uma nova porta que se abre numa área extremamente importante para o tratamento do câncer —afirma o oncologista.
Imunoterapia é considerada um tratamento inovador
No estudo com os biossensores, o tipo de imunoterapia escolhido é o mais utilizado hoje e funciona com um mecanismo chamado “inibidor de checkpoint”. Também chamados de pontos de verificação, os checkpoints são proteínas que as células do corpo humano carregam que indicam ao sistema imunológico que elas fazem parte do organismo, e não devem ser atacadas.
No entanto, as células cancerígenas têm a capacidade de desenvolver um ou mais destes pontos de verificação, o que faz com que as células de defesa não reconheçam aquele tumor como algo a ser combatido. Com os medicamentos imunoterápicos, esses pontos são bloqueados e o sistema imunológico passa enfim a atacar o câncer.
Apesar de não funcionar para todos os tumores e para todas as pessoas, a terapia é considerada uma aposta promissora do campo, e os seus criadores, o americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo, receberam o prêmio Nobel de Medicina pela descoberta em 2018.
— No futuro, eu acredito que a imunoterapia será um tratamento tão usado quanto a quimioterapia. Ela tem uma série de benefícios, é bem mais tolerada, menos invasiva, com efeitos colaterais menores. Ela também eleva a qualidade de vida do paciente, às vezes com uma resposta mais duradoura — diz o presidente do Instituto Oncoclínicas.
Por - O Globo
Uma pesquisa divulgada hoje (15) pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e pela biofarmacêutica Takeda revelou que 31% dos brasileiros acreditam que a dengue deixou de existir durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Essa percepção, no entanto, contrasta com os dados do Ministério da Saúde, que apontou crescimento de 43,5% no número de casos de dengue, considerando-se as seis primeiras semanas deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado.
A pesquisa Dengue: o impacto da doença no Brasil, ouviu 2 mil brasileiros, por telefone, entre os dias 19 e 30 de outubro do ano passado e foi realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec).
Além dos 31% que acreditam que a dengue deixou de existir na pandemia, outros 22% disseram que o risco com a doença diminuiu. Entre as razões apontadas para as duas situações, 28% disseram não ter ouvido falar mais na doença e 22% responderam que “toda doença agora é covid-19” e não há casos de dengue.
Para os pesquisadores, o fato da população brasileira considerar que a doença deixou de existir durante a pandemia pode levar ao relaxamento das ações de controle e de prevenção, aumentando o risco de se contrair a doença.
“Essa realidade revelada pela pesquisa é preocupante. Com a urgência da pandemia da covid-19, muitas doenças infecciosas, como as arboviroses (dengue), foram colocadas em segundo plano e até esquecidas. Precisamos retomar a discussão e os cuidados com a dengue”, alertou Alberto Chebabo, médico infectologista e presidente da SBI.
Entre os brasileiros consultados, 30% afirmaram já ter tido dengue e 70% disseram conhecer alguém que já teve a doença. Entre os que já tiveram a doença, pouco mais da metade (55% do total) afirmou ter feito alguma mudança em sua casa para evitar a proliferação do mosquito, tal como aumentar a limpeza do quintal, evitar deixar água parada em vasos de plantas e aumentar o cuidado com a água parada.
Apesar de a pesquisa ter apontado que o brasileiro conhece a doença, ainda há desconhecimento sobre como ela se desenvolve e suas formas de prevenção e de transmissão. A forma de contágio, por exemplo, não é totalmente conhecida pela população: 76% acertaram, dizendo que ela decorre da picada de mosquito, mas 8% disseram não se lembrar de como ocorre a transmissão e 4% mencionaram que ela ocorre de pessoa para pessoa - o que não acontece. Além disso, seis em cada dez entrevistados (59%) não sabiam quantas vezes uma pessoa pode contrair a doença. Apenas 2% reconheciam que se pode pegar dengue até quatro vezes, já que só existem quatro subtipos de dengue: quem já teve dengue causada por um tipo do vírus não registra um novo episódio da doença com o mesmo tipo.
A dengue
A dengue é uma doença infecciosa, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e tem quatro sorotipos diferentes. Quem pega um tipo, não fica imune aos demais. O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença, por isso, alerta o Ministério da Saúde, é importante evitar água parada porque os ovos do mosquito podem sobreviver por até um ano no ambiente.
No geral, a primeira manifestação da dengue é a febre alta acima de 38°C, que dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Também podem acontecer erupções e coceira na pele. Em alguns casos, ela pode evoluir para uma forma grave.
Não existe um tratamento específico para a doença. As medidas adotadas visam o controle dos sintomas. Pacientes com suspeita de dengue devem buscar orientação médica logo que surjam os primeiros sintomas.
Por - Agência Brasil
O Ministério da Saúde inicia no dia 4 de abril a campanha nacional de vacinação contra a gripe. A meta é imunizar cerca de 76,5 milhões de pessoas até o dia 3 de junho, data prevista para encerramento da campanha.
Em nota, o ministério alerta para a importância da vacinação dos grupos prioritários para evitar surtos da doença, que pode sobrecarregar os serviços de saúde e até levar à morte.
Segundo a pasta, 80 milhões de doses da vacina Influenza trivalente, produzidas pelo Instituto Butantan e eficaz contra as cepas H1N1, H3N2 e tipo B, estarão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
No caso das crianças de 6 meses a menores de 5 anos que já receberam ao menos uma dose da vacina Influenza ao longo da vida, deve-se considerar o esquema vacinal com apenas uma dose em 2022. Para as crianças que serão vacinadas pela primeira vez, a orientação é agendar a segunda aplicação da vacina contra gripe para 30 dias após a primeira dose.
A campanha nacional ocorrerá em duas etapas. Na primeira, entre os dias 4 de abril e 2 de maio, serão vacinados idosos com 60 anos ou mais e trabalhadores da saúde.
A segunda etapa, que vai de 3 de maio a 3 de junho, tem como público-alvo crianças de 6 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias; gestantes e puérperas; povos indígenas; professores; pessoas com comorbidades; pessoas com deficiência permanente; membros de forças de segurança e salvamento e das Forças Armadas; caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso; trabalhadores portuários; funcionários do sistema prisional; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medida socioeducativa e pessoas privadas de liberdade.
Por - Agência Brasil
Idosos e imunossuprimidos devem manter o uso de máscara como proteção contra a covid-19, mesmo em cidades onde não há mais obrigatoriedade. O alerta é do professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília (UnB), Bergmann Morais Ribeiro.
"Na minha opinião, ainda não é o momento de liberar o uso de máscaras em ambientes fechados. Como o número de transmissões e mortes está diminuindo ao longo do tempo, a liberação em espaços abertos é algo natural. Mas, ainda não é o momento para espaços fechados. A variante Ômicron é muito transmissível e há pessoas imunossuprimidas ou idosos que, se pegarem o vírus, mesmo vacinados, correm o risco de ser hospitalizados e ter a doença de forma grave", disse. Para o professor, a liberação em espaços fechado deveria estar vinculada à queda do número de mortes por covid-19.
Segundo Ribeiro, locais com aglomerações ainda deveriam manter a obrigatoriedade do uso de máscara, como transporte público, comércios, teatro, cinema, feiras e shopping.
A obrigatoriedade do uso também deveria ser mantida para estudantes e professores em escolas. Outro ponto destacado pelo professor é a necessidade de que os brasileiros completem o ciclo vacinal contra a covid-19.
"A pandemia ainda não acabou. Existem outras variantes que surgiram, como a Ômicron, que aumentou o número de infecções na Grã Bretanha, em Hong Kong e na própria China. Se não tomarmos cuidado, pode aparecer nova onda", lembrou..
Fiocruz
Para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a flexibilização de medidas protetivas contra a doença, como o uso de máscaras em locais fechados de forma irrestrita, é prematuro. De acordo com o boletim do Observatório Covid-19 divulgado pela instituição, as próximas semanas serão fundamentais para entender a dinâmica de transmissão da doença. Ainda não é possível avaliar o efeito das festas e viagens no período do carnaval.
O boletim cita estudo recente que sugere que o uso de máscaras deve ser mantido por duas a dez semanas após a meta de cobertura vacinal ser atingida, entre 70% e 90%. Com o surgimento da variante Ômicron e sua maior capacidade de escape dos anticorpos, o boletim diz que as máscaras ficaram ainda mais importantes.
Por - Agência Brasil